quarta-feira, 7 de maio de 2014

Capítulo 8- Império Feminino


Capítulo 8: Marcas de um acidente fatal

Nos capítulos anteriores...

Apresentações, formalidades e cantadas transformaram a noite de Helena em tediosa. Ela não só queria sair correndo daquele lugar, mas também daquele mundo que a cada dia sugava mais ainda suas verdadeiras emoções.

–Traga-me uma champanhe e sedativos Dupré, quero terminar o que comecei há anos. –Ordenou, Helena. –Cansei de causar nos outros, um certo medo.

Os jornais já noticiavam a grande tragédia do ano, uma explosão destruíra o evento em homenagem a Helena Gouveia, que estava bem embaixo da bomba quando o desastre aconteceu. Os bombeiros não encontraram o corpo da empresária, que talvez possa ter virado cinzas.

–Você vai se envolver com os Gouveia depois da morte da sua avó, querida? –Indagou Joaquim, acariciando o rosto de Rachel.
 –Querido não faça perguntas, faça sexo comigo. Me tome em seus braços e me possua, eu realmente preciso relaxar.

Bella tirou o edredom de seu corpo, revelando suas belas curvas ao amado. A jovem levantou da cama e se dirigiu a ele, beijou seus lábios, acariciou seu pescoço com a língua, desabotoou sua camisa encostando os joelhos no meio das pernas do amado, sentindo ele entrar em ereção.

 –Pare, por favor. –Implorou Wagner, se sentindo desconfortável com toda aquela situação.

Ela era mais do que uma mulher de fibra, ela era mais do que uma mulher polêmica, ela era apenas Helena, uma pequena garota escondida por detrás de um escudo construído durante anos para atrair curiosos de todas as dimensões para admirá-la.” [...]
 
Cinco de Agosto de 2000

Os gemidos durante a madrugada daquele sábado dentro da suíte de Helena eram literalmente gostosos. Por cima da empresária, com um sorriso aparentemente prazeroso, Jardel fazia de Helena a sua amante como em todas as noites anteriores, há quase três anos. As mãos do belo homem não saiam de cima dos seios fartos e durinhos dela. A transa já durava mais ou menos uma hora, Helena já havia tido múltiplos orgasmos seguidos, enquanto seu parceiro se saciava com a penetração e a feição de satisfação nos olhos dela. Depois de alguns movimentos fortes e rápidos, Helena pode sentir Jardel dentro dela. O rugido que ele soltara naquele instante havia sido incrivelmente alto.

  –Graças a Deus essas paredes são a prova de som. –Disse Helena, beijando a virilha do amante.
  –Foi bom pra você? –Indagou Jardel, ainda com a sensação de prazer entre as pernas.
 –Você melhora a cada dia, parece até que anda praticando sexo com a Berenice.
 –Impossível, a sua amiga não se interessa mais por sexo.
 –Talvez tenha sido pela depressão por não ter filhos...
 –Pode ser. –Jardel deitou Helena de bruços ao seu lado, e beijando as costas dela, ele disse: –Não sei o que faria sem você.
 –Arranjaria outra para satisfazer seus desejos.
 –Não existe mulher tão sensacional quanto você Helena. Você é uma loba na cama, mesmo com seus cinquenta e cinco anos.
 –Sabe que eu não gosto que falem minha idade.

Rapidamente, Helena levantou da cama e vestiu sua camisola de seda europeia, se dirigiu ao banheiro e visualizou seu reflexo no espelho, só para se certificar de que ela ainda era bonita. O que ela viu foi uma mulher aparentando ter trinta e cinco anos, um rosto muito bem cuidado e sem rugas, que foram extintas pelas plásticas e maquiagens que a mesma faz questão de usar até durante a hora de dormir. Helena retirou a camisola e ficou nua... Seu corpo malhado, era de dar inveja em qualquer garotinha. Seios fartos e durinhos, uma barriga incrivelmente lisa, pernas grossas e panturrilhas finas e um traseiro muito bonito. Jardel levantou da cama e seguiu a amada até o banheiro, ele agarrou Helena por trás, que sentiu a ereção do homem.

 –Já se recuperou querido? –Indagou Helena, sentindo dor e prazer ao ser penetrada por trás. –Você é tão ativo...
 –Não diga nada meu amor, apenas sinta.

Após transar três vezes com Helena, Jardel saiu de madrugada da suíte da amante e voltou para seu quarto. O dia amanheceu com um lindo céu azul totalmente limpo, sem nuvens. Hoje a Rainha das lingeries compareceria há um evento beneficente referente ao câncer de mama, acompanhada de Dupré é claro. Na mesa do café da manhã, seu filho, sua nora e seus amigos lhe fizeram companhia.

