sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 15





CENA 1. RUA. EXTERIOR. TARDE
Amanda entra no carro, Armando puxando Cauã com a arma em sua cabeça, eles aceleram o carro a toda seqüestrando Cauã.

AMANDA – Perfeito! Agora sim a Cristal vai ver o que é bom pra tosse!

CRISTAL – (Berrando desesperada) SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA!

Augusto corre até Cristal que está totalmente histérica no meio da pista.

CRISTAL – (Chorando) CAUÃ! Eles vão matar o Cauã, Augusto, pelo amor de Deus nos ajuda!

AUGUSTO – Cristal, Cristal se acalma! A gente vai pegar essa quadrilha, é uma questão de honra pra mim colocar eles e principalmente a Amanda atrás das grades!

CRISTAL – EU NÃO AGÜENTO MAIS! Minha vida tá um inferno pra todo lado o perigo me cerca! (Chorando desesperada) Eles não podem matar o Cauã, eles não podem!

AUGUSTO – E não vão Cristal, eu juro!

CENA 2. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. TARDE
Eles abrem a porta do prédio e entram agarrando Cauã que está com mãos e boca amarradas, eles empurram Cauã numa cadeira qualquer, Armando o encara ficando diante dele.

ARMANDO – Tu perdeu playboy!

Armando tira a fita da boca de Cauã.

CAUÃ – Me deixem em paz, eu suplico! O que vocês querem?

JONATHAN – Ai meu Deus! Não suporto gente anta! A gente quer as pedras seu imbecil, as pedras, qual a senha do banco?

Cauã se cala por instantes, Armando irritado dá um forte tapa no rosto de Cauã.

ARMANDO – Você tá precisando é de um tratamento bem especial pra falar. PORÃO!

Ele faz um sinal para Natalie e Jonathan que o pegam e o arrastam praticamente, eles abrem um fundo falso no piso de madeira onde está a saída para um porão, eles jogam Cauã das escadas desse porão.

CAUÃ – Não! ME DEIXEM SAIR, ME DEIXEM SAIR SEUS DESGRAÇADOS!

Cauã cai no solo do porão que é fedorento, sujo, por todos os lados sujeira que acumula ratos, baratas e etc. Natalie e Jonathan fecham a porta, todos continuam na sala.

AMANDA – Acabou pra ele, eu só queria ter o prazer de ver a cara daqueles dois panacas quando o Cauã saiu de cena.

NATALIE – Finalmente nossa grana tá vindo aí?

JACK – Será? E se algo novamente der errado? Não seria a primeira vez…

JONATHAN – Para de agorar e vê se fala algo que preste!

AMANDA – E depois do assalto a gente desaparece. A essa altura a polícia já tá na nossa cola. E é bom você se livrar do estorvo do Cauã logo porque até a polícia bater aqui é questão de dias.

ARMANDO – Pior que é!

AMANDA – Bom, vamos indo embora agora.

Armando sente algo estranho dentro de si, um forte aperto no peito toma conta dele.

ARMANDO – Gente me deu agora um baita aperto no peito! Sei lá um mal pressentimento!

JONATHAN – Ih olha lá o cara! Que é agora? Você nunca foi dessas coisas?

ARMANDO – Sei lá… Ah gente esqueçam, vai, vão logo embora.

Amanda dá um beijo apaixonado e forte em Armando.

AMANDA – Até mais Armando, boa sorte.

ARMANDO – Pra todos nós.

Amanda, Natalie e Jonathan saem, Jack é o último a passar pela porta, ele olha para Armando abrindo diante dele um sorriso sarcástico e acenando para ele se despedindo, Jack se vai. Armando senta-se pensativo.

ARMANDO – Eu sinto que algo de muito importante há de acontecer hoje, não sei o que, mas há de acontecer.

CENA 3. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE
Cai uma noite tensa e agitada em Madrid por todos os lados carros, ônibus, pessoas seguindo seu curso, várias sirenes agitam também a cidade no seu anoitecer.

CENA 4. DELEGACIA/ SALA DE ESPERA. INTERIOR. NOITE
Cristal está aflita na delegacia, inquieta, nervosa, ela toma um copo d’água quase que tremula, Dinora e Mirna a amparam.

CRISTAL – Eu to com muito medo gente! Eu não sei o que fazer, se esses infelizes matarem o Cauã por causa dessas malditas pedras EU JURO por tudo que há de mais sagrado que eu vou até no inferno pra acabar com eles.

DINORA – Calma Cristal, ficar nervosa não adianta agora.

