CENA 1. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE
DINORA – A sua prima Esmeralda. A sua prima foi cúmplice do assalto a Luxus, Cristal.
Cristal fica em choque com o que ouve. Cristal continua parada, incrédula diante de Dinora.
CRISTAL – O quê!?
DINORA – Exatamente Cristal, a sua prima, ela está por trás do assalto à Luxus.
CRISTAL – Como assim!? Não pode ser minha prima jamais estaria por trás de um assalto, nunca!
DINORA – Cristal acorda, a quadrilha está atrás de você por causa daquele urso que foi parar na sua bolsa acidentalmente. Aquele urso que você pegou lá nunca foi seu, a Esmeralda comprou pra esconder as pedras lá dentro!
CRISTAL – Por que você tá inventando isso em Dinora?
DINORA – Eu não to inventando, eu juro, é verdade! Você ficou sabendo que no dia da sua viagem a sua prima levou uma surra de alguém que tentou assaltá-la e foi parar no hospital?
CRISTAL – Sim, mas isso acontece!
DINORA – É mentira Cristal! Quem deu aquela surra nela foi o chefe da quadrilha, ao que parece um tal de Armando Valdez porque eles achavam que tinha sido um golpe dela!
CRISTAL – Não, isso não pode ser verdade! Eu fui criada junto com ela Dinora, eu conheço ela melhor do que a mim mesma!
DINORA – Você acha que conhece Cristal! Ela desapareceu depois do assalto porque houve imprevistos e ela teve que levar as pedras, pra não dar bandeira deixou em casa, só que ninguém que você fosse pegar e colocar na sua mala.
CRISTAL – (Com lágrimas nos olhos) Eu não posso acreditar nisso!
Dinora segura em Cristal.
DINORA – Você tem duas opções Cristal, ou você descarta essas pedras o mais rápido possível ou espera a quadrilha te pegar e acabar com você.
CRISTAL – (Incrédula) A morte… da Esmeralda, foram… eles!?
DINORA – (Desconversando) Isso é uma longa história Cristal!
CRISTAL – Eu tenho tempo! Você já chegou até aqui, continua!
DINORA – Eu já te contei que a vi no banheiro, eu disse isso pra ela e disse que queria uma parte da grana das pedras preciosas pra ficar calada.
CRISTAL – (Revoltada) Você o quê!?
DINORA – Ela marcou encontro comigo em minha casa, lá ela me seqüestrou e jogou no carro que caiu do penhasco, o plano era eu morrer quando o carro caísse do penhasco e seria um acidente, foi aí que ela me contou tudo, só que na hora do acidente eu consegui sair, mas ela não, o carro caiu do penhasco com ela dentro.
CRISTAL – Minha prima tentou te matar!?
Dinora faz que sim. Cristal ri sem acreditar.
DINORA – Se não acredita em mim, faça o teste, abra o urso que você trouxe.
CRISTAL – Eu não vou fazer isso, eu acredito na Esmeralda, ela era digna, honesta, fazia das tripas coração por aquela joalheria, ela não seria capaz disso!
DINORA – Cristal, pelo amor de Deus, estamos todas em perigo, essa quadrilha é perigosa, eles quase mataram a sua prima por SUSPEITAR que ela estava com as pedras, imagina o que vai acontecer quando eles descobrirem que eu sei de tudo e pior quando eles te pegarem Cristal. Eu coloquei minha vida em risco vindo até Madrid pra tentar te ajudar, nossa vida está em suas mãos Cristal. Espero que não me decepcione.
Amanda continua ouvindo tudo escondida atrás da porta, Dinora se levanta para sair do quarto enquanto Amanda corre para não ser vista, Dinora sai do quarto e volta para sala. Cristal continua no quarto desconsolada, chorando, sem querer acreditar em nada do que ouvira. Amanda se reaproxima da porta sorridente.
AMANDA – Então quer dizer que a santinha da Lapa era uma bandida! A oportunidade de destruir essazinha veio mais fácil do que eu pensei.
CENA 2. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ MADRUGADA
Cai uma linda e agitada madrugada em Madrid, a noite ferve nas baladas, já nas casas de estilo tradicional da capital pouco a pouco as belas luzes vão se apagando.