 –Acordou mais bela que o normal mamãe. –Disse André, seu primogênito. –Nem parece que fará aniversário em dezembro.
 –Obrigada querido, faço o que posso. –Respondeu Helena, sorrindo. –Você dormiu bem Berenice?
 –Melhor impossível. –Respondeu Berenice, a melhor amiga de Helena.
 –Mamãe, eu queria te pedir um favor.
 –Diga André.
 –A Adriana e a Andréa chamou eu e a Lara para passarmos uma semana em Nova York com elas, gostaria de saber se a senhora poderia olhar a Esther. Se não puder, eu entendo.
 –Claro que eu posso a sua filha é um doce ao contrário das suas irmãs.
 –Está na hora da senhora e as meninas fazerem as pazes, já faz quase um ano que vocês não se falam.
 –Depois que a Adriana e a Andréa disseram em T.V nacional que eu sou uma fútil petulante que só pensa em dinheiro, elas perderam o meu amor, só tenho pena das minhas netas.
 –São suas filhas mãe...
 –Eram minhas filhas... –Ao levar um gole de café a garganta, Helena notou a ausência de Dupré. –Aonde está o meu mordomo?
 –Parece que ele teve um encontro ontem à noite minha querida. –Respondeu Berenice.
 –Sem ele eu não consigo me vestir...
 –Não se preocupe, eu a ajudarei.

Berenice e Helena subiram para a suíte presidencial dos Gouveia. Blush, colares de pérola, anéis de ouro, batons vermelho e vestidos elegantíssimos “viviam” dentro do closet da empresária. Ela e a amiga só não sabiam qual era o certo a usar naquela ocasião tão importante.

 –Não adianta Berenice, eu preciso do Dupré de qualquer jeito! –Exclamou Helena, nervosa. –Como eu me vestirei sem ele?
 –Não se preocupe minha amiga, logo ele chega... –Respondeu Berenice.
 –Você tem razão.
 –Helena eu sei que você está preocupada com o evento beneficente e com qual roupa ir, mas eu queria muito a sua ajuda em uma coisa.
 –Em que? Diga que eu a ajudarei, sabe que eu sempre faço tudo o que estiver ao meu alcance para ajuda-la.
 –É o Jardel, ele anda tão distante de mim, acho que ele pode estar me traindo.
 –Isso é uma acusação muito séria... Tem certeza?
 –Sei que posso estar errada, ah como eu queria estar...
 –Como eu poderei te ajudar com isso?
 –Você e meu marido trabalham juntos, nunca notou se ele olhou para uma mulher atraente, nova e bonita?
 –Isso todos os homens fazem, olhar não tira pedaço.
 –Não está ajudando...
 –O que eu quero dizer é, seu marido é o mais fiel que eu já conheci, ah não ser que...
 –Ah não ser que o que?
 –Esses dias eu vi o Jardel escondendo um exames urológicos em seu escritório.
 –Você acha que isso pode ser a causa por ele me negar sexo?
 –Não tenho dúvidas... Homem é um bicho com um ego muito elevado, e problemas de ereção devem estar deixando ele com medo de se relacionar.
 –Como eu fui burra em pensar que ele poderia estar me traindo, não sei o que faria sem você Helena.
 –Não diga bobagens minha querida, faço o que posso para ver seu casamento bem.
 –Atrapalho? –Indagou Dupré, entrando na suíte.
 –De jeito nenhum, ajude a Helena a se vestir, eu vou ficar um pouco com aquela fofa da Esther. –Respondeu Berenice.

Após a saída da “amiga” de sua suíte, Helena se jogou de costas sobre sua cama e respirou aliviada por contornar a situação. As lembranças da noite anterior e da pegada de Jardel, fizeram-na tremer involuntariamente. Helena estava tão feliz quanto uma adolescente que acabara de fazer sexo pela primeira vez, mas também estava com medo de ser descoberta e mais um escândalo envolver seu nome.

 –Pelo visto a noite da senhora foi ótima. –Disse Dupré, sorrindo.
 –E como foi... Mas nem tudo está há mil maravilhas. –Falou Helena, com a voz tensa.
 –Por quê?
 –A Berenice desconfia que o Jardel a trai, e ele veio dividir isso comigo...
 –Mal sabe a coitada que a melhor amiga dela é a vadia que passa as noites com o Jardel.
 –Sabia que eu poderia te demitir pela ousadia? Só não faço por que você é mais do que um simples mordomo e por que eu amo ser a vadia do marido da minha melhor amiga.
 –E se ela descobrir?
 –Não vai... Eu calei a boca da Berenice dizendo que o Jardel estava com disfunção erétil. Parece que ela caiu direitinho.
 –Também pudera, todo homem fica brocha aos cinquenta.
 –Mas com ele é diferente, além de estar bem ativo, ele tem um corpo malhado e muito gostoso.
 –Ainda quer que eu a ajude a se vestir?
 –Claro.

Como uma deusa, Helena desceu as escadas do palacete vestindo um legítimo Armani vermelho, carregando nos ombros uma bolsa tiracolo preta da marca Prada, calçando um salto agulha da mesma marca e cor para combinar, e se cobriu com pérolas no pescoço e nas orelhas. Os olhares estavam destinados apenas a ela, à mulher do século.

 –Como estou André? –Indagou Helena, com seus típico sorriso adocicado na boca.
 –Divina mamãe. –Respondeu o filho preferido da empresária.