quarta-feira, 30 de abril de 2014

Que se Acendam as Luzes - Capítulo 11


Ao som de “Club Can’ t Handle Me – Flo Rida (com David Guetta)”...
      Pela segunda vez, Valéria se sentia na mira da morte, pois acordou e viu que estava amarrada e nua, assim como as outras cinco jovens, que choravam o tempo todo. Mas algo chamou a atenção de todas quando um homem entrou na sala e começou a desamarrar uma por uma. A única das jovens que não se impressionou foi Valéria, pois ela sabia que era parte do plano.
         – O que vocês vão fazer com a gente? – Perguntou uma jovem ruiva, ou melhor, uma garota chamada Paloma.
         – Cale a boca – Gritou o homem.
Outra jovem, de cabelos cacheados, correu em direção à porta tentando abri-la. Girou a maçaneta por diversas vezes, mas não conseguiu abrir. Então ela correu em direção ao homem, lhe dando chutes.
         – Me solta, me solta, seu idiota.
Ela conseguiu atingir os testículos do homem, que caiu no chão. Então a porta se abriu e mais dois entraram. Eles pegaram cada uma das garotas e fecharam em um quarto com ar condicionado, e colocaram duas enormes sacolas com alguns salgados e água.

         Dentro do quarto, as jovens perceberam que havia um banheiro, mas ninguém quis entrar. Valéria levou um susto ao ver caída no chão aos choros, a famosa Ana Paula.
         – O quê? Ana Paula?


Ana Paula não disse nada, apenas olhou para Valéria e se pôs a chorar novamente. A PM decidiu dizer:
         – Meninas, eu quero que me escutem: vocês foram sequestradas, e vítimas do tráfico de órgãos humanos.
Todas ficaram apavoradas e começaram a gritar:
         – Mas fiquem tranquilas – Valéria voltou a dizer – Vocês são na verdade, quase vítimas, ninguém vai matar vocês.
         – Espera aí, eles matam? – Perguntou uma loira, vestida com uma bermuda muito curta, chamada Amanda.
         – Sim – Respondeu Valéria, que na verdade não queria dar essa resposta – Mas vocês não vão morrer, podem ficar tranquilas.
Uma jovem de cabelos castanhos escuros, e alta, se levantou do chão dizendo:
         – Como você quer a gente fique tranquila?
Enquanto Valéria se levantou, as outras garotas ficaram observando tudo. Valéria tirou de seu cabelo ruivo amarrado a um lindo rabo de cavalo, um celular, e, grudado nele, estava uma etiqueta, que passava a mensagem de “Polícia Federal”.
         As garotas ficaram boquiabertas com o que viram.
         – Você é policial? – Perguntou Kételyn, a mais jovem e ao mesmo tempo mais alta entre as todas ali presentes.
         – Sim, eu já fui vítima uma vez, e agora, estou aqui para colocar um plano em prática.
         Valéria se sentou novamente no chão, e começou a contar tudo sobre o esquema do tráfico de órgãos.

Ao som de “Amor de Chocolate – MC Naldo”...
         Os médicos do hospital Trindade que faziam parte do esquema do tráfico de órgãos ficaram muito nervosos ao saberem da notícia de que por ordens da polícia federal, nenhum médico de São Paulo poderia viajar para o exterior.
         – Isso é uma droga – Exclamou Ingrid na cara de Estela, encostada na parede do corredor do hospital, conversando.
         – Não, Ingrid. Isso é uma bosta. – Concordou Estela, de uma forma diferente. Só que bem na hora que ela disse isso, uma enfermeira passou pelo corredor, escutando o que Estela acabou de dizer.
         – O que é uma bosta, Dra. Estela?
         – Aquele trem mole que sai de você quando você faz força. Saia já daqui, e pare de ouvir a conversa dos outros.
A enfermeira saiu, com vontade de mandar a patroa para o centro daquele lugar, mas ela tinha preceitos e inteligência para não fazer isso, o que iria lhe trazer a demissão.