CENA 3. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. MADRUGADA
A música continua. A sala está vazia e escura, todos dormem na pensão, menos Cristal que passou a noite inteira acordada, pensativa. Ela entra na sala segurando o urso de pelúcia com as pedras preciosas que trouxera do Brasil e uma faca. Ela acende a luz, coloca o urso em cima de uma mesa de centro, ela pega a faca e vai rasgando o urso de pelúcia, conforme ela passa a mão no emaranhado de algodão ela sente algo sólido, ela tira o algodão de cima e vê dezenas e mais dezenas de pedras preciosas como rubis, diamantes, esmeraldas, ametistas escondidas nele. Ela fica arrasada.
CRISTAL – (Com lágrimas nos olhos) Então era verdade! Esse tempo todo a Esmeralda enganou a todos!
CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. MADRUGADA/ DIA
Amanhece um lindo dia na capital espanhola os luxuosos carros, ônibus e pessoas dominam rapidamente a bela capital dando início a um novo dia.
CENA 5. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. DIA
Cristal está na sala arrumando algumas pastas antes de ir para o trabalho, sozinha, até que escuta uma buzina de carro em frente à pensão e abre a porta até que dá de cara com Cauã sorridente no carro olhando para ela.
CAUÃ – Vim te buscar Cristal, vamos?
Cristal sorri, ela pega as pastas e vai até Cauã, ela entra no carro e dá um selinho em Cauã.
CAUÃ – Cristal, tudo bem com você!? Sua cara não tá das melhores!
CRISTAL – Você lembra aquela minha prima que morreu?
CAUÃ – Sim.
CRISTAL – E você lembra que no Brasil eu trabalhei numa joalheria que foi assaltada…
CAUÃ – Lembro, mas o que tem?
CRISTAL – Eu descobri que a minha prima assaltou a Luxus e por ironia do destino eu vim parar com as pedras e agora estão me caçando. Eu to com ódio da minha prima por ter me enganado, mas to com muito medo, esse pessoal pode ser perigoso.
Cauã abraça Cristal.
CAUÃ – Você pode sempre contar comigo pra enfrentar o que der e vier.
Cristal responde com um lindo sorriso, um tanto tímido no rosto.
CRISTAL – Você acreditaria se eu dissesse que to me apaixonando cada vez mais por você?
CAUÃ – Você acreditaria se eu fizesse essa mesma pergunta a você?
Cristal e Cauã se aproximam e se beijam apaixonadamente no carro, enquanto isso Amanda que estava entrando na pensão fica distante olhando tudo através dos vidros.
CENA 6. SÃO PAULO/ AEROPORTO INTERNACIONAL/ SAGUÃO. INTERIOR. MADRUGADA
Ainda é madrugada em São Paulo, no aeroporto entra Esmeralda carregando diversas malas com óculos escuros e identidade falsa.
ESMERALDA – Finalmente, estou perto de recuperar essas pedras preciosas só pra mim. Madrid que me aguarde!
CENA 7. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL E AMANDA. INTERIOR. DIA
Amanda está no quarto, fazendo uma pesquisa num site de busca por Armando, até que ela localiza sua casa através de um mapa virtual.
AMANDA – Ai Amanda, como você é esperta! Agora é hora de começar a se vingar da Cristal e de quebra ainda faturar uma grana preta!
CENA 8. PRÉDIO DA QUADRILHA. INTERIOR. DIA
Armando está lendo o jornal na sala, sozinho, até que a porta bate.
ARMANDO – Quem é?
Ninguém responde e novamente a porta bate, Armando joga o jornal de lado e abre a porta até que se depara com Amanda.
ARMANDO – Quem é você garota?
AMANDA – Isso é jeito de tratar alguém que você nem conhece? Não me convida pra entrar?
ARMANDO – Nem o seu nome eu sei.
AMANDA – Amanda.
Após se apresentar Amanda entra no apartamento, deixando Armando de lado e senta-se em seu sofá. Armando, bravo, vai até Amanda.
ARMANDO – Quem você pensa que é pra sair entrando assim na casa de alguém hein?
AMANDA – Eu sou apenas a pessoa que pode fazer em questão de horas você recuperar 50 milhões de dólares com uma única condição.
Armando encara Amanda, pensativo.
ARMANDO – O que você sabe da grana e no que você pode me ajudar?
