sexta-feira, 2 de maio de 2014

Que se Acendam as Luzes - Capítulo 12


Ao som de “Skyfall – Adele”...

      O carro de bombeiro e a ambulância chegaram vinte minutos depois do acidente. Os bombeiros e médicos primeiros-socorros ficaram apavorados, pois ninguém estava no carro e a rua estava deserta. A polícia também chegou e recolheu os “bagaços” do carro, que foram levados para o ferro velho. A sessenta quilômetros daquele lugar, e dentro de um caminhão, sentada no banco direito, Silvia estava totalmente ensanguentada e machucada, e se lembrava do momento em que seu carro capotou, e ela conseguiu abrir a porta, caindo no mato. Foi aí que Estela foi embora, e um caminhão estacionou. Silvia pediu ao motorista:
         – Por favor, me leve daqui, me leve pra longe!
Ela nem precisou insistir tanto, pois segundos depois, já estava dentro do veículo.


Ao som de “I Need You Love – Calvin Harris (com Ellie Golding)”...
      Quando o dia amanheceu, todo o hospital estava assustado e agitado com o sumiço de Silvia. Todos comentavam, e em todos os lugares: no refeitório, nos corredores, ou até mesmo nas salas, em plenas cirurgias.
    – Tá brincando? – Era a pergunta de Ingrid, que estava boquiaberta com o que Estela lhe contara enquanto começou a cortar um paciente que sofreu de apendicite – Não tinha ninguém no carro?
         – Não, menina! Ninguém! Fiquei abismada. – Respondeu Estela observando Ingrid cortar o paciente. Os enfermeiros tentavam prestar atenção na conversa, mas não conseguiam, pois as duas médicas falavam baixinho, para que ninguém ouvisse.



“A perda às vezes, é irreparável, pelo menos pra mim, que perdi uma pessoa tão, tão querida”.- Dafne.

Ao som de “Flashback – Calvin Harris”...
      A tarde passou depressa, mas para Dafne, os minutos nunca iriam passar, pois sua mãe não estava com ela. Deitada no sofá da sala chiquérrima de Sebástian, a garota chorava incontroladamente. Suelen apenas observava. Mas decidiu falar com a irmã, e, com grosseria:
      – Pare de chorar, menina. Vai morrer desse jeito.
      – Não me enche Suelen. Se não quer ajudar me deixa. E tudo isso por culpa sua.
      – Culpa minha? Ah, vai tomar no “zói” sua garota idiota.
Jorge apareceu na sala, e ficou bobo com o jeito que Suelen tratava a irmã.
         – Suelen, me dê licença. Quero falar com sua irmã.
         – Virou guarda-costas dela agora, meu bem?
         – Eu disse: dê-me licença.
Suelen saiu da sala, e Jorge se sentou ou lado da garota. Pegou com delicadeza seu queixo e disse:
         – Dafne, não precisa chorar. Uma garota tão bonita chorando...
 Dafne olhou para o rapaz, e por alguns segundos, sentiu que estava totalmente protegida.


“Eu tenho que conseguir, eu não cheguei até aqui à toa. Vim para vencer, e é isso que vou fazer.” – Valéria.

Ao som de “I’ m In Here – Sia”...
         Sentada e discando alguns números em seu celular digital, Valéria estava pronta para falar com a polícia brasileira. As outras garotas ficaram observando enquanto a PM esperava que alguém atendesse. Seu pedido foi realizado: Robson entrou na linha.
         – Valéria? Que bom! Como está indo tudo? – Era a pergunta aliviada do delegado apaixonado pela mulher que falava com ele do outro lado da linha.
         – Está tudo bem, não chegou nenhum médico aqui. Eles fecharam a gente em um quarto bem seguro, não dá de sair. Venham logo!
         – Amanhã vamos liberar os médicos, então nós vamos pra Argentina também, e queremos pegá-los no flagra, e precisamos de mais policiais, nossa equipe é pequena.
         – Contem comigo com o que precisarem. Aguardarei numa boa, estamos seguras. Tem algum risco dos médicos fugirem?
         – Claro que sim. Só que se isso acontecer, teremos que agir rápido, ou nós não conseguiremos. Até mais, Valéria. Tenho que ouvir um depoimento.
         – Até mais, e espero por vocês.
Ela desligou o celular, e voltou a consolar uma garota: Andressa.
         – Tente se acalmar, dará tudo certo.
E foi aí que a porta abriu de uma vez, e cinco homens fortes, cheios de músculos entraram. Um deles viu o celular de Valéria no chão e correu para pegá-lo. Ela tentou pegar primeiro, mas o homem pisou em sua mão.
         – Ai, seu Zé roela! – Gritou a moça com dor.
O homem pegou o celular, e enquanto isso, Valéria pensou:
Está tudo acabado. Por que, meu Deus? Por quê? E agora? O que farei?

         Ao perceber o crachá de polícia federal colado no aparelho, o homem pegou o seu próprio celular e telefonou para alguém.
         – Alô, chefa, a polícia tá no nosso esquema.
Valéria se levantou para tentar golpear o homem, mas recebeu uma bofetada na cara de outro daqueles cinco. Ela caiu com a cara roxa.
         – Como assim? – Era a pergunta da tal chefa do outro lado da linha.
         – Isso mesmo. Precisamos agir, é uma moça. Fez-se de vítima, tá na cara.
         – Não se preocupe – Disse “Carla” – Tenho uma solução.
Ao som de “S&m – Rihanna (com Britney Spears)”...

         Carla, rapidamente, saiu de seu apartamento e correu para seu carro. Entrou e saiu pelas ruas de São Paulo. Em poucos minutos, estacionava o veículo no estacionamento do hospital Trindade. No corredor, andou apressadamente, para a curiosidade das pessoas que também passavam por ali. Ao chegar à sala de Estela, ela abriu a porta muito forte, o que fez a primeira levar um susto.
         – Que isso Carla? É a terceira guerra mundial?
         – Não, é pior.
         – Do que se trata?
Carla se sentou.
         – A polícia tá sabendo do nosso esquema. Colocaram uma jovem infiltrada na nossa quadrilha. Nossos homens a flagraram com um celular e com um crachá de polícia federal.
         – E agora? – Perguntou Estela apavorada, pois tudo poderia ir por água a baixo.
         – Lembra-se daquele terreno que comprei na Bolívia?
         – Sim, lembro.
         – Vamos levá-las pra lá. Todas as garotas. A polícia não vai saber. Aquela policialzinha de quinta, quando descobrir, vai se arrepender do dia em que nasceu. Porque quando se trata de Carla Chrustins no comando, tudo vai dar certo, e não há ninguém que consiga me deter.


 COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO 
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
© 2014 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS