Capítulo 8: Marcas de um acidente fatal
Nos capítulos anteriores...
Apresentações, formalidades
e cantadas transformaram a noite de Helena em tediosa. Ela não só queria sair
correndo daquele lugar, mas também daquele mundo que a cada dia sugava mais
ainda suas verdadeiras emoções.
–Traga-me uma
champanhe e sedativos Dupré, quero terminar o que comecei há anos. –Ordenou,
Helena. –Cansei de causar nos outros, um certo medo.
Os jornais já
noticiavam a grande tragédia do ano, uma explosão destruíra o evento em
homenagem a Helena Gouveia, que estava bem embaixo da bomba quando o desastre
aconteceu. Os bombeiros não encontraram o corpo da empresária, que talvez possa
ter virado cinzas.
–Você vai se envolver
com os Gouveia depois da morte da sua avó, querida? –Indagou Joaquim,
acariciando o rosto de Rachel.
–Querido não faça perguntas, faça sexo comigo.
Me tome em seus braços e me possua, eu realmente preciso relaxar.
Bella tirou o edredom
de seu corpo, revelando suas belas curvas ao amado. A jovem levantou da cama e
se dirigiu a ele, beijou seus lábios, acariciou seu pescoço com a língua, desabotoou
sua camisa encostando os joelhos no meio das pernas do amado, sentindo ele
entrar em ereção.
–Pare, por favor. –Implorou Wagner, se
sentindo desconfortável com toda aquela situação.
“Ela era mais do que uma mulher de fibra, ela era mais do que uma mulher
polêmica, ela era apenas Helena, uma pequena garota escondida por detrás de um
escudo construído durante anos para atrair curiosos de todas as dimensões para
admirá-la.” [...]
Cinco de Agosto de 2000
Os gemidos durante a
madrugada daquele sábado dentro da suíte de Helena eram literalmente gostosos.
Por cima da empresária, com um sorriso aparentemente prazeroso, Jardel fazia de
Helena a sua amante como em todas as noites anteriores, há quase três anos. As
mãos do belo homem não saiam de cima dos seios fartos e durinhos dela. A transa
já durava mais ou menos uma hora, Helena já havia tido múltiplos orgasmos
seguidos, enquanto seu parceiro se saciava com a penetração e a feição de
satisfação nos olhos dela. Depois de alguns movimentos fortes e rápidos, Helena
pode sentir Jardel dentro dela. O rugido que ele soltara naquele instante havia
sido incrivelmente alto.
–Graças a Deus essas paredes são a prova de
som. –Disse Helena, beijando a virilha do amante.
–Foi bom pra você? –Indagou Jardel, ainda com
a sensação de prazer entre as pernas.
–Você melhora a cada dia, parece até que anda
praticando sexo com a Berenice.
–Impossível, a sua amiga não se interessa mais
por sexo.
–Talvez tenha sido pela depressão por não ter
filhos...
–Pode ser. –Jardel deitou Helena de bruços ao
seu lado, e beijando as costas dela, ele disse: –Não sei o que faria sem você.
–Arranjaria outra para satisfazer seus
desejos.
–Não existe mulher tão sensacional quanto você
Helena. Você é uma loba na cama, mesmo com seus cinquenta e cinco anos.
–Sabe que eu não gosto que falem minha idade.
Rapidamente, Helena
levantou da cama e vestiu sua camisola de seda europeia, se dirigiu ao banheiro
e visualizou seu reflexo no espelho, só para se certificar de que ela ainda era
bonita. O que ela viu foi uma mulher aparentando ter trinta e cinco anos, um
rosto muito bem cuidado e sem rugas, que foram extintas pelas plásticas e
maquiagens que a mesma faz questão de usar até durante a hora de dormir. Helena
retirou a camisola e ficou nua... Seu corpo malhado, era de dar inveja em
qualquer garotinha. Seios fartos e durinhos, uma barriga incrivelmente lisa,
pernas grossas e panturrilhas finas e um traseiro muito bonito. Jardel levantou
da cama e seguiu a amada até o banheiro, ele agarrou Helena por trás, que
sentiu a ereção do homem.
–Já se recuperou querido? –Indagou Helena,
sentindo dor e prazer ao ser penetrada por trás. –Você é tão ativo...
–Não diga nada meu amor, apenas sinta.
Após transar três
vezes com Helena, Jardel saiu de madrugada da suíte da amante e voltou para seu
quarto. O dia amanheceu com um lindo céu azul totalmente limpo, sem nuvens.
Hoje a Rainha das lingeries compareceria há um evento beneficente referente ao
câncer de mama, acompanhada de Dupré é claro. Na mesa do café da manhã, seu
filho, sua nora e seus amigos lhe fizeram companhia.
–Acordou mais bela que o normal mamãe. –Disse
André, seu primogênito. –Nem parece que fará aniversário em dezembro.
–Obrigada querido, faço o que posso.
–Respondeu Helena, sorrindo. –Você dormiu bem Berenice?
–Melhor impossível. –Respondeu Berenice, a
melhor amiga de Helena.
