sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 18



CENA 1. VILA INDUSTRIAL/ GALPÃO. INTERIOR. FIM DE TARDE
Amanda na mira enquanto Augusto a algema.

CRISTAL – Acabou pra você Amanda!

AMANDA – Isso não fica assim! VOCÊ ME PAGA CRISTAL, VOCÊ ME PAGA!

Amanda desce junto com Augusto e Cristal, ela é levada para o carro e jogada ao camburão, enquanto encara Cristal. Ruan, Augusto e Pablo ficam perto de Cristal.

RUAN – Tá tudo bem Cristal?

CRISTAL – Agora sim, está tudo ótimo!

AUGUSTO – Quer que eu te leve pra casa Cristal?

PABLO – Claro que quer, e tenho certeza que vocês não irão se importar se eu e Ruan formos juntos com vocês.

RUAN – Claro que não!

Augusto olha torto para Pablo e Ruan que nem se importam.

CRISTAL – Já que insistem… Mas gente uma coisa que me intrigou, antes de vocês invadirem a Amanda disse que tinha duas revelações a me fazer, uma sobre a quadrilha e outra sobre meus pais.

RUAN – Delação premiada. Se a gente oferecer isso pra ela acho difícil ela não falar.

CRISTAL – Não sei viu.

AUGUSTO – Bom, vamos logo pra casa antes que escureça!

UMA SEMANA DEPOIS…

CENA 2. CASA DE CARLOTA/ SALA DE JANTAR. INTERIOR. DIA
Carlota está jantando com Roberto, feliz.

CARLOTA – Ai Roberto, to muito feliz, é hoje que o Cauã será solto.

ROBERTO – Finalmente, já tava na hora, e aquela grana em pedras preciosas o que faremos?

CARLOTA – Daremos a polícia assim que o Cauã voltar!

ROBERTO – Não é possível! Você só pode estar variando! Carlota, são 50 milhões de dólares, mais de 30 milhões em euros! Vamos ficar com essa grana pra gente Carlota!

CARLOTA – Quem tá variando é você! Meu amor, eu sou rica, milionária, tudo bem que eu não tenho 50 milhões de dólares de fortuna, mas eu não preciso!

ROBERTO – Mas eu sim!

CARLOTA – Quem sabe se no passado você não tivesse…

ROBERTO – (Corta) Chega desse assunto Carlota!

CARLOTA – Roberto, por mim eu até te daria a grana, mas tem a polícia, eles vão ficar em cima, essa quadrilha pode perseguir meu filho e se eu ficar com uma grana que foi a causa da prisão do meu filho pode prejudicá-lo bastante!

ROBERTO – Tá bom Carlota, agora eu tenho que ir.

CARLOTA – Eu te levo a saída.

ROBERTO – (Ríspido) Não precisa, eu já sei o caminho.

Roberto se vai, ele sai da casa, certifica-se de que Carlota não o está observado, ele pega o celular e disca um número.

ROBERTO – Mudei de idéia, não é pra cancelar mais porra nenhuma, eu não vou admitir erros. Não, pode deixar viva… Por enquanto!

CENA 3. CABANA/ QUARTO DE JACK E ESMERALDA. INTERIOR. DIA
Esmeralda e Jack estão deitados na cama, Esmeralda tensa.

JACK – Ai amor vem cá vai!

ESMERALDA – Eu to tensa Jack! Já disse, é hoje que a Amanda vai ser transferida e se ela fugir.

JACK – Não! Ela há de ficar por lá.

ESMERALDA – Eu espero! Porque se ela fugir é porque tem alguém, que não é de nós ajudando ela, e esse alguém pode ajudá-la, e se ela me passar a perna Jack, eu já matei um, sou capaz de matar outro!

Jack se assusta, Esmeralda tensa.

CENA 4. DELEGACIA/ SAÍDA. EXTERIOR. DIA
Amanda algemada, ela é escoltada por diversos policiais que formam um verdadeiro cerco, ela é colocada no carro que a transportaria, os motoristas a esperavam, um deles com uma certa aflição, Amanda entra, a porta é fechada e o carro parte.

AMANDA – Tava demorando!

O carro segue pela estrada movimentada, os motoristas estavam tensos, logo aparecem na estrada três motos pretas idênticas os perseguindo, os motoristas reparam. Eles vão se aproximando cada vez mais querendo encurralar o carro.

