Ingrid
e Estela se encararam por alguns segundos.
– Você tava ouvindo atrás da porta, sua
mal educada? – Perguntou Estela.
– Sim, estava. E foi bom ter ouvido.
Agora sei o que o hospital faz. E como faz, não é verdade, doutoras?
– Se você contar à polícia, sua vida vai
virar um inferno! – Tacou Ingrid.
– E eu com isso? – Respondeu Sílvia
tranquilamente – Eu vou contar é tudo, porque eu quero a ver a casa caindo,
como nunca caiu.
Sílvia
deixou a sala.
– Estela, não vai adiantar nada, ela não
tem provas.
– Sim, mas tem boca. Vou acabar com
isso agora mesmo.
Estela
pegou seu celular e discou oito números. Segundos depois, Abraão estava na
linha:
– Dona Estela?
– Sim, venha até meu hospital. Tenho um
serviço.
E
ela desligou.
– Você descobriu tudo? – perguntou
Vitória para Sílvia, boquiaberta.
– Sim, não disse a você que iria
descobrir. Eles traficam órgãos! Eles estão em minhas mãos.
– Mas você nem tem provas.
Sílvia
parou por alguns segundos e se decepcionou.
– É verdade, mas tenho que ter. Essa é
a chance de acabar com eles.
– Tome cuidado, amiga. Se eles fazem
isso, são perigosos.
– Fique tranquilo. Se forem afetar, só
eu serei afetada, senhorita Vitória Mamoré.
A
psicóloga estava totalmente enganada, pois Estela estava a observando e com um
dedo apontando para ela, afim de que o homem ao seu lado visse.
– Mas as duas são parecidas. O cabelo,
a roupa. – Disse Abraão.
– Sim, mas é a de lá.
– Ok, eu vou dar um jeito nela.
– Fique de olho, não tire os olhos
dela. Não faça coisa errada.
Estela
se retirou voltando pra sua sala, deixando Abraão no refeitório do hospital
observando as duas sentadas.
– Você não vai atrás dele! – Gritou Márcia
para Suelen, que decidiu procurar a casa de Sebástian.
– Vou sim, e a senhora não manda mais
em mim.
– Suelen, pensa bem, você não vai
conseguir essa vingança. Ele é rico, poderoso, e você só é uma... Uma... Uma
moradora de cortiço. – Disse Dafne.
– Obrigada pela parte que me toca.
Agora: Adeus.
E
Suelen seguiu pelas ruas de São Paulo, vestida pra matar, disposta fazer
vingança, dar o golpe em Sebástian e conseguir sua vida de volta. Ela não sabia
os riscos que correria em fazer uma coisa dessas.
Sebástian sempre foi rico. Seus pais
eram ricos e lhe deixaram tudo. Ele tinha um filho: Jorge, que sempre foi
obediente ao pai, apesar de não gostar muito dele. Sentado em seu sofá de sua
mansão, ele escutou a campainha tocar. A empregada abriu a porta e uma mulher
de vermelho entrou. A primeira voltou pra cozinha. Sebástian se levantou e se
surpreendeu ao ver aquele “monumento” em sua frente.
– Ah, a moça do cortiço.
– Sim, eu, em carne e osso, seu velho
gostoso.
Sebástian
pensou se perguntando o que ela viu nele. Então ele falou:
– Não entendi nada.
– É que eu te quero, quero te devorar.
Não consegui parar de pensar em você e em seu traseiro sexy.
Sebástian
começou a ficar preocupado. Será que a
moça é cega? Antes de se responder, Suelen já se encontrava em cima dele,
aos beijos. Ele não resistiu às tentações da moça, e levou-a para cima. Não era
a coisa certa, mas a sede pelo prazer o incendiara. Há anos que não dormia com
mulher nenhuma, e com Suelen, ele fez amor como nunca fez antes.
Valéria aguardava atentamente os dias para começar o plano. Na verdade, a polícia ainda tentava investigar mais um pouco. Vestida com sua roupa de PM e andando pelo shopping, ela viu um homem roubando um boneco de uma criança. Rapidamente ela começou correr em direção a ele, que percebeu e acelerou-se. Então a perseguição começou. O bandido seguiu apressadamente pelos corredores, com Valéria atrás, destacada como policial. Ao descer da escada o bandido se desequilibrou e caiu. Valéria se aproximou dele caído:
– Se desequilibrou meu bem? Venha! Me
dê sua mão – Disse ela “tentando ajudá-lo” a se levantar. E é claro que o
bandido desconfiou, e tentou levantar rapidamente, querendo fugir, mas sentiu
uma dor tremenda. Valéria lhe deu um chute na barriga. Ele se virou contorcendo
de dor e agarrado ao boneco da criança, e foi aí que levou um chute no rosto,
caindo no chão na hora.
Valéria
tomou o boneco dele e pergunta para ele, que estava caído:
– Pra que você queria isso? Pra
brincar, meu filho?
