segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 28



CENA 1. APARTAMENTO DE CAUÃ/ CORREDOR. INTERIOR. DIA

CRISTAL – (Berrando) VOLTA AQUI SUA ASSASSINA, MISERÁVEL!

Cristal continua a correr atrás de Esmeralda que foge desesperadamente, Cristal corre com toda sua velocidade atrás de Esmeralda, Esmeralda prestes a descer por completo a escada ela começa a lacrimejar, Cristal por fim aproxima-se dela, num impulso de ódio ela a empurra os degraus de escada a baixo. Esmeralda cai.

ESMERALDA – AH!

Esmeralda tenta se levantar para correr, mas Cristal lhe passa uma rasteira, lhe pega pela blusa e fica a encará-la.

CRISTAL – (Explode) QUANTO TEMPO QUE VOCÊ ACHOU QUE IRIA MANTER A TUA FARSA, SUA BANDIDA!

ESMERALDA – Que saudades Cristal. (Finge emoção) Você não sabe o quanto foi difícil.

CRISTAL – CALA A TUA BOCA SUA VAGABUNDA! Você me jogou nesse inferno.

ESMERALDA – Olha o que VOCÊ causou sua anta! Maldito dia em que VOCÊ cruzou o nosso caminho, todas essas desgraças são sua culpa, priminha.

CRISTAL – EU VOU ACABAR COM TUA RAÇA!

Cristal voa em cima de Esmeralda e começa a lhe dar fortes tapas, chutes, pontapés.

ESMERALDA – ME SOLTA CRISTAL, ME SOLTA!

CRISTAL – ASSASSINA! (Tapa na cara) Você matou o João sua desgraçada! (Chute no estômago).

Esmeralda vai ao chão urrando de dor, Cristal com cada vez mais ódio de Esmeralda, Esmeralda lhe passa uma rasteira, ambas caem e rolam no chão se estapeando feito malucas, Esmeralda começa a puxar o cabelo.

ESMERALDA – ME LARGA SEU BICHO DO MATO!

Cristal chuta entre as pernas de Esmeralda e a estapeia fortemente em cada face, Esmeralda a imobiliza.

ESMERALDA – PARA!

CRISTAL – Você vai sair daqui de cadeira de rodas sua bandida!

Esmeralda tenta imobilizá-la, Cristal lhe dá uma cotovelada na cara que lhe acerta em cheio fazendo-a sangrar.

CRISTAL – ASSASSINA! (Tapa numa face) DESGRAÇADA! FALSA (Tapa na outra face).

Esmeralda tenta levantar-se, Cristal pega ela e começa a puxar seus cabelos fortemente e bate sua cabeça contra a parede várias vezes.

CRISTAL – OLHA PRA MIM SUA INFELIZ, OLHA PRA MIM! Você acabou com a vida de tanta gente, tudo isso por dinheiro sua bandida?

Diversos seguranças chegam e separam Cristal e Esmeralda uma da outra. Cauã olha perplexo a tudo.

CENA 2. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. DIA

Vários hóspedes na sala, logo Dinora e Luan começam a descer a escada, saídos do quarto dela, brincando, sorridentes, todos os encaram, que logo percebem e ficam tímidos.

DINORA – Oi gente.

MIRNA – Como foi à noite de vocês?

LUAN – Muito boa né Dinora? Quero até repetir de novo.

Luan beija Dinora no rosto e sai indo para seu quarto, todos a olham que fica tímida.

CENA 3. APARTAMENTO DE CAUÃ/ SALA. INTERIOR. DIA

Diversos seguranças seguram Cristal e Esmeralda. Cristal está com apenas alguns arranhões, Esmeralda está totalmente machucada, completamente dolorida e até sangra.

CRISTAL – Eu passei meses chorando sua morte, como você pôde Esmeralda!?

CAUÃ – Então é esse o seu verdadeiro nome, Soledad.

ESMERALDA – Tenta me entender Cauã, eu te amo!

CAUÃ – CALA A BOCA! Eu não agüento mais mentira, mais hipocrisia.

ESMERALDA – (Chorando) Eu juro que eu não matei ninguém. Foi esse assassino.

CAUÃ – Some daqui Soledad, Esmeralda… Quem é você hein? Quem é a mulher dócil que tava aqui toda preocupada comigo?

