quinta-feira, 2 de outubro de 2014

14º Episódio de Realeza Juvenil: "Le Grand Finale [SEASON FINALE]"


CENA 01/ SAINT PATRICKS/ TEATRO/ MANHÃ.

Surge na tela como legenda: “@NewsRealezaJuvenil: “Salut fofoqueiros de plantão! Preparem-se #SaintPatricks para os holofotes. Tô de volta! E doidinha pra saber tudinho da vida de vcs!”

“@NewsRealezaJuvenil: Já tá na minha agenda: peça Tristão & Isolda no Saint P. Será q o encerramento do ano e a peça terminarão em tragédia? Torço pelo sim!”.


PLANO GERAL no PALCO, onde estão Marina, Sophia, Fred, Léo, Samira, Luiza e um homem, o professor de teatro, vestindo uma camisa com listras horizontais pretas e brancas e uma calça jeans escura. Todos estão sentados sobre o palco, formando um círculo.

Professor de teatro: Ensaiaram bastante? Hoje o segundo ano representará o Saint Patricks nessa peça. Sabem que se der tudo certo a credibilidade do colégio pode melhorar.

Sophia (egocêntrica): É claro que estamos, Igor! Serei a melhor Isolda das Brancas Mãos! Acho que essa personagem foi escrita para mim!

Marina: Na verdade, ainda estou em dúvida com a interpretação da Isolda, a Loura. Não acha melhor a Luiza ou a Samira interpretarem ela?

Igor: Claro que não, Marina! Você possui o timbre perfeito para interpretá-la. Aposto muito na química entre você e o Fred para interpretarem Tristão e Isolda.

Marina e Fred se encaram, desconcertados.

Samira: Esse ano foi um caos! Nem acredito que cheguei viva até dezembro, literalmente!

Sophia: Já eu, não acredito como que você passou de ano sem nenhuma pendência.
Marina se levanta.

Marina: Preciso ir!

Igor (descontraído): Ok. Qualquer dúvida é só chamar no zap zap.

Sophia: Ou melhor, me passe o seu papel. Posso fazer as duas Isoldas perfeitamente. Poderíamos inovar e fazer Tristão & Isolda à la A Usurpadora.

Marina: Sua necessidade de exibicionismo é irritante!

Sophia: Não sou exibida... Sou destacada!

Marina encara Sophia e bufa. Logo, segue rumo.

CORTE DESCONTÍNUO PARA/

Marina SAI do Saint Patricks e anda pela CALÇADA. Sem perceber, Alberto anda atrás dela. Ele coloca um pano com éter sobre o seu nariz e pressiona. Marina tenta se soltar, mas a força de Alberto a impede. Logo, desmaia. FADE OUT.

CENA 02/ MANSÃO CLARK LUPORINNY/ QUARTO DE SOPHIA/ MANHÃ.

Sophia e Nanda estão deitadas na cama assistindo ao filme “Bonequinha de Luxo”.

Sophia: Amei rever esse filme! Audrey é fantástica!

Nanda: Verdade!

Sophia desliga a TV.

Sophia: E as novidades? Como anda seu namorico com o Matias?

Nanda: Está indo bem. Fico feliz por o aceitado!

Sophia: Eu não o aceitei! Aceitei você do jeito que é. Tenho certeza que ainda quebra a cara, mas depois não diga que eu não avisei.

Nanda: Tá bom então!

Sophia: Ontem eu visitei o túmulo do Jack. (T) Sabe, não consigo aceitar a morte. Prefiro acreditar que é saudade e ainda o verei. Ele parece estar próximo!

Nanda (desconcertada): É! Eu também sinto isso!

O silêncio paira no ar por algum tempo.

Sophia: Vamos mudar de assunto?

Nanda: Vamos! Do que podemos falar?

Sophia: Da premiere de Psicose. Fiquei com o coração a mil!

Nanda (boquiaberta): Meu Deus! O que foi aquilo? Fiquei, tipo, “ai meu Deus, vão matar o Nheitan”!

SONOPLASTIA OFF das duas conversando, animadas.


CENA 03/ DELEGACIA/ MANHÃ.

PLANO GERAL da sala. Nela existe uma estante com vários livros, uma mesa cheia de papéis e cartazes de procurados pelas paredes. O delegado está sentado em uma cadeira com os pés sobre a mesa, quando o detetive Rubens ENTRA. O delegado, envergonhado, tira dos pés da mesa e ajeita-se na cadeira.

Rubens: Sabe aquele caso de uma festa dos riquinhos do Rio que acabou morrendo um jovem atropelado.

Delegado: Lembro sim! Aquele que o filho do senador Augusto foi acusado de matar?

Rubens: Agora, meu amigo, que a gente se engana! Jackson era inocente! No depoimento do Augusto, ele disse que nem estava em Petrópolis na hora da morte. Mas aí que nós nos engamos! Olha esse vídeo.

Rubens pega seu celular e dá “play” em um vídeo. No vídeo é visto Augusto ENTRAR em um BAR.

Delegado: Não pode ser! Mas ele pode ter mentido para não comprometer a campanha dele.

Rubens: Pode ser! Lembra que foi aquela jovem, que morreu há quase um mês que disse ter visto Jackson atropelar o Maurício. Entretanto, segundo depoimentos essa garota, mesmo depois de acusar Jackson, continuou procurando quem matou o ex-namorado dela.

Delegado: Então esse caso ainda não está resolvido!

Rubens: Não está! E mais, não foram achados impressões digitais no volante de ninguém além do acusado e nem de Augusto.

Delegado: Então é provável que o autor estava usando luvas na hora do crime ou usou algum líquido para limpar as impressões digitais. Será que trata-se de um homicídio doloso?

Os dois se encaram, impetuosos. FADE OUT.


CENA 04/ FLAT DE JACK/ SALA DE ESTAR/ MANHÃ.

Som de campainha. PLANO AMERICANO em Jack, que veste um roupão preto, caminhando em direção à porta de saída. Gira a maçaneta e se depara com Nanda, o encarando por pouco tempo. Ela ENTRA, enérgica, no apartamento. Logo, senta-se em um banco em frente à um balcão que liga a SALA até a COZINHA.

Nanda: Não vou conseguir esconder isso da Sophia por muito tempo!

Jack: Mas vai precisar por mais algum tempo! Estou usando a ajuda de detetives para descobrirem quem está por trás da morte de Mau.

