
Festa de formatura da turma de
2000.
Paola caminhava no meio da enorme quadra do
seu colégio, que permanece cheia de alunos formados dançando a musica Last Kiss da banda Pearl Jam. Os passos eram controlados e
rápidos, para não cair do salto alto que a sua mãe havia implorado para usá-los.
Não estava acostumada com os calçados, logo se segurou numa cadeira que tinha
por perto e se sentou. Ela tirou discretamente o seu salto, para poder respirar
aliviada, estava acabada de tanto andar de um lado e para outro.
- Está tudo bem?! - Uma voz masculina, num
tom de preocupação ecoa perto de Paola.
Paola se vira
rapidamente e abre um pequeno sorriso, percebendo que o seu amigo não tinha
desistido da festa de formatura.
- Ah sim, só estou um pouco cansada e
dolorida de ficar andando de um lado para o outro. - Apontando para o chão - Nada
que você deve ficar preocupado Leandro. - Leandro ajeita os seus óculos de grau
e dá um sorriso torto para Paola. - Eu fico muito feliz que você tenha vindo
para festa.
- Eu só vim e já estarei indo embora.
Isso não é coisa para mim, Paola. A turma do Victor ainda não me viu, que é um
bom sinal... Assim que eles me avistarem, eu dou no pé e nunca mais apareço por
aqui.
- Você nunca mais vai está aqui para
sofrer novamente... Nunca mais!- Paola fica em pé novamente, calça os seus
saltos e se despede de Leandro.
Paola caminha em direção à saída da
quadra, descerra a grande porta e avança pelo enorme corredor com os armários.
Em seguida, para num armário especifico: o seu. Curiosa, chega mais perto dele e
o abre. Assusta-se, o seu móvel está todo pichado por dentro e uma pequena
carta é encontrada. Paola pega o envelope e fecha com força à pequena
porta, ela abre a carta e lê o pequeno aviso que continha.
-“Estou
te esperando no antigo centro de treinamento dos nadadores.” Estão de brincadeira comigo, só pode. - Disse Paola, sem vontade.
Paola jogou o papel no chão e deslocou-se em direção à saída do colégio, caminhando para uma parte desativada:
O antigo centro de treinamento. Ficava numa parte deserta e esquecida pelos
diretores e coordenadores. Paola chega com um pouco de dificuldade
ao local, as folhagens empatavam um pouco a sua jornada e a sua entrada pela
porta principal do centro desativado. Olha para o lado e percebe que tem uma
porta aberta, as raízes estavam ao redor do acesso, anda até a mesma e entra
com dificuldade, fazendo arranhar o seu braço. Caminha até está perto demais da
funda piscina, que continua seca.
- Ótimo! Seja lá quem foi que me mandou aquela
cartinha pode ir aparecendo. Eu tenho muito a que fazer ainda... – Passaram alguns
instantes e nada se é escutado. Convencida que tinha sido uma brincadeira,
Paola deu a volta percorrendo em direção à porta.
- Onde pensa que vai em?! Já esta na hora de
você morrer, sua putinha disfarçada de roqueira! - Paola para de caminhar, se
vira e percebe que a voz é conhecida. Sim, o tom de Bianca Andrade.
Paola permanece totalmente confusa, ao
fitar Bianca, começa de todos os lados surgir pessoas da turma de Bianca e de
Victor. Não sabia o certo o que estava acontecendo.
- Bianca, pode parar com isso! O
colegial acabou, não tem mais motivos para você querer me odiar, para querer me
humilhar. Afinal de contas, isso não passa de orgulho ferido, por achar que eu
sou... Quer dizer, por achar que eu era uma ameaça contra você. Não tem mais
nenhum problema, nenhuma ameaça Bianca!
- Vamos ver se você aprende nunca mais se
meter com algo que é meu.
Um impulso é dado nas costas de Paola, que faz a mesma ser empurrada com bastante força e cair na piscina seca e suja.
Um impulso é dado nas costas de Paola, que faz a mesma ser empurrada com bastante força e cair na piscina seca e suja.
- Não pense que isso é igual aquele aviso
que aconteceu quando eu te vi com o Victor... – Bianca chega perto de Paola, o
som das passadas lentas de Bianca assustava a protagonista. - Isso vai ser
pior, vai ser o seu fim Paola. Não pense em ficar somente com marcas e com um
corte na boca. Eu vou deixar você sangrando, com o corpo quebrado e
terá que pedir piedade.
- Eu posso morrer, posso sentir dor... -
Fala Paola, se arrastava numa tentativa de se afastar de Bianca. - Mais eu não
irei pedir piedade, nem muito menos perdão por algo que eu nunca cometi contra
você.
Bianca abaixa até o pavimento, pega uma pedra e com força, joga nas costas de Paola. Logo as pessoas vieram em direção onde elas estavam a Paola. Chutes e empurrões sucederam os minutos agonizantes, os gritos de Paola era a felicidade de Bianca.
- Podem parar! Ela já está fraca e eu
quero que tenha os últimos minutos de vida dela, para poder pensar bem no que
fez para mim... Quem sabe na outra encarnação, ela aprenda o que nunca se deve
meter com gente do meu nível.
Paola tentava não fechar os seus olhos,
sua respiração continua falha. Antes de cair, aparentemente sem vida, ela olhou
bem para aqueles que estavam ao seu redor e se deparou com uma figura
conhecida, faces que nunca mais esqueceria: Victor estava presente e não fez
questão de ajudá-la. Paola fechou os olhos como uma pessoa que tivesse perdendo a vida, continua aparentemente morta. Morta para os seus inimigos, viva para a
retaliação.