Após
se certificar de que Cristian Lauster havia se vestido, Paige Simons tirou as
mãos do rosto, podendo notar os belos traços do rapaz branco, alto e
incrivelmente interessante em sua frente. Examinou-o da cabeça aos pés.
Qualquer mulher naquele momento faria a mesma coisa.
— Quero que me perdoe pela
recepção... — Disse, contendo-se para não rir e estragar o pedido feito à dama.
— Mas... Quem é você?
— Eu quem peço perdão por ter
chegado aqui sem me explicar. — Aproximou-se dele mais três passos, estendeu o
braço direito. Cristian apertou a sua mão, e ela sorriu. Com o cumprimento, o
rapaz não deixara de notar as características fortes de Paige, principalmente a
maquiagem, cujo retratava que ela era uma pessoa gótica, do estilo rock. — Sou
a detetive Paige Simons, a encarregada de desvendar todo o mistério da morte de
sua namorada, Stephany Rowland.
— Oh sim... Claro! Como não pensei
nisso antes? — Ficou de costas para Paige, e ela não pôde deixar de notar as
evidências que apareceram: Cristian ficara muito mexido quando ela citou a
namorada. — Stephany... Nós íamos nos casar em poucos anos. Tínhamos planos
extraordinários. — Voltou a encarar a detetive. — Ela era a mulher de minha
vida, talvez.
— Sinto muito ter tocado o seu
coração, Cristian... Bom, podemos nos sentar? Desculpa estar me oferecendo, mas
é bem melhor conversamos mais à vontade.
— Claro que sim! — Apontou para o
sofá cinza, macio, onde os dois puderam se relaxar, ainda mais porque aquela
residência era grande, principalmente a sala. Tudo organizado. Tudo muito
espaçoso. Paige olhou para o carpete vermelho com estampas floridas, exposto ao
chão, e sorrindo, começou a investigação.
— Desculpe a... Enfim: vamos começar
pelo começo. Estou apta a ouvir todas as suas palavras, Cristian. Se não
incomodar, comece agora mesmo. Conte tudo.
O shopping mais popular de Londres
era o “Fashion Forever”, dirigido por duas irmãs, muito ricas, detentoras de
uma fortuna deixada pelos pais mortos dentro da própria casa, durante um
assalto para roubar uma grande quantia em dinheiro que o senhor e a senhora
Dawils guardavam dentro de algum cofre da mansão.
O importante é que tudo era um
sucesso. O shopping havia se tornado especial, por compor todas as coisas que
um turista, ou até mesmo alguém da cidade procurasse.
As damas trajavam roupas
exclusivamente extravagantes. Enquanto uma ousava com um belo vestido dum rosa
muito chamativo, a outra escolhia o mesmo modelo, mas com o tom branco muito
rebuscado. Ambas tiraram os óculos dos olhos, para verem a vitrine que passavam
em frente. As loiras sorriram quando puderam notar o preço do belo par de
sapatos que jazia, e tentava os seus desejos.
— Vou levar, com certeza. É o sapato
mais lindo que já vi em toda a minha vida. — Uma das mulheres já estava pagando
o produto. Logo em seguida, a vendedora embrulhou o sapato, colocando dentro de
uma sacola e entregando à compradora. A última saiu em busca de outras
novidades.
— Agora preciso encontrar um
vestido, Polliane. Um daqueles bem chiquérrimos sabe? Que as pessoas olham e
pensam: “ela é ela”. Entendeu?
— Sei Penelope... Inclusive eu vi uma
peça assim por algum lugar daqui. Só não me recordo onde. — A amiga explicou
enquanto parou de andar, e se pôs a olhar todos os lados, vendo os detalhes de
cada espaço.
— Tá, não para não! Enquanto você
procura continuemos a andar. — Penelope quis mudar de assunto. — Sabe
Polliane... — Colocou uma mão no braço da colega. — A detetive que irá
investigar o assassinato da Stephany já está trabalhando. Está na minha casa.
