
Um carro para no meio de uma enorme ponte, ainda em incompleta, em baixo existe um grandioso rio calmo e sereno. Depois as portas do carro se abrem e dele desce Victor e a sua turma, todos estavam vestidos de preto e muito sérios. Eles abrem o porta-malas e nele está um rapaz amordaçado e com um saco de pano na cabeça, aparentemente desacordado. Victor e os seus amigos tiram o garoto de dentro do porta-malas e o largam perto da parte incompleta da ponte. Eles tiram o saco de pano da cabeça do rapaz e percebemos que ele é Leandro.
- O que vamos vai fazer com ele, Victor?! - Perguntou Rafael, um dos integrantes da “gangue”.
- Nós vamos fazer o que a Bianca mandou.
- Cara, o que foi que eu fiz para vocês?! Me deixa ir embora, eu não conto nada, eu sumo para longe daqui... - Implorava Leandro, em vão.
- Não conta nada para ninguém, é mesmo?!- Rindo ironicamente, Victor responde. - Que eu saiba, a polícia é alguém sim! Não é somente alguém, mais sim uma instituição que pode muito bem acabar comigo!
I am I am a zombie
Again again you want me to fall on my head
I am I am I am a zombie
Hello hello how low will you push me
- O que vão fazer comigo? Vão me bater novamente? Não basta aquela depois da morte da Paola?! Vocês são baixos, frouxas! - Leandro enfrentou aqueles que foram as piores pessoas que poderiam existir durante a sua adolescência. Estava cansado de não se defender, não ia se fraco... Não mais!
Victor dá impulso na sua perna, fazendo com que ela se transforme num chute em Leandro. Leandro xinga mentalmente Victor de todos os palavrões possíveis e impossíveis que poderia existir.
- Cala a tua boca, seu retardado! Eu poderia muito ter te matado antes de te trazer pra essa ponte... Mais como eu sou muito bondoso, eu quis te dar os seus últimos minutos de vida antes da virada do ano!
- Então acaba comigo logo, seu cretino! Mas fique sabendo que esse não vai ficar impune, eu acredito na justiça!- Gritou Leandro, sabendo que o seu fim estava perto-.
- Com prazer, seu otário!- Falou Rafael, com desprezo.
Rafael saca uma arma em direção a Leandro, Victor se assusta com o ato. Ele coloca a mão na arma, fazendo com que arma vá ao chão e Rafael fique com raiva, reprovando o seu ato.
- Não vamos precisar de armas, bastões de madeira ou soco inglês... Somente de alguns empurrões de chutes!
De longe, alguém observava toda aquela cena. Era Paola, ela espiava usando um binóculo, numa tentativa de não ser percebida por todos aqueles que espiavam. Ela pega uma câmera fotográfica e começa a tirar diversas fotos em direção a todos que participaram da sua quase morte. Ela escuta um barulho vindo atrás dela, Paola ainda tem marcas da sua “quase morte”, rosto com marcas, mãos com cicatrizes.
- O que foi que eu perdi?! - Perguntou Miguel, que em seguida, ficou ao lado de Paola e olhou na direção que Paola olhava e tirava as fotos.
- Fala baixo, Miguel! Para de ser burro e me deixa, pelo menos tentar, fazer o que tenho que fazer! - Paola cochicha, tentava não chamar atenção de Victor ou de alguém da sua gangue. Ela precisava juntar as provas para incriminar todos aqueles.
- Está bem, está bem... - Pegou o binóculo das mãos de Paola, e o virou. Paola estava usando o lado errado do binóculo. - Agora sim, você vai conseguir ver alguma coisa...
Paola ficou emburrada e Miguel começou a rir da sua cara, para ele, ela ficava linda emburrada. Paola fechou a mão e fez uma menção em dar um murro.
- Calma Paola... Foi só uma brincadeira e uma ajuda também! Se fosse você, me agradecia...
Um grande estrondo dentro do rio se espalha, a água sente a pressão do corpo de Leandro, ele foi jogado na água. Paola se assusta com o estrondo, e fica com raiva de Miguel, ele não parava de sorrir.
Maldito sorriso, maldito Miguel, maldita distração!
- Olha o que você fez Miguel! Você fez com que eu perdesse o momento certo, esquece! - Ela pega a câmera fotográfica e logo tira diversas fotos do carro de Victor, fotografa todos os movimentos da gangue até a saída de todos com o carro.
Two thousand years I've been awake
Waiting for the day to shake
Dear all of you who've wronged me
I am I am a zombie
Paola corre em direção à ponte, ela ficou assustada com tudo que tinha acontecido.
- Miguel, corre, vem logo!- Grita Paola, quase chegando perto da parte incompleta da ponte. Ela olha para baixo e não consegue mais ver o corpo de Leandro.
- Paola... – Miguel colocou a mão no ombro de Paola, ela estava chorando. Paola se vira e se abraça a Miguel, naquele momento, o seu único porto seguro, o único que poderia confiar naquele momento. - Eu estou aqui!
- Você vai me ajudar, não vai, Miguel? - Paola olhou para Miguel, esperançosa que a resposta fosse um simples : “Sim Paola, eu irei te ajudar!”
Fim de flashaback
- Eu já não poderia negar mais nada a Paola, eu simplesmente estava encantado por você! Foi nesse dia que eu tive certeza que era você quem eu queria, era você a mulher a minha vida! Eu não vou te deixar sozinha nessa Paola- Paola vira o rosto de lado, mas Miguel faz com que ela o encare, novamente-
- Por que eu achei que a sua mãe estava brincando, em? Quando ela dizia que você era louco, eu não acreditei. Agora eu sei os motivos dela te chamar de louco! - Algumas palavras saiam com amargura, talvez com um toque de nostalgia.
- Eu vou te ajudar, com ou sem vingança. Por que eu não vou suportar encara aquele Victor solto, livre e sem ninguém impedindo dele sair na rua. Nós vamos acabar com ele, eu e você, juntos!