ESMERALDA – Eu to apaixonada por você Cauã, se uma coisa boa de tudo isso foi o nosso amor.

CAUÃ – Você tá louca garota!? Que amor é esse, que mente, que engana, que machuca, que mata hein? Eu só te usei pra esquecer a Cristal.

Esmeralda fica em choque, lágrimas começam a correr de seu rosto. Cristal sorri. Ela passa a mão no rosto e olha seu sangue.

ESMERALDA – Vocês me pagam.

Esmeralda se solta e caminha para fora, ela senta-se na beira da escada chorando. Na sala Cristal é solta pelos seguranças. Eles saem, ficam apenas Cristal e Cauã. Cristal, sem dizer nada vai saindo do prédio.

CAUÃ – Espera Cristal… Obrigado… Me perdoa?

CRISTAL – Nunca Cauã, acabou… Eu não sinto mais nada por você.

Cristal sai com dor no coração ela vai pelo elevador, lágrimas escorrem de seu rosto. Cauã fica pensativo no prédio. Ele se lembra:

Esmeralda engole em seco, sem responder, uma lágrima escorre de seu rosto. Logo começa a chover incessantemente, a chuva começa a molhar seus corpos e atraí-los para mais perto. Até que eles não resistem e se beijam ali mesmo.

CAUÃ – Por que você mentiu pra mim Esmeralda?

CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ NOITE

Logo o dia se passa, vai chegando uma noite fria e obscura na grande capital.

CENA 5. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. NOITE

Derick e Rosa estão juntos no sofá, abraçados, trocando carícias e beijos.

ROSA – Ai Derick… To me sentindo tão feliz em seus braços.

DERICK – Eu também Rosa… Eu seria capaz de abrir mão de tudo isso por você… Acho que minha vida tá ganhando mais um sentido.

ROSA – O que aconteceu com você Derick?

DERICK – Passado…

ROSA – A gente tem que falar com minha mãe Derick…

DERICK – (Tenso) Tem certeza amor? E se ela fizer algo contra você!?

ROSA – É minha mãe.

DERICK – A Carlota não presta Rosa, você ainda vai ver como tenho razão.

CENA 6. RUA. EXTERIOR. NOITE

Carlota estava em seu carro no fim da rua, até que vê Rosa e Derick se aproximando descontraídos pela rua. Carlota os vê.

CARLOTA – Chegou sua hora Derick!

Ela abre um pequeno compartimento de onde tira seu batom preço, ela passa nos lábios e se olha no espelho, ela guarda e fica atenta a Derick atravessando a rua junto de Rosa, ela coloca a mão no câmbio e o move pisando fundo no acelerador.

ROSA – (Berrando) DERICK!

Carlota o acerta em cheio, ele cai sem sentidos no meio da rua, Carlota corre fugindo em meio à rua.

CARLOTA – Me espere no inferno seu desgraçado!

Rosa desconsolada no meio da rua em meio a uma poça de sangue de Derick, ela começa a se descabelar desesperada.

ROSA – (Chorando) DERICK!

CENA 7. DELEGACIA/ SALA. INTERIOR. NOITE

Ruan e Augusto vêem filmagens da porta da delegacia, tensos com um funcionário.

RUAN – Volta, volta, aí, dá zoom nesse motoqueiro.

Eles dão zoom no motoqueiro da moto.

PABLO – Droga! Não dá pra ver nada, e a placa? Cadê a placa? A moto tinha!

FUNCIONÁRIO – O ângulo da câmera não mostrou.

RUAN – Af! Que ódio.

Augusto observa tudo escondido atrás da porta, sorridente.

CENA 8. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE

Cristal entra tensa em seu quarto, com um triste pesar, Jack esperava por ela na cama.

CRISTAL – Você…

JACK – Oi Cristal. Como foi?

Jack vai para perto de Cristal abraçá-la.

CRISTAL – A assassina é a minha prima Jack, ela tá viva e foi ela quem matou todo mundo.

JACK – Sinto por sua descoberta.

Cristal beija Jack.

CRISTAL – Não sei o que faria sem você Jack.

JACK – Sem você Cristal eu poderia estar perdido a essa hora. Acho que foi Deus que cruzou nossos caminhos.