CRISTAL – Eu to desesperada! (Chorando desconsolada) Eu não sei o que fazer meu Deus! Eu não sei e eu sinto que isso vai acabar em tragédia, eu sinto!

MIRNA – Você vai ver Cristal, esses bandidos serão presos e tudo irá acabar muito bem pra vocês!

CRISTAL – Você não faz idéia do quanto me dói não ter certeza disso.

Cristal abraça Mirna e Dinora, logo Augusto chega com um papel em mãos junto dos policiais Pablo e Ruan.

PABLO – Olá pessoal, a gente está perto de achar os tais assaltantes, uma dona de uma padaria que vive perto de um bairro mais afastado disse ter visto um carro preto com a placa quebrada, com as mesmas características indo e voltando em alta velocidade pelas imediações, ou seja está por lá eles certamente.

DINORA – Vocês estão perto de achá-los?

RUAN – Infelizmente não é tão fácil assim. Eles podem estar lá ou terem ido para imediações vizinhas, mas já estamos com patrulha lá. Até o fim da madrugada acho que os encontramos.

Augusto se aproxima de Cristal e a abraça carinhosamente, ele segura em seu ombro.

AUGUSTO – Melhor você ir pra pensão, tentar descansar um pouco enquanto fazemos nosso trabalho, qualquer coisa, mas qualquer coisa eu passo pra você, pode ficar tranqüila.

CRISTAL – Obrigada viu!

AUGUSTO – Pode ir agora.

CRISTAL – Ok vou esperar lá.

Cristal, Mirna e Dinora se retiram, Augusto fica a ver Cristal saindo, distantes Ruan e Pablo reparam na cena, eles se aproximam.

RUAN – Eu sei que você já devia saber, mas um policial se envolver com uma vítima que está envolvida com um crime pode ser muito perigoso Augusto.

AUGUSTO – Eu não tenho nada com ela.

PABLO – Mas já teve e acho que ainda quer ter.

AUGUSTO – Investiguem o caso ao invés da minha vida que vocês ganham muito mais.

Augusto vai para sua sala. Ruan e Pablo se entreolham pensativos.

CENA 5. CASA DE ESMERALDA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Ela está com uma planta do prédio da quadrilha estudando cada detalhe, ao mesmo tempo falando ao celular com Jack que a ajuda, Esmeralda mostra-se bastante eufórica.

ESMERALDA – PERFEITO! Então o Armando já está com o filhinho da estilista! É hoje Jack, já sabe né? Mantenha-os aí a noite inteira, até eu chegar.

JACK – Você vai vir aqui Esmeralda!? Você enlouqueceu?

ESMERALDA – Aguarde os meus planos Jack, eu garanto que não irão decepcioná-lo.

JACK – Esmeralda desiste disso! Que tal assim você assalta o Armando quando ele arrancar a senha do playboy de boa e tiver saindo com as pedras.

ESMERALDA – NÃO! Eu vou seguir a diante, eu não cheguei até aqui pra recuar agora e se alguém tiver que dançar não será eu!

JACK – Esmeralda eu to com um mal pressentimento, eu to com medo.

ESMERALDA – Tchau Jack, até mais.

JACK – ESMERALDA!

Esmeralda desliga o celular e fica pensativa, ela coloca uma luva preta, ela vai até a escrivaninha e pega a arma e fica encarando.

ESMERALDA – Qual dos dois irá rodar? O bandidão que se acha esperto, o playboyzinho que se meteu onde não é chamado… Ou os dois?

Esmeralda ri maléficamente.

CENA 6. CASA DE CARLOTA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Carlota anda atônita com Rosa para todo lado, ambas tensa com o coração na boca.

ROSA – Mãe o Cauã, o que será que aconteceu com ele meu Deus!?

CARLOTA – Eu acho que sei quem o sequestrou! Eu não agüento mais essa agonia de ficar aqui parada! Eu vou atrás dele.

ROSA – Onde mãe? Você sabe quem o seqüestrou?

Música: Grand Guignol – Bajofondo

Carlota se lembra:

CIGANA – Mas eles estão dizendo que um crime vai atingir sua família muito em breve.

CARLOTA – Que tipo de crime?

A cigana joga novamente os búzios e encara Carlota.

CIGANA – ASSASSINATO!

Carlota não responde, ela corre para o seu quarto, abre um cofre e de lá tira uma pistola, ela sai correndo do quarto com essa pistola em mãos e sai da casa. Rosa se assusta e corre atrás dela, ela desce pelas escadas com a arma para não ser filmada com ela pelo elevador. Rosa corre atrás gritando seu nome, ela chega no estacionamento e corre para seu carro, Rosa corre atrás dela que entra no carro, Rosa bate nos vidros.

