quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ULTRAVIOLÊNCIA - Episódio 1x6: Eu, você, cocaína e outras drogas




“Durante a minha viagem à Espanha, eu e o Carlos discutimos. Ele perdeu a paciência comigo e eu não cedi, não sou do tipo que pede desculpas, na verdade nunca fui, então ele resolveu voltar para Nova York antes de mim, aceitei a situação numa boa. Em uma das noites que passei sozinho naquele lugar, resolvi sair. A madrugada estava gélida, era inverno naquela época do ano. Caminhei por um enorme parque. Poucas pessoas podiam ser vistas. Algumas estavam ali pelo mesmo motivo que eu, insônia. Outras estavam se prostituindo ou vendendo drogas. Em pensar que um dia eu era uma daquelas pessoas... Continuei caminhando em direção ao nada. Já havia passado duas quadras do hotel. Então eu sentei em um banco de concreto e comecei a usar cocaína, só para espairecer.”.

O tempo estava nublado aquela noite. As nuvens cobriram as estrelas, dando vez aos raios e trovões. Minutos depois de o relógio marcar meia noite, a chuva começou a cair do céu, sucumbindo à tempestade. Alessandra, que também havia saído de casa aquela madrugada, sentou ao lado de Patrick e lhe pediu para cheirar um pouco da droga com ele.

–Você já usou antes? –Indagou Patrick. –É muito forte...
–E eu lá tenho cara de bonequinha de porcelana? –Respondeu Alessandra, com outra pergunta.

Patrick fitou Alessandra nos olhos, estudou a expressão no rosto dela. Visualizou seu corpo e reparou suas roupas. Em seguida disse o que achava:

–Na verdade você tem cara de bonequinha de porcelana mimada.
–Me dá logo! –Ordenou Alessandra.
–Antes você vai ter que me contar o que faz aqui a essa hora da noite.
–Eu briguei com a minha mãe... Pela milésima vez. Ela nunca me entende. Sempre crítica minhas decisões.
–Vamos fazer o seguinte, eu te dou um pouco da minha droga, se você prometer que vai ligar pra sua mãe amanhã, para fazer as pazes com ela.
–Por que eu faria isso?
–Por que mãe não é pra toda vida...

“Ela assentiu com a cabeça e prometeu que cumpriria a promessa. Passamos a madrugada toda rindo e nos drogando. Ela era uma garota doce, que só precisava de um pouco de amor e carinho. Eu que também estava carente, aceitei o convite dela de passarmos a noite juntos. Não rolou nada, dormimos agarrados a noite toda. Na manhã seguinte, a ressaca da droga foi grande. Uma dor de cabeça infernal destruía meus pobres neurônios e os dela também. Quando eu acordei, a mesa de café da manhã já estava pronta, foi aí que eu descobri que a Alessandra estava cursando Gastronomia.”.

Patrick e Alessandra sentaram a mesa, os primeiros cinco minutos foram silenciosos, do sexto em diante, ela começou falando sobre o tempo e como a noite passada havia sido maravilhosa. Patrick corou de vergonha, afinal Alessandra era a primeira mulher com quem ele tinha contato depois de conhecer Carlos.

–Ligou para a sua mãe? –Indagou Patrick.
–Sim... Ela foi a primeira a se desculpar. Admito que me surpreendi. –Respondeu Alessandra, sorrindo. –A dona Rebecca Brandão não é fácil...
–Você é filha da Rebecca Brandão?
–Sim. Sou filha dos donos do aço...

“Naquele instante meus sentidos congelaram, como aquela linda garota poderia ser filha da mulher que mandou a minha mãe pra cadeia? Eu fiquei sem saber o que fazer naquele instante. Ela percebeu meu nervosismo, mas sem saber o motivo, resolveu me acalmar, de uma maneira muito estranha por sinal. Fomos parar na suíte do quarto de hotel, onde ela começou a desabotoar os botões da minha camisa.”.

Alessandra rasgou a cueca de Patrick, se ajoelhou aos pés dele e começou a oferecê-lo um pouco de sexo oral. Os gemidos do rapaz eram altos o suficiente para garantir que o prazer mútuo estava sendo alcançado. A língua de Alessandra corria delicadamente por cada detalhe do órgão sexual de Patrick, o levando a loucura. A cada chupada, ela sentia que ele estava se aproximando do orgasmo. Com isso, a menina rasgou a calcinha, jogou o rapaz sobre a cama e sentou sobre o colo dele. O orgasmo foi alcançado por ambos. Ele gozou dentro da boca dela no fim.

“Aquela garota era sensacional, fizemos sexo à noite inteira. Tanto ela quanto eu gememos como dois lobos loucos consumidos pelo prazer. Depois do ato, fomos a uma livraria. Compramos a coleção completa do Sidney Sheldon. Descobrimos que tínhamos muito em comum. Os dias seguintes se resumiram em cocaína e muito sexo. Mas eu também tinha o Carlos e ela era filha da minha inimiga. Liguei pra ele e pedi mais alguns dias. Nesses dias que eu tive, articulei um plano. A Alessandra seria o meio que eu teria de destruir Rebecca. Por mais ruim que aquela vadia fosse, ela amava a filha incondicionalmente. Pedi a garota em noivado e segui com o meu plano.”.

Dentro de um dos motéis cinco estrelas mais conhecidos de São Paulo, Rebecca recebeu o serviço de quarto, que trouxe uma garrafa de vinho do porto, acompanhado de coquetéis. Ela havia acabado de fazer sexo com seu novo jardineiro.

–Você não tem medo de ser pega pelo seu marido? –Indagou Patrick.
–Não. Só tenho medo que caia na imprensa como caiu uma vez. –Respondeu Rebecca. –Eu tive um caso há muitos anos atrás com um americano, e ele foi assassinado pela esposa. Isso caiu na mídia. Meu casamento quase acabou.
–Você ama o Pedro?
–Quer que eu seja mesmo sincera?
–Claro.
–Só sinto amor por mim mesma.

“Ela sorriu pra mim, acariciou meu rosto e me chamou de anjinho. Fizemos sexo o restante daquele dia, depois voltamos para a mansão. Aquela hora do campeonato, Pedro já devia ter recebido as fotos da esposa dele com aquele adolescente de dezesseis anos. Eu não aguentei e joguei a bomba sobre o marido dela, junto a uma carta anônima, dizendo que se ele não desse um sumiço nela, aquelas fotos viriam a tona, destruindo toda sua imagem. E no dia seguinte, Rebecca acordou dentro do porta-malas do carro de um dos capangas do marido, no meio do nada.”.