Nanda: São confiáveis? E se contarem algo ao papai?

Ele caminha até a COZINHA e pega de sua mini adega uma garrafa. Serve o líquido em uma tulipa. Senta-se no banco em direção oposto ao de Nanda. Aprecia a bebida em pequenos goles.

Jack (egocêntrico): Eu também tenho meu A Team! (Pausa) Aliás, Augusto está em Brasília há um tempo. Deve achar que estou me aventurando com marroquinas.

Nanda: Sem piadinhas! E, ele não está em Brasília. Passará a semana aqui! (Longa pausa) Por que não confia na Sophia?

Jack: Eu não confio nem na minha própria sombra... Diante da escuridão ela é a primeira a nos abandonar!

Nanda: Está com medo!

Jack: De que?

Nanda: A relação de vocês foi intensa e de curto prazo! Tem medo de tentar algo e não ser o que esperava. O amor tem esse efeito sobre nós!

Jack: Eu não a amo!

Nanda o encara com deboche.

Nanda: Faça-me rir! (Pausa) Você deveria lutar pela sua inocência. Por que não dá as caras na delegacia e diz tudo que sabe?

Os dois se encaram.


CENA 05/ MANSÃO CLARK SIMÕES/ COPA/ MANHÃ.

Raquel, Antonio e Larissa estão sentados à mesa. Eles servem-se com o café da manhã farto. Raquel apoia os ombros na mesa. Rugas de preocupação surgem em sua face.

Antonio (com a boca cheia): Não vai comer nada?

Raquel: Não estou com apetite?

Larissa: Quer que eu peça para a empregada fazer algo que você gosta?

Raquel: Não! (Pausa) Estou com um terrível pressentimento com a Marina!

Antonio: Pressentimento?

Raquel: Sim! Ela prometeu estar no café da manhã hoje, até mandei assar os biscoitos italianos que ela adora. Mas até agora não chegou para o café! Nem minhas ligações ela atende.

Antonio (sarcástico): Você sabe que cumprir regras não é algo que Marina curta!

Larissa: Mas que pressentimento é esse?

Raquel: Foi um pesadelo horrível! Parecia tão real!

Antonio (apreensivo): O que sonhou?

Raquel (desconfortável): Sua irmã estava morta, Antonio. Morta!

Os três se encaram com olhares perturbadores.


CENA 06/ CASA DE ALBERTO/ CORREDOR/ TARDE.

Alberto caminha pelo corredor até que ENTRA em um CÔMODO com as paredes brancas, o piso de madeira, com uma janela e sem nenhum móvel. Marina está encostada na parede com sua boca e mãos amordaçada. Movimenta-se tentando se soltar. Ele se aproxima dela e a encara pervertidamente. Dá-a um tapa na cara e aperta seus lábios.

Alberto: Quem está no controle agora? (Pausa) Você me destruiu! Agora é a vez de você pagar!

Marina mostra-se apavorada. Ele tira de sua boca, o pano que a tampa. Os dois se encaram.

Marina: Você vai pagar caro!

Alberto ri, logo começa a beijar Marina. Ela tenta se afastar, porém ele é mais forte. Logo, tem parte de sua roupa rasgada pelo mesmo e grita. Alberto a estrangula.

Alberto: Grita! (Pausa) Podem até te acharem, mas até lá estará morta!

CLOSE no olhar aterrorizado de Marina.


CENA 07/ CALÇADA/ TARDE.

PLANO AMERICANO de Sophia e Luiza caminhando.

Sophia: Sabe, amaria fazer Isolda, a Loura, mas a Isolda das Brancas Mãos, mesmo sendo coadjuvante é o destaque da peça! Acho que Tristão seria bem mais feliz ao lado da minha Isolda. Você concorda?

Luiza: É claro!

Sophia sorri, quando para de caminhar e observa uma casa. Luiza também para e estranha a atitude da primeira.

Luiza: O que houve?

Sophia: Sabe quem mora aí?

Luiza: Não! Quem?

Sophia: O nosso antigo diretor.

Luiza: O Alberto?

Sophia balança a cabeça positivamente.

Sophia: Já vim em alguns jantares com minha mãe aqui. O que acha de visitarmos?

Luiza: Tá doida? Lembra que ajudamos Marina a tirá-lo do colégio?

Sophia: Me arrependo disso! Gostaria de ao menos pedir desculpa. Talvez fique com minha consciência limpa.

Luiza: Acha que ele vai te perdoar se você contar a verdade?

Sophia: Não! Mas pelo menos a casa dele tem chá Twinings!

Sophia sobe os degraus que dão de entrada ao portão

Sophia: Você vem?

Luiza: Não. Prefiro não me meter nas suas maluquices.

Sophia suspira estressada.

Sophia: Então vai embora, infeliz!

Luiza: Ai, não precisa ser grossa!

Luiza segue rumo. Sophia toca a campainha e espera ser atendida. Ouve a voz de Marina dentro do local e se assusta.

Sophia (surpresa): O que a Marina tá fazendo aí?

Ouve novamente um berro. Pega seu celular e digita um SMS para Nanda “S.O.S.! Alguma coisa entranha na casa de Alberto! Acho que Marina está com ele”.
A porta é aberta por Alberto e os dois se encaram.

Alberto: O que faz aqui?

Sophia (disfarçando): É... Vim visita-lo!

Alberto: Pode entrar!

Sophia: Não, não poderei mais. Infelizmente não poderei prezar de sua companhia. O senhor demorou atender e estou muito compromissada hoje... Visitar creches, asilos... Filantropia, sabe como é, né? (Sorri)

Alberto puxa Sophia pelo braço e ENTRA junto com ela na CASA. A puxa pela casa até chegarem no QUARTO onde está Marina. A joga do lado da mesma.

Sophia (ordenando): Me tira daqui agora!

Alberto: Não.

Sophia (irritada/ gritando): Como ousa? Sabe com quem está se metendo?

Alberto esbofeteia a cara de Sophia que cai no chão ao lado de Marina. As duas se encaram com medo.

Marina (dirigindo-se à Sophia/ sussurrando): Fique calma!


CENA 08/ DELEGACIA/ TARDE.

Jack, Rubens, um escrivão e o delegado estão sentados. Enquanto Jack fala, o escrivão anota cada palavra pronunciar por ele em um computador.

Jack: É só isso que eu sei!

Rubens encara Jack por algum tempo.