ROSA – Mãe, onde você vai? Me deixa entrar pelo amor de Deus, não faz besteira MÃE!

Carlota acelera o carro à toda e sai catando pneu, deixando Rosa aflita. Rosa rapidamente pega o celular e liga para Cristal.

ROSA – (Desesperada) Sou eu Cristal, eu to desesperada! Minha mãe enloqueceu! Ela pegou uma arma e saiu correndo daqui no carro dela atordoada, ela vai fazer besteira! Ela sabe quem seqüestrou parece!

CRISTAL – O quê!? A sua mãe? Meu Deus… Ela vai matar o Derick!

ROSA – O quê? Que história é essa?

Cristal fica atônita do outro lado, atordoada, ela se lembra:

Nisso Cristal se aproxima da porta e ao ouvir os berros de Carlota fica tensa, parada diante a porta sem entrar.

CARLOTA – Eu já te mandei pra cadeia antes, da próxima é pro cemitério! Eu juro que TE MATO!

DERICK – Não seria a primeira vez… Você já matou quantos mesmo?

ROSA – (Gritando) CRISTAL! Pelo amor de Deus que Derick é esse? Ele seqüestrou o Cauã?

CRISTAL – Rosa, amiga eu tenho que desligar! E pelo amor de Deus não comenta com ninguém que eu citei o nome desse homem com você!

Cristal desliga o telefone completamente atordoada, Rosa do outro lado da linha totalmente tensa.

ROSA – O que será que tá acontecendo com esse povo?

CENA 7. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE
Cristal completamente atordoada, corre de um lado para o outro, Dinora ao seu lado.

CRISTAL – Eu não sei mais em quem acreditar, no que pensar! Eu não tenho nem mais certeza de quem seqüestrou o Cauã!

DINORA – Tá falando do que Cristal? O que a Rosa te falou que te deixou assim?

CRISTAL – Que a Carlota saiu armada aflita da casa dela disposta a matar o primeiro que cruza o seu caminho. Eu acho que ela vai matar o Derick.

DINORA – Minha nossa! Mas será que foi ele?

CRISTAL – NÃO SEI! Não sei quem é bandido, quem é mocinho nessa história. A Amanda que anteontem tava dormindo do meu lado a quem eu confidenciava quase tudo é uma bandida, a minha chefa é uma bandida! Eu to desesperada (Chorando desesperada) Eu não sei o que fazer!

DINORA – Se acalma! Vai ficar tudo bem!

Dinora abraça Cristal.

CENA 8. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. NOITE
Derick está vendo televisão pensativo, até que ouve apenas dois fortes chutes e se depara com Carlota arrombando sua casa totalmente atordoada com uma arma em mãos apontada para Derick.

CARLOTA – (Berrando) Fala seu miserável! O que você fez com MEU filho? FALA OU MORRE!

DERICK – Calma Carlota abaixa isso, eu não fiz nada com ele, não fui eu que o seqüestrei.

CARLOTA – Só pode ter sido você! Fala onde você enfiou ele? O que você fez com ele?

DERICK – Eu não toquei num fio de cabelo daquele garoto! Eu não sou como você!

CARLOTA – Será? (Irônica) Eu não confiaria em um traficante ex-presidiário!

DERICK – CÍNICA! Foi você que armou pra mim Carlota! Se você fizer algo comigo você vai direto pra cadeia, nesse prédio tem câmera em todos os corredores, em todos os elevadores, até na escada de serviço.

CARLOTA – QUE SE DANE! Eu sou capaz de tudo pra proteger o que é meu e você sabe muito bem disso, apertar o gatilho uma vez a mais uma a menos pra mim não faz diferença!

DERICK – O seu lance não é bem os gatilhos, tá mais pra bomba. Você ama tanto o seu filho que não pensou duas vezes antes de…

CARLOTA – (Corta furiosa) CALA A BOCA! Se você seqüestrou o meu filho eu vou descobrir e EU TE MATO DERICK! Eu te mato nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.

DERICK – Some daqui sua desequilibrada!

CARLOTA – Cuidado comigo Derick, você melhor do que ninguém sabe que quando eu quero ser boa eu sou ótima, mas quando eu quero ser má eu sou melhor ainda.

Carlota guarda a arma e se retira, ela coloca os óculos escuros ao passar da porta e sai do prédio. Derick cai no sofá respirando aliviado.

DERICK – Ufa!

