Faltando duas horas para o dia amanhecer,
Suelen estava com David, em um motel. Depois de transarem, Suelen se sentou na
cama, e olhou no fundo dos olhos do belo rapaz musculoso de cabelos castanhos e
olhos azuis, que se encontrava apenas de cueca. A “garota de programa” disse:
– No telefone não pude adiantar muito,
mas agora posso: quero que você enterre meu marido vivo, pra que ele sofra.
Você sabe fazer isso, afinal, você tem muito dinheiro. E é dono de uma empresa
da máfia.
– Suelen, meu anjo, pode pedir o que
quiser. Mas ainda quer essa vida de pobre? Sendo que você pode morar comigo
quando quiser.
– Por enquanto sim. Depois que me ver
livre da minha irmãzinha querida, eu sumo do mapa. Falando em Dafne, me lembrei
de minha mãe. Que assalto espetacular, hein!
– Meus homens são profissionais. Saiu
tudo direitinho. Duas mortas, e uma assustada: sua irmã. Não se sente mal por
ter mandado matar sua própria mãe?
– Nunca me senti tão bem na vida, sem
aquele saco de batatas pra atrapalhar. Você foi o anjo que surgiu em minha
vida. Nunca me esquecerei daquele dia, aqui nesse quarto, onde fizemos sexo
pela primeira vez, cerca de um ano atrás.
– Nem eu! – disse ele antes de voltar a
beijar a mulher e caírem na cama.
“Será que as luzes
se acenderam? Será que finalmente teremos a liberdade? Oh luzes, acendam-se!”
Valéria sentiu que a sorte brilhava naquele momento, em que Kételyn finalmente conseguiu abrir a porta, a qual estava pulando:
– Consegui gente! Consegui!
– Corram meninas! Eu preciso segurar
esse Mané bocó aqui – Aconselhou Valéria – Me esperem em algum lugar.
As
garotas decidiram ouvi-la, pois a mesma era PM, e sabia o que dizia.
Rapidamente todas elas saíram correndo
pelos corredores daquele local escuro. Durante o percurso, as cinco jovens
sentiam-se livres. Corriam felizes em direção à saída, de braços abertos.
Quando finalmente saíram pra fora, sentiram o brilho das lâmpadas naquela
madrugada e abriram os braços de felicidade, sorrindo para o céu.
– Temos que ir. Não é hora de
comemorações – Disse Ana Paula.
– Não – Gritou Andressa – E a Valéria?
– Oh! É mesmo – Lembrou-se a cantora –
De tão feliz, me esqueci disso.
E
falando em Valéria, a mesma estava correndo desesperadamente pelos corredores
daquele lugar, que para ela era como um labirinto escuro, aonde as luzes nunca
iriam se acender. Enquanto lá dentro do quarto o homem se levantava, Valéria se
aproximava da saída. A cada metro, maior velocidade. A cada curva, mais desespero.
A cada segundo, uma lágrima. A cada vez que se aproximava da saída, mais
liberdade. E foi então que finalmente, Valéria conseguiu sair e avistou as
meninas.
– Vamos gente. Não podemos ficar aqui.
As
cinco jovens saíram correndo por aquelas ruas bolivianas em plena madrugada.
Quem as via correndo, ficava surpreso. Elas estavam perdidas, desesperadas.
Valéria sentia-se presa, assim como Kételyn, Amanda, Andressa, Ana Paula e
Paloma.
Por fim, o jato de Carla pousou na Bolívia,
e os médicos pegaram um táxi para o local onde aconteceria a retirada dos
órgãos. Em sete minutos, eles chegaram. Estavam na cidade de “La Paz”. Enquanto
andavam pelos corredores, sentiam que algo aconteceu. Foi então que todos se
depararam com uma porta aberta, e um homem no chão.
Estela
correu até ele.
– Onde estão as garotas?
– Fugiram!
– Você deixou? – gritou Antônio.
– Aquela Valéria... Ela me machucou
muito. Levantei, mas caí de novo. Não aguento mais ficar em pé. E agora? E se
elas contarem pra polícia?
– Não acontecerá nada. Elas são ilegais
aqui, pois não estão com os documentos. Onde estão os outros homens?
– Em um apartamento.
– Chame-os. Precisamos capturar as
garotas de volta, e rápido. – Ordenou Estela.