Rubens: Então, você acha que seu pai pode estar metido na morte desse jovem?

Jack balança a cabeça positivamente.

Delegado: Mas se é inocente por que fugiu?

Jack: Por isso mesmo! Tenho raízes holandesas, não fugimos quando achamos que temos culpa!

Delegado: E essa garota, a Sophia?

Jack (debochado): Acho que é o detetive que deveria estar fazendo essas perguntas. (Olhando para Rubens) Não concorda?

O delegado bufa.

Delegado (dirigindo-se a Rubens): O que faremos em relação ao Augusto?

Atrás da persianas da sala, é possível ver uma pessoa que ouve a conversa. Jack o vê.

Jack (apontando para o sujeito): Olha!

Jack, o delegado e o detetive SAEM da DELEGACIA e DESCEM AS ESCADAS atrás do tal. Chegam até a CALÇADA, porém não o avistam.

Jack: Augusto sabe agora que está sendo investigado! Precisam fazer alguma coisa!

Delegado: Vou emitir um mandado de busca e apreensão! Mas até lá ele pode fugir!

Jack: Droga! (Pausa) Eu cuido disso!

CLOSE na expressão emblemática de Jack.


CENA 09/ MANSÃO CLARK SIMÕES/ SALA DE ESTAR/ TARDE.

PLANO GERAL da SALA DE ESTAR. A campainha é tocada e Raquel vem em direção à porta. A abre e se depara com Nanda e Fred agitados.

Raquel: Oi! Tudo bem?

Nanda ENTRA eufórica pela casa. E Fred a segue.

Nanda: A gente precisa da ajuda da senhora!

Raquel (assustada): O que houve?

Larissa e Antônio que estão sentados no sofá se levantam e aproximam dos três.

Nanda: A Marina, possivelmente, foi sequestrada!

Raquel (apavorada): Ai meu Deus!

Larissa: Como assim?

Nanda: A Sophia me mandou um SMS falando que havia algo errado na casa do ex-diretor Alberto e que Marina estava lá dentro.  Talvez a Sophia também está agora, pois ela não está atendendo aos meus telefonemas.
Antonio: Vou chamar a polícia!

Antonio SAI do plano.

Raquel: Por que ele faria isso?

Larissa: É que a Marina gravou um áudio, onde os dois quase transam e ameaçou entregar para a polícia, caso ele não renunciasse o cargo.

Raquel esfrega a mão direta na testa.

Raquel: Como ela foi fazer essa burrada! Por que não me avisou antes?

Larissa: Tia, como iria contar isso? Tipo, “ai tia, a Marina quase transou com o diretor!”?

Raquel: Exatamente assim! (Pausa) Onde é a casa do diretor?

Nanda: NRJ e algumas garotas fofoqueiras podem ajudar!

Raquel: Ok!

Nanda (dirigindo-se à Larissa): Vem comigo!

Nanda e Larissa SAEM do PLANO. Ficando apenas Raquel e Fred. Ela o encara.

Raquel: Sabe, aquele dia da festa deveria ter pegado fogo!

Fred: Como assim?                                                                                       

Raquel: O Bruno me contou algo que me deixou curiosa!

Fred: O que ele contou?

Raquel: Ele disse que após me deixar no hospital e voltar na minha casa para pegar algumas roupas para mim encontrou Marina desmaiada no jardim. Quem será que a deixaria lá?

Fred: Nossa! Não sabia disso. Provavelmente deve ter sido a Val!
Raquel balança a cabeça em sinal de concordância. CLOSE no rosto de Fred. Se mostra desconcertado.

Surge na tela como legenda: “Acho que alguém anda escondendo segredos!”


FLASHBACK 01/ INTERIOR DE UM TÁXI/ MADRUGADA.

LEGENDA: “17 DE JULHO”

No banco de trás, estão Marina e Fred, a primeira dorme no colo do último. O carro estaciona e Fred paga a corrida. Pega Marina no colo e anda com ela até o JARDIM da MANSÃO CLARK SIMÕES. Ele tenta reanima-la dando leves tapas em seu rosto.

Fred: Marina! Vamos! Precisa acordar!

Ele cai no chão, a levantando junto. Se agacha e procura as chaves de Marina em sua bolsa, porém não encontra. Começa a sacudir o corpo da mesma, porém ela continua apagada.

Fred: Merda!

Olha para os lados e não vê ninguém.

Fred: Me perdoa! Preciso ir!

Dá um beijo em suas bochechas e SAI acelerado do local.


CENA 11/ MANSÃO BITTENCOURT/ SALA DE ESTAR/ TARDE.

Selma e Augusto estão sentados no sofá.

Selma: Finalmente você arruma um tempo para mim. Desde que ganhou a campanha vive em Brasília!

Augusto a beija.

Augusto: Sabe como é Brasília, né? Uma quantidade de reuniões, congressos... Poderíamos morar lá! Seria bom para nossa família sair da agitação do Rio.

Selma (desagradada): Morar lá?

Augusto: Sim!

Selma: Mas aqui é o nosso reinado. Nanda e Fred são os populares da escola, eu sou a socialite filantrópica da Elite Carioca e você é o businessman... Não podemos sair do Rio!

A campainha toca e Augusto e Selma aguardam os empregados atenderem, porém ninguém vai até lá.

Selma (estressada): Esses serviçais!

Selma se levanta e caminha até a porta, a toca e se depara com Jack.

Selma: O que faz aqui?

Ele a ignora e logo ENTRA vindo em direção à Augusto. O último se levanta e encara o rival.

Augusto: O que faz no Rio?

Jack: Só vim visitar meu querido pai!

Augusto (irado): Eu mandei você sumir! Se alguém souber da sua existência estou ferrado!

Jack: Por isso estou no Rio... (sarcástico) Papai!

Augusto vem ferozmente da direção de Jack, porém Selma entra no meio dos dois e os separa.

Selma: Chega! (Dirigindo-se a Jack) Não vê o mal que faz às pessoas?

Jack: Sei, e sinto até um prazer irrefragável ao ver que incomodo gente como vocês! (Pausa) Sou sadista!

Selma: Sabe o que você dá para as pessoas, Jack? Infelicidade! Existe um motivo para estar sozinho!

Jack mostra-se inerme e Selma ri. O telefone de Augusto toca e ele atende.

Augusto (no telefone): Alô. (Tempo) Sim. (Tempo) Conseguiu? (Tempo/Encarando Jack assustado) Preciso desligar!

