sexta-feira, 18 de julho de 2014

Império Feminino: Capítulo 36

Capítulo 36: Magazine Noivas

 


Nos capítulos anteriores...

No interior da mansão dos Gouveia, Sônia e Rachel discutiam os preparativos do casamento duplo, que aconteceria daqui a dois meses. Um grupo especializado em Buffet havia trago as duas damas uma amostra dos cardápios, com aperitivos prontos para a degustação. Na sala de estar, bandas de violino e de tango, se mantinham apostos para apresentar todo o seu poder musical as duas mulheres, que escolheriam com qual iriam ficar. Na sala superior que se encontrava no terceiro andar, vestidos de noivas exclusivos importados da Europa, estavam sobrepostos em manequins, para a prova das noivas. A mansão havia sido transformada em uma verdadeira loja de casamento.

 –Quero falar com você a respeito do vestido... –Disse Sônia. –Não era para revelar nada agora, mas pelo visto não poderei mais guardar segredo.
 –Algum problema? –Indagou Rachel.
 –Eu estou grávida.
 –Sério?
 –Sim.

Naquele momento, Rachel passou a mão em sua barriga e lembrou-se do que o médico havia dito: “–A facada atingiu o centro do útero da senhora, causando danos internos ao mesmo. –O médico continuou, sem hesitar: –Dona Rachel, a senhora ficou estéril. Sinto muito.”. Mas como de praxe, a megera pôs um sorriso no rosto e comemorou.

 –Que benção divina! Por que não me contou antes?
 –É que fiquei um pouco receosa... Você não pode mais... –Sônia havia sido interrompida por Rachel, que não parava de sorrir um instante se quer.
 –Não posso mais ter filhos? Oh querida! Posso adotar. E além do mais vou amar o seu queridinho como se fosse meu.
 –Nossa Rachel, obrigada!
 –Agradeça dizendo que aceita que a festa seja em uma lancha.
 –Contanto que a cerimônia seja na igreja.
 –Perfeito! Agora venha, vamos experimentar os vestidos. Nada do que um número maior não resolva. [...]

Um mês depois...

Os flashes das lentes fotográficas ultrapassavam dimensões. Rachel e Soninha estavam em um estúdio fotográfico, vestidas de noiva, para o ensaio da próxima edição da Magazine Noivas. O longo que ambas estavam usando eram iguais. Possuíam rendas inglesas nos detalhes laterais. As madeixas das primas estavam soltas. A cabelereira de Soninha lhe dava um ar confiante, enquanto a de Rachel lhe deixava sexy.

 –De costas meninas, temos que valorizar o véu! –Exclamou o fotógrafo.

No fundo aquilo era mais do que um simples ensaio. Rachel estava começando a pôr seu plano em prática. E a megera precisaria de toda a confiança de Soninha, para usufruir das armas mais pesadas que o mal lhe oferecia. A obsessão de Rachel sobre a prima mais nova era notória, porém o sorriso falso entre os dentes brancos da ricaça deixava tudo mais natural.

 –Sorriam, por favor! –Disse o fotógrafo. –Vocês são noivas felizes. Imaginem a cerimônia, imaginem a festa, se imaginem com seus futuros maridos.

Rachel podia imaginar a festa. “Ocorrerá em um iate, em alto mar bem longe da costa, todos estarão bêbados e fartos de tanta comida. A polícia não poderá encontrar um suspeito em específico, por que a arma do crime não existirá...”. O sorriso falso e dissimulado fez de Rachel a noiva mais bonita do ensaio, ofuscando a prima.

 –Pronto, podem tirar os vestidos. O ensaio acabou. –Falou o fotógrafo, visualizando as fotos na câmera. 

Ao lado de Silvana, no banheiro social da mansão. Isabella fez o teste de gravidez de farmácia. As suspeitas apareceram através de enjoos, tonturas e muitos desejos. A certeza da gravidez se concretizou, não só por Bella e Wagner terem transado sem camisinha, mas sim pelo resultado, que deu positivo.

 –Você vai ser mamãe! –Exclamou Silvana, olhando nos olhos de Isabella. –O Wagner não precisa saber de nada agora...
 –Do que a senhora está falando? –Indagou Bella.
 –Tenho uma surpresinha para o meu filho, ou você achou mesmo que essa gravidez era meu único trunfo?
 –Pra ser sincera, achei sim...
 –Então você achou errado.

