quarta-feira, 7 de maio de 2014

Que se Acendam as Luzes - Capítulo 14


   Faltando duas horas para o dia amanhecer, Suelen estava com David, em um motel. Depois de transarem, Suelen se sentou na cama, e olhou no fundo dos olhos do belo rapaz musculoso de cabelos castanhos e olhos azuis, que se encontrava apenas de cueca. A “garota de programa” disse:
         – No telefone não pude adiantar muito, mas agora posso: quero que você enterre meu marido vivo, pra que ele sofra. Você sabe fazer isso, afinal, você tem muito dinheiro. E é dono de uma empresa da máfia.
           – Suelen, meu anjo, pode pedir o que quiser. Mas ainda quer essa vida de pobre? Sendo que você pode morar comigo quando quiser.
           – Por enquanto sim. Depois que me ver livre da minha irmãzinha querida, eu sumo do mapa. Falando em Dafne, me lembrei de minha mãe. Que assalto espetacular, hein!
          – Meus homens são profissionais. Saiu tudo direitinho. Duas mortas, e uma assustada: sua irmã. Não se sente mal por ter mandado matar sua própria mãe?
           – Nunca me senti tão bem na vida, sem aquele saco de batatas pra atrapalhar. Você foi o anjo que surgiu em minha vida. Nunca me esquecerei daquele dia, aqui nesse quarto, onde fizemos sexo pela primeira vez, cerca de um ano atrás.
          – Nem eu! – disse ele antes de voltar a beijar a mulher e caírem na cama.

“Será que as luzes se acenderam? Será que finalmente teremos a liberdade? Oh luzes, acendam-se!”



        
Valéria sentiu que a sorte brilhava naquele momento, em que Kételyn finalmente conseguiu abrir a porta, a qual estava pulando:

         – Consegui gente! Consegui!


          – Corram meninas! Eu preciso segurar esse Mané bocó aqui – Aconselhou Valéria – Me esperem em algum lugar.
As garotas decidiram ouvi-la, pois a mesma era PM, e sabia o que dizia.
        Rapidamente todas elas saíram correndo pelos corredores daquele local escuro. Durante o percurso, as cinco jovens sentiam-se livres. Corriam felizes em direção à saída, de braços abertos. Quando finalmente saíram pra fora, sentiram o brilho das lâmpadas naquela madrugada e abriram os braços de felicidade, sorrindo para o céu.
     – Temos que ir. Não é hora de comemorações – Disse Ana Paula.
        – Não – Gritou Andressa – E a Valéria?
         – Oh! É mesmo – Lembrou-se a cantora – De tão feliz, me esqueci disso.
E falando em Valéria, a mesma estava correndo desesperadamente pelos corredores daquele lugar, que para ela era como um labirinto escuro, aonde as luzes nunca iriam se acender. Enquanto lá dentro do quarto o homem se levantava, Valéria se aproximava da saída. A cada metro, maior velocidade. A cada curva, mais desespero. A cada segundo, uma lágrima. A cada vez que se aproximava da saída, mais liberdade. E foi então que finalmente, Valéria conseguiu sair e avistou as meninas.
         – Vamos gente. Não podemos ficar aqui.
As cinco jovens saíram correndo por aquelas ruas bolivianas em plena madrugada. Quem as via correndo, ficava surpreso. Elas estavam perdidas, desesperadas. Valéria sentia-se presa, assim como Kételyn, Amanda, Andressa, Ana Paula e Paloma.




         Por fim, o jato de Carla pousou na Bolívia, e os médicos pegaram um táxi para o local onde aconteceria a retirada dos órgãos. Em sete minutos, eles chegaram. Estavam na cidade de “La Paz”. Enquanto andavam pelos corredores, sentiam que algo aconteceu. Foi então que todos se depararam com uma porta aberta, e um homem no chão.
Estela correu até ele.
         – Onde estão as garotas?
         – Fugiram!
         – Você deixou? – gritou Antônio.
         – Aquela Valéria... Ela me machucou muito. Levantei, mas caí de novo. Não aguento mais ficar em pé. E agora? E se elas contarem pra polícia?
         – Não acontecerá nada. Elas são ilegais aqui, pois não estão com os documentos. Onde estão os outros homens?
         – Em um apartamento.
         – Chame-os. Precisamos capturar as garotas de volta, e rápido. – Ordenou Estela.
O homem, meio que machucado, começou a procurar um nome da lista telefônica, com dificuldade. Os homens chegaram quinze minutos depois. Foi então que Estela disse entregando a identidade com a foto de cada garota:
         – Encontrem-nas o mais rápido possível.
Os três homens ficaram olhando para a cara da médica, que continuou:
         – O que estão esperando? Doces? Vamos logo com isso.
Quando ela falou isso, os homens já caminhavam apressadamente para o carro, o qual rapidamente já se encontrava em alta velocidade pelas ruas da Bolívia.
        
