quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 05




CENA 1. CASA DE DINORA/ ENTRADA. EXTERIOR. NOITE

Esmeralda abre a porta do carro e do banco rapidamente Esmeralda tira uma pá do banco e acerta em Dinora.

DINORA – Ah!

Dinora cai desmaiada. Esmeralda abre o porta-malas e joga a madeira. Ela vai até Dinora e a segura.

ESMERALDA – Vamos dar um passeio com a cachorra? Vagaba.

Esmeralda coloca Dinora no carro e sai rapidamente.

CENA 2. GALPÃO. INTERIOR. NOITE
Jack, Natalie e Jonathan estão no galpão tensos, esperando notícias de Esmeralda. Jack é o mais impaciente, anda freneticamente desesperado de um lado para o outro.

JONATHAN – Se acalma Jack, vai ficar tudo bem com a Esmeralda! Isso não vai sujar, ninguém vai nem desconfiar que foi a Esmeralda que vai dar cabo dessa mulher!

JACK – Eu espero, mas eu to com um péssimo pressentimento, como se algo fosse dar errado! Eu acho que vou atrás!

JONATHAN – Não cara! A Esmeralda sabe se virar, deixa que ela cuida disso, você pode complicar a situação mais ainda!

JACK – Quer saber? EU VOU!

Jack sai correndo do galpão, Jonathan e Natalie ficam tensos.

NATALIE – Realmente homem apaixonado é muito anta viu!

JONATHAN – Mas e se isso não der certo?

NATALIE – Não importa, com tanto que não suje pro nosso lado. Eu sei que amanhã a esta hora já estaremos bem longe daqui.

CENA 3. MADRID/ PENSÃO DE MIRNA. INTERIOR. NOITE
Mirna está na pensão assistindo televisão, com vários outros hospédes, até que a porta bate.

CARLOS – Dona Mirna, deve ser a Amanda, abro?

MIRNA – Eu faço questão de abrir.

Mirna vai até a porta e abre para Amanda.

AMANDA – Demorou hein dona Mirna, tá um friozaço aqui fora!

MIRNA – Escuta aqui menina, é pela miléssima vez que digo que isso é uma pensão familiar, tem regras, não pode-se ficar chegando aqui fora de hora saindo da farra.

AMANDA – Dona Mirna…

MIRNA – Sem mais, agora pode entrar.

Amanda entra.

MIRNA – Aproveitando Amanda, tenho novidades pra você, que esqueci de contar.

AMANDA – Pois fale logo dona Mirna!

MIRNA – Então, nós temos uma nova hóspede que será sua colega de quarto.

AMANDA – Ok, qual é o nome dela?

MIRNA – É brasileira como você, chama-se Cristal, Cristal Diniz Vasconcelos.

AMANDA – Cristal Diniz Vasconcelos… Acho que já ouvi esse nome.

Amanda se lembra:

Anos antes… Amanda estava estudando em São Paulo, fazendo o 1º ano da faculdade de moda, assim como Cristal, ambas mantinham uma richa por causa de um homem. Amanda e Cristal estavam se pegando aos tapas na porta da faculdade.

AMANDA – Recalcada, não é de você que o Augusto gosta, é de mim, se manca!

CRISTAL – Lora falsa! Se manca você sua vadia! Vai rodar bolsinha na esquina que é o que você faz melhor!

A faculdade inteira testemunha, alguns filmando o barraco. Amanda parte para cima de Cristal e puxa os cabelos dela com força, Cristal a empurra e desfere um grande tapa em seu rosto que é filmado por todos que olham espantados. Amanda cai no chão, Cristal literalmente pisa na rival, com quem já estava furiosa

CRISTAL – Isso é pra você aprender a me afrontar!

Cristal sai, com todos olhando para ela admirado, Amanda olha com um profundo ódio da rival.

AMANDA – Como esse mundo é pequeno hein! Eu irei recebê-la de braços abertos!

Música: Vivendo e Aprendendo a Jogar – Elis Regina.

