terça-feira, 1 de julho de 2014

Reaper - 2ª Temporada - Episódio 09


NONO EPISÓDIO

LILITH
"LILITH"

—O seu amigo preso no limbo está sendo mantido numa central da C.I.A.?! Não pensou em nos contar isso antes? – Pergunto a Silas.
— E você acha que eu sabia? Cada um tem seu limbo, o meu, por exemplo, é o vilarejo onde eu morei. O de Aaron é a central.
— E como vamos nos encontrar com Aaron? – Íris indaga.
— Vamos entrar pela porta da frente e ir em direção aos elevadores. Lá dentro, é só dizermos Aaron Crass que seremos levados ao andar onde ele se encontra.
Parece loucura, mas nós realmente vamos fazer isso. Íris põe suas adagas sob seu cinto, Ryan faz o mesmo com a espada e Silas com o punhal. Andamos normalmente até a porta da frente da C.I.A. e o portão automático se abre para nós.
Alguns agentes do local nos olham, mas desviam o olhar pouco tempo depois, como se não se importassem com nossa presença. Avisto os elevadores e sinalizo para Silas e os outros para me seguirem. Um dos agentes começa a nos seguir lentamente, e o movimento passa a ser repetido por vários outros agentes. Começamos a correr.
Os agentes da C.I.A. disparam contra nós, mas nossa movimentação acaba atrapalhando a mira deles, e por isso não somos atingidos. Avisto uma mesa metálica, chuto-a e ela cai no chão. Escondo-me atrás dela.
Ainda ouço o barulho dos tiros, mas dessa vez, está mais baixo. Viro e vejo que os três agentes que estavam atirando contra mim pararam para recarregar. Pulo da mesa e saco minha foice, partindo dois dos agentes ao meio, e sendo rendido no chão pelo outro.  Foi tudo tão rápido que eu mal vi meus movimentos. Avisto uma arma próxima a minha cabeça e arrasto meu braço para busca-la. Bato com a parte de trás da arma na cabeça do agente e o nocauteio. Ponho essa arma no meu bolso e pego os dois fuzis que os outros agentes estavam usando para me atacar.
Não vejo Íris, Ryan ou Silas, mas provavelmente estão atacando outros agentes. Avisto um caminho limpo na escadaria, porém, não posso encontrar Aaron sem Silas, então, faço a única coisa que me vêm à mente.
Vou para a linha de fogo.
Posiciono-me em frente ao balcão de recepção e digo em voz alta:
— É assim que vocês tratam convidados no limbo?
A atenção dos agentes volta-se para mim, é então que eu vejo Ryan cortando cabeças com sua espada e sinalizando para que eu tome o caminho onde ele está. Os agentes voltam a atirar, mas dessa vez, eu atiro com dois fuzis e mato cada um deles. É bastante surreal o jeito que tudo acontece, mas tento não pensar nisso.
Depois de matar agentes suficientes para abrir caminho, corro para o local onde vi Ryan e encontro ele, Íris e Silas. Silas está ferido.
— O que houve com ele? – Pergunto.
— Um agente disparou uma arma laser contra ele. Por pouco não foi partido em pedacinhos. Ele desviou e o Ryan decepou o agente. Estamos com a arma. – Íris me responde.
— Temos que descer pela escadaria para chegarmos ao subsolo e conseguirmos pegar o elevador de serviço. Não conseguirei andar até o outro lado da sala para pegar o elevador comum. – Silas explica.
Guardamos as armas que sobraram. A arma laser ainda tem uma ou duas cargas, pelo que Íris me contou, e os fuzis que eu consegui ficaram sem balas, então me livrei dos dois.
Descemos pela escadaria até o subsolo, onde encontramos vários carros e motos de tecnologia extremamente avançada. Avisto o elevador de serviço e andamos até lá quase carregando Silas nos braços. Temos que achar Aaron logo, senão Silas não vai resistir.
Entramos no elevador e Silas diz:
— Aaron Crass.
O elevador faz alguns barulhos e movimenta-se para vários lados até parar em um número completamente estranho. É provável que o visor do elevador esteja com defeito. A porta do elevador se abre e a cena que eu vejo é ao mesmo tempo hilária e estranha.
O andar onde estamos é idêntico à câmara secreta do filme Harry Potter e a Câmara Secreta, contudo, em vez de estátuas de serpente e bustos de Salazar Slytheryn, há estátuas de caveiras e em vez do busto, há um trono feito de ossos, onde há um rapaz de aproximadamente 25 anos sentado.
— Silas Merylnn. Há quantas décadas não o vejo. Como você veio parar no limbo?
— Viemos tirá-lo daqui. Precisa vir conosco.
— Você está falando sério? – Aaron franze a testa.
— Não temos muito tempo! – Íris grita. – Ele está muito ferido e não vai aguentar muito tempo.
— Bom, então vamos. – Diz Aaron, e desce do trono de ossos.
Ouvimos uma explosão.
Três corpos são arremessados para dentro da “câmara”.
Dois deles eu não reconheço, mas eu conheço a garota.
Milena.
— Ninguém sai do limbo sem que eu permita! – Uma mulher de cabelos pretos grita, e ela parece estar falando muito sério.
Milena corre em nossa direção e faz um círculo com sua adaga riscando o chão.
Aaron entra no círculo, talvez por impulso, e então, Milena toca a palma da mão no chão e nós somos transportados para a entrada da C.I.A., onde estávamos antes.
Milena põe a adaga sobre o meu pescoço.
— Se alguém tentar alguma coisa, eu o mato. – Milena diz, e me conduz pelos corredores do local.