Augusto desliga o telefone e soca a cara de Jack. O último dá um sorriso debochado.

Selma (surpresa): O que houve?

Augusto: Ele depôs na delegacia. Virão me prender!

Selma e Augusto se encaram assustados.


CENA 14/ CASA DE AUGUSTO/ QUARTO/ TARDE.

Marina e Sophia estão encostadas em paredes opostas. Suas mãos e pés estão amordaçados. Elas se encaram.

Sophia: Isso é culpa sua!

Marina a ignora e abaixa a cabeça.

Sophia: Não sabe o mal que me fez e ainda faz?

Marina (nervosa): O que eu fiz Sophia?

Sophia: Ainda pergunta? Você tirou tudo que eu valorizava. Agora vou morrer aqui!

Marina: Tudo que você valorizava eram coisas fúteis. Um garoto que nunca amou, uma popularidade que só a deixa sufocada e...

Sophia: Mas eu era feliz!

Marina: Se não é feliz, é porque não quer!

Sophia: Você não me conhece para falar isso! (Pausa) É hipócrita! Diz que não quer se envolver com ninguém e fica com o colégio inteiro. Diz que não quer ser popular, mas ama aparecer em capas de jornais. Você faz o mundo girar de acordo com as suas circunstâncias. Desde criança você já era a estrela, o anjinho dos professores! Todos te amavam. E eu? Tudo que eu consegui precisei lutar, deixei até a minha moral de lado e mesmo assim não consegui o suficiente para ter o que você tem. O sucesso desliza nas suas mãos sem você precisar fazer nada!

Marina: Não se faça de vítima! Gosta de dramatizar tudo como se apenas você tivesse problemas! Se está sofrendo por algo é porque está pagando o mal que fez às pessoas! Só sabe ferir e se continuar assim vai terminar sozinha como a sua...

Sophia (cortando/ gritando): Chega! (Chorando) Isso é suficiente! (Pausa) Não precisa tocar em minhas feridas!

Marina a olha compungida e Sophia desvia o olhar.


CENA 15/ MANSÃO CLARK SIMÕES/ SALA DE ESTAR/ TARDE.

PLANO GERAL do local. Enquanto Raquel é interrogada por alguns policiais, Nanda, Léo, Larissa, Antonio e Fred estão sentados no sofá fazendo ligações, tentando localizar a casa de Alberto.

Nanda (dirigindo-se a Fred/ inconformada): Como ninguém sabe aonde ele mora?

Fred: Será que a mãe da Sophia não sabe onde é?

Larissa: Já tentei ligar para Teodora e ela não atende!

Nanda: A Sophia tinha saído com a Luiza. Já ligaram para ela?

Larissa: Eu liguei. Mas ela disse que não sabe de nada.

Nanda: Ela está mentindo!

Antonio: Como sabe?

Nanda: Ela não gosta da Sophia. Não iria querer ajuda-la!

Léo: Então teremos que encontra-la sem a ajuda da Luiza!

Larissa (animada): Estou me sentindo em CSI!

Antonio (advertindo): Larissa! Isso é sério!

Raquel se aproxima.

Raquel: E aí meninos? Acharam algo?

Antonio: Até agora nada! E você?

Raquel: Também não! A polícia achou melhor esperar um telefonema pedindo resgate.

Léo: Ele não vai pedir resgate! Ele quer é torturar a Marina!

Fred: Tive uma ideia! (Dirigindo-se a Léo) Como rastreou a Val naquele dia que ela foi para a danceteria?

Léo: Entrei no histórico de localização na conta do Google dela.

Raquel: Bingo! Poderia fazer isso para nós descobrirmos onde Marina está!

Léo: Mas você sabe a senha dela?

Raquel: Não.

Léo: Terei que hackear então!

Raquel: Vai demorar?

Léo: Pode levar de alguns minutos até dias dependendo da complexidade da senha.

Larissa: Vou pegar o notebook da Marina!

Larissa SAI de cena. Léo e Raquel se fitam apreensivos.


CENA 16/ MANSÃO BITTENCOURT/ SALA DE ESTAR/ TARDE.

Da sala é ouvido o barulho das sirenes se aproximando da casa. Augusto encara Jack irritado.

Augusto: Desgraçado!

Jack: Acho que ganhei de você!

Selma (amedrontada/ dirigindo-se a Augusto): Precisa sair daqui!

Augusto caminha até a saída, quando Jack o empurra.

Jack: Você não vai fugir!

Augusto: Quem disse?

Augusto soca a cara de Jack. Em devolvo Jack faz o mesmo. Os dois se jogam no chão e se agridem. Selma olha pela janela a polícia estacionando o carro.

Selma (gritando): Eles estão chegando!

Augusto tenta se levantar, porém é segurado por Jack. Selma pega um vaso e quebra na cabeça de Jack, fazendo-o desmaiar. Augusto se levanta.
Augusto: Por onde vou?

Selma: Pela porta os fundos!

Augusto segue rumo. CORTE DESCONTÍNUO na polícia ENTRANDO e deparando com Jack desmaiado e Selma no sofá chorando.

Delegado: Aonde está Augusto Bittencourt?

Selma (fingindo choro): Ele foi embora!

Os policiais se agacham perante a Jack e tentam reanima-lo. Ele acorda.

Policial 1: Está bem?

Jack (cambaleando): Estou! (Pausa) Já prenderam Augusto?

Policial 2: Acho que ele conseguiu fugir!

Um policial vê da janela um carro preto saindo da garagem da mansão.

Policial 1: Aí está ele!

Os policiais e Jack partem em direção à saída.


CENA 15/ CALÇADA/ TARDE.

A polícia SOBE AS ESCADAS de entrada à CASA DE ALBERTO e arrombam a porta. Raquel, Antonio, Léo, Fred, Nanda e Larissa estão na calçada apreensivos. Os policiais ENTRAM na CASA e andam pelos CORREDORES. Barulho de Marina e Sophia suspirando. Eles ficam próximos à porta, onde está Marina e Sophia.

Policial 1: Vamos?

Eles abrem a porta e apontam a arma para o local. Dão de cara com Alberto com o braço esquerdo sobre o pescoço de Marina e a com o outro aponta a arma para a cabeça da mesma. Sophia está próxima aos dois e mostra-se amedrontada.

Alberto: Se afastem ou ela morre!

