Ao som de “Club Can’
t Handle Me – Flo Rida (com David Guetta)”...
Pela segunda vez, Valéria se sentia na mira
da morte, pois acordou e viu que estava amarrada e nua, assim como as outras
cinco jovens, que choravam o tempo todo. Mas algo chamou a atenção de todas
quando um homem entrou na sala e começou a desamarrar uma por uma. A única das
jovens que não se impressionou foi Valéria, pois ela sabia que era parte do
plano.
– O que vocês vão fazer com a gente? –
Perguntou uma jovem ruiva, ou melhor, uma garota chamada Paloma.
– Cale a boca – Gritou o homem.
Outra
jovem, de cabelos cacheados, correu em direção à porta tentando abri-la. Girou
a maçaneta por diversas vezes, mas não conseguiu abrir. Então ela correu em
direção ao homem, lhe dando chutes.
– Me solta, me solta, seu idiota.
Ela
conseguiu atingir os testículos do homem, que caiu no chão. Então a porta se
abriu e mais dois entraram. Eles pegaram cada uma das garotas e fecharam em um
quarto com ar condicionado, e colocaram duas enormes sacolas com alguns salgados
e água.
Dentro do quarto, as jovens perceberam
que havia um banheiro, mas ninguém quis entrar. Valéria levou um susto ao ver
caída no chão aos choros, a famosa Ana Paula.
– O quê? Ana Paula?
Ana
Paula não disse nada, apenas olhou para Valéria e se pôs a chorar novamente. A
PM decidiu dizer:
– Meninas, eu quero que me escutem:
vocês foram sequestradas, e vítimas do tráfico de órgãos humanos.
Todas
ficaram apavoradas e começaram a gritar:
– Mas fiquem tranquilas – Valéria voltou
a dizer – Vocês são na verdade, quase vítimas, ninguém vai matar vocês.
– Espera aí, eles matam? – Perguntou
uma loira, vestida com uma bermuda muito curta, chamada Amanda.
– Sim – Respondeu Valéria, que na
verdade não queria dar essa resposta – Mas vocês não vão morrer, podem ficar
tranquilas.
Uma
jovem de cabelos castanhos escuros, e alta, se levantou do chão dizendo:
– Como você quer a gente fique
tranquila?
Enquanto
Valéria se levantou, as outras garotas ficaram observando tudo. Valéria tirou de
seu cabelo ruivo amarrado a um lindo rabo de cavalo, um celular, e, grudado
nele, estava uma etiqueta, que passava a mensagem de “Polícia Federal”.
As garotas ficaram boquiabertas com o
que viram.
– Você é policial? – Perguntou Kételyn,
a mais jovem e ao mesmo tempo mais alta entre as todas ali presentes.
– Sim, eu já fui vítima uma vez, e
agora, estou aqui para colocar um plano em prática.
Valéria se sentou novamente no chão, e
começou a contar tudo sobre o esquema do tráfico de órgãos.
Ao som de “Amor de
Chocolate – MC Naldo”...
Os médicos do hospital Trindade que
faziam parte do esquema do tráfico de órgãos ficaram muito nervosos ao saberem
da notícia de que por ordens da polícia federal, nenhum médico de São Paulo
poderia viajar para o exterior.
– Isso é uma droga – Exclamou Ingrid na
cara de Estela, encostada na parede do corredor do hospital, conversando.
– Não, Ingrid. Isso é uma bosta. –
Concordou Estela, de uma forma diferente. Só que bem na hora que ela disse isso,
uma enfermeira passou pelo corredor, escutando o que Estela acabou de dizer.
– O que é uma bosta, Dra. Estela?
– Aquele trem mole que sai de você
quando você faz força. Saia já daqui, e pare de ouvir a conversa dos outros.
A
enfermeira saiu, com vontade de mandar a patroa para o centro daquele lugar,
mas ela tinha preceitos e inteligência para não fazer isso, o que iria lhe
trazer a demissão.
