CENA 1. PENHASCO. EXTERIOR. NOITE
O carro rola penhasco abaixo capotando dezenas de vezes. Dinora fica em choque.
DINORA – ESMERALDA!
O carro continua despencando, até que desce todo o penhasco virado abaixo, começando a vasar gasolina do carro que começa a pegar fogo. Esmeralda está desacordada em meio as chamas que em breve provocaram a explosão do carro. Dinora, em cima do penhasco está em choque olhando para toda a desgraça.
Música: Grand Guignol – Bajofondo
DINORA – Ai meu Deus! (Gritando) Esmeralda! O que eu faço? O que eu faço!?
Dinora percebe que tem algum carro se aproximando.
DINORA – Devem ser os cúmplices dela.
Ela lança um último olhar sobre o carro em chamas e corre desesperada como nunca fugindo. Logo Jack chega, ele rapidamente desce do carro e vai até a beira do penhasco.
JACK – (Gritando) Esmeralda!
CENA 2. CASA DE DINORA/ SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE
Dinora entra correndo, ofegante e desesperada. Ela entra e bate a porta a trancando.
DINORA – Eu tenho que fazer algo! Não posso ficar parada, eu sei demais! O mínimo que vai me acontecer é aquela quadrilha atrás de mim! O que eu faço agora meu Deus!?
Ela se lembra:
DINORA – Não, não pode ser! A Cristal, cúmplice do assalto!?
ESMERALDA – Claro que não! Ela não teria inteligente o bastante pra isso e depois ela é muito honesta, o problema é que eu escondi as pedras preciosas num urso que ela levou pra Espanha achando que era dela
DINORA – É isso mesmo que eu vou fazer! Eu vou me mandar pra Espanha o mais rápido possível.
CENA 3. PENHASCO. EXTERIOR. NOITE
Jack continua gritando por Esmeralda desesperado, ele chora aflito as margens do penhasco. Enquanto isso bombeiros que desceram de helicóptero para socorrer Esmeralda tentam abrir o carro para tirar Esmeralda.
BOMBEIRO 1 – Não tá fácil, esse carro pode explodir a qualquer momento!
BOMBEIRO 2 – Força mais a porta, vai! Ela precisa sair daí!
Eles conseguem arrombar a porta, eles puxam Esmeralda que está presa nas ferragens. Esmeralda está sangrando bastante machucada devido ao acidente. O fogo continua aumentando cada vez mais.
BOMBEIRO 1 – (Gritando) Isso aqui vai explodir!
Jack está cada vez mais desesperado aflito, ele começa a rezar. O bombeiro 1 rápidamente dá um grande puxão em Esmeralda tirando-a do carro, com o peso dela eles caem no chão. O bombeiro 2 vai até ele e também ajuda a segurar Esmeralda. O carro já está prestes a explodir.
BOMBEIRO 2 – Corre!
Ambos correm com Esmeralda no colo desacordada para longe quando o carro explode, eles já estão longe e ilesos. Eles respiram aliviados. Jack senta no penhasco aliviado. O helicóptero se aproxima para pegá-los.
CENA 4. CASA DE LÚCIO/ SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE
Lúcio está lendo o jornal tranquilamente na sala, pensando em Esmeralda que até aquele momento não havia chegado, até que o celular toca.
LÚCIO – Alo, quem fala?
ATENDENTE – Vocês conhecem Esmeralda Diniz Vasconcelos?
LÚCIO – Sim, é minha afilhada, moça, fala o que é que tem minha afilhada?
ATENDENTE – Infelizmente seu Lúcio ela sofreu um grave acidente e está sendo encaminhada ao hospital em estado grave.
LÚCIO – Ai meu Deus! Como!?
ATENDENTE – O carro dela capotou e acabou caindo num penhasco.
LÚCIO – (Com lágrimas nos olhos) Não, não pode ser! Eu to… Eu to indo pra aí agora!
Lúcio pega uma carteira e sai atordoado da casa.
CENA 5. MADRID/ HOSPITAL/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE
Cristal está conversando com Lúcio por celular. Uma enfermeira está ao lado.
CRISTAL – (Incrédula) O quê!? A minha prima tá bem né tio!? Diz que a minha prima tá bem!
LÚCIO – Cristal eu sinto muito, mas parece que o estado dela é grave, eu to indo pro hospital!
CRISTAL – Ok! Pelo amor de Deus me dá notícias tio!
Cristal desliga, a esta altura a pressão e os batimentos de Cristal que estão sendo monitorados já estão alterados.
ENFERMEIRA – Cristal, se acalma! Seus batimentos e sua pressão estão altos!
CRISTAL – (Desesperada) Minha prima, minha prima sofreu um acidente, ela pode estar mau!
ENFERMEIRA – Você tem que se acalmar!
CRISTAL – (Aflita) Não tem como me acalmar numa situação dessas! Eu queria ver se fosse algum parente seu e você não pudesse fazer nada eu queria ver se você ir ter calma!
ENFERMEIRA – Cristal, agitação faz mal pra você, você não tá totalmente recuperada, acabou de sair de um coma garota!