Os policias recuam um passo. Alberto atira para o alto.

Alberto (nervoso): Eu mandei saírem!

Policial 2: Por favor, não faz isso! Elas são apenas duas adolescentes!

Alberto (histérico): Adolescentes? São vadias! São más e pisam em cima de qualquer um para conseguir o que querem!

Policial 1 (pacífico): Podemos negociar! Você a solta e deixamos você sair daqui ileso!

Alberto: Eu não me importo com isso!

Ele aperta mais o braço no pescoço de Marina, deixando-a ainda mais apavorada. Sophia encara Marina com compaixão.

Policial 2 (gritando): A solte agora! (Aponta a arma para Alberto).

Policial 1: Não!

Furioso, Alberto coloca o dedo no gatilho e prepara para atirar em Marina. SLOW MOTION em Sophia pulando sobre Alberto, fazendo com que ele e Marina caem. O tiro é disparado, atingindo a parede. Sophia ajuda Marina a se levantar e as duas correm em direção aos policiais. Alberto, aponta a arma para as duas e prepara-se para atirar, porém um policial consegue o impedir, vindo em sua direção e lhe segurando.

CORTE DESCONÍNUO em Marina e Sophia saindo da CASA DE ALBERTO ao lado dos policiais que estão com Alberto algemado. As duas garotas param na CALÇADA e se encaram.

Marina: Por que me salvou?

Sophia (confusa): Eu não sei!

Marina: Eu nem sei como te agradecer...

Marina é interrompida por Raquel, Fred, Léo, Larissa, Nanda e Antonio, que se aproximam. Raquel e Marina se abraçam.

Raquel (chorando): Me promete que nunca mais vai se meter em encrenca!

Marina encara Sophia.

Marina (dirigindo-se à Raquel): Ela me salvou!

Raquel sorri e vem na direção de Sophia. A última se afasta, assustada, e ENTRA em um táxi. Todos observam o carro tomar rumo.

Fred: O que houve com ela?

Marina: Não faço a mínima ideia!

“@NewsRealezaJuvenil: Oh oh, Sophia salvando Marina? Acho que tem alguma coisa errada aí. #FicaADúvida”.


CENA 16/ INTERIOR DO CARRO DE JACK/ NOITE.

Jack pilota seu carro seguindo pelas ruas o carro de Augusto. Ao lado de seu carro estão vários carros de polícia que também perseguem o veículo. O semáforo impede que Jack e os policiais sigam, por estar na cor “vermelha”, fazendo com que Augusto se distancie.

Jack: Droga!

Ele atravessa o semáforo e quase bate em outro carro. Continua a pilotar. CLOSE na expressão ansiosa de Jack.


CENA 17/ MANSÃO BITTENCOURT/ QUARTO DE FRED/ NOITE.

Fred se olha no espelho de seu guarda-roupa. Pega um mochila que está na sua cama e a coloca nas costas. Calça o chinelo e vem na direção da saída do quarto, quando encontra 
Selma. Os dois se encaram.

Selma: Aonde vai?

Fred: Tenho que chegar mais cedo no Saint Patricks para me arrumar para a peça.

Selma: Você não vai!

Fred: Como não?

Selma: Preciso que fique aqui! Seu pai pode precisar da nossa ajuda.

Fred: Acha mesmo que ele deve fugir?

Selma: Quer ver seu pai na cadeia?

Fred: Ele deve pagar pelas coisas que fez!

Selma: Tudo que ele fez foi para salvar a nossa família!

Fred: Que família? Nós deixamos de ser uma família há tempos!

Selma: Como tem a coragem de falar isso com a sua mãe?

Fred: Eu tô cansado de ser tratado por vocês como um fantoche! Parem de tentar me manipular, não vou mais fazer as coisas que mandam.

Selma (debochada): Quem está de manipulando dessa fez? (Pausa) Sempre será um banana!

Fred: Ok!

Fred DESCE AS ESCADAS e deixa Selma perplexa.


CENA 18/ SAINT PATRICKS/ TEATRO/ CAMARIM/ NOITE.

Sophia está sentada em frente a um espelho. Ela veste um vestido preto e maquia sua face com blush. Nanda ENTRA e se aproxima.

Nanda (preocupada): Está bem?

Sophia (ignorando): Por que não estaria?

Nanda: Por que se arriscou por Marina? Você sempre a odiou!

Sophia deixa a maquiagem sobre o balcão e vira-se para Nanda. Suspira e a fita.

Sophia: Eu só queria... Não sei o que queria, mas algo me motivou a ajudá-la! (Pausa) Afinal, o que seria de Ana Bolena sem Maria Bolena?

Nanda sorri. Sophia retribui.

Nanda: Não se machucou?

Sophia: Não! Gosto de adrenalina.

Nanda (rindo): Boba!

Sophia: A cabeleireira está demorando. (Puxa os cabelos e encaixa algum alfinetes, formando um coque) Estou bonita?

Nanda: Está! Vai brilhar hoje!

O celular das duas vibram, indicando novo tweet de NRJ. As duas o checam.

Surge na tela como legenda: “@NewsRealezaJuvenil: Quem é vivo sempre aparece, mesmo que por um curto período esteja morto! #JackNaTV #AovivoEEmCores”

Sophia se levanta e liga a TV e vê imagens aéreas de vários carros perseguindo uma limusine.

Jornalista (off/ na TV): Nesse momento, a polícia persegue o carro do senador Augusto Bittencourt. Após o filho dele, Jackson Bittencourt, que foi dado como morto, se revelar à polícia e depor contra o pai foi descoberto que Augusto pode estar envolvido em vários escândalos, desde homicídios até corrupção. Voltamos já já com mais informações!

Sophia (abalada): Você sabia disso?

Nanda (cabisbaixa): Sabia.

Sophia esfrega as mãos no rosto. Seus olhos esboçam ódio.

Sophia (nervosa): Por que não me contou?

Nanda coloca a mão direita sobre o ombro de Sophia, que recua.

Sophia (gritando): É uma mentirosa!

Nanda: Sophia, não! Eu não quis...

Sophia (cortando): Saia daqui! Pelo visto eu não posso contar com ninguém além de mim mesma!

Nanda (chorando): Por favor, me deixa explicar.

Sophia (gritando): Sai! (Chorando) Não vou mais sofrer por gente que não se importa comigo! É melhor estar sozinha.

Nanda: Calma!