– Pra botar drogas...
Valéria
chamou um carro de polícia. Assim que o mesmo chegou, ela procurou a criança,
que era uma menina. Ao entregar o brinquedo para ela, a mãe da menina agradeceu:
– Obrigada, esse brinquedo me custou
alguns trocados.
– Esse é meu dever. – Respondeu Valéria
sorrindo também.
A
garotinha de apenas cinco anos disse à PM:
– Eu quero ser igual você quando eu
crescer.
– Seja o que você tem vontade, menina.
– Aconselhou Valéria – Siga sua vocação.
Ao
dizer isso, Valéria foi embora do shopping, e andando pelas ruas, disse a si
mesma:
– Essa é minha vocação. Ajudar e
defender.
E
ela seguiu em frente.
A noite demorou pra chegar naquele dia,
principalmente para Valéria, que decidiu sair para dançar, pois não faz isso há
muito tempo. É claro que ela escolheu a balada que sempre dançava. Aonde ela e
Renato iam. São Paulo, para ela, não é parecido com Paraná. Em seu estado natal
ela se divertia mais, era livre e feliz. Mas em São Paulo ela não era tão
feliz. Só permaneceu pela vontade de fazer justiça e colocar seus planos em
prática.
Dançando e se divertindo, a PM, vestida
com uma calça jeans preta e uma camisa solta amarela, avistou um rapaz conhecido.
Ela, por um instante, parou de dançar, e o olhou atentamente, para ter certeza
se era realmente ele. Mas ela não ficou muito preocupada, pois estava ruiva, e
com uma lente cor castanha, pois precisava se acostumar com a última para atuar
no plano contra a quadrilha de tráfico de órgãos.
O rapaz viu a mulher dançando de
costas, obsevou cada detalhe e ritmo de sua dança, até ter certeza, e, então,
ele correu até ela, gritando:
– Valéria!
A
PM levou um susto e se virou, ficando bem próxima de Renato. Ela fez esforços
para não abraçá-lo. Ah, se você soubesse
como sinto sua falta, – pensou ela – queria
tanto te abraçar, te tocar, mas não posso. Eu não posso ser eu.
– Meu nome não é Valéria – Disse
“Valéria” disfarçando. – Meu nome é Patrícia.
Renato
ficou decepcionado e abaixou a cabeça. Então ele se dirigiu ao balcão, a fim de
beber alguma coisa. Valéria tinha que aproveitar enquanto estava com ele, e,
então, se sentou em outro tamborete ao lado dele.
– Quem era Valéria?
– Uma amiga minha que sumiu e depois
apareceu como uma criminosa.
Valéria
se sentiu envergonhada.
– Pareço tento assim com ela?
Renato
fitou “Valéria” sem saber que era ela, e respondeu:
– Demais! Poderia dizer: idênticas, mas
seus olhos são castanhos, e seus, cabelos ruivos. E você se chama Patrícia.
– Você gostava muito dessa moça?
– Eu era apaixonado por ela.
Pronto.
Valéria ficou boquiaberta. Ele me amava?
Era isso? Ele ia se declarar? – Foi o que a PM pensou ao relembrar o
momento em que ela foi sequestrada e que Renato ia lhe dizer algo.
De repente uma linda mulher de cabelos
negros chegou e deu um selinho em Renato. Valéria se sentiu incomodada.
– Quem é ela? – Perguntou Ingrid
apontando para Valéria.
– Se chama Patrícia. Acabei de
conhecê-la.
– Ah, sim. Eu tenho a sensação de que a
conheço.
Valéria
levou um choque ao fitar Ingrid. Não! –
Pensou ela. – O Renato não pode namorar
uma traficante. É ela.
– Então até mais. – Disse Valéria saindo.
Antes de sair pra rua, ela se virou para trás, e viu que Ingrid beijava Renato
calorosamente. Eu perdi o grande amor da
minha vida – Pensou Valéria, que deixou a balada.
Posicionado dentro do carro em frente ao hospital Trindade, Abraão obervava atentamente quem saía e entrava do lugar. É então que viu a presa saindo e pensou para si mesmo: é a Sílvia.
Então ele funciona o carro, e devagarzinho,
foi seguindo a mulher. Então, ao chegar a um determinado local, a mulher parou.
Deve ser a casa dela – Pensou Abraão,
que desceu do carro e a encarou.
Ela levou um susto ao ver o homem a
encarando, com uma arma apontando. Apressadamente e sem medir as consequências,
ela seguiu pelos becos nas beiras da rua. Abraão em disparada a seguiu. Ao ver
que estava em um beco sem saída, ela soltou um enorme grito de pavor, e sentiu
duas balas entrando em si, e caiu no chão, totalmente ensanguentada. Abraão se
aproximou da vítima e observou no crachá o nome: Vitória Mamoré.
COLABORADOR-
LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE
ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO
POR - WILLIAM ARAUJO
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