Às
quatro da madrugada, todos os médicos do esquema do tráfico de órgãos, estavam
no jato de Carla, prontos para irem à Bolívia. Ingrid, Estela, Antônio, e
outros enfermeiros, todos já estavam lá dentro. Então o piloto aqueceu os
motores e o jato por fim começou a voar em alguns minutos.
“Acordei e levei um
susto. Onde estou? O que faço aqui? Será que agora é o meu fim?”
Ao som de “She Wolf
– David Guetta (com Sia)”
Assim como as outras cinco jovens,
Valéria abriu os olhos e levou um susto. Sentia-se em uma plena escuridão, além
do local estar realmente escuro. Levantou-se do chão, onde estava deitada e
conseguiu enxergar as outras garotas. Algumas ainda permaneciam ao chão,
dopadas, outras em pé, cambaleando e com um pouco de tontura.
– Onde estamos? – Perguntou Ana Paula.
– Não sei, só sei que nada deu certo –
Disse Valéria, que caiu no chão, chorando.
Paloma
e Ana Paula, as únicas que já tinham acordado, correram até a PM, e no meio
daquele escuro “meio claro”, elas tentaram confortar Valéria.
– Valéria, você nem sabe se estamos em
outro lugar, pode ser que eles mudaram a gente de sala, sei lá. – Falou Ana
Paula.
– Tá na cara que a gente saiu daquele
lugar, Ana Paula. Eu perdi! Fiquei esses anos todos com esse plano, pra acabar
com essa quadrilha, mas não adiantou. Não deu certo. Eu quero morrer!
– Não! – Gritou Paloma – A gente vai
dar um jeito de sair daqui, tente se acalmar.
Valéria
bem que queria acreditar em Paloma, mas não conseguia.
– Temos que sair daqui – Disse a
baladeira – De uma forma ou de outra. Ou morreremos. Afinal, onde estamos?
– Na Bolívia – Disse uma voz masculina.
– Vocês estão na Bolívia, e não conseguirão escapar. Os médicos já estão
chegando. Não há saída.
Foi
aí que as outras três jovens: Kételyn, Andressa e Amanda, acordaram. Elas
levantaram e perceberam que o clima não estava bom.
Valéria
se aproximou do homem, e encarando-o, falou:
– Tire-nos daqui, ou você me paga.
Amanda
correu até a porta, estava trancada. Então a moça percebeu que as chaves
estavam com o homem.
Valéria o encarou de novo, dessa vez,
com um olhar praticamente “do mau”, e gritou antes de meter um soco na boca do
estômago do homem:
– Barrigudo!
O
homem se contorceu do dor, gritando e levando a mão ao peito. Valéria chutou a
canela dele, que caiu. Depois de levar outro chute, e na outra canela, ele
gritou:
– Pare! Pare! Sua louca.
Valéria
arrancou do bolso dele um molho de chaves e entregou à Kételyn:
– Tente abrir, é a única solução!
Depressa!
Enquanto
a jovem tentava abrir a porta apressadamente, usando chave por chave, Valéria
continuava soqueando a cara do tal segurança. Ele já estava sangrando. A PM
queria continuar, mas sabia que o mataria se fizesse isso, de tanta raiva e
ódio.
Ao som de “La Plata
– Jota Quest”...
A madrugada parecia tranquila na casa de
Sebástian. Dafne e Jorge, cada um em seu quarto, dormiam tranquilamente. Mas
não imaginavam, que na verdade, estava acontecendo uma briga terrível entre Suelen
e Sebástian, no quarto do casal.
– Eu juro, não tem vingança nenhuma.
Você que é um idiota! – Explicava Suelen.
– Olha como fala comigo, sua perua! –
Era a voz nervosa do homem, apontando o dedo para Suelen.
– Olha como fala comigo você! E preste
mais atenção no que fala. Eu já cansei Sebástian. Cansei! Já chega! Vamos
dormir.
Ele
arremessou com toda força uma bofetada na cara da mulher, que caiu na cama,
chorando.
– Pensou que ia me enganar, não é? Com
esse plano de vingança!
– Você... Você ficou maluco? –
perguntou ela enquanto passava a mão pelo rosto, para ver se sangrou.
– Vagabunda. Isso sim é o que você
é. Não precisa continuar mentindo. E
você não vai conseguir nada com esse negócio de vingança. Você perdeu.
– Como você descobriu? – Perguntou ela
de pé.
– Escutei você e sua irmã brigando
dentro do quarto ontem à noite. Escutei “tudinho”.
E
foi aí que Suelen se lembrou do que Sebástian falou, relembrando atentamente a
conversa que teve com Dafne.
As duas estavam no quarto de hóspedes,
às onze da noite, onde Dafne deveria dormir. Pois naquele dia, aconteceu o
enterro de Márcia, e Dafne estava triste. Foi então que Suelen entrou no
quarto, e começou a falar com a irmã, que tirava devagarzinho as roupas da
mala.
– Pare de chorar. Ela não vai voltar.
Esquece.
– Esquecer? E da minha mãe? Tá maluca
Suelen? Como você é sínica.
– Em vês de começar a dar o golpe no
bonitão do Jorge fica aí, choramingando. Que cafona. Se fosse eu, não perderia
tempo.
– Sabe o que você parece Dafne? Uma
prostituta golpista!
Dafne levou uma
bofetada da irmã e gritou. Sebástian, em seu quarto, acordou, e se dirigiu para
o local de onde vinha o barulho. Ao saber onde era, colocou o ouvido na porta
do quarto de hóspedes, e ouviu com atenção a conversa:
– Filha duma mãe! – Gritou Dafne – Você
me paga. Eu vou contar tudo pro Sebástian.
Suelen agarrou o braço
da irmã.
– Você não vai contar nada! Se o
Sebástian descobrir, eu juro que eu te mato, sua vigarista.
– Vigarista? Eu? Ah, se olha no espelho
querida. Você que é vigarista. Você que tem essas ideias idiotas, que não são
de Deus, como: se vingar do Sebástian por ele ter mandado demolir o cortiço e
me mandar dar em cima do Jorge. Ah, poupe-me querida!
Sebástian não ficou
surpreso ao ouvir aquilo, mas ficou totalmente certo de que Suelen era sim uma
golpista.
Ao
voltar em si, Suelen já se encontrava chorando. E foi aí que Sebástian disse:
– Vá dormir no sofá. Lugar de cachorra
não é na cama. E lugar de perdedora não é no quarto. Amanhã, Suelen, você vai
pagar por cada centavo pelo que fez. Começando por essa gosma aí dentro da sua
barriga. Você vai dar o fim nisso.
– Você quer acabar com nosso filho? Seu
monstro.
– Ah, que nada! Monstro é você. Acho
que você escutou muito bem o que eu disse: vá para o sofá!
Ao descer a escada, Suelen deu um
sorriso, e pegou seu celular. Encontrou um nome na agenda telefônica, que era
“David”. Então ela pôs pra chamar. Em alguns segundos, ele estava na linha.
– Demorou patroa.
– Demorei, mas liguei. Tá na hora
David. Tá na hora de agir. Tenho um serviço. Encontre-me agora, e naquele
lugar. E posso adiantar o assunto. Já ouviu aquelas histórias onde... Pessoas foram enterradas vivas?
– Sim – respondeu ele.
– Pois é, quero que essa história vire
realidade – E antes de desligar a chamada, ela completou – E quero que meu
marido seja o defunto. Ele ainda não me conhece, mas a partir de agora, passará
a me conhecer.
COLABORADOR-
LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE
ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO
POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO -
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