O
homem, meio que machucado, começou a procurar um nome da lista telefônica, com
dificuldade. Os homens chegaram quinze minutos depois. Foi então que Estela
disse entregando a identidade com a foto de cada garota:
– Encontrem-nas o mais rápido possível.
Os
três homens ficaram olhando para a cara da médica, que continuou:
– O que estão esperando? Doces? Vamos
logo com isso.
Quando
ela falou isso, os homens já caminhavam apressadamente para o carro, o qual
rapidamente já se encontrava em alta velocidade pelas ruas da Bolívia.
Parados em frente aquele local, os
médicos se olhavam. Antônio perguntou para Estela, já que entre eles, era ela
quem mandava.
– O que vamos fazer agora?
– Voltar para o Brasil. Não podemos
perder tempo.
Ingrid
ficou brava com a resposta de Estela.
– Ficou louca? E se eles acharem as
garotas hoje mesmo?
Estela
olhou no relógio: eram cinco da madrugada.
– Não importa. Nem que elas fiquem
meses aqui, temos que voltar. Não é bom levantar suspeitas para a polícia. E
afinal, estamos proibidos de viajar para o exterior, lembram?
Então
eles chamaram dois táxis. Os três médicos e os cinco enfermeiros entraram neles,
e seguiram para a pista de aeroporto. Ao chegarem lá, o motorista do jato já
esperava. Todos entraram e em alguns minutos o jato se encontrava a mais de
setecentos metros de altura.
Finalmente o dia amanheceu na Bolívia. Às
oito da manhã, as seis garotas estavam sentadas num banco, perto da rua. Ana
Paula estava exausta. Já não aguentavam mais.
– O que vamos fazer? – Perguntou ela sem interesse
na resposta. – Esperar?
– Nós precisamos achar uma pessoa de
confiança. De preferência um brasileiro – Disse Valéria – E precisamos ligar
para o Brasil. Avisar que estamos na Bolívia.
– Eu não aguento mais – Disse Ana Paula se
levantando – Vocês ficam aí paradas e não fazem nada. Eu quero ir embora.
Escolham: irem embora ou ficarem sentadas.
Valéria levantou do banco, e olhou no fundo
dos olhos da cantora:
– Ana Paula, sua voz é linda e tal, mas
agora não é hora de discutir. Precisamos ficar unidas.A
cantora soltou uma gargalhada:
– Unidas e sentadas você quis dizer, né
meu bem?
Kételyn,
Amanda, Paloma e Andressa, escutaram um estalo. O barulho era a bofetada que
Valéria deu na cara de Ana Paula.
– Cale a boca. E pense bem antes de
falar. Você quer ir embora? Vá! Mas fique sabendo que não vai conseguir
sozinha.
– Ah é? Então eu vou! Tchau pra vocês.
Espero que vocês me vejam aqui nas televisões bolivianas fazendo meus shows.
Ana
Paula saiu emburrada, atravessando a rua.
– Volte aqui, sua louca! – Gritou
Kételyn.
– Deixa ela, Kételyn – Falou Valéria –
Se juntas não temos muita chance, imaginem ela sozinha. – Todas
as jovens concordaram com Valéria.
A união reinava entre as cinco jovens,
e a solidão vencia Ana Paula, enquanto ela corria pelas ruas. Em certo momento,
a cantora de sertanejo foi atravessar a faixa de pedestres. Um carro parou para
a jovem passar, mas o que ela não imaginava aconteceu. Dois homens saíram
correndo e agarraram-na, tampando sua boca e puseram-na dentro do carro.
Ana Paula abriu os olhos e percebeu que
estava dentro de um carro, segurada por dois homens, no banco de trás. O carro
seguia as ruas bolivianas aceleradamente.
– Me larguem –
Gritou ela com dificuldade, pois estava com um pano frouxo amarrado em sua
boca.
Um
homem pegou uma foto e depois olhou para a cantora.
– É ela mesma? – Perguntou outro
daqueles capangas.
– Sim, é ela. Tá na cara.
Então
ele colocou a foto no bolso, e agarrou o pescoço de Ana Paula, ameaçando-a:
– Escuta aqui, você vai mostrar onde tão
suas amiguinhas. Todas! Ou faz isso, ou morre. Entendeu bem?
Ana
Paula começou a chorar, sentindo-se arrependida e percebendo que caiu numa
enrascada tremenda. E agora?
COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO
DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO
POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO -
TV VIRTUAL