
Dez anos atrás...
- Afinal de contas, o que estamos fazendo aqui mesmo Paola? Nós já deveríamos ter ido de volta para Paris, mais você é tei... - Paola não deixou Miguel terminar de falar.
- Cala a boca Miguel. Sua mãe não vai se importar se a gente só se atrasar algumas horas. - Paola andava como se não desse a mínima para as palavras de Miguel.
Paola e Miguel andavam pela entrada feita de areia que tinha a casa velha e abandonada. A casa tinha aparência humilde e era pequena. Paola tirou do bolso da sua calça uma luva e abriu a porta devagar. Logo um cheiro horrível de mofo e coisas empoeiradas fez Paola tossir. Paola caminhou para dentro da casa e subiu para o segundo andar, Miguel preferiu ficar em baixo.
- Por que ela não voltou para pegar isso tudo?! - Pergunta Paola para si mesma, pegando uma caixa com varias marcas de sangue.
- O que é isso ai Paola?! – Fala Miguel, a assustando.
- Ah... Isso? - Apontando para a caixa, Miguel balança a cabeça positivamente. - É uma caixa de primeiro socorros. O cretino do Victor usou para tentar fazer algum curativo em mim, mais eu fui rápida e fugir dele. Não sei como ele teve coragem de quase me matar e ainda, tentou me salvar horas depois.
- Ele é um ser totalmente inescrupuloso, isso sim! - Disse Miguel, com certo tom de raiva na voz. Tal ato fez com que Paola se espantasse, Miguel nunca foi de falar naquele tom de voz.
Miguel pega a caixa das mãos de Paola, abriu a caixa lentamente. Depois, baratas saíram de dentro da caixa, fazendo Miguel larga de uma vez no chão. Mas logo os dois se espantaram com que viram dentro: Fotos e mais fotos de Paola.
- O que é isso?! - Paola pegou as fotos com a sua luva e viu todas que tinha conseguido pegar-.
- Sabe o que é isso Paola? Que é um completo doido, isso é paranoia Paola! Qual é o tipo de pessoas que guarda fotos suas dentro de uma caixa cheia de baratas em? Isso é estranho!
Paola ignorou os comentários de Miguel e logo virou as fotos, atrás delas tinha pequenas anotações como “Ela me faz querer largar tudo e ser o que sou”, “Seu sorriso é encantador. Como não me nota, Paola?!”. Paola respirou fundo, fechou os seus olhos por alguns instantes e logo percebeu que Miguel já não estava mais ao seu lado.
That it's too late to apologize, it's too late
I said it's too late to apologize, it's too late
- Palavras não vão mais mudar o estrago que a vadia da sua namorada e os seus amigos estúpidos fizeram. Mas eu prometi a mim mesma, nem que seja a ultima coisa que eu faça: Eu vou me retaliar de todos! Nenhuma alma perdida será perdoada enquanto eu não alcançar o que eu quero!
Atualmente...
- Então,você quer que eu acredite que tudo você fez na festa foi para o melhor da Iasmim? Será mesmo Rafael? Pois pensa bem, se ela estiver por ai muito bem, andando, pensando no melhor para ela! Deve ser por isso que ela não deu noticias ainda. - Fala Victor,sentando na sua cadeira de couro que ficava na sua sala em que dividia com Rafael.
- Isso não é assunto para se falar no trabalho Victor! - Rafael via os documentos que envolvia a empresa quase falida de Antônio Maia Albuquerque, pai de Bianca.
- Você acha mesmo que eu vou para de pensar na besteira que a Iasmim fez na festa? - Indaga Victor.
Rafael soltou os papeis que estavam sem sua mão, olhou para Victor e começou a falar serio.
- Isso! Besteira! Foi isso que ela fez: Uma besteira. Deixa aquela louca para lá cara, uma hora ou outra, ela aparece e eu e a justiça colocamos ela numa clinica. Afinal de contas, acha mesmo que ela vai aceitar que esta precisando de ajuda tão fácil?