Ao som de “I’ m In Here – Sia”...
         Valéria ouvia com atenção cada garota contando como foi sequestrada, e o sequestro de Paloma lhe chamou muita atenção.
         – Como assim? Você tava com Carla Chrustins?
         – Sim, eu desci do carro dela e foi que me pegaram.
Da cabeça de Paloma, a cena não saía de jeito nenhum.
         Ana Paula começou a contar como foi pega:
         – Eu tava num jantar com a Carla...
         – Carla Chrustins? – Perguntou Valéria de olhos bem arregalados – Ela? E de novo?
         – Sim. Jantamos, e ela foi embora. Quando eu saí do restaurante e cheguei perto de meu carro, os homens me agarraram pelas costas. Eu lutei com eles, me esperneei, mas não adiantou.
         – Engraçado como essa Carla tá sempre no meio – Disse Valéria. – Além do mais, o povo lá do Brasil tá muito preocupado com seu sumiço, Ana Paula. Muitas notícias de TV, muitos investigadores.
Ana Paula começou a chorar.
         – Ai meu Deus... O Gabriel deve estar arrasado. E se ele abandonar a carreira?
Valéria não podia fazer nada naquele momento, apenas observar o sofrimento daquelas garotas. Sofrimento, que para Valéria, acabaria logo. Será mesmo?

         Sílvia estranhou o motivo de Estela e outros médicos não terem viajado naquele mês. Depois de atender uma senhora, de uns setenta anos, ela decidiu ir embora, pois já eram mais de oito da noite. Ele desceu o elevador do hospital, exausta. No estacionamento, pegou seu carro e seguiu pelas ruas de São Paulo. E logo atrás dela estava Estela, pensando enquanto dirigia: A única certeza que temos é morte.

     A amiga de Márcia, chamada Solange, sempre foi muito fiel a ela, e sempre acolheu muito bem as visitas que recebia em sua casa. Em plena noite, dormindo em sua cama de solteiro, Solange escutou um barulho vindo de fora. Ela se pôs de pé e saiu pra fora. Ao abrir a porta, foi surpreendida com uma arma em sua cara, e um homem disse:
         – É melhor ficar quieta e me deixar entrar.
O homem entrou na casa, e foi aí que Márcia apareceu na sala, e soltou um enorme grito de pavor ao ver a arma do homem na mão dele.
         – Ah! Socorro!
O homem não aguentou e soltou um tiro na cabeça de Márcia, e isso fez acordar Dafne, que se levantou, e quando chegou à sala, viu sua mãe caída no chão, ensanguentada. Ao se agachar para socorrê-la, ela escutou outro tiro, e Solange caiu no chão, morta.
        


Ao som de “Skyfall – Adele”...
     Andando calmamente e respeitando os limites de velocidade, Sílvia percorria as ruas movimentadas. Mas ela ficava apreensiva ao ver pelo retrovisor um carro branco, que não parava de segui-la. Então ela aumentou um pouco a velocidade, e percebeu que o carro ainda estava atrás. Acelerou mais um pouco, e foi aí que o carro se aproximou mais ainda relevando o rosto lá dentro. Silvia levou um susto ao perceber que era Estela. Então a patroa da psicóloga começou a jogar seu carro contra o de Sílvia.
         – Para, sua louca!
Dentro de seu carro, Estela soltava gargalhadas horríveis, e continuava jogando seu carro contra o da psicóloga, que com isso, acabou tirando as mãos do volante.
         O carro de Sílvia deu uma volta pelo asfalto, e bateu a roda esquerda da frente num buraco, fazendo o veículo capotar para o mesmo lado. Ele capotou três vezes e sai deslizando pelo asfalto, fazendo faísca. Quando o carro parou, todo esbagaçado, Estela se aproximou e levou um susto. Não havia ninguém lá dentro.


 COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO 
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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