segunda-feira, 5 de maio de 2014

Que se Acendam as Luzes - Capítulo 13


        Às quatro da madrugada, todos os médicos do esquema do tráfico de órgãos, estavam no jato de Carla, prontos para irem à Bolívia. Ingrid, Estela, Antônio, e outros enfermeiros, todos já estavam lá dentro. Então o piloto aqueceu os motores e o jato por fim começou a voar em alguns minutos.



“Acordei e levei um susto. Onde estou? O que faço aqui? Será que agora é o meu fim?”

Ao som de “She Wolf – David Guetta (com Sia)”

         Assim como as outras cinco jovens, Valéria abriu os olhos e levou um susto. Sentia-se em uma plena escuridão, além do local estar realmente escuro. Levantou-se do chão, onde estava deitada e conseguiu enxergar as outras garotas. Algumas ainda permaneciam ao chão, dopadas, outras em pé, cambaleando e com um pouco de tontura.
         – Onde estamos? – Perguntou Ana Paula.
         – Não sei, só sei que nada deu certo – Disse Valéria, que caiu no chão, chorando.
Paloma e Ana Paula, as únicas que já tinham acordado, correram até a PM, e no meio daquele escuro “meio claro”, elas tentaram confortar Valéria.
         – Valéria, você nem sabe se estamos em outro lugar, pode ser que eles mudaram a gente de sala, sei lá. – Falou Ana Paula.
         – Tá na cara que a gente saiu daquele lugar, Ana Paula. Eu perdi! Fiquei esses anos todos com esse plano, pra acabar com essa quadrilha, mas não adiantou. Não deu certo. Eu quero morrer!
         – Não! – Gritou Paloma – A gente vai dar um jeito de sair daqui, tente se acalmar.
Valéria bem que queria acreditar em Paloma, mas não conseguia.


         – Temos que sair daqui – Disse a baladeira – De uma forma ou de outra. Ou morreremos. Afinal, onde estamos?
         – Na Bolívia – Disse uma voz masculina. – Vocês estão na Bolívia, e não conseguirão escapar. Os médicos já estão chegando. Não há saída.
Foi aí que as outras três jovens: Kételyn, Andressa e Amanda, acordaram. Elas levantaram e perceberam que o clima não estava bom.
Valéria se aproximou do homem, e encarando-o, falou:
         – Tire-nos daqui, ou você me paga.
Amanda correu até a porta, estava trancada. Então a moça percebeu que as chaves estavam com o homem.
         Valéria o encarou de novo, dessa vez, com um olhar praticamente “do mau”, e gritou antes de meter um soco na boca do estômago do homem:
         – Barrigudo!
O homem se contorceu do dor, gritando e levando a mão ao peito. Valéria chutou a canela dele, que caiu. Depois de levar outro chute, e na outra canela, ele gritou:
         – Pare! Pare! Sua louca.
Valéria arrancou do bolso dele um molho de chaves e entregou à Kételyn:
         – Tente abrir, é a única solução! Depressa!
Enquanto a jovem tentava abrir a porta apressadamente, usando chave por chave, Valéria continuava soqueando a cara do tal segurança. Ele já estava sangrando. A PM queria continuar, mas sabia que o mataria se fizesse isso, de tanta raiva e ódio.

        
Ao som de “La Plata – Jota Quest”...
A madrugada parecia tranquila na casa de Sebástian. Dafne e Jorge, cada um em seu quarto, dormiam tranquilamente. Mas não imaginavam, que na verdade, estava acontecendo uma briga terrível entre Suelen e Sebástian, no quarto do casal.
         – Eu juro, não tem vingança nenhuma. Você que é um idiota! – Explicava Suelen.
         – Olha como fala comigo, sua perua! – Era a voz nervosa do homem, apontando o dedo para Suelen.
         – Olha como fala comigo você! E preste mais atenção no que fala. Eu já cansei Sebástian. Cansei! Já chega! Vamos dormir.
Ele arremessou com toda força uma bofetada na cara da mulher, que caiu na cama, chorando.
         – Pensou que ia me enganar, não é? Com esse plano de vingança!
         – Você... Você ficou maluco? – perguntou ela enquanto passava a mão pelo rosto, para ver se sangrou.
         – Vagabunda. Isso sim é o que você é.  Não precisa continuar mentindo. E você não vai conseguir nada com esse negócio de vingança. Você perdeu.
         – Como você descobriu? – Perguntou ela de pé.
         – Escutei você e sua irmã brigando dentro do quarto ontem à noite. Escutei “tudinho”.
E foi aí que Suelen se lembrou do que Sebástian falou, relembrando atentamente a conversa que teve com Dafne.
         As duas estavam no quarto de hóspedes, às onze da noite, onde Dafne deveria dormir. Pois naquele dia, aconteceu o enterro de Márcia, e Dafne estava triste. Foi então que Suelen entrou no quarto, e começou a falar com a irmã, que tirava devagarzinho as roupas da mala.
         – Pare de chorar. Ela não vai voltar. Esquece.
         – Esquecer? E da minha mãe? Tá maluca Suelen? Como você é sínica.
         – Em vês de começar a dar o golpe no bonitão do Jorge fica aí, choramingando. Que cafona. Se fosse eu, não perderia tempo.
         – Sabe o que você parece Dafne? Uma prostituta golpista!
Dafne levou uma bofetada da irmã e gritou. Sebástian, em seu quarto, acordou, e se dirigiu para o local de onde vinha o barulho. Ao saber onde era, colocou o ouvido na porta do quarto de hóspedes, e ouviu com atenção a conversa:
         – Filha duma mãe! – Gritou Dafne – Você me paga. Eu vou contar tudo pro Sebástian.
Suelen agarrou o braço da irmã.
         – Você não vai contar nada! Se o Sebástian descobrir, eu juro que eu te mato, sua vigarista.
         – Vigarista? Eu? Ah, se olha no espelho querida. Você que é vigarista. Você que tem essas ideias idiotas, que não são de Deus, como: se vingar do Sebástian por ele ter mandado demolir o cortiço e me mandar dar em cima do Jorge. Ah, poupe-me querida!
Sebástian não ficou surpreso ao ouvir aquilo, mas ficou totalmente certo de que Suelen era sim uma golpista.

Ao voltar em si, Suelen já se encontrava chorando. E foi aí que Sebástian disse:
         – Vá dormir no sofá. Lugar de cachorra não é na cama. E lugar de perdedora não é no quarto. Amanhã, Suelen, você vai pagar por cada centavo pelo que fez. Começando por essa gosma aí dentro da sua barriga. Você vai dar o fim nisso.
         – Você quer acabar com nosso filho? Seu monstro.
         – Ah, que nada! Monstro é você. Acho que você escutou muito bem o que eu disse: vá para o sofá!


         Ao descer a escada, Suelen deu um sorriso, e pegou seu celular. Encontrou um nome na agenda telefônica, que era “David”. Então ela pôs pra chamar. Em alguns segundos, ele estava na linha.
         – Demorou patroa.
         – Demorei, mas liguei. Tá na hora David. Tá na hora de agir. Tenho um serviço. Encontre-me agora, e naquele lugar. E posso adiantar o assunto. Já ouviu aquelas histórias onde... Pessoas foram enterradas vivas?
         – Sim – respondeu ele.
         – Pois é, quero que essa história vire realidade – E antes de desligar a chamada, ela completou – E quero que meu marido seja o defunto. Ele ainda não me conhece, mas a partir de agora, passará a me conhecer.



 COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO 
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL

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