MOTORISTA 1 – Ei, estamos sendo seguidos, temos que pedir reforços!

Quando o motorista 1 ia pedir reforço, o outro tira um canivete e coloca na garganta dele.

MOTORISTA 2 – Nada disso! Um movimento e eu rasgo sua garganta!

A música ganha a cena. O motorista 2 dá um golpe no primeiro o fazendo desmaiar, ele para o carro, pega as chaves. Ele salta do carro, as três motos pretas por perto para confundir, logo viaturas que passavam percebem.

POLICIAL – Olha lá!

POLICIAL 2 – Droga!

Os policiais começam a atirar contra as motos que revidam a todo instante os tiros, o motorista abre a porta, ele solta Amanda.

AMANDA – Tava demorando!

MOTORISTA 2 – Vai, pula!

Amanda e o motorista saltam do carro, enquanto os policiais começam a persegui-los.

AMANDA – O que eu faço!? Eles vão nos matar!

CAPANGA – Pula numa das motos, rápido!

Logo chega mais uma viatura atirando também contra a moto, Amanda pula numa das motos, as três aceleram e passam a andar em zig-zag uma passando a frente da outra para confundir, começa uma perseguição, os capangas começam a atirar, Amanda completamente assustada.

AMANDA – ACELEREM!

CAPANGA – To no máximo que eu posso!

O segundo motorista corre em direção ao carro, ele entra e acelera o carro contra os carros da polícia, rodopia no meio da pista e para os bloqueando em frente aos carros, em seguida ele pula do carro por outra porta, sai correndo no meio da pista, empurra o motorista de uma moto, o fazendo cair. Ele sobe nela e também foge, as três motos se separam, fugindo.

CENA 5. ARANJUEZ (CIDADE VIZINHA)/ MATA. EXTERIOR. COMEÇO DE TARDE
Duas motos, uma delas com Amanda chegam até uma área deserta da cidade vizinha de Madrid, eles param lá, Amanda e os motoristas descem.

AMANDA – O que a gente tá fazendo aqui?

MOTORISTA 1 – Relaxa garota, chefia tá vindo aqui retomar contato com você!

O Motorista 1 senta-se no chão e acende um cigarro, enquanto o outro pega o celular e vai se afastando de Amanda para fazer uma ligação.

AMANDA – Ei, ei, onde pensa que vai!?

MOTORISTA 2 – Fazer uma ligação.

AMANDA – Faz aqui!

Ele não dá ouvidos e se vai, Amanda repara numa grande pedra no mato, o motorista 1 tem uma arma na cintura e está distraído, o motorista 2 começa a falar no celular, até que de longe vira-se para Amanda encarando-a, ela percebe.

MOTORISTA 2 – Ei Gil!

O motorista 1 olha e o segundo faz um sinal que Amanda não entende, o outro continua no celular, Amanda sem pestanejar pega a pedra e bate na cabeça do primeiro que cai desmaiado, sem que o outro ouça ela tira a arma da cintura do primeiro e aproxima-se do segundo apontando sua arma para ele.

AMANDA – DESLIGA AGORA! E se comporta!

O motorista 2 vira-se, ele deixa o celular cair no chão, Amanda dispara um tiro contra o aparelho que se estilhaça totalmente. O motorista 2 aproxima a mão da cintura onde está a arma.

AMANDA – EU MANDEI SE COMPORTAR!

Ela dá um tiro na coxa dele, que cai no chão gemendo de dor, a arma dele cai longe, ele aproxima a mão para pegar e Amanda chuta longe. Amanda aproxima-se de uma das motos e dispara dois tiros em seus pneus. Ela pega a moto do outro e sobe em cima.

AMANDA – Valeu pela carona, eu assumo daqui! Ah e diz pra ‘chefia’ que é melhor ela ficar pianinho senão vai ser pior pra ela!

Amanda acelera a moto.

CENA 6. DELEGACIA/ CARCERAGEM MASCULINA. INTERIOR. COMEÇO DE TARDE
Cauã está tenso, ele arruma suas poucas coisas para sair, já que seu hábeas corpus já foi providenciado. Logo o carcereiro aproxima-se e abre a cela para Cauã.

CARCEREIRO – Tá liberado já.

CAUÃ – Obrigado.

Cauã sai.

CAUÃ – (Pensamento) Finalmente livre… Vou fazer uma surpresinha pra Cristal, to morrendo de saudades!

CENA 7. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. DIA
Dinora, Mirna, Augusto e Cristal conversam, a conversa está tensa. Cristal anda um lado para o outro aflita.

CRISTAL – Como assim fugiu!? A gente tá em país de primeiro mundo e presidiária foge assim!?

AUGUSTO – Eu sei Cristal, mas isso acontece! Ela tinha cúmplices, era gente de dentro da polícia que estava lá ajudando.

DINORA – Gente… Raciocinem, querem a Amanda fora da cadeia de certo pelas pedras, e é alguém da polícia… Nunca ouviram falar em milícia?

AUGUSTO – Miliciano envolvido?

MIRNA – Ai gente, Espanha, milícia aqui?

AUGUSTO – Olha Mirna aqui na Espanha se cometem os mesmos crimes que no Brasil, só que a lei aqui é mais dura, pode-se sim ter envolvimento de milícia, ou pode ser uma pessoa qualquer que comprou policiais.

CRISTAL – Ela já tentou me matar duas vezes queimada! Ela tem relação com o assassino do Armando e com uma quadrilha de bandidos! Eu to desesperada gente, eu to desesperada.

Cristal se desespera, Augusto aproxima-se dela, e docemente a abraça.

AUGUSTO – (Sussurrando) Calma Cristal, vai ficar tudo bem com a gente, você vai ver!

Nisso Cauã entra sorridente, ao deparar-se com Augusto e Cristal se abraçando seu sorisso se desfaz e ele fica com extrema raiva.

CAUÃ – SE AFASTA DA CRISTAL AGORA!

Augusto se afasta, Cristal olha para Cauã sorridente, feliz em vê-lo, ele apenas a encarar Augusto.

CRISTAL – Meu amor!

Cristal corre para abraçá-lo, Cauã se afasta de Cristal.

CAUÃ – Volta lá pra abraçar seu ex-namoradinho, que te consolou tanto no tempo que eu estive fora!

AUGUSTO – Olha lá hein Cauã, ciúmes é coisa de quem não se garante!

Cauã furioso parte para cima de Augusto, mas Dinora e Mirna o seguram.

DINORA – Epa! Nada de brigar Cauã.

AUGUSTO – Para de ser patético! Eu não tive nada na Cristal no tempinho em que o príncipe encantado ficou na masmorra.

CAUÃ – Pega a sua ironia e enfia…

AUGUSTO – (Corta) Calado! Ô coisa petulante, minha mensagem tá dada, até mais.

Augusto beija a testa de Cristal, o deixando mais furioso e sai. Cristal senta-se no sofá pensativa.

CRISTAL – Era só o que faltava, crizinha de ciúmes!

CAUÃ – Você não viu o jeito que ele tava com você Cristal? Tenha dó! Ele quer você!

CRISTAL – Mas eu to com você caramba!

CAUÃ – Cristal!

Cristal sobe tensa, Dinora aproxima-se de Cauã.

DINORA – Melhor deixar Cauã! Vocês tão bastante estressados, melhor acalmar.

Cauã sai, arrasado.

CENA 8. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. DIA
Derick está na sala, falando com alguém ao celular tenso.

DERICK – Aham, chegou o DVD aí? Ótimo. Sim já achei ela. Perdoar você? Como você permitiu que essas coisas acontecessem? Eu confiei em você, eu achava que você não ia fazer isso comigo, mas você não teve muita opção, por isso eu te perdôo, é claro que ela tá na minha mira, ela e o resto da corja! Eles vão pagar, eu garanto. Não, não se envolve mais, já foi um imenso derramamento de sangue no passado por causa disso, eu não quero de novo! Mas mudando de assunto que encrenca de pedras preciosas é essa? Hum, 50 milhões de dólares!?

A porta bate.

DERICK – Tenho que desligar, até mais, manteremos contato e cuidado com as costas, tchau Lúcio.

Derick desliga o celular pensativo, ele abre a porta e dá de cara com Laís.

LAÍS – (Desesperada) Eu acho que estamos sendo vigiados, vi um carro preto me seguindo durante o trajeto inteiro!

Derick corre até o celular furioso, ele liga para um capanga que contratou.

DERICK – Alo, eu soube que ele está de novo me rondando, só um aviso, se o encontrarem ao meu redor ou da minha mãe e pra meter bala sem dó nesse desgraçado, é pra matar mesmo!

Derick desliga o celular e cai no sofá tenso. Laís amedrontada.

CENA 9. CASA DE CARLOTA/ SALA. INTERIOR. TARDE

Carlota está na sala vendo uns papéis de sua grif, até que o celular toca, ela corre para atender e atende Amanda.

CARLOTA – Alo quem fala?

No telefone começa a tocar a gravação feita por Amanda.

CARLOTA – O Cauã não matou ninguém! Ele é inocente! Que ironia hein! O Cauã é acusado de matar uma pessoa e vai preso injustamente e eu mato 4 pessoas e nunca me descobrem!

ROBERTO – Já imaginou Carlota, se isso vem à tona?

CARLOTA – (Ri) Nunca! Ninguém NUNCA vai descobrir que eu fui a responsável pelo atentado que matou os pais da Cristal e da Esmeralda há quase 20 anos.

CARLOTA – Não meu Deus! Não pode ser!

AMANDA – Meia-hora, no sobrado abandonado na entrada da reserva, perto da Porta do Sol, com as pedras preciosas intactas, ou essa gravação cai nas mãos da imprensa.

A ligação cai. Carlota senta-se totalmente pasma, sem reação, desesperada.

CARLOTA – Alguém mais sabe! Eu tenho que fazer algo.

Nisso Rosa entra e escuta a última parte da conversa de Carlota.

ROSA – Fazer algo pra quê mãe?

CARLOTA – Que susto! As pedras preciosas desapareceram do banco do Cauã, eles tão suspeitando de assalto, eu to indo lá!

Carlota se levanta com a bolsa e sai da casa aflita. Rosa estranha tudo.

CENA 10. CABANA/ SALA. INTERIOR. TARDE
Natalie está na sala, sozinha, ela está perplexa, ouvindo algo na ligação do celular, ela desliga completamente atordoada e começa a berrar.

NATALIE – Pessoal, aqui agora!

Jack, Jonathan e Esmeralda correm.

ESMERALDA – O que foi?

NATALIE – A vadia! Ela fugiu e vai por as mãos nas pedras preciosas.

ESMERALDA – DESGRAÇADA, MALDITA!

JONATHAN – Como isso!?

NATALIE – Isso não vem ao caso, o que importa é que ela fugiu!

JACK – Fala Natalie!

NATALIE – Eu tenho meus contatos!

ESMERALDA – Que contatos.

NATALIE – Não interessa já disse, o importante é que ela fugiu, hoje ela vai pegar as pedras e vai se mandar assim que der!

JACK – Mas não vai mesmo!

JONATHAN – Idem!

NATALIE – A gente tem que fazer algo.

ESMERALDA – Coitadinha da Amanda! Trapaceou as pessoas erradas.

JACK – Quem é que vai fazer o serviçinho sujo hein?

ESMERALDA – Eu!

JACK – Aham, vai mesmo Esmeralda, faz isso!

Jack sai. Jonathan e Natalie se entreolham discretamente com um semblante enigmático.

CENA 11. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. TARDE
Cristal vai descendo as escadas da pensão, animada, até que encontra João, ela corre até ele e o abraça.

CRISTAL – Seu João, quanto tempo!

JOÃO – Oi Cristal, que saudades!

CRISTAL – O senhor já está sabendo da história não é?

JOÃO – Sim.

Dinora vai descendo as escadas, quando dá de cara com João, ela tenta subir discretamente as escadas, mas já fora vista.

JOÃO – Opa, opa, opa, a minha funcionária querida não vai nem me dar um abraço de boas vindas?

Dinora desce tímida, forçando um sorriso de ânimo. Dinora o abraça.

JOÃO – (Sussurrando) Desfaz esse sorrisinho forçado da tua fuça que não fica bem na sua cara.

DINORA – Quanto no Brasil…

JOÃO – (Corta) Eu sei, você achou que seria tudo um mar de rosas, que você ia chegar, pegar o urso, pegar um jatinho particular, sumir no mundo e o resto que se exploda. A ambição subiu tua cabeça. (Ri) Você acha que eu to aqui por quê? Eu te garanto que embora Madrid seja linda não vim a passeio.