Chama-se Paige Simons. É dolorosamente linda! Vou confessar: fiquei com inveja.
Ainda mais por causa daquele carrão que ela tem! Mas... Eu acredito que ela
seja uma pessoa sinistra.
— Pelo visto as coisas começaram a
andar. Espero que tudo prossiga bem, amiga... — Enfiou a ponta do dedo
indicador no canto da boca e fez um convite a ela mesma. — Penelope, não acha
que eu deveria ir à sua casa em um dia desses? Estou com saudades daquele chá
que só a Julie sabe fazer. Assim eu aproveito para conhecer essa tal de Paige
sinistra.
— A demitimos, Polliane. Julie não
está mais trabalhando em minha casa. Mas não há problema. Vamos agora mesmo. —
Colocou o óculo nos olhos, puxando a amiga pelo braço, levando-a diretamente
para a mansão.
Polliane, assim que se introduzira
na residência da melhor amiga, acompanhada da mesma, colocou a bolsa em cima da
mesa que ficava no centro da sala, e sentou-se no sofá, já que Penelope se
dirigia para o seu quarto.
— Volto em um instante, Polli. —
Garantiu. — Preciso guardar essas coisas e trocar de roupa. — Disse,
referindo-se às sacolas de compras que segurava.
Penelope subiu as escadas da mansão,
e Polliane, certamente como já imaginava fazer, levantou-se, apressadamente,
indo em direção à estante, cujo móvel deixava a televisão de quarenta e duas
polegadas ao centro, e outros objetos de decoração ao lado. Agarrou um deles,
sorrindo.
A empresa de Willians Rowland nunca
deixara de se manter potencialmente agitada. Muitos funcionários circulavam
pelos corredores praticamente o tempo todo. Dirigir um parque de diversões
parece ser uma tarefa difícil, mas para o dono do maior e mais influente parque
de Londres, era moleza, e ele sentia prazer em chefiar aquela imensidão de
brinquedos.
A sede principal da Rowland se estabelecia
ali mesmo, em Londres, e ficava a poucos quilômetros do parque, caracterizado
por receber turistas de toda a Inglaterra, além de asiáticos e latino-americanos.
A porta da sala de Willians fora
batida duas vezes, e sua secretária invadiu, colocando em cima da vasta e bem
aperfeiçoada mesa alguns papéis, provavelmente algum tipo de documento ou
contrato. Ela era uma jovem alta, de cabelos castanhos incrivelmente sedosos,
assim como a boca de lábios macios. Seu cheiro era divino, Willians amava o
perfume de sua secretária.
— Senhorita Michelle, primeiramente
eu gostaria que você levasse estes papéis até a direção gráfica. Quero que
analisem todo o material contido, para eles pensaram em como deve ser a nossa
nova logomarca, ou melhor, as fontes, a cor e o estilo do nome da empresa.
— Claro, senhor Willians. — Levantou-se,
obedecendo, sempre cumprido tudo como devia. — Mais alguma coisa?
— Não, não! — Fitou-a, com um ar de
respeito e liderança. — Por enquanto faço isso, apenas.
Ela deixou a sala. Willians voltou a
se concentrar no que pensava antes.
— Paige. — Disse Willians suavemente,
enquanto sua boca se abria para que um leve vento entrasse, e trouxesse a ele
uma sensação gostosa, nova, e apetitosa.
Ela lambia o quadro que continha a
fotografia de Willians Rowland, e com muito prazer. Parecia que Polliane queria
estar beijando o galante homem enquanto comprimia-se ao corpo dele. A loira sorria
ao mesmo tempo, como se tudo que desejasse se tornaria real.
— Você só vai ser meu, Willians...
Escrito por William Araujo
Colaboração de Luiz Gustavo
Direção de arte de Márcio Gabriel e William Araujo
Realização na emissora TV Virtual
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