sexta-feira, 9 de maio de 2014

Império Feminino- Capítulo 9


Capítulo 9- Marcas de um acidente fatal (Parte 2)

Nos capítulos anteriores...

Cinco de Agosto de 2000

Os gemidos durante a madrugada daquele sábado dentro da suíte de Helena eram literalmente gostosos. Por cima da empresária, com um sorriso aparentemente prazeroso, Jardel fazia de Helena a sua amante como em todas as noites anteriores, há quase três anos. As mãos do belo homem não saiam de cima dos seios fartos e durinhos dela. A transa já durava mais ou menos uma hora, Helena já havia tido múltiplos orgasmos seguidos, enquanto seu parceiro se saciava com a penetração e a feição de satisfação nos olhos dela. Depois de alguns movimentos fortes e rápidos, Helena pode sentir Jardel dentro dela. O rugido que ele soltara naquele instante havia sido incrivelmente alto.

Berenice e Helena subiram para a suíte presidencial dos Gouveia. Blush, colares de pérola, anéis de ouro, batons vermelho e vestidos elegantíssimos “viviam” dentro do closet da empresária. Ela e a amiga só não sabiam qual era o certo a usar naquela ocasião tão importante.

 –Não adianta Berenice, eu preciso do Dupré de qualquer jeito! –Exclamou Helena, nervosa. –Como eu me vestirei sem ele?
 –Não se preocupe minha amiga, logo ele chega... –Respondeu Berenice.
 –Você tem razão.
 –Helena eu sei que você está preocupada com o evento beneficente e com qual roupa ir, mas eu queria muito a sua ajuda em uma coisa.
 –Em que? Diga que eu a ajudarei, sabe que eu sempre faço tudo o que estiver ao meu alcance para ajuda-la.
 –É o Jardel, ele anda tão distante de mim, acho que ele pode estar me traindo. [...]

Toda a sociedade brasileira compareceu ao evento em combate ao câncer de mama. Atores, cantores e até mesmo pessoas do governo estavam lá, mas quem mesmo chamou atenção foi Helena Gouveia, que entrou acompanhada de duas mulheres com a cabeça raspada, atrizes, para representarem as portadoras do câncer que perderam cabelo e sua mama. A atitude da magnata foi aplaudida de pé. Helena mais uma vez havia surpreendido a sociedade, só que dessa vez de um jeito um tanto “sombrio”, pelo simples fato de todos estarem acostumados a apenas vê-la fazendo alusão a sexo, fama, dinheiro e dentre outras coisas do tipo. O organizador do evento, Sérgio Ciccareli, admirou a atitude de Helena e a chamou ao palco para fazer um discurso.

Eu sei que espantei muitos presentes aqui hoje com a minha atitude de comparecer com essas duas atrizes representando mulheres portadoras do câncer de mama. O mundo me conhece por polêmicas sexuais, fashionistas, fúteis, dentre outras mais. Sou odiada por ter um dos melhores marketings mundiais e por ter feito a minha marca ser conhecida ultrapassando os padrões. Porém hoje a ocasião é diferente, quando eu aceitei esse convite para comparecer ao evento, eu me imaginei com câncer de mama, tendo que ir a sessões de quimioterapia... Imaginem só essas mulheres que têm de tirar a mama? Meu Deus é tudo tão absurdo! O câncer é uma doença incrivelmente pavorosa. Sem contar a perda de cabelo, do nosso precioso cabelo. É óbvio que após a morte tudo isso acaba, mas durante a vida nós mulheres sempre lutamos para nos manter lindas e sempre à frente do nosso tempo. Eu por exemplo, temo a velhice e isso não é segredo a ninguém. Só que agora temo muito mais o câncer. Espero que a ciência evolua e a cura contra esse mal surja. Por fim eu gostaria de pedir um minuto de silêncio à essas mulheres que infelizmente não conseguiram combater o câncer, e as mulheres que estão lutando pela vida, obrigada.

Após fazerem silêncio, todos aplaudiram o discurso de Helena, que desceu do palco sorrindo e agradecendo. Fotógrafos fotografaram a empresária e Dupré, que estampariam a próxima edição da Revista Caras, cujo o tema principal seria o combate ao câncer de mama. Surpreendendo Helena e Dupré, Jardel surgiu de repente no evento, e tirou a estrela principal de lá de dentro a força pelos braços.