AMANDA – Eu sei que a grana está num urso de pelúcia que está com certa pessoa que até agora vocês não conseguiram recuperar…
ARMANDO – A troco de que você me ajudaria? Se for de uma boa participação na grana esquece, já tenho outros três pra dividir.
Amanda ri.
AMANDA – Ai Armando mal te conheço e já sei que você ama subestimar a inteligência das pessoas. Se eu quisesse apenas aquela grana eu pegava aquele urso e sumia do mapa antes que você e a Cristal pudessem se dar conta que o urso desapareceu, eu sei onde o urso está, tenho livre acesso a esse local. E não, eu não estou porque fiquei comovida com a história do bandido que perdeu sua grana pra uma qualquer.
ARMANDO – E o que você vai querer então?
AMANDA – Nós temos um empecilho em comum Armando, Cristal Diniz Vasconcelos. Eu tenho mágoas dela do passado, e ela lhe roubou algo seu.
ARMANDO – Vamos ao que interessa, você vai querer parte da grana?
AMANDA – Obvio, mas é coisa pouca perto do que vocês vão ganhar, afinal eu to te fazendo um imenso favor, você devia lamber o chão que eu piso! Eu to te ajudando a tirar um inimigo do nosso caminho e ainda permitindo que você ficasse milionário! Qualquer outra no meu lugar pegava a grana e se mandava.
ARMANDO – Quanto?
AMANDA – 1/10, 5 milhões. Apenas isso.
ARMANDO – Eu ficaria com 15 e os meus comparsas com 10, justo.
AMANDA – Mas em troca, eu quero Cristal Diniz Vasconcelos MORTA!
ARMANDO – Feito.
Armando e Amanda apertam as mãos sorridentes.
CENA 9. ATELIE DE CARLOTA/ ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA
Carlota está sentada, trabalhando tranquilamente no seu computador, até que a porta bate, entra Roberto, tenso, segurando um envelope em mãos.
CARLOTA – Você aqui? Roberto… Roberto você tá brincando com fogo! Quantas vezes eu já disse que não podemos ser vistos juntos.
ROBERTO – Eu sei, mas dessa vez é extremamente sério Carlota.
CARLOTA – Pois fale então!
ROBERTO – Você sabe que eu ainda tenho meus contatos dos tempos de polícia.
CARLOTA – Antes de ser expulso por causa…
ROBERTO – (Corta) Vamos ao que interessa, eu mandei investigar aquela sua suspeita de que a Cristal… Que aquela garota está envolvida com nosso passado.
CARLOTA – Foi só uma coisa boba, insegurança, seria muita coincidência.
ROBERTO – Olha isso.
Roberto joga em cima da mesa o envelope ainda lacrado, ela abre o envelope, tira as fotos que estão nele, ela passa as fotos rapidamente, em choque. Após olhar por diversas vezes as fotos, incrédula fica a encarar Roberto.
CARLOTA – As garotas da foto…
ROBERTO – Exatamente Carlota, são elas.
Carlota perplexa joga na mesa uma foto na qual estão Lúcio, Esmeralda e Cristal reunidos.
ROBERTO – Esse da foto é o Lúcio e as meninas você deve saber…
CARLOTA – Eu estou com uma delas do meu lado! Meu Deus que loucura, nós estamos perdidos Roberto!
ROBERTO – Elas nunca vão descobrir nada Carlota, isso vai ficar no passado.
CARLOTA – Será que o Lúcio contou além do necessário?
ROBERTO – Óbvio que não, ele não é tão idiota. Mas foi bom sabermos isso, assim poderemos mantê-las sobre controle. Ops, mantê-la.
Ele aponta para Esmeralda na foto.
ROBERTO – Essa aí já está morta.
CENA 10. AEROPORTO/ DESEMBARQUE. INTERIOR. DIA
Esmeralda desembarca no aeroporto com as malas, sorridente, ela está com uma lente de contato castanha, usando uma peruca loira, ela sai do aeroporto e entra num táxi.
TAXISTA – Pra onde moça?
ESMERALDA – Hotel Santana, por favor.
TAXISTA – Desculpe moça, não sei onde é.
ESMERALDA – É há 20 metros da pensão de dona Mirna.
TAXISTA – Ok.
O taxista parte rumo ao hotel.
CENA 11. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE
Cai a tarde em Madrid que segue seu ritmo de sempre agitada por todos os lados como a grande capital que é.