Sophia: Calma? É isso mesmo que vai me pedir? (Pausa) É uma cretina!

Nanda: Vamos conversar! Você tá nervosa!

Sophia começa a jogar cosméticos (batons, perfumes, estojos de maquiagem) na direção de Nanda, que desvia e SAI de lá. Sophia bate forte com a porta e se encostada nela. Senta-se e chora, ao mesmo tempo que tenta limpar suas lágrimas.
Sophia: Vamos lá!

Ela se levanta e senta-se na cadeira próxima à penteadeira. Limpa as lágrimas e passa os dedos sobre suas olheiras. Pega corretivo e passa sobre elas. Se olha e torce o nariz. Passa um batom vermelho forte nos lábios.
Sophia (olhando-se no espelho): Você é uma rainha! Lembre-se, não importa se você caiu de salto, desde que ele seja o mais caro e deslumbrante da festa! (Força um sorriso)


CENA 19/ RUA/ NOITE.

O carro de Jack e os dos policiais perseguem a limusine. Jack faz uma manobra arriscada e para o carro na frente do carro de Alberto, que bate no carro, fazendo com que ele deslize pelo asfalto. A polícia cerca o carro e DESCE armada. Jack também DESCE do carro e se aproxima.

Policial: Saia do carro e se entregue!

Um homem com pele negra e vestindo uma calça jeans e uma camisa branca regata DESCE do carro. Ele levanta as mãos e encara com deboche Jack.

Jack (nervoso): Ele conseguiu fugir!

CLOSE no rosto nervoso de Jack.


CENA 20/ INTERIOR DE UM JATINHO/ NOITE.

Augusto está em seu assento e bebe champanhe.

Augusto (no telefone/ rindo): Eles devem ter caído como patinhos!

Selma (no telefone): Ufa! Tinha ficado super tensa!

Augusto (no telefone): Espero te encontrar em breve!

Selma (no telefone): Pode deixar, meu amor! Até a próxima!
Augusto desliga o telefone. Uma jovem loira, vestindo um short curto e uma camisa rosa senta-se ao seu lado. Os dois se beijam e dão-se as mãos.

Augusto: Espero que se divirta! (Sorri)

Renata: Tenho certeza que vou!

A aeromoça se aproxima.

Aeromoça: O avião vai descolar nesse instante!

Augusto: Tudo bem! Estou ansioso para sair daqui.
Ela sai do PLANO. Augusto olha de sua janela e ri. Logo, faz um sinal de banana com as mãos.

CORTA PARA/

Imagens aéreas mostram o avião decolando.


CENA 21/ SAINT PATRICKS/ TEATRO/ CAMARIM/ NOITE.

Sophia e Marina estão sentadas próximo a outra, porém evitam contato visual. Cabelereiras estão cuidando do cabelo de cada uma. Larissa e Antonio ENTRAM e se aproximam de Marina.

Antonio: Está linda!

Marina (sorridente): Obrigada! (Pausa) Estou gostando de vocês dois. Acho que vai dar namoro.

Sophia observa discretamente Larissa e Antonio.

Larissa (sem-graça): Não, não!

Sophia gira sua poltrona da direção deles.

Sophia (dirigindo-se à Larissa/ provocando): Gostei de ter perdoado o Antonio!

Antonio encara tenso Sophia.

Marina: Como assim, perdoar?

Sophia: Ele não disse nada?

Larissa (dirigindo-se a Antonio): O que você fez?

Antonio: Nada!

Sophia: Antonio, não se constrói um relacionamento na mentira. Pode me achar uma vadia depois disso, mas não é certo!

Marina: Sophia, para com isso!

Sophia se levanta da cadeira e segue até a saída.

Sophia: Não vou contar nada, mas espero que conte a verdade!

Sophia SAI. Antonio e Larissa se encaram.

Larissa (confusa): O que fez?

Marina (fria): Desembucha!

Antonio: Lembra quando achou que estava grávida.

Marina (assustada): Grávida?

Larissa: Como sabia disso? A tia Raquel te contou?

Antonio: Não! Eu... (cabisbaixo) Eu ajudei a Sophia a fazer você acreditar que estava grávida. Eu paguei ao farmacêutico para te vender um teste que ele garantiu que daria positivo.

Larissa: Como foi capaz?

Antonio: Eu estava machucado! Não pensei, mas por favor, me desculpe.

Marina: Antonio, por que se aliou à Sophia? Ela não é confiável!

Antonio: Eu sei, mas fui fraco.

Larissa: Pelo visto não posso confiar em ninguém nessa porcaria de Rio!

Antonio: Larissa, eu errei, mas você também!

Larissa (vingativa): Anota aí, a vadia está de volta! E ainda pior!

Larissa SAI do camarim. Antonio e Marina se encaram.


CENA 22/ CAMARIM/ NOITE.

Marina está sentada em sua poltrona. Em uma bancada há um script do qual ela lê mostrando certa dificuldade em interpretação. Léo ENTRA e se aproxima. Os dois se encaram.

Léo: Como está?

Marina (disfarçando): Bem!

Léo a fita descrente.

Marina: Ok ok! Estou... (Chorando) Sei lá. Me sinto a cada dia mais perdida! Eu não queria estar aqui. Eu não quero esse papel!

Ele agacha-se em frente a ela.

Léo: Você não precisa estar aqui!
Ela continua chorando e ele a abraça.

Marina: Mas eu preciso estar!

Léo: Me dê a mão! Vamos embora.

O encara insegura. Os dois dão-se as mãos.

Marina: Eu não sei!

Léo: Olha, quando nós nos conhecemos eu me sentia como um ninguém. Vi que nunca teria o prazer de fazer o que queria ou ao menos me expressar. Foi você que me ensinou a ser talvez uma pessoa melhor.

Marina: Eu tô com medo!

Léo: Medo?

Marina: Sim! Acho que posso ter feito coisas muito erradas. Estou magoando muito as pessoas que amo!

Léo: O que teria de errado com você?

Marina: Eu não sei!

Léo: Quer se abrir?

Marina: Não sei se devo!

Léo: Confie em mim!

Marina (convicta): Me beija!

Léo (desentendido): Huh?

Marina: Anda!

Ela o beija por um longo tempo. Ao finalizar os dois se olham confusos.

Marina: Sentia falta disso!

Léo (sorrindo): Eu também!