CENA 9. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. NOITE

Natalie faz um curativo em Esmeralda que está furiosa.

ESMERALDA – O Jack é um traíra Natalie! Ele tá com a Cristal, foi ele quem disse que eu estaria lá! Miserável!

NATALIE – Gratidão né Esmeralda? Ele te ajudou em tudo…

ESMERALDA – E agora quer me tirar tudo! Ele é passional demais, tem que sair do nosso caminho, ele e a minha priminha.

NATALIE – Será que rola algo entre eles?

ESMERALDA – Rola, um corno sempre conhece o outro… Precisamos tirar a duplinha perfeita do nosso caminho.

NATALIE – Own, eles devem formar um casal tão bonitinho.

ESMERALDA – Romancezinho melado me dá nojo Natalie! Agora eu não vou poupar ninguém, todos que cruzarem o meu caminho, eu atropelo!

CENA 10. APARTAMENTO DE CAUÃ/ SALA. INTERIOR. NOITE

Cauã olha uma foto de Cristal no computador, ele encara lembrando-se de tudo o que já passaram.

CAUÃ – Por que a gente tinha que se separar hein Cristal? Tava tudo tão bem… (Instantes) Mas isso não pode e não vai terminar aqui…

Cauã se levanta e sai.

CENA 11. PENSÃO/ FACHADA. INTERIOR. NOITE

Cauã desce de seu carro sorridente com um buquê de flores em mãos, ele se aproxima da pensão, ele pega uma pequena pedrinha e olha para a janela do quarto de Cristal para jogá-la, esperançoso, até que a vê na janela aos beijos com Jack. Cristal o vê e mesmo assim continua a beijar Jack como se nada tivesse acontecendo, os olhos de Cauã se enchem de lágrimas, ele joga o buquê de flores no chão e volta para o carro partindo. Cristal fica abraçada a Jack, olhando para Cauã partir.

CRISTAL – (Pensamento) Acabou Cauã, acabou.

CENA 12. PORÃO. INTERIOR. NOITE

O porão está totalmente escuro. Uma pessoa que não é possível ver aproxima-se de um telão, onde aparece a foto de todos os personagens, as fotos de Armando, Amanda e João com um enorme X vermelho por cima. Ele focaliza a imagem em Derick e Rosa.

ASSASSINO – Tá na hora de todos começarem a provar de seu próprio veneno, que comece o jogo!

O assassino abre uma gaveta, ele focaliza na foto de Carlota enquanto tira um batom preto de lá e fica a encará-lo. Ele liga para um celular.

ASSASSINO – Alô… Eu quero que você desligue as câmeras do prédio dela agora, quero que pareça que ela saiu e só ligue as câmeras quando eu mandar, fui claro?

CENA 13. HOSPITAL/ SALÃO. INTERIOR. NOITE

Rosa e Laísa apreensivas sobre notícias de Derick.

ROSA – Eu me sinto tão culpada meu Deus!

LAÍSA – A Carlota é uma monstra! Se ela chegar aqui eu sou capaz de matá-la!

ROSA – Minha mãe, será que ela é realmente capaz de fazer algo assim!?

LAÍSA – Você realmente não a conhece!

Um médico chega, Laísa e Rosa correm até ele alvoroçadas.

ROSA – Como tá o Derick doutor?

MÉDICO – Ele tá inconsciente, mas vai ficar bem, teve algumas escoriações que com os dias já somem, mas se o carro estivesse alguns quilômetros mais rápido ele não estaria conosco agora. Ele tá fora de perigo.

Música: Outherside – Red Hot Chill Peppers

Pelo corredor se via uma pessoa disfarçada de médico, que caminhava em direção a um dos quartos, a pessoa abre a porta e entra, depara-se com Derick desacordado, abre o armário tranquilamente, começa a assoviar, ela tira um travesseiro de lá, ela tira as luvas de látex e coloca as de couro. A pessoa pega o travesseiro e começa a sufocar Derick.

ASSASSINO – Vá pro inferno seu bandido enrustido!

A música ganha a cena. Os batimentos vão diminuindo até que forma-se uma reta e o aparelho começa a fazer o sonido.

A cena congela em tons roxos no suposto médico sorrindo pela máscara.

FIM DO CAPÍTULO