NONO EPISÓDIO
LILITH
"LILITH"
—O seu amigo
preso no limbo está sendo mantido numa central da C.I.A.?! Não pensou em nos
contar isso antes? – Pergunto a Silas.
— E você acha
que eu sabia? Cada um tem seu limbo, o meu, por exemplo, é o vilarejo onde eu
morei. O de Aaron é a central.
— E como vamos
nos encontrar com Aaron? – Íris indaga.
— Vamos entrar
pela porta da frente e ir em direção aos elevadores. Lá dentro, é só dizermos Aaron Crass que seremos levados ao andar
onde ele se encontra.
Parece loucura,
mas nós realmente vamos fazer isso. Íris põe suas adagas sob seu cinto, Ryan
faz o mesmo com a espada e Silas com o punhal. Andamos normalmente até a porta
da frente da C.I.A. e o portão automático se abre para nós.
Alguns agentes
do local nos olham, mas desviam o olhar pouco tempo depois, como se não se
importassem com nossa presença. Avisto os elevadores e sinalizo para Silas e os
outros para me seguirem. Um dos agentes começa a nos seguir lentamente, e o movimento
passa a ser repetido por vários outros agentes. Começamos a correr.
Os agentes da
C.I.A. disparam contra nós, mas nossa movimentação acaba atrapalhando a mira
deles, e por isso não somos atingidos. Avisto uma mesa metálica, chuto-a e ela
cai no chão. Escondo-me atrás dela.
Ainda ouço o
barulho dos tiros, mas dessa vez, está mais baixo. Viro e vejo que os três
agentes que estavam atirando contra mim pararam para recarregar. Pulo da mesa e
saco minha foice, partindo dois dos agentes ao meio, e sendo rendido no chão
pelo outro. Foi tudo tão rápido que eu
mal vi meus movimentos. Avisto uma arma próxima a minha cabeça e arrasto meu
braço para busca-la. Bato com a parte de trás da arma na cabeça do agente e o
nocauteio. Ponho essa arma no meu bolso e pego os dois fuzis que os outros
agentes estavam usando para me atacar.
Não vejo Íris,
Ryan ou Silas, mas provavelmente estão atacando outros agentes. Avisto um
caminho limpo na escadaria, porém, não posso encontrar Aaron sem Silas, então,
faço a única coisa que me vêm à mente.
Vou para a linha
de fogo.
Posiciono-me em
frente ao balcão de recepção e digo em voz alta:
— É assim que
vocês tratam convidados no limbo?
A atenção dos
agentes volta-se para mim, é então que eu vejo Ryan cortando cabeças com sua
espada e sinalizando para que eu tome o caminho onde ele está. Os agentes
voltam a atirar, mas dessa vez, eu atiro com dois fuzis e mato cada um deles. É
bastante surreal o jeito que tudo acontece, mas tento não pensar nisso.
Depois de matar
agentes suficientes para abrir caminho, corro para o local onde vi Ryan e
encontro ele, Íris e Silas. Silas está ferido.
— O que houve
com ele? – Pergunto.
— Um agente
disparou uma arma laser contra ele. Por pouco não foi partido em pedacinhos.
Ele desviou e o Ryan decepou o agente. Estamos com a arma. – Íris me responde.
— Temos que
descer pela escadaria para chegarmos ao subsolo e conseguirmos pegar o elevador
de serviço. Não conseguirei andar até o outro lado da sala para pegar o
elevador comum. – Silas explica.
Guardamos as
armas que sobraram. A arma laser ainda tem uma ou duas cargas, pelo que Íris me
contou, e os fuzis que eu consegui ficaram sem balas, então me livrei dos dois.
Descemos pela
escadaria até o subsolo, onde encontramos vários carros e motos de tecnologia
extremamente avançada. Avisto o elevador de serviço e andamos até lá quase
carregando Silas nos braços. Temos que achar Aaron logo, senão Silas não vai
resistir.
Entramos no
elevador e Silas diz:
— Aaron Crass.
O elevador faz
alguns barulhos e movimenta-se para vários lados até parar em um número
completamente estranho. É provável que o visor do elevador esteja com defeito.
A porta do elevador se abre e a cena que eu vejo é ao mesmo tempo hilária e
estranha.