Ao som de “I’ m In
Here – Sia”...
Valéria ouvia com atenção cada garota
contando como foi sequestrada, e o sequestro de Paloma lhe chamou muita
atenção.
– Como assim? Você tava com Carla
Chrustins?
– Sim, eu desci do carro dela e foi que
me pegaram.
Da
cabeça de Paloma, a cena não saía de jeito nenhum.
Ana Paula começou a contar como foi
pega:
– Eu tava num jantar com a Carla...
– Carla Chrustins? – Perguntou Valéria
de olhos bem arregalados – Ela? E de novo?
– Sim. Jantamos, e ela foi embora.
Quando eu saí do restaurante e cheguei perto de meu carro, os homens me
agarraram pelas costas. Eu lutei com eles, me esperneei, mas não adiantou.
– Engraçado como essa Carla tá sempre
no meio – Disse Valéria. – Além do mais, o povo lá do Brasil tá muito
preocupado com seu sumiço, Ana Paula. Muitas notícias de TV, muitos
investigadores.
Ana
Paula começou a chorar.
– Ai meu Deus... O Gabriel deve estar
arrasado. E se ele abandonar a carreira?
Valéria
não podia fazer nada naquele momento, apenas observar o sofrimento daquelas
garotas. Sofrimento, que para Valéria, acabaria logo. Será mesmo?
Sílvia estranhou o motivo de Estela e
outros médicos não terem viajado naquele mês. Depois de atender uma senhora, de
uns setenta anos, ela decidiu ir embora, pois já eram mais de oito da noite.
Ele desceu o elevador do hospital, exausta. No estacionamento, pegou seu carro
e seguiu pelas ruas de São Paulo. E logo atrás dela estava Estela, pensando
enquanto dirigia: A única certeza que
temos é morte.
A amiga de Márcia, chamada Solange, sempre
foi muito fiel a ela, e sempre acolheu muito bem as visitas que recebia em sua
casa. Em plena noite, dormindo em sua cama de solteiro, Solange escutou um
barulho vindo de fora. Ela se pôs de pé e saiu pra fora. Ao abrir a porta, foi
surpreendida com uma arma em sua cara, e um homem disse:
– É melhor ficar quieta e me deixar
entrar.
O
homem entrou na casa, e foi aí que Márcia apareceu na sala, e soltou um enorme
grito de pavor ao ver a arma do homem na mão dele.
– Ah! Socorro!
O
homem não aguentou e soltou um tiro na cabeça de Márcia, e isso fez acordar
Dafne, que se levantou, e quando chegou à sala, viu sua mãe caída no chão,
ensanguentada. Ao se agachar para socorrê-la, ela escutou outro tiro, e Solange
caiu no chão, morta.
Ao som de “Skyfall –
Adele”...
Andando calmamente e respeitando os limites
de velocidade, Sílvia percorria as ruas movimentadas. Mas ela ficava apreensiva
ao ver pelo retrovisor um carro branco, que não parava de segui-la. Então ela aumentou
um pouco a velocidade, e percebeu que o carro ainda estava atrás. Acelerou mais
um pouco, e foi aí que o carro se aproximou mais ainda relevando o rosto lá
dentro. Silvia levou um susto ao perceber que era Estela. Então a patroa da
psicóloga começou a jogar seu carro contra o de Sílvia.
– Para, sua louca!
Dentro
de seu carro, Estela soltava gargalhadas horríveis, e continuava jogando seu
carro contra o da psicóloga, que com isso, acabou tirando as mãos do volante.
O carro de Sílvia deu uma volta pelo
asfalto, e bateu a roda esquerda da frente num buraco, fazendo o veículo capotar
para o mesmo lado. Ele capotou três vezes e sai deslizando pelo asfalto,
fazendo faísca. Quando o carro parou, todo esbagaçado, Estela se aproximou e
levou um susto. Não havia ninguém lá
dentro.
COLABORADOR-
LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE
ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO
POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO -
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