–
E aí? Decidiu
morrer ou abrir o jogo? – Perguntou o homem para Ana Paula apertando mais ainda
seu pescoço.
– Ta bem, eu falo – Disse ela chorando
e empurrando o braço do homem. – Agora me solte.
O
homem soltou o pescoço da garota, que falou aliviada, apontando para um lugar:
– Elas estão pra aquele lado.
Então
o carro começou a ir para o local onde a moça estava apontando.
– Já tudo pronto – Disse David antes de tascar um beijo caloroso na boca de Suelen. Eles estavam na cama. Depois de se vestir, o homem se despediu da mulher.
– Até mais, e dará tudo certo. Fique
tranquila.
– Quero que ele morra de verdade
sentindo uma vontade profunda de voltar a respirar. – Disse Suelen entregando
uma chave ao amante.
Ao
ouvir isso, David saiu do quarto. Desceu do motel e entrou em seu carro
luxuoso, que saiu do estacionamento segundos depois.
Em sua mansão, deitado em sua cama, e
aproveitando as últimas horas de sono, Sebástian dormia tranquilamente. Foi
então que ele ouviu um barulho vindo da sala de estar. Ele se levantou e se
dirigiu até a escada, ao descer sentiu duas mãos em suas costas, e de repente
ele abriu os olhos e estava caído no chão, com o corpo dolorido. Mas um pano
foi colocado em seu rosto e ele dormiu.
Valéria abriu os olhos e lembrou que ainda estava vivenciando um pesadelo nas ruas bolivianas. Já tinha amanhecido. Estava deitada num beco, por sinal de uma rua pobre. As outras quatro garotas estavam acordadas e escoradas na parede, tristes. Valéria se levantou e disse às amigas:
– Temos que ir meninas, já amanheceu.
Todas
elas levantaram tristes.
– Não aguento mais – Resmungou Paloma –
Isso é vida?
Então
elas avistaram um homem, por sinal brasileiro, falando no telefone. Ele falava
com alguém do Brasil:
– Ah sim... Pois é, já to na Bolívia.
Se eu já almocei? Claro que não mãe. Não, mãe, o horário daqui é do mesmo jeito
de São Paulo. Sim, mãe, ainda é de manhã. Ir embora agora? Mas eu... – Ele tirou o celular da orelha – A
velha desligou.
– Moço? – Era um grito feminino. –
Moço?
O
homem se virou olhando as cinco garotas que observavam ele, com olhares
tristes.
– Posso ajudá-las?
– Por favor,
precisamos usar seu celular – Disse Andressa – É urgente.
O
homem entregou o celular para a jovem, que se virou para Valéria e entregou o
mesmo.
– É melhor você, Valéria.
Valéria
discou alguns números e esperou. Ninguém atendeu.
– Alguém me tira daqui! Socorro! – Era um grito, “que vinha debaixo da terra”.
O
homem, ou melhor, aquele já senhor de idade estava apavorado. Estava sem ar.
– Onde estou? – Perguntou ele afim de
que pudesse ouvir uma resposta. A única coisa que sabia era que estava dentro
duma caixa de madeira, e em um local abafado.
Ele
viu que suas mãos estavam amarradas, e ele estava com a mesma roupa de dormir.
De repente o suor começou escorrer por seu pescoço, sua respiração começou a
ficar pesada. E foi aí que...
– Ai meu Deus, o Robson não atende! – Disse Valéria, para as garotas, que não ficaram nada contentes com o que a amiga dissera.
Foi
então que um carro, em uma tremenda velocidade, se aproximou das jovens. Todas
gritaram assustadas. Ainda mais quando três homens desceram a agarraram todas
elas.
O
celular do homem caiu no chão, ele apanhou, e ficou dando risada das jovens
sendo dopadas e colocadas dentro do automóvel:
– O plano deu certinho – Disse ele,
para que ninguém ouvisse – A Estela vai ficar orgulhosa.
E
dentro das pupilas de seus olhos, a imagem das garotas vítimas daquele destino
tão cruel aparecia.
“Será que agora as
luzes se apagaram para sempre”?
COLABORADOR-
LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE
ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO
POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO -
TV VIRTUAL