[...]

Chegamos a um local que contém várias celas com vários prisioneiros. Milena me solta e começa a armar bombas por toda a sala. Não entendo o que ela está fazendo, nem porque ela me trouxe até aqui, mas eu preciso me livrar disso muito rapidamente, pois Silas não vai aguentar muito tempo.
Então, lembro-me da arma no meu bolso.
Pego-a e aponto para Milena.
— O que você pensa que está fazendo?
— Essa pergunta funciona para mim também, Milena.
— Eles estão mantendo meu pai aqui. Kratos.
—Kratos? Tipo God of War? Não conseguiu inventor nada melhor não? – Ironizo.
— Chase, eu te trouxe aqui por que eu descobri tudo. Eu sei de onde eu conheço o seu sobrenome. Mas se você quiser a resposta, terá que libertar meu pai. Corte as celas com sua foice e espere o trinco rachar. Quando rachar, corra. Um portal vai se abrir e meu pai vai sair de um deles. O outro prisioneiro sairá do outro portal.
Eu quero respostas.
Então, não contesto Milena.
Sigo as instruções que ela me deu, e corto as duas celas. Assim que ouço o trinco rachar, corro e vejo uma luz branca aparecer. De uma delas, sai um homem muito parecido com Milena, e os dois se abraçam. Milena e ele saem da sala e eu vejo a outra prisioneira que sai do portal.
A moça morena.
Normalmente, meu instinto seria de ataca-la, mas ela poderia roubar meu bastão, então sigo Milena e, naquela hora, eu não percebi que esqueci a porta aberta. Eu não sabia o quanto me arrependeria disso.
De volta à entrada da C.I.A., nos juntamos e eu utilizo o bastão mais uma vez, embora desta vez eu não esteja gastando uma carga, apenas completando a carga usada para nos trazer aqui. É então que Milena aperta um gatilho. Todos nós somos jogados a lugares diferentes.
Arrasto-me até Íris e Silas e vejo Aaron, Kratos e Milena com eles. Olho para trás e vejo Ryan correndo.
Ryan cai no chão.
Ryan está morto.
Minha visão agora é a de nossos corpos sendo transportados de volta ao submundo, mas o de Ryan não. Quando voltamos, eu estou no círculo central, enquanto que Silas e os outros ocupam um círculo menor cada. Já que Ryan não voltou, seu círculo deveria estar vazio, mas a moça morena está lá.
— Quem é você? – Digo, com minha foice em mãos.

— Meu nome é Lilith. – Ela responde, e some no vão.


DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO
ESCRITO POR - WALTER HUGO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.