sexta-feira, 9 de maio de 2014

Que se Acendam as Luzes - Capítulo 15


        – E aí? Decidiu morrer ou abrir o jogo? – Perguntou o homem para Ana Paula apertando mais ainda seu pescoço.
         – Ta bem, eu falo – Disse ela chorando e empurrando o braço do homem. – Agora me solte.
O homem soltou o pescoço da garota, que falou aliviada, apontando para um lugar:
         – Elas estão pra aquele lado.
Então o carro começou a ir para o local onde a moça estava apontando.



       
     – Já tudo pronto – Disse David antes de tascar um beijo caloroso na boca de Suelen. Eles estavam na cama. Depois de se vestir, o homem se despediu da mulher.
         – Até mais, e dará tudo certo. Fique tranquila.
         – Quero que ele morra de verdade sentindo uma vontade profunda de voltar a respirar. – Disse Suelen entregando uma chave ao amante.
Ao ouvir isso, David saiu do quarto. Desceu do motel e entrou em seu carro luxuoso, que saiu do estacionamento segundos depois.



         Em sua mansão, deitado em sua cama, e aproveitando as últimas horas de sono, Sebástian dormia tranquilamente. Foi então que ele ouviu um barulho vindo da sala de estar. Ele se levantou e se dirigiu até a escada, ao descer sentiu duas mãos em suas costas, e de repente ele abriu os olhos e estava caído no chão, com o corpo dolorido. Mas um pano foi colocado em seu rosto e ele dormiu.



         Valéria abriu os olhos e lembrou que ainda estava vivenciando um pesadelo nas ruas bolivianas. Já tinha amanhecido. Estava deitada num beco, por sinal de uma rua pobre. As outras quatro garotas estavam acordadas e escoradas na parede, tristes. Valéria se levantou e disse às amigas:
         – Temos que ir meninas, já amanheceu.
Todas elas levantaram tristes.
         – Não aguento mais – Resmungou Paloma – Isso é vida?
Então elas avistaram um homem, por sinal brasileiro, falando no telefone. Ele falava com alguém do Brasil:
         – Ah sim... Pois é, já to na Bolívia. Se eu já almocei? Claro que não mãe. Não, mãe, o horário daqui é do mesmo jeito de São Paulo. Sim, mãe, ainda é de manhã. Ir embora agora?  Mas eu... – Ele tirou o celular da orelha – A velha desligou.
         – Moço? – Era um grito feminino. – Moço?
O homem se virou olhando as cinco garotas que observavam ele, com olhares tristes.
         – Posso ajudá-las?
                – Por favor, precisamos usar seu celular – Disse Andressa – É urgente.
O homem entregou o celular para a jovem, que se virou para Valéria e entregou o mesmo.
         – É melhor você, Valéria.
Valéria discou alguns números e esperou. Ninguém atendeu.



         – Alguém me tira daqui! Socorro! – Era um grito, “que vinha debaixo da terra”.
O homem, ou melhor, aquele já senhor de idade estava apavorado. Estava sem ar.
         – Onde estou? – Perguntou ele afim de que pudesse ouvir uma resposta. A única coisa que sabia era que estava dentro duma caixa de madeira, e em um local abafado.
Ele viu que suas mãos estavam amarradas, e ele estava com a mesma roupa de dormir. De repente o suor começou escorrer por seu pescoço, sua respiração começou a ficar pesada. E foi aí que...




         – Ai meu Deus, o Robson não atende! – Disse Valéria, para as garotas, que não ficaram nada contentes com o que a amiga dissera.

        Foi então que um carro, em uma tremenda velocidade, se aproximou das jovens. Todas gritaram assustadas. Ainda mais quando três homens desceram a agarraram todas elas.
O celular do homem caiu no chão, ele apanhou, e ficou dando risada das jovens sendo dopadas e colocadas dentro do automóvel:
         – O plano deu certinho – Disse ele, para que ninguém ouvisse – A Estela vai ficar orgulhosa.
E dentro das pupilas de seus olhos, a imagem das garotas vítimas daquele destino tão cruel aparecia.

“Será que agora as luzes se apagaram para sempre”?


COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO 
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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