         Parados em frente aquele local, os médicos se olhavam. Antônio perguntou para Estela, já que entre eles, era ela quem mandava.
         – O que vamos fazer agora?
         – Voltar para o Brasil. Não podemos perder tempo.
Ingrid ficou brava com a resposta de Estela.
         – Ficou louca? E se eles acharem as garotas hoje mesmo?
Estela olhou no relógio: eram cinco da madrugada.
         – Não importa. Nem que elas fiquem meses aqui, temos que voltar. Não é bom levantar suspeitas para a polícia. E afinal, estamos proibidos de viajar para o exterior, lembram?
Então eles chamaram dois táxis. Os três médicos e os cinco enfermeiros entraram neles, e seguiram para a pista de aeroporto. Ao chegarem lá, o motorista do jato já esperava. Todos entraram e em alguns minutos o jato se encontrava a mais de setecentos metros de altura.

  
     Finalmente o dia amanheceu na Bolívia. Às oito da manhã, as seis garotas estavam sentadas num banco, perto da rua. Ana Paula estava exausta. Já não aguentavam mais.
    – O que vamos fazer? – Perguntou ela sem interesse na resposta. – Esperar?
    – Nós precisamos achar uma pessoa de confiança. De preferência um brasileiro – Disse Valéria – E precisamos ligar para o Brasil. Avisar que estamos na Bolívia.
    – Eu não aguento mais – Disse Ana Paula se levantando – Vocês ficam aí paradas e não fazem nada. Eu quero ir embora. Escolham: irem embora ou ficarem sentadas.
   Valéria levantou do banco, e olhou no fundo dos olhos da cantora:
   – Ana Paula, sua voz é linda e tal, mas agora não é hora de discutir. Precisamos ficar unidas.A cantora soltou uma gargalhada:
       – Unidas e sentadas você quis dizer, né meu bem?
Kételyn, Amanda, Paloma e Andressa, escutaram um estalo. O barulho era a bofetada que Valéria deu na cara de Ana Paula.
     – Cale a boca. E pense bem antes de falar. Você quer ir embora? Vá! Mas fique sabendo que não vai conseguir sozinha.
       – Ah é? Então eu vou! Tchau pra vocês. Espero que vocês me vejam aqui nas televisões bolivianas fazendo meus shows.
Ana Paula saiu emburrada, atravessando a rua.
     – Volte aqui, sua louca! – Gritou Kételyn.
        – Deixa ela, Kételyn – Falou Valéria – Se juntas não temos muita chance, imaginem ela sozinha. – Todas as jovens concordaram com Valéria.

        A união reinava entre as cinco jovens, e a solidão vencia Ana Paula, enquanto ela corria pelas ruas. Em certo momento, a cantora de sertanejo foi atravessar a faixa de pedestres. Um carro parou para a jovem passar, mas o que ela não imaginava aconteceu. Dois homens saíram correndo e agarraram-na, tampando sua boca e puseram-na dentro do carro.

        Ana Paula abriu os olhos e percebeu que estava dentro de um carro, segurada por dois homens, no banco de trás. O carro seguia as ruas bolivianas aceleradamente.
     – Me larguem – Gritou ela com dificuldade, pois estava com um pano frouxo amarrado em sua boca.
Um homem pegou uma foto e depois olhou para a cantora.
      – É ela mesma? – Perguntou outro daqueles capangas.
         – Sim, é ela. Tá na cara.
Então ele colocou a foto no bolso, e agarrou o pescoço de Ana Paula, ameaçando-a:
         – Escuta aqui, você vai mostrar onde tão suas amiguinhas. Todas! Ou faz isso, ou morre. Entendeu bem?
Ana Paula começou a chorar, sentindo-se arrependida e percebendo que caiu numa enrascada tremenda. E agora? 


COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO 
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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