Amanda dá um sorisso discreto e ironico.

CENA 4. MADRID/ HOSPITAL/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE
Cristal está assistindo televisão no quarto, Cauã e Cristal brincam disputando pelo controle.

CAUÃ – Ah já chega! Pode ficar, eu to saindo mesmo!

CRISTAL – Pra onde!?

CAUÃ – Balada ué! Já que por sua causa eu não pude viajar lembra?

CRISTAL – E por sua causa eu não posso trabalhar lembra?

CAUÃ – Ah Cristal, bom vou indo amanhã volto, beijos.

Cauã sai, Cristal fica assistindo televisão, pensativa.

CRISTAL – (Pensamento) Ele tinha que ter ido?

CENA 5. CARRO ROUBADO DE ESMERALDA. INTERIOR. NOITE
Esmeralda continua dirigindo o carro tranquilamente por uma rua. Quando o celular toca, ela atende Jack.

ESMERALDA – Alo, Jack!? O que foi?

JACK – To preocupado com você, eu to indo até o barranco.

ESMERALDA – Jack, não precisa! Eu sei o que fazer!

JACK – Eu quero ir, espera por mim Esmeralda.

ESMERALDA – Não dá, eu tenho que dar cabo dessa aqui o mais rápido possível! Agora desligo, depois nos falamos.

JACK – Esmeralda…

Esmeralda desliga.

CENA 6. LUXUS/ SALÃO. INTERIOR. NOITE
João está tenso, pensativo sobre o assalto, ele se lembra:

Jack, Jonathan e Natalie invadem armados a joalheria e encapuzados.

JACK – Atenção pessoal, isso aqui é um assalto! Todo mundo calado e deitado no chão pra não levar bala!

CRISTAL – Gente, para, para por favor, o que é isso?

NATALIE – Deita no chão garota se não vai ser pior pra tu!

Cristal e João deitam no chão. Esmeralda está afastada de todos. Dinora começa a estranhar tudo.

DINORA – O que será que tá acontecendo aqui?

Natalie começa a quebrar os vidros pegando várias pedras preciosas que estão na vitrine.

JOÃO – Vocês vão ser pegos!

NATALIE – Cala a boca!

Jonathan pega todas as pedras preciosas como rubi, diamante, esmeralda dentre outras pedras que Natalie está pegando e coloca numa grande mochila vazia. Jack aponta a arma para todos.

JACK – Um movimento e eu acabo com a raça de vocês, ouviram!?

JOÃO – Quem será que está por trás disso?

CENA 7. CARRO ROUBADO DE ESMERALDA. INTERIOR. NOITE
Esmeralda continua a toda, quando aos poucos Dinora vai recobrando a consciência.

DINORA – Esmeralda!?

ESMERALDA – Cala a boca e fica quieta!

DINORA – Sua cadela! Onde você tá me levando Esmeralda!?

ESMERALDA – Você vai saber, aproveita o passeio Dinora.

DINORA – Me deixa sair daqui! Por favor! (Gritando) SOCORRO, ME DEIXA SAIR DAQUI!

Dinora tenta abrir a porta que está trancada.

ESMERALDA – Eu não nasci ontem Dinora, desiste você só vai sair daqui quando EU quiser.

DINORA – SOCORRO! (Chorando) Não me mata, não precisa me dar nada, eu fico calada.

ESMERALDA – Tarde demais Dinora. Acabou pra você! Você já tá sabendo demais, eu não sou idiota, se eu te largar aqui você vai correndo pra polícia. Eu não te daria o dinheiro das pedras se eu tivesse com eles.

DINORA – O quê? Como assim você não tá com eles?

ESMERALDA – Isso mesmo que você ouviu Dinora, não estão comigo estão as pedras, estão com a Cristal, foi por isso que eu levei aquela surra que fui até parar no hospital.

DINORA – Não, não pode ser! A Cristal, cúmplice do assalto!?