CENA 12. PENSÃO/ QUARTO DE AMANDA E CRISTAL. INTERIOR. TARDE
Cristal e Cauã entram no quarto, vindos do ateliê. Ambos cansados sentam na cama enquanto Cristal continua pensativa.
CRISTAL – Estranho… A pensão tá totalmente vazia.
CAUÃ – Ah, devem tá trabalhando.
CRISTAL – A Mirna trabalha aqui, outros 2 de noite, outros 4 chegam antes de mim, a Amanda e Dinora costumam estar em casa essa hora, e são uns 12 hóspedes.
CAUÃ – Sei lá, mas nem se preocupa.
CRISTAL – Eu to com mal pressentimento… O que a Dinora disse ontem tá martelando a toda hora na minha cabeça!
Cristal se lembra:
DINORA – Cristal, pelo amor de Deus, estamos todas em perigo, essa quadrilha é perigosa, eles quase mataram a sua prima por SUSPEITAR que ela estava com as pedras, imagina o que vai acontecer quando eles descobrirem que eu sei de tudo e pior quando eles te pegarem Cristal.
CRISTAL – A Dinora disse que podemos estar em perigo.
CAUÃ – Será?
CRISTAL – Minha prima, antes de morrer, tentou matar a Dinora, aqueles bandidos vieram aqui em Madrid e tentaram me seqüestrar, eu to com medo.
Cauã a abraça.
CENA 13. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. TARDE
Natalie, Jack e Jonathan estão tensos na casa juntando diversos galões de gasolina na sala, Armando vai para a sala, ele joga 4 capuzes para eles que vestem.
NATALIE – Armando, você tem certeza que é pra apagar aquela Cristal? Eu nunca matei antes!
JACK – Nem eu.
JONATHAN – Armando, o acostumado aqui a matar é você! Deixa a gente de fora, essa não é nossa praia não.
ARMANDO – Se eu fugisse com todo o dinheiro de vocês, iriam querer me matar não?
NATALIE – Óbvio! Mas esse não é o caso!
ARMANDO – A diferença entre eu e ela é que ela é uma trouxa! Se fosse esperta já tinha sumido do mapa com as pedras, afinal ela descobriu isso.
JACK – Mas ela descobriu ontem!
ARMANDO – É… Mas vamos logo porque temos até o final da tarde antes que o povo da pensão volte… Porque eu recupero essas pedras HOJE, nem que eu tenha que matar um a um daqueles da pensão.
Natalie, Jack e Jonathan se entreolham assustados. Eles pegam os galões e vão saindo da casa.
CENA 14. PENSÃO/ COZINHA. INTERIOR. FIM DE TARDE
A pensão continua vazia, nela apenas Cauã e Cristal que estão fazendo um lanche, conversando.
CRISTAL – Cauã vamos parar de falar de coisa de ruim… Vamos falar de nós dois.
CAUÃ – Você não tá em condição.
CRISTAL – Quem disse? Cauã o que aconteceu entre nós… Então… A gente pode fingir que nada aconteceu se você quiser.
CAUÃ – Mas não é o que eu quero Cristal, eu me apaixonei por você desde o dia em que você acordou naquele hospital Cristal, eu nunca quis brincar com você!
CRISTAL – Você é filho da minha chefa, que é uma carrasca por sinal…
CAUÃ – Correção, eu sou um maior de idade, que se sustenta, responsável por seus atos.
CRISTAL – (Rindo) Só você pra me fazer rir numa hora dessas.
CAUÃ – Você vai ver, todo esse pesadelo vai passar. Você vai superar e vai seguir sua vida.
CRISTAL – Algo me diz que eu o pesadelo ainda nem começou.
Eles terminam o lanche e sobem novamente para o quarto de Cristal, é quando Armando, Natalie, Jack e Jonathan invadem encapuzados a pensão.
ARMANDO – Sem barulho por enquanto, andem, andem, espalhem a gasolina!
Todos espalham gasolina por toda a cozinha, sala e vai subindo as escadas, eles espalham pelo corredor e ficam perto do quarto de Cristal.
ARMANDO – Agora!
Armando, Jack, Jonathan e Natalie estouram a porta e invadem o quarto já de imediato começando a espalhar gasolina enquanto Armando aponta uma pistola para Cristal e Cauã.
ARMANDO – Perdeu, perdeu, perdeu! Cadê o urso com as pedras? Passa logo sua vadia!