 –Mais que brincadeira de mal gosto é essa? –Indagou Helena, furiosa. –Será que você não viu que tem fotógrafos lá dentro?
 –Danem-se os fotógrafos! –Exclamou Jardel, furioso. –O meu assunto é com você, sua vadia desgraçada!
 –Lave a sua boca, antes de me insultar desse jeito.
 –Como você teve coragem de dizer a minha mulher que estou com disfunção erétil?
 –Então isso é o motivo desse escândalo sem sentido? Mas você é mesmo um idiota! –Helena deu uma bofetada no amante. –Nunca mais me insulte desse jeito por uma bobagem dessas, ou eu te tiro do lugar onde te coloquei.
 –Eu não preciso de você Helena.
 –Creio que precisará, quando a sua mulher souber que você faz sexo com a melhor amiga dela...
 –Nem ouse...
 –Cala a boca e escuta! –Ordenou Helena. –Eu disse a sua “mulherzinha” que você estava com problemas urológicos, por que ela desconfia que você a trai por não terem uma vida sexual faz tempo, inclusive ela pediu que eu a ajudasse a encontrar quem era a outra. Está explicado Jardel?
 –Eu não imaginava que...
 –Depois desse vexame estúpido, você terá que se contentar com prostitutas de esgoto, por que o meu corpo você nunca mais possuirá.
 –Helena eu...
 –Dupré! –Gritou a megera. –Vamos embora, eu já perdi toda a minha paciência hoje.

Durante a volta para casa, Helena olhou através do vidro da limusine e enxergou um casal abraçados, aparentando estarem recém-casados e apaixonados. Após ver aquela cena, ela lembrou-se de quantos homens fizeram parte de sua vida, muitos vieram e se foram... Mas apenas um ficou e só este homem foi capaz de amá-la de verdade, assim como ela também foi capaz de nutrir um amor incondicional por ele. Helena olhou para Dupré, sentado ao seu lado, e disse:

 –Eu te amo, meu querido. –Os olhos dela estavam molhados. –Você é muito mais que um simples mordomo, você é o meu melhor amigo, o marido que eu nunca tive, o companheiro para as horas vagas... Agradeço minha vida a você.
 –Desse jeito eu fico sem graça dona Helena. –Dupré abraçou sua “diva” e beijou sua testa dizendo: –E você é a mulher que mudou a minha vida, com a sua coragem e ousadia, sempre mostrando ao mundo que liberdade de expressão é um direito de todos, independente de qual etnia, classe social ou país seja.
 –Você é o único que me admira por tudo isso, por que os outros souberam apenas me julgar...
 –Julgam por que não têm o mesmo poder que a senhora tem.
 –Obrigada por tudo Dupré, você é o companheiro perfeito para uma dama.
 –E a senhora é a dama perfeita para todos os homens.

Ao chegar a casa, Helena notou que seu filho e sua nora já haviam viajado com as meninas. Ela subiu as escadas, foi até o quarto de Esther, beijou sua testa e lhe desejou boa noite, em seguida foi para sua suíte e se deparou com Jardel. Ele estava despojado sobre a cama de bruços como um modelo escultural, totalmente nu. Helena não conseguiu resistir aos encantos daquele homem lindo e sedutor, que mais parecia um Deus grego. Jardel recostou à cabeceira da cama e ordenou que Helena sentasse sobre suas penas, ele a despiu e massageou lhe as costas. Por fim, sentada sobre as penas do amante, Helena já o sentia dentro dela. Ele já havia penetrado e possuído aquele corpo perfeito... Jardel levou seus dedos à boca de Helena, enquanto ambos faziam sexo encostados à cabeceira da cama.

 –Por que se rendeu? –Indagou Jardel, por cima da amada gemendo. –Disse que eu nunca mais possuiria seu corpo, disse para eu procurar uma prostituta de esgoto.
 –Eu não pude resistir... –Respondeu Helena, prestes a ter um orgasmo. –Por favor, me possua.
 –Implore, vamos Helena implore!
 –Me possua Jardel! Me possua!
 –Com o maior prazer, sua vadia!

Do lado de fora da suíte, com o copo na porta, Berenice ouviu os gemidos de prazer de seu marido e sua melhor amiga. Ela mal podia acreditar que aqueles dois haviam lhe traído de uma maneira tão sórdida. A vontade dela era de abrir a porta da suíte com a chave extra, mas Berenice sentia que sua vingança seria melhor do que um simples escândalo. Voltando para seu quarto, ela se dirigiu há um dos banheiros do palacete, se olhou no espelho e disse:

 –Os dois irão me pagar muito caro!