O andar onde
estamos é idêntico à câmara secreta do filme Harry Potter e a Câmara Secreta, contudo, em vez de estátuas de
serpente e bustos de Salazar Slytheryn,
há estátuas de caveiras e em vez do busto, há um trono feito de ossos, onde há
um rapaz de aproximadamente 25 anos sentado.
— Silas Merylnn.
Há quantas décadas não o vejo. Como você veio parar no limbo?
— Viemos tirá-lo
daqui. Precisa vir conosco.
— Você está
falando sério? – Aaron franze a testa.
— Não temos
muito tempo! – Íris grita. – Ele está muito ferido e não vai aguentar muito
tempo.
— Bom, então
vamos. – Diz Aaron, e desce do trono de ossos.
Ouvimos uma
explosão.
Três corpos são
arremessados para dentro da “câmara”.
Dois deles eu
não reconheço, mas eu conheço a garota.
Milena.
— Ninguém sai do
limbo sem que eu permita! – Uma mulher de cabelos pretos grita, e ela parece
estar falando muito sério.
Milena corre em
nossa direção e faz um círculo com sua adaga riscando o chão.
Aaron entra no
círculo, talvez por impulso, e então, Milena toca a palma da mão no chão e nós
somos transportados para a entrada da C.I.A., onde estávamos antes.
Milena põe a
adaga sobre o meu pescoço.
— Se alguém
tentar alguma coisa, eu o mato. – Milena diz, e me conduz pelos corredores do
local.
[...]
Chegamos a um
local que contém várias celas com vários prisioneiros. Milena me solta e começa
a armar bombas por toda a sala. Não entendo o que ela está fazendo, nem porque
ela me trouxe até aqui, mas eu preciso me livrar disso muito rapidamente, pois
Silas não vai aguentar muito tempo.
Então, lembro-me
da arma no meu bolso.
Pego-a e aponto
para Milena.
— O que você
pensa que está fazendo?
— Essa pergunta
funciona para mim também, Milena.
— Eles estão
mantendo meu pai aqui. Kratos.
—Kratos? Tipo God of War? Não conseguiu inventor nada
melhor não? – Ironizo.
— Chase, eu te
trouxe aqui por que eu descobri tudo. Eu sei de onde eu conheço o seu
sobrenome. Mas se você quiser a resposta, terá que libertar meu pai. Corte as
celas com sua foice e espere o trinco rachar. Quando rachar, corra. Um portal
vai se abrir e meu pai vai sair de um deles. O outro prisioneiro sairá do outro
portal.
Eu quero
respostas.
Então, não
contesto Milena.
Sigo as
instruções que ela me deu, e corto as duas celas. Assim que ouço o trinco
rachar, corro e vejo uma luz branca aparecer. De uma delas, sai um homem muito
parecido com Milena, e os dois se abraçam. Milena e ele saem da sala e eu vejo
a outra prisioneira que sai do portal.
A moça morena.
Normalmente, meu
instinto seria de ataca-la, mas ela poderia roubar meu bastão, então sigo
Milena e, naquela hora, eu não percebi que esqueci a porta aberta. Eu não sabia
o quanto me arrependeria disso.
De volta à
entrada da C.I.A., nos juntamos e eu utilizo o bastão mais uma vez, embora
desta vez eu não esteja gastando uma carga, apenas completando a carga usada
para nos trazer aqui. É então que Milena aperta um gatilho. Todos nós somos
jogados a lugares diferentes.
Arrasto-me até
Íris e Silas e vejo Aaron, Kratos e Milena com eles. Olho para trás e vejo Ryan
correndo.
Ryan cai no
chão.
Ryan está morto.
Minha visão
agora é a de nossos corpos sendo transportados de volta ao submundo, mas o de
Ryan não. Quando voltamos, eu estou no círculo central, enquanto que Silas e os
outros ocupam um círculo menor cada. Já que Ryan não voltou, seu círculo
deveria estar vazio, mas a moça morena está lá.
— Quem é você? –
Digo, com minha foice em mãos.
— Meu nome é
Lilith. – Ela responde, e some no vão.
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO
ESCRITO POR - WALTER HUGO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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