Marina: Sabe, vou ter que me apresentar sim, mas quando sair daqui podemos ficar juntos?

Léo a beija. Fred surge na porta e presencia o beijo. Mostra-se decepcionado e SAI de lá.

Léo: Mas o que tem para contar?

Marina (suspirando): Deixa para depois! (Pausa) A conversa é longa e a peça começa agora!


CENA 23/ DELEGACIA/ NOITE.

O delegado e o detetive Rubens ENTRAM na sala. Sentam-se e arquejam.

Rubens: Que dia!

Delegado: Agora o que faremos com Augusto?

Rubens: Não faço a mínima ideia! Teremos que acionar a INTERPOL provavelmente.

O delegado vasculha o computador. Mostra-se espantado.

Delegado (vendo a tela): Cacete! (Dirigindo-se ao detetive) Venha cá!

Os dois veem a tela do computador.

Rubens: Agora já sabemos quem matou Mau!

Delegado: O que faremos?

Rubens: Precisamos resolver isso o mais rápido possível!

Delegado: Que tal agora?

Os dois se encaram.

Rubens: Quem te mandou isso?

O delegado checa o e-mail.

Delegado: Não sei bem, mas possui o codinome de “NRJ”!

FADE OUT


CENA 24/ CALÇADA/ PRÓXIMO AO PORTÃO DO SAINT PATRICKS/ NOITE.

Nanda e Matias estão encostados no portão. Eles se beijam.

Matias: Está se sentindo melhor?

Nanda: Um pouco.

Matias: Seu pai vai voltar e vai assumir os erros! Tenho certeza!

Nanda: Não é por causa disso! É por causa da Sophia. Não queria brigar com ela.

Matias: Se ela gosta de você vai te perdoar!

Nanda (esperançosa): Espero!

Um carro estaciona próximo aos dois. Dele SAI Jack. Ele se aproxima do casal.

Jack: A peça já começou?

Nanda: Já tá na metade!

Jack: Finalmente poderei falar com a Sophia!

Nanda e Matias se encaram.

Jack: O que foi?

Matias: Não viu o jornal?

Jack: Não.

Nanda: Anunciaram a perseguição e nele falaram que você havia sobrevivido!

Jack bate com as mãos no portão.

Jack: Droga! (Pausa) E como ela está?

Nanda: Nesse momento deve estar dando um show lá dentro. Sophia sempre conseguiu sorrir após uma tragédia, porém ela está nos odiando por mentir.

Jack: Ela vai me entender!

Jack prepara para entrar, quando Nanda para em sua frente.

Nanda: Não deve ir!

Jack: Por que não?

Nanda: Vai fazer mal para ela ver você!

Jack: Mas você disse que deveríamos ficar juntos!

Nanda: Sim, mas você demorou! Agora, infelizmente, o destino os separa.

Jack mostra-se arrasado. Coloca as mãos sobre a cabeça e quase cai, por sorte, apoia-se no portão. Nanda apoia sua mão no ombro dele.

Nanda (assustada): Você está bem?

Jack: Estou!

Matias: Não acha melhor ir ao hospital?

Jack: Não, não! O melhor a fazer é ir embora de uma vez por todas!

Nanda: Não, por faça isso!

Jack: O Rio só traz desgraça!

Nanda: Jack! Não vá!

Jack: É o melhor para todos!

Lágrimas escorrem o rosto de Nanda.

Nanda: Para onde vai?

Jack: Quem sabe Dubai, Riad ou o Cairo? As bebidas do Oriente Médio são as melhores!

Nanda: Isso é o fim?

Jack: Não! Pode ser um “até daqui a pouco”?

Nanda: Pode!

Os dois se abraçam.

Nanda: Vê se não some!

Jack: Pode deixar.

Os dois trocam sorrisos.


CENA 25/ SAINT PATRICKS/ TEATRO/ PALCO/ NOITE.

PLANO AMERICANO Sophia e Fred no palco se apresentando. Luiza, Samira, Marina e Léo os observam pelo backstage. Fred está deitado e Sophia agachado diante a ele. Ela acaricia sua face. Todo o teatro está sem luz, exceto Sophia e Fred, que são iluminados por refletores.

Tristão/ Fred: Isolda, sinto que se aproxima um barco na costa, que vem de longe. Consegui vê-lo?
I
solda das Brancas Mãos/ Sophia: Certamente, meu amor, é um barco vindo da Cornualha.

Tristão: Pode ver a cor da vela desse barco?

Isolda/ Sophia olha ao redor do palco.

Isolda das Brancas Mãos/ Sophia: Sim, Tristão, é uma vela negra!

Tristão/ Fred: Tende certeza de que a vela é negra? Creio estar avistando Isolda, a Loura!

Isolda das Brancas Mãos/ Sophia: Perfeitamente, meu amor. A vela que vejo daqui é negra.

Tristão/ Fred: Sinto que me faltam forças, parece que estou partindo ...

Tristão/ Fred fecha os olhos e morre. Isolda das Brancas Mãos/ Sophia o sacode e coloca sua cabeça sobre o seu peito. Chora.

Isolda das Brancas Mãos/ Sophia: Não, Tristão, não me deixe... Tristão, meu amor, não pode partir, eu sempre fiz tudo por vós...

Isolda, a Loura/ Marina se aproxima e ouve as últimas palavras da esposa de Tristão.

Isolda, a Loura/ Marina: Senhora, ergue e deixai que me aproxime. Tenho mais direito de chorar do que vós. Amei-o mais.

Isolda das Brancas Mãos/ Sophia: Como ousa falar assim? Eu o amo mais!

Isolda, a Loura/ Marina: A senhora somente o enganou! A única que fiz foi o amar! Agora, peço que saia!

Isolda das Brancas Mãos/ Sophia afasta-se do corpo de Tristão/ Fred. Isolda, a Loura se agacha.

Isolda, a Loura/ Marina: Tristão, enfrentei as piores tempestades no mar para vir ao teu encontro, mas vejo que cheguei tarde... Ah meu amor, de que adianta agora estar viva, sabendo que não estarás mais junto a mim? Como poderei viver sem as tuas juras de amor? Mesmo estando longe, davas sentido a minha vida, razão para o meu viver. Parto contigo...
Isolda, a Loura/ Marina, debruça-se sobre o corpo do tal. Prepara-se para o beijar, quando vê Léo lhe observando. Marina recua e permanece cabisbaixa por um tempo. Fred, por instante abre os olhos e a encara. Ela acaba por lhe beijar intensamente. Lentamente, vai deitando ao seu lado, enquanto Isolda das Brancas Mãos fica ao lado os observando.