Horas antes da apresentação do Bajofondo no estádio do Morumbi.

Dentro de um táxi. Silvana seguiu para a marginal tietê. Ela carregava consigo um cheque de dez mil reais, assinado. O taxista parou no acostamento e a perua pôs seu pé esquerdo para fora do automóvel. Revelando seu calçado Prada azul, que estava valorizando suas lindas pernas, seguido de um vestido preto Dolce e Gabbana com material de seda. As madeixas louras de Silvana se movimentavam uniformemente durante o balançar de sua cintura. Ao caminhar alguns centímetros à frente, ela tirou de dentro de sua bolsa Louis Vuitton, uma câmera fotográfica e o cheque.

 –Está tudo aí. E quanto às fotos dê o seu jeito! –Exclamou a perua, sorrindo para o rapaz. –Afinal, estou pagando bem.
 –A senhora tem certeza de que quer fazer isso com o seu filho? –Indagou Felipe. –Digo... Ele é seu filho!
 –Por isso mesmo. Saiu do meu útero. Portanto tenho o direito de machuca-lo de todas as formas possíveis.

Silvana retornou a realidade ao sentir seu telefone celular vibrar no bolso esquerdo de sua calça jeans. Ao olhar o número, ela percebeu que era de Felipe. A perua atendeu e ouviu as palavras que ele disse como um coral magnífico divino:

 –Dona Silvana, as fotos ficaram prontas.

Rachel chegou à mansão exausta do ensaio fotográfico. A megera subiu as escadas do palacete e se dirigiu a sua suíte. Onde se deparou com Magno parado em frente ao espelho, segurando um DVD de vídeo. O tal DVD de sexo entre ela e Rafael. Magno estava possesso e com raiva. Ele foi em direção à esposa com toda sua força, seu desejo principal era mata-la.

 –Me larga! –Exclamou Rachel! –Me larga Magno!
 –Sua vagabunda! –Gritou Magno, enquanto enforcava Rachel. –Pensou mesmo que iria me enganar por muito tempo?
 –Me escuta seu desgraçado!

Rachel empurrou o noivo, que caiu de costas no espelho horizontal do quarto, quebrando-o. A megera ligou o DVD e a TV, pôs o filme caseiro de sexo para rodar e despiu-se. Ficando apenas de lingerie. Rachel pausou o filme, se aproximou de Magno e lhe atingiu com uma bofetada no rosto. Em seguida, ela começou a explicar e argumentar sua inocência.

 –Isso aconteceu há muitos anos antes de eu e você nos tornamos amantes. –Disse Rachel. –Larga de ser idiota! Eu te sustento. Eu pago as suas contas agora e te dou o estilo de vida que você sempre sonhou, se eu não te amasse de verdade, você já teria sido substituído há séculos. Agora levanta essa bunda inútil do chão e limpa esses vidros. Eu vou tomar um banho.

Mergulhada em sua banheira de hidromassagem, Rachel discou os números do celular de Rafael com quem não mantinha contato desde a morte de Joaquim e mandou uma mensagem a ele. Marcando um encontro a sós no restaurante de sempre amanhã à noite. O sorriso de satisfação da megera estava estampado em sua feição. Se havia mesmo um homem a quem ela amava era Rafael e ele faria parte de sua vida para sempre, por que ela tinha um plano para o futuro.

 –Rachel eu... Peço desculpas e perdão. –Implorou Magno. –Eu fui um idiota e não devia ter duvidado de você.
 –Não quero saber. –Disse Rachel, com a cabeça sob a espuma. –O que você fez foi algo irrelevante. Eu sou uma dama e não uma piranha! Só traí o Joaquim por que te amava, mas nunca te trairia. Uma pena que você duvide do meu amor.
 –Me deixa fazer algo para reparar.
 –O que?
 –Me peça uma prova, eu posso provar que confio em você!
 –Qualquer coisa?
 –Qualquer coisa!
 –Apresente a sua irmã para o Rafael. Prove que você confia em mim mantendo-o por perto.
 –Quer que minha irmã tenha um relacionamento com ele?
 –Sim. Mas se você não é capaz de...
 –Nem precisa continuar. Vou apresentar os dois no nosso casamento.
 –Você não imagina o quanto me faz bem... Querido.