Victor se levantou da sua mesa, pegou o seu celular suas chaves e carteira e saiu da sala em disparado. Deixando Rafael confuso.
Mansão Macedo de Oliveira - Dia.
- Eu bem que queria ir com você nessa viagem, você sabe não é? - Tentava Paola conversa com Miguel, que entrava e saia do enorme closet de roupas que dividia com Paola.
Miguel nada falava, o silencio seria sua resposta para a Paola por um bom tempo. Estava cansado de ter que lidar com Paola somente falando de vingança, pensando em vingança. Sim, ela era uma pessoa ótima mais tinha algo que teria que acabar logo para poder seguir a sua vida, se não daria mais para seguir com o casamento.
- Paola, eu vou ser sincero com você! Esse vai ser o meu intimado ou...- Miguel falava alto e irritado-
- Ou o que Miguel?- Paola também se irritou-
- Ou não dará mais para seguir com isso, com o nosso casamento. Eu ficarei longe por duas semanas e quando eu voltar espero que já tenha terminado com essa maluquice! - Miguel fecha a sua mala, coloca no chão e sai rapidamente do quarto para não poder dar chance que Paola falasse.
Depois de Miguel se retirar do quarto, Paola correu para a varanda do quarto e o viu colocar suas malas no carro. Antes de entrar no automóvel, ele olhou para cima e a contemplou na varanda, que não demonstrava nenhuma reação.
- Por que minha mãe foi ajudar ela, por que em?- Fala Miguel para si mesmo. Ele achou e sempre acharia loucura a sua mãe ajudar uma menina que estava suja de sangue e com um vestido de festa no meio de uma estrada abandonada.
Flashback - Treze anos atrás.
Paola corria por uma grande e enorme floresta, já não tinha mais tanta força para conseguir ir em frente e tentar fugir para longe. Estava sangrando demais; suas pernas doíam, sua cabeça girava em 360° graus, sentia que toda a sua pele parecia rasgada de tanto arranhões, pedras jogadas nela, e chutes que pareciam que não tinha parado.
- Pai, por que você quer tanto ir visitar essa fazenda? Tem tantos lugares para o senhor abrir uma escola profissionalizante e resolve abrir uma dessas logo aqui, onde não tem nem sinal de radio? - Miguel reclamava desde que tinha saído do hotel cinco estrelas que estavam hospedados.
- Filho, você sabe como eu e a sua mãe somos. Gostamos de ajudar e dar oportunidades a quem não tem, já que muitos dessas pessoas não podem ir para um lugar distante. – Fala Carlos, impaciente com as tamanhas perguntas.
Paola viu um barulho de carro e apressou o passo, eles poderiam ajudá-la de algum modo. Com todas as forças que tinha, Paola correu e logo chegou à estrada. Mais sem forças desmaiou no meio do percurso, fazendo o carro de Carlos frear um pouco distante do corpo caído de Paola.
- Essa garota não esta bem Carlos, liga para ambulância, chama ajuda! - Pediu Laura, vendo o estado que Paola se encontrava, totalmente desacordada e completamente suja de sangue-.
- Mãe, você vai querer ajudar essa maluca? Vai que é mais um daqueles planos desses assaltantes em? Ela pode fazer parte de uma quadrilha! Se eu fosse à senhora...
- Isso mesmo Miguel! SE você fosse a Laura, mais não é! Agora fica quieto ai, por que nem você e nem o seu pai vão me impedir de ajudar essa garota! - Laura saiu do carro e logo apressou o passo quando viu que uma pequena possa de sangue estava se formando ao lado do corpo de Paola.
- Eu acho que temos que ajudar essa garota, Laura! -
Miguel desceu do carro e ficou de longe, observando tudo o que acontecia. Seus pais teriam mesmo que ajudar essa garota e ele iria descobrir o que aconteceu com ela, nem que fosse a força, mas ele iria descobrir!