ESMERALDA – Claro que não! Ela não teria inteligente o bastante pra isso e depois ela é muito honesta, até demais, o problema é que eu escondi as pedras preciosas num urso que ela levou pra Espanha achando que era dela, por isso amanhã mesmo eu vou estar embarcando pra Espanha atrás das pedras preciosas.

DINORA – Assaltantezinha de quinta, você não vai me matar, não tem coragem.

ESMERALDA – Claro que não! Você vai morrer num acidente de automóvel Dinora.

DINORA – O quê?

Esmeralda chega num penhasco.

ESMERALDA – Chegamos.

CENA 8. MANSÃO DE CARLOTA/ QUARTO DE CARLOTA. INTERIOR. NOITE
Na cama de Carlota há um homem semi-nu deitado nela, este homem, Roberto com quem Carlota mantém um flerte que esconde de todos. Ela entra com um garrafa de champanhe.

CARLOTA – Aí está nosso champanhe Roberto.

ROBERTO – Carlota, de bom gosto como sempre.

Carlota estora a champanhe, põe numa taça e serve a ele, ela se senta ao seu lado.

ROBERTO – Não tem perigo dos seus filhos chegarem?

CARLOTA – Não, a Rosa vai passar a noite na casa de uma amiga e o Cauã só vai chegar aqui de madrugada e de porre ainda por cima.

ROBERTO – É, pra variar… Mas diz aí, aquela funcionária que o Cauã atropelou tá bem né?

CARLOTA – Claro! Só o Cauã que tá dando atenção demais pra uma simples subordinada minha, mas isso é até bom pra abafar o escândalo.

ROBERTO – Concordo!

CARLOTA – Mas aquela subordinada, não sei sabe, mas quando eu olhei pra foto dela, sei lá senti uma sensação estranha, como se eu já tivesse tido alguma relação com aquela garota.

ROBERTO – Você já averiguou tudo sobre ela?

CARLOTA – Não, eu mau a conheço direito, eu só sei que ela é do estado de São Paulo, do Brasil e que é minha funcionária, e o nome é claro.

ROBERTO – Nossa, do jeito que você fala até parece que ela pode ter algo a ver com certas coisas…

CARLOTA – Impossível! Daquilo lá que aconteceu só restou aquele homem que eu mau conheço e que não é ameaça alguma e as… Não, mas seria muita coincidencia que a Cristal fosse uma delas. Ah, chega, to muito paranóica, isso só acontece em novelinha mexicana das seis.

ROBERTO – É mesmo, esquece isso.

CENA 9. PENHASCO. EXTERIOR. NOITE
Esmeralda está parada no penhasco com o carro.

DINORA – O que você vai fazer Esmeralda?

Esmeralda acelera o carro, ficando a beira do penhasco.

DINORA – Ah!

Esmeralda se desprende do sinto de segurança e coloca a mão no câmbio.

ESMERALDA – Pronta pra dizer adeus Dinora?

DINORA – Não me mata Esmeralda, (suplicando) pelo amor de Deus!

ESMERALDA – Eu não queria, mas você sabe demais, não pode continuar por aí… Eu não faço o que eu quero Dinora, faço o que é necessário.

Esmeralda novamente aciona o câmbio e o carro anda mais um pouco virando para cair penhasco, abaixo. Esmeralda destrava as portas e está prestes a sair, quando Dinora segura firme sua blusa.

ESMERALDA – Me solta Dinora!

DINORA – Não, eu vou morrer, mas você vai junto comigo!

Dinora dá um puxão em Esmeralda e a derruba no banco, Dinora rapidamente abre seu lado da porta e dá um pulo, ela consegue sair. Logo o carro começa a virar mais ainda.

ESMERALDA – (Berrando desesperada) NÃO!

O carro rola penhasco abaixo capotando dezenas de vezes. Dinora fica em choque.

DINORA – ESMERALDA!

A cena congela em tons roxos em Dinora perplexa vendo o carro de Esmeralda capotando.


FIM DO CAPÍTULO