CORTA PARA/

PLANO SUBJETIVO da plateia que assiste ao espetáculo. O celular de todos que estão aí começa a vibrar. Em massa eles vão pegando seu celular e leem o novo tweet de NRJ. Raquel e Antonio que estão na plateia mostram-se assustados. As pessoas começam a cochichar.

Surge na tela como legenda: “@NewsRealezaJuvenil: Tristão e Isolda foram separados pela morte, como Val e Mau. Fantasia ou mundo real, smp haverá 1 vadia destruidora. MARINA É A ASSASSINA!”

Grande parte da plateia se levanta e começa a vaiar Marina. Antonio e Raquel mostram-se desacreditados.

CORTA PARA/

No PALCO, Marina e Fred se encaram assustados.

Marina (confusa): Eu realmente fiz isso?

Fred balança a cabeça positivamente.

FUSÃO PARA/


FLASHBACK 02/ PETRÓPOLIS/ CASTELO ITAIPAVA/ ESTACIONAMENTO/ MADRUGADA.

Marina está sentada no chão, se encosta em um carro. Em sua mão está uma garrafa de bebida, da qual ela dá diversos longos goles. Fred passa pelo local e a vista. Vem em sua direção. Se encaram.


Fred: O que faz aqui?

Marina se levanta desajeitadamente. Ela lhe tasca um cara na tapa.

Marina (bêbada): Vai me mandar ir embora?

Fred a segura.

Fred (assustado): Você bebeu demais! Precisa ir para casa! (Pausa) Aonde está o Léo?

Marina (zonza): Aquele traste me largou!

Ela estica seus braços e começa a girar. Cai no chão. Fred lhe ajuda a se levantar e apoia suas mãos sobre seu ombro. Andam até um determinado ponto. Ele a coloca para sentar sobre um banco.

Fred: Vou pegar minhas coisas e chamar o taxista. (Pausa) Preciso que fique aqui!

Marina: Você não manda em mim!

Fred: Marina! Por favor, não saia daqui! Está muito bêbada.

Marina: Pode deixar, papai!

Ele SAI do plano. Ela pega um cigarro e o fuma. Observa o céu e sorri. Se levanta e começa a andar pelo estacionamento e vai rumo à SAÍDA do Castelo. SAI e caminha pela CALÇADA. Sem ser vista, avista Jack saindo de um carro preto. Ele fecha a porta e deixa a chave na tranca, sem perceber.

Jack (no telefone): A festa está fora do limite! Ainda matam um hoje!

Nanda (no telefone): Cruz credo! Graças a Deus não vim.

Jack (no telefone): Aqui, preciso desligar!


Nanda (no telefone): Bye bye!

Jack ENTRA no CASTELO e não nota Marina. Ela se aproxima do carro, pega a chave e ENTRA. Encaixa a chave e dá ignição.

Marina (embriagada): Uh! Sou a Penélope Charmosa! (Sorri).



FLASHBACK 03/ PETRÓPOLIS/ RUA ITAIPAVA/ CALÇADA/ MADRUGADA.

PLANO CONJUNTO da rua. Mau anda desajeitado pelas ruas. Sua aparência revela estar drogado. A câmera foca no farol do carro preto que Marina dirige. Buzina e se aproxima o carro de Mau. Ele corre pela CALÇADA, até que ela acaba lhe atropelando. O corpo é arremessado contra o capô e, em seguida, cai, desfalecido, no asfalto.


Marina continua dirigindo pela rua, sem conseguir parar o carro. Até que ele bate no canteiro mais próximo e para. Ela bate com a cabeça no volante e desmaia. A porta do carro é aberta por Fred que a observa, assustado.


Fred: Você precisa sair daqui!

Ele a tira do carro e a pega no colo. Anda pela CALÇADA até que avista um táxi.



CENA 28/ SAINT PATRICKS/ TEATRO/ PALCO/ NOITE.

Marina e Fred levantam-se do chão e se olham inseguros. Sophia se aproxima e a encara.

Sophia (espantada): Você é uma assassina!

Marina a olha com pesar. PONTO DE VISTA de Marina. Ela olha para o refletor e a luz fere sua visão. Encara a plateia que a vaia. Logo, ENTRAM no TEATRO o delegado e Rubens, que se aproximam do palco.

Rubens: Precisa nos acompanhar, mocinha!

Marina DESCE do palco e vê várias pessoas se aproximando, tentando feri-la. O delegado e Rubens evitam o contato. Raquel também se aproxima e encara Marina com sofrimento.

Raquel (chorando): Por que?
Marina encara sofrida a mãe. Olha ao redor e corre em direção a SAÍDA. Chega em frente ao portão e o abre. Olha para trás e vê Sophia, Fred, Léo, Luiza e Samira de pés sobre o palco a encarando. Olha um a um, reparando nas expressões de cada. Primeiro Luiza, que a fita com um sorriso perverso; Depois, Samira, que mostra não ter entendido o que houve; Logo encara Léo, que mostra tristeza e decepção; Logo depois, fita Fred, que mostra-se inseguro e confuso; E por último, Sophia, que a encara com compaixão e um certo medo. As duas trocam um sorriso torto.

Marina vê os policiais se aproximando. SAI apressadamente do local, batendo forte com a porta. FADE TO BLACK.

Bye bye, FOFOQUEIROS DE PLANTÃO! Vejo vocês em 2015!

Episódio escrito por: Emerson Faria Martins
Supervisão de: Félix
Colaboração: Rodrigo Ferreira, Gustavo Negreiros e Jéssica Alencar
Agradecimentos: Jéssica Alencar,Rodrigo Ferreira, Félix, Luiz Gustavo, Gustavo Negreiros, Idalécio Cassul, Heloísa Ambrósio, Márcio Gabriel, Bruno Olsen, Isa Nota, Joyce Kelly, Thiago Prado, Nanda Belli, Walter Hugo, Thiago dos Santos, Pedro Valentim, Weslley Vitoritti e todos os leitores da série.
Elenco de Apoio:
Tarcísio Filho como Alberto
Raquel Bertani como Renata
Carmo Dalla Vecchia como Detetive Rubens
Leopoldo Pacheco como Delegado
Realização: TV Virtual
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