CENA 9. CASA DE ROBERTO/ SALA. INTERIOR. NOITE
Roberto está tenso, conversando com alguém via celular.

ROBERTO – Certo, então vocês já raptaram o garoto! É óbvio que eu não ligo se vocês o matarem, aquele encosto só me causou problemas desde o dia do nascimento, ah isso é uma longa história, um dia talvez eu te conte. Mas meu medo é que a Carlota ache que foi o Derick que fez isso e faça alguma besteira. Se eu quero ele morto? É óbvio que sim, mas não tão cedo, pode ser perigoso. Não, pode deixar a Carlota vai continuar sem saber absolutamente nada sobre isso.

A campainha toca.

ROBERTO – Por falar no diabo… Tenho que desligar.

Roberto desliga a campainha e corre para a porta e atende Carlota que entra aflita desesperada.

CARLOTA – Seqüestraram o Cauã, Roberto! Eu to desesperada, não sei o que fazer!

ROBERTO – Calma, respira fundo Carlota, se desesperar não vai ajudar. Ele vai aparecer, você vai ver.

Ele abraça Carlota que está desesperada, até que nota um cano de revólver na bolsa dela.

ROBERTO – Não Carlota, você não fez isso, não me diga que você fez o que eu to pensando com esse revólver Carlota, não me diga!

CARLOTA – Não, mas cheguei perto, eu coloquei o Derick na parede e ele disse que não foi ele.

ROBERTO – Se foi o Derick que seqüestrou o Cauã, Carlota ele fez algo muito, mas muito pior do que tê-lo matado.

CARLOTA – É bom que não seja o Derick.

ROBERTO – Se for ele nós estamos perdido Carlota!

Roberto continua a abraçá-la totalmente atordoada, em seu rosto desponta um sorriso cínico.

CENA 10. PRÉDIO DA QUADRILHA/ PORÃO. INTERIOR. NOITE
Armando entra no porão da quadrilha, ele fica a encarar Cauã que está bastante tenso.

ARMANDO – Vamos conversar Cauã?

CAUÃ – Eu já disse que não vou passar a senha do banco.

ARMANDO – Ah mas você vai! Não venha me dizer que esqueceu a senha que eu não acredito.

CAUÃ – Eu não esqueci, e pra que você acha que eu vou falar hein? Você vai me matar mesmo?

ARMANDO – Tem toda razão, mas dependendo de como você se comportar eu posso mandá-lo sozinho ou com companhia.

Armando tira uma foto dele Cristal e Rosa juntos.

ARMANDO – Olha que lindas! Seria uma pena se esses dois rostinhos tão lindos fossem pra debaixo da terra né Cauã?

Cauã, furioso tenta reagir, mesmo com as mãos presas.

CAUÃ – Não faz nada com elas seu desgraçado!

ARMANDO – Depende de como você se comportar! Olha que minha paciência não é muito longa, por isso sugiro que você fale e não demore muito.

Armando senta-se diante de Cauã e fica encarando-o com uma arma apontada para ele.

ARMANDO – Enquanto você pensa vou te distrair contando uma história que você conhece muito bem. Era uma vez uma joalheria muito rica no Brasil onde trabalhavam duas priminhas muito diferentes, a anta boazinha e a anta mázinha. A anta mázinha estava planejando um grande assalto junto com três amiguinhos e eu que conto a história liderava tudo…

Armando continua contando a tal história em tom sádico para Cauã.

CENA 12. CASA DE ESMERALDA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Esmeralda entra na sala preparada, ela vai até a mesa de centro da mesa, coloca as luvas de couro e pega a arma em mãos, ela olha para o relógio que marca 21h40 minutos.

ESMERALDA – É agora!

Ela pega a arma e sai da casa, entra no carro e sai catando pneu.

CENA 13. RUAS. EXTERIOR. NOITE

Augusto, Pablo e Ruan por uma rua de casas e prédios simples e escura de Madrid, eles abordam as pessoas e fazem perguntas sobre Cauã, sobre a quadrilha e o carro, todos cada vez mais tensos conforme as horas se passaram e não obtiveram nada.

Pela rua passa o carro de Esmeralda em alta velocidade, Augusto repara no carro. Esmeralda continua com o carro em alta velocidade, ela vira a rua e entra numa larga avenida, quase no fim da avenida ela vira e entra numa outra rua, ela olha no GPS e para diante do prédio da quadrilha de apenas dois andares, simples de estilo rude. Ela desce do carro armada e com um enorme sorriso.

ESMERALDA – É agora Esmeralda!