CRISTAL – Pelo amor de Deus! O que é isso?
JONATHAN – Para de se fazer de sonsa garota! A gente quer seu urso!
CAUÃ – Por que vocês tão espalhando essa gasolina pelo quarto? Parem com isso por favor!
Eles terminam de espalhar a gasolina, rapidamente Natalie e Jack passam a vasculhar todos os guarda-roupas, eles jogam tudo no chão.
CRISTAL – Que isso? Por favor deixem a gente em paz.
ARMANDO – Só depois que a gente conseguir o que quer Cristal.
CRISTAL – (Desesperada) Por favor não façam nada com a gente, levem o que quiserem!
Armando tira do bolso uma caixa de fósforos, e acende um fósforo.
ARMANDO – Você não devia ter cruzado nosso caminho Cristal, não devia!
Armando solta o fósforo no chão e rapidamente imensas chamas de fogo cobrem o local.
CRISTAL – (Aflita) NÃO!
Jack em meio ao guarda-roupa de Cristal, fecha ele.
JACK – Vou ver no outro agora.
Jack passa a vasculhar o guarda-roupas de Amanda e acaba por pegar um urso qualquer, ele dá um sorriso cínico e vira-se exibido o urso para a quadrilha.
JACK – Achei!
NATALIE – Finalmente!
JONATHAN – Vamos embora!
CAUÃ – Socorro! Seus bandidos!
Cauã avança para cima de Armando e passa a se atracar com ele.
ARMANDO – Me solta seu embecil!
CAUÃ – Seu desgraçado, você prendeu a gente em meio ao fogo!
Cauã e Armando rolam no chão tentando render um ao outro.
CRISTAL – (Berrando) SOCORRO! FOGO! FOGO!
Armando pega uma jarra que estava no criado mudo e bate com toda força em Cauã, o fazendo desmaiar, ele se levanta, tenso. Ela se agacha para tentar acordar Cauã enquanto em meio ao fogo que consome principalmente o quarto Armando aproveita e desce correndo. Começa-se a se formar uma imensa cortina de fumaça, do lado de fora da casa dezenas de vizinhos vêem o fogo sem reação, logo chega uma van de onde desce Mirna, Amanda e os outros hóspedes que foram num passeio organizado por Amanda.
MIRNA – Meu Deus! Fogo!
Amanda dá um sorriso discreto, enquanto todos se aproximam. Um tanto distante Esmeralda desce do táxi e corre para acompanhar o incêndio, apreensiva.
ESMERALDA – (Apreensiva) Minha prima!
Cristal continua desesperada tentando acordar Cauã que continua desacordado inalando a fumaça junto com Cristal. A cortina de fumaça imensa começa a atingir a parte de fora da pensão. Logo Armando retorna ao quarto com um pano cobrindo o rosto, segurando um tanque de gasolina, ele tosse.
CRISTAL – Quem é que tá aí?
Armando joga gasolina por cima de Cristal que fica atônita, em choque.
ARMANDO – Ordens superiores, vai te encontrar com tua prima no inferno!
Armando foge, Cristal desesperada tentando se esquivar do fogo, apavorada. Cauã se levanta aflito.
CAUÃ – Cristal!?
CRISTAL – (Berrando) A gente tem que sair daqui Cauã!
Eles tossem bastante pela fumaça, Cristal se agarra em Cauã para tentar sair, ela corre pelo quarto sem mal conseguir enxergar pela fumaça, ela esbarra no guarda-roupas em chama que passam para ela.
CRISTAL – AH! EU TO PEGANDO FOGO!
Do lado de fora todos ficam mega apreensivos ao ouvirem os gritos de Cristal.
MIRNA – A Cristal está lá! E em perigo!
AMANDA – (Pensamento) Melhor impossível! Queima bebê!
Dentro do quarto Cristal e Cauã correm pelo corredor, as chamas começam a queimar o corpo de Cristal que está encharcado de gasolina.
CRISTAL – EU TO PEGANDO FOGO! AH! AH!
Ela continua correndo desesperada até que tropeça na escada e começa a rolar escada a baixo em chamas.
CRISTAL – AH!
CAUÃ – (Berrando desesperado) CRISTAL!
A cena congela em tons roxos em Cristal rolando escada a baixo em chamas.
FIM DO CAPÍTULO
