terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dangerous - Episódio 03


           Após se certificar de que Cristian Lauster havia se vestido, Paige Simons tirou as mãos do rosto, podendo notar os belos traços do rapaz branco, alto e incrivelmente interessante em sua frente. Examinou-o da cabeça aos pés. Qualquer mulher naquele momento faria a mesma coisa.
            — Quero que me perdoe pela recepção... — Disse, contendo-se para não rir e estragar o pedido feito à dama. — Mas... Quem é você?
            — Eu quem peço perdão por ter chegado aqui sem me explicar. — Aproximou-se dele mais três passos, estendeu o braço direito. Cristian apertou a sua mão, e ela sorriu. Com o cumprimento, o rapaz não deixara de notar as características fortes de Paige, principalmente a maquiagem, cujo retratava que ela era uma pessoa gótica, do estilo rock. — Sou a detetive Paige Simons, a encarregada de desvendar todo o mistério da morte de sua namorada, Stephany Rowland.
            — Oh sim... Claro! Como não pensei nisso antes? — Ficou de costas para Paige, e ela não pôde deixar de notar as evidências que apareceram: Cristian ficara muito mexido quando ela citou a namorada. — Stephany... Nós íamos nos casar em poucos anos. Tínhamos planos extraordinários. — Voltou a encarar a detetive. — Ela era a mulher de minha vida, talvez.


            — Sinto muito ter tocado o seu coração, Cristian... Bom, podemos nos sentar? Desculpa estar me oferecendo, mas é bem melhor conversamos mais à vontade.
            — Claro que sim! — Apontou para o sofá cinza, macio, onde os dois puderam se relaxar, ainda mais porque aquela residência era grande, principalmente a sala. Tudo organizado. Tudo muito espaçoso. Paige olhou para o carpete vermelho com estampas floridas, exposto ao chão, e sorrindo, começou a investigação.
            — Desculpe a... Enfim: vamos começar pelo começo. Estou apta a ouvir todas as suas palavras, Cristian. Se não incomodar, comece agora mesmo. Conte tudo.

           
            O shopping mais popular de Londres era o “Fashion Forever”, dirigido por duas irmãs, muito ricas, detentoras de uma fortuna deixada pelos pais mortos dentro da própria casa, durante um assalto para roubar uma grande quantia em dinheiro que o senhor e a senhora Dawils guardavam dentro de algum cofre da mansão.
            O importante é que tudo era um sucesso. O shopping havia se tornado especial, por compor todas as coisas que um turista, ou até mesmo alguém da cidade procurasse.
            As damas trajavam roupas exclusivamente extravagantes. Enquanto uma ousava com um belo vestido dum rosa muito chamativo, a outra escolhia o mesmo modelo, mas com o tom branco muito rebuscado. Ambas tiraram os óculos dos olhos, para verem a vitrine que passavam em frente. As loiras sorriram quando puderam notar o preço do belo par de sapatos que jazia, e tentava os seus desejos.
           
        — Vou levar, com certeza. É o sapato mais lindo que já vi em toda a minha vida. — Uma das mulheres já estava pagando o produto. Logo em seguida, a vendedora embrulhou o sapato, colocando dentro de uma sacola e entregando à compradora. A última saiu em busca de outras novidades.
            — Agora preciso encontrar um vestido, Polliane. Um daqueles bem chiquérrimos sabe? Que as pessoas olham e pensam: “ela é ela”. Entendeu?
            — Sei Penelope... Inclusive eu vi uma peça assim por algum lugar daqui. Só não me recordo onde. — A amiga explicou enquanto parou de andar, e se pôs a olhar todos os lados, vendo os detalhes de cada espaço.
            — Tá, não para não! Enquanto você procura continuemos a andar. — Penelope quis mudar de assunto. — Sabe Polliane... — Colocou uma mão no braço da colega. — A detetive que irá investigar o assassinato da Stephany já está trabalhando. Está na minha casa. Chama-se Paige Simons. É dolorosamente linda! Vou confessar: fiquei com inveja. Ainda mais por causa daquele carrão que ela tem! Mas... Eu acredito que ela seja uma pessoa sinistra.
            — Pelo visto as coisas começaram a andar. Espero que tudo prossiga bem, amiga... — Enfiou a ponta do dedo indicador no canto da boca e fez um convite a ela mesma. — Penelope, não acha que eu deveria ir à sua casa em um dia desses? Estou com saudades daquele chá que só a Julie sabe fazer. Assim eu aproveito para conhecer essa tal de Paige sinistra.
            — A demitimos, Polliane. Julie não está mais trabalhando em minha casa. Mas não há problema. Vamos agora mesmo. — Colocou o óculo nos olhos, puxando a amiga pelo braço, levando-a diretamente para a mansão.

            Polliane, assim que se introduzira na residência da melhor amiga, acompanhada da mesma, colocou a bolsa em cima da mesa que ficava no centro da sala, e sentou-se no sofá, já que Penelope se dirigia para o seu quarto.
            — Volto em um instante, Polli. — Garantiu. — Preciso guardar essas coisas e trocar de roupa. — Disse, referindo-se às sacolas de compras que segurava.
            Penelope subiu as escadas da mansão, e Polliane, certamente como já imaginava fazer, levantou-se, apressadamente, indo em direção à estante, cujo móvel deixava a televisão de quarenta e duas polegadas ao centro, e outros objetos de decoração ao lado. Agarrou um deles, sorrindo.

            A empresa de Willians Rowland nunca deixara de se manter potencialmente agitada. Muitos funcionários circulavam pelos corredores praticamente o tempo todo. Dirigir um parque de diversões parece ser uma tarefa difícil, mas para o dono do maior e mais influente parque de Londres, era moleza, e ele sentia prazer em chefiar aquela imensidão de brinquedos.
            A sede principal da Rowland se estabelecia ali mesmo, em Londres, e ficava a poucos quilômetros do parque, caracterizado por receber turistas de toda a Inglaterra, além de asiáticos e latino-americanos.
            A porta da sala de Willians fora batida duas vezes, e sua secretária invadiu, colocando em cima da vasta e bem aperfeiçoada mesa alguns papéis, provavelmente algum tipo de documento ou contrato. Ela era uma jovem alta, de cabelos castanhos incrivelmente sedosos, assim como a boca de lábios macios. Seu cheiro era divino, Willians amava o perfume de sua secretária.
            — Senhorita Michelle, primeiramente eu gostaria que você levasse estes papéis até a direção gráfica. Quero que analisem todo o material contido, para eles pensaram em como deve ser a nossa nova logomarca, ou melhor, as fontes, a cor e o estilo do nome da empresa.
            — Claro, senhor Willians. — Levantou-se, obedecendo, sempre cumprido tudo como devia. — Mais alguma coisa?
            — Não, não! — Fitou-a, com um ar de respeito e liderança. — Por enquanto faço isso, apenas.
            Ela deixou a sala. Willians voltou a se concentrar no que pensava antes.
            — Paige. — Disse Willians suavemente, enquanto sua boca se abria para que um leve vento entrasse, e trouxesse a ele uma sensação gostosa, nova, e apetitosa.

            Ela lambia o quadro que continha a fotografia de Willians Rowland, e com muito prazer. Parecia que Polliane queria estar beijando o galante homem enquanto comprimia-se ao corpo dele. A loira sorria ao mesmo tempo, como se tudo que desejasse se tornaria real.
            — Você só vai ser meu, Willians...


Escrito por William Araujo
Colaboração de Luiz Gustavo
Direção de arte de Márcio Gabriel e William Araujo
Realização na emissora TV Virtual
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