CENA 14. PRÉDIO DA QUADRILHA/ GALPÃO. INTERIOR. NOITE
Armando continua conversando com Cauã que está apavorado, o intimidando com uma arma.

ARMANDO – E então o tal refém boboca que não soube abrir a boca tomou um tirozinho no meio da nuca e morreu, por não ter se comportado naquela mesma madrugada ele recebeu como companhia no inferno sua linda irmãzinha e sua namoradinha. Algum tempo depois, sem a ajuda do menininho boboca eu e os comparsas recuperarmos o que era nosso e fomos felizes para sempre e FIM. (Irônico) Qual a senha?

Cauã olha para baixo, pensativo até que ele encara Armando.

CAUÃ – 19091990.

ARMANDO – Bom menino!

Cauã furioso se debate, até que ele enxerga perto dele um pedaço de madeira, Armando está próximo a ele, Cauã começa a desamarrar a corda com as mãos para trás, ele se levanta surpreendentemente e corre para pegar a madeira.

ARMANDO – Desgraçado!

Armando se levanta e corre até Cauã, ele passa uma rasteira nele, fazendo-o cair, ele pega a madeira e quando Cauã vai se levantando da rasteira, ainda tonto, Armando bate com força a madeira na cabeça de Cauã, fazendo-o cair desacordado de imediato.

ARMANDO – Imbecil! Achou que era mais esperto do que eu!

Armando no galpão sente um forte aperto no peito novamente, ele respira fundo, seu coração dispara, ele sobe as escadas do galpão, ele caminha até a sala, seus passos são aflitos e ecoam pela casa, clima de tensão, ele chega na sala e seu coração dispara mais ainda quando ele vê alguém que lhe é conhecido de costas para ele.

ARMANDO – NÃO! Não pode ser!

Esmeralda vira-se para Armando sorridente apontando uma arma para ele.

ESMERALDA – Sentiu saudades de mim Armando?

CENA 15. CABANA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Natalie, Amanda, Jonathan e principalmente Jack estão muito tensos, pensativos.

NATALIE – Ai gente, será que deu certo?

JONATHAN – Deve estar dando.

AMANDA – Eu tenho lá minhas dúvidas, sei lá com uma sensação um tanto quanto estranha.

NATALIE – Eu espero que não.

JONATHAN – Eu também.

Jack está aflito, seu coração está disparado, ele olha a todo instante para o relógio se lembrando:

ESMERALDA – Me confirme onde é o cativeiro e esteja fora dele junto com Natalie, Jonathan e Amanda até no máximo às 8 da noite, às 10 da noite começa minha ação.

Jack sente um calafrio percorrer-lhe a espinha, ele fecha os olhos por um instante pensativo até que ouve um barulho do relógio, ele rapidamente abre os olhos encarando-o, 22h pontualmente.

JACK – (Pensamento) Agora não tem mais volta Jack! Só Deus sabe o que há de acontecer agora!

CENA 16. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Esmeralda continua encarando Armando com sua arma apontada para ele.

ARMANDO – Sua desgraçada! Você nos enganou o tempo todo MALDITA!

ESMERALDA – Eu não sou tão burra quanto faço parecer Armando, você me subestimou e agora tem que pagar caro por isso!

ARMANDO – Você não passa de uma bandidazinha de esquina! Você não tem peito suficiente pra puxar o gatilho!

Esmeralda ri.

ESMERALDA – Você quase me matou Armando, graças a você eu sofri um acidente e tive que forjar minha própria morte!

ARMANDO – Graças a SUA incompetência! Você que foi reconhecida.

ESMERALDA – Você que mandou matá-la! Você tentou matar minha prima! E quantas vezes eu te disse que não queria que encostasse num fio de cabelo dela hein? Quantas? Agora você me paga seu verme! Vou te dar UMA chance, qual a senha do banco? FALA!

ARMANDO – NUNCA

Armando continua mudo, ele aproxima-se discretamente de uma gaveta, encarando Esmeralda com uma mão para trás ele procura uma arma na gaveta até que a encontra, Esmeralda rapidamente repara em Armando que tenta tirar a mão da gaveta.

ESMERALDA – (Berrando) VÁ PRO INFERNO MISERÁVEL!

Esmeralda dispara dois tiros certeiros no peito de Armando.

ARMANDO – Ah!

Ele cai de joelhos no chão todo ensangüentado, ele encara Esmeralda.

ARMANDO – ASSA… ASSASSINA!

Armando cerra os olhos e por fim cai morto no chão.

A cena congela em tons roxos em Armando caído no chão, morto.

FIM DO CAPÍTULO