CRISTAL – Acho que o senhor precisa se atualizar de toda a história, tem partes que o senhor não sabe…

JOÃO – O assassinato? Eu já sei.

DINORA – É uma longa história que vai mais além de um mero assassinato seu João, vamos nos sentar, tomar um cafezinho…

JOÃO – Claro, seria um prazer, aproveito pra falar com a dona pra garantir minha vaga aqui na pensão.

DINORA – Pera! Você vai se hospedar aqui?

JOÃO – Claro, é bom, é acessível e eu fico perto de minhas ambiciosinhas preferidas!

Dinora sem graça com a situação. Cristal conduz João até a cozinha para conversarem, Dinora vai atrás.

CENA 12. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE
Cai uma linda noite na capital espanhola, o céu cheio de estrelas e de luzes por todos os lados, a agitação também toma conta de todos os lugares que fervem.

CENA 13. BANCO. INTERIOR. NOITE
Carlota entra no banco aflita, ela vai falar com um funcionário.

CARLOTA – Eu quero que vocês me dêem o urso de pelúcia que está em posse de meu filho, a senha é essa aqui.

Carlota entrega um papel.

BANCÁRIO – Dona Carlota, a senhora não possuí nenhuma autorização por escrito, algo que comprove que o cliente autoriza a ação?

CARLOTA – Hum… Não, mas tenho outra coisa que pode ajudar até mais que isso acredita?

Sutilmente Carlota coloca um maço de dinheiro no bolso do paletó do funcionário.

CARLOTA – Com um pedido desses meus, você não será capaz de negar não é?

BANCÁRIO – Já estamos providenciando dona Carlota.

O funcionário se vai, logo Carlota o chama.

CARLOTA – Ah, se minha filha ligar aqui vão digam que alguém disfarçado do meu filho veio aqui e roubou esse maldito urso, fui clara?

BANCÁRIO – Como água.

Carlota sorri, após pegar o urso, ela sai, entra no carro e respira fundo. Ela se lembra do que disse Roberto.

CARLOTA – Até que não seria uma má idéia acrescentar esse patrimônio a minha conta… (Caindo em si) Não Carlota, você não pode fazer isso, primeiro você tem que se livrar dessa chantagista!

Carlota acelera o carro.

CENA 14. PENSÃO/ COZINHA. INTERIOR. NOITE
João tomando o café, impactado com tudo o que escutou.

JOÃO – Não sei o que eu mais fico pasmo nessa história! É muito absurda, parece coisa de novela!

CRISTAL – Tá mais pra filme de suspense!

JOÃO – Não sei o que é pior se é a Esmeralda como bandida ou a Amanda com cúmplice secreto fugindo de cadeia.

CRISTAL – Como a vida dá voltas hein! Há alguns anos eu considerava a Amanda apenas uma recalcada qualquer e agora tá toda trabalhada na bandidagem! É envolvida com quadrilha, cúmplice de assassino, foragida da polícia.

JOÃO – Não é só a vida que dá voltas, essa disputa também dará e muitas e eu estou com medo das voltas que ela pode dar, com muito medo.

Dinora, Cristal e João se entreolhando tensos.

CENA 15. ENTRADA DA RESERVA/ CASA ABANDONADA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Amanda está na casa abandonada, tensa, praticamente roendo as unhas, a casa está escura, apenas algumas velas iluminam a casa. Ela anda de um lado para o outro tensa, olhando para o relógio.

AMANDA – Tá acabando o tempo!

Amanda continua daquela maneira, até que logo ouve-se passos de um salto entrando na casa. Carlota ilumina com a lanterna.

CARLOTA – Não precisa mas esperar, eu cheguei!

AMANDA – Até que enfim, já estava quase enviando a gravação pra mídia!

Carlota exibe o urso para Amanda.

CARLOTA – Aqui estão.

AMANDA – Da.

CARLOTA – O celular.

Amanda entrega o celular, e ela o urso, Amanda tira um canivete e começa a cortar o urso, Carlota a encara com inveja, Amanda então coloca as mãos e sente as várias pedras preciosas, ela tira a mostra e enxerga os milhões em pedras preciosas.

AMANDA – Finalmente, as pedras preciosas são minhas, só minhas!

A cena congela em tons roxos em Amanda fascinada encarando as pedras preciosas.

FIM DO CAPÍTULO