–Mamãe, eu queria te pedir um favor.
–Diga André.
–A Adriana e a Andréa chamou eu e a Lara para
passarmos uma semana em Nova York com elas, gostaria de saber se a senhora
poderia olhar a Esther. Se não puder, eu entendo.
–Claro que eu posso a sua filha é um doce ao
contrário das suas irmãs.
–Está na hora da senhora e as meninas fazerem
as pazes, já faz quase um ano que vocês não se falam.
–Depois que a Adriana e a Andréa disseram em
T.V nacional que eu sou uma fútil petulante que só pensa em dinheiro, elas
perderam o meu amor, só tenho pena das minhas netas.
–São suas filhas mãe...
–Eram minhas filhas... –Ao levar um gole de
café a garganta, Helena notou a ausência de Dupré. –Aonde está o meu mordomo?
–Parece que ele teve um encontro ontem à noite
minha querida. –Respondeu Berenice.
–Sem ele eu não consigo me vestir...
–Não se preocupe, eu a ajudarei.
Berenice e Helena
subiram para a suíte presidencial dos Gouveia. Blush, colares de pérola, anéis
de ouro, batons vermelho e vestidos elegantíssimos “viviam” dentro do closet da
empresária. Ela e a amiga só não sabiam qual era o certo a usar naquela ocasião
tão importante.
–Não adianta Berenice, eu preciso do Dupré de
qualquer jeito! –Exclamou Helena, nervosa. –Como eu me vestirei sem ele?
–Não se preocupe minha amiga, logo ele
chega... –Respondeu Berenice.
–Você tem razão.
–Helena eu sei que você está preocupada com o
evento beneficente e com qual roupa ir, mas eu queria muito a sua ajuda em uma
coisa.
–Em que? Diga que eu a ajudarei, sabe que eu
sempre faço tudo o que estiver ao meu alcance para ajuda-la.
–É o Jardel, ele anda tão distante de mim,
acho que ele pode estar me traindo.
–Isso é uma acusação muito séria... Tem
certeza?
–Sei que posso estar errada, ah como eu queria
estar...
–Como eu poderei te ajudar com isso?
–Você e meu marido trabalham juntos, nunca
notou se ele olhou para uma mulher atraente, nova e bonita?
–Isso todos os homens fazem, olhar não tira
pedaço.
–Não está ajudando...
–O que eu quero dizer é, seu marido é o mais
fiel que eu já conheci, ah não ser que...
–Ah não ser que o que?
–Esses dias eu vi o Jardel escondendo um
exames urológicos em seu escritório.
–Você acha que isso pode ser a causa por ele
me negar sexo?
–Não tenho dúvidas... Homem é um bicho com um
ego muito elevado, e problemas de ereção devem estar deixando ele com medo de
se relacionar.
–Como eu fui burra em pensar que ele poderia
estar me traindo, não sei o que faria sem você Helena.
–Não diga bobagens minha querida, faço o que
posso para ver seu casamento bem.
–Atrapalho? –Indagou Dupré, entrando na suíte.
–De jeito nenhum, ajude a Helena a se vestir,
eu vou ficar um pouco com aquela fofa da Esther. –Respondeu Berenice.
Após a saída da
“amiga” de sua suíte, Helena se jogou de costas sobre sua cama e respirou
aliviada por contornar a situação. As lembranças da noite anterior e da pegada
de Jardel, fizeram-na tremer involuntariamente. Helena estava tão feliz quanto
uma adolescente que acabara de fazer sexo pela primeira vez, mas também estava
com medo de ser descoberta e mais um escândalo envolver seu nome.
–Pelo visto a noite da senhora foi ótima.
–Disse Dupré, sorrindo.
–E como foi... Mas nem tudo está há mil
maravilhas. –Falou Helena, com a voz tensa.
–Por quê?
–A Berenice desconfia que o Jardel a trai, e
ele veio dividir isso comigo...
–Mal sabe a coitada que a melhor amiga dela é
a vadia que passa as noites com o Jardel.
–Sabia que eu poderia te demitir pela ousadia?
Só não faço por que você é mais do que um simples mordomo e por que eu amo ser
a vadia do marido da minha melhor amiga.
–E se ela descobrir?
–Não vai... Eu calei a boca da Berenice
dizendo que o Jardel estava com disfunção erétil. Parece que ela caiu
direitinho.
–Também pudera, todo homem fica brocha aos
cinquenta.
–Mas com ele é diferente, além de estar bem
ativo, ele tem um corpo malhado e muito gostoso.
–Ainda quer que eu a ajude a se vestir?
–Claro.
Como uma deusa,
Helena desceu as escadas do palacete vestindo um legítimo Armani vermelho,
carregando nos ombros uma bolsa tiracolo preta da marca Prada, calçando um
salto agulha da mesma marca e cor para combinar, e se cobriu com pérolas no
pescoço e nas orelhas. Os olhares estavam destinados apenas a ela, à mulher do
século.
–Como estou André? –Indagou Helena, com seus
típico sorriso adocicado na boca.
–Divina mamãe. –Respondeu o filho
preferido da empresária.