A enfermeira pega uma invejeção de sedativo e injeta em Cristal.
CRISTAL – Eu não quero dormir! (Atordoada) Eu quero saber da minha prima, minha prima!
Aos pucos Cristal vai dormindo, até ficar desacordada. Os batimentos de Cristal vão voltando aos poucos a se normalizarem, a enfermeira respira aliviada.
CENA 6. SÃO PAULO/ HOSPITAL/ CORREDOR. INTERIOR. NOITE
Lúcio está totalmente tenso, rezando muito pela afilhada, até que vê pelo corredor entrando com a maca os bombeiros e Esmeralda desacordada e bastante machucada, eles correm. Todos desesperado.
BOMBEIRO 1 – Licença, licença!
Todos dão licença, ao Lúcio ver Esmeralda naquele estado piora ainda mais sua agonia. Jack e Lúcio tentam passar, mas os médicos não deixam eles entrarem na sala. Eles estão desesperados.
LÚCIO – Meu Deus, por favor, proteja minha afilhada, não a desampare neste momento!
JACK – Ela não pode morrer, ela não pode!
LÚCIO – Você é o que dela!?
JACK – Eu sou testemunha eu vi tudo.
LÚCIO – Obrigado por ajudar, muito obrigado.
No quarto, Esmeralda entra rapidamente já tendo uma parada cardíaca devido as complicações do acidente.
MÉDICO – Ela está tendo uma parada cardíaca! Desfribilador urgente, rápido!
Um enfermeiro pega o desfribilador e passa gel, ele entrega para o médico que rápidamente dá um choque em Esmeralda que reage, mas os batimentos continuam na mesma.
MÉDICO – Mas uma vez! ANDA LOGO CARAMBA! Ela tá morrendo!
O enfermeiro novamente faz isso com o máximo de rapidez e o médico novamente usa o desfribilador em Esmeralda que dá um salto, os batimentos voltam ao normal, todos respiram aliviados.
MÉDICO – Essa foi por muito pouco!
CENA 7. STOCK-SHOTS (SP). EXTERIOR. NOITE/ DIA
Na linda bela capital paulista aos poucos o brilho da noite vai ficando menos intenso dando lugar a um brilho quente e intenso do sol que marca o início de um novo dia.
CENA 8. ATELIE DE CARLOTA. INTERIOR. DIA
Carlota está em seu atelie pensando num novo modelo de verão, quando a porta bate, ela vai até a porta e atende Roberto.
CARLOTA – Você aqui!?
ROBERTO – Nossa, pensei que ia ficar mais feliz em me ver!
CARLOTA – E eu pensei que não era pra você tá aqui, olha só o perigo! Imagina se alguém pega, o escândalo que não vai ser. Já imagino as manchetes “Carlota Fernandéz Montero tem um caso com um…
ROBERTO – (Cortando) Calma! Ninguém nem me viu entrar, só vim ver como minha linda estava.
CARLOTA – Bem, como sempre.
ROBERTO – E também vim ver se já passaram aquelas suas paranóias de que aquela sua funcionária tem algo a ver com… Você sabe.
CARLOTA – Ah me poupe né Roberto! É óbvil que não, isso foi só uma crise de momento.
ROBERTO – Eu também vim aqui pra outra coisa.
CARLOTA – O quê hein?
Roberto agarra Carlota e a beija.
CENA 9. SÃO PAULO/ HOSPITAL/ SALA DE ESPERA. INTERIOR. DIA
Lúcio está tenso na sala de espera, rezando a todo instante, com olheiras de sono, João está ao lado o ajudando. Todos aflitos.
JOÃO – Calma Lúcio, a Esmeralda é uma mulher muito forte, ela vai ficar bem.
LÚCIO – Eu sei seu João, mas eu não consigo diminuir minha agonia! Ela é como uma filha pra mim, eu não posso aguentar perder as duas ao mesmo tempo… Uma está do outro lado do Atlântico, longe de mim num hospital e a outra do meu lado entre a vida e a morta… Poxa, só temos nós uns aos outros, sempre foi assim.
JOÃO – Seja forte Lúcio! Seja forte…
CENA 10. MADRID/ HOSPITAL/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. DIA
Cristal está no seu quarto, tensa, sendo consolada por Rosa e por Cauã que estão ao seu lado.
ROSA – Cristal, pode ficar tranquila, eu tenho certeza que a sua prima vai ficar bem!
CRISTAL – Nossa Rosa, muito obrigado pela força que você tá me dando, poxa, me conhece há alguns dias e já tá me dando a maior força, muito obrigado viu.
ROSA – Você tá se tornando pra mim Cristal uma amiga e saiba que sempre pode contar comigo.
Cristal abraça Rosa.
CAUÃ – Ei, assim eu fico com ciúmes!
Cristal e Rosa riem num raro momento de descontração, Cristal abre os braços e Cauã a abraça.
CRISTAL – Mas eu não sei viu, eu nem to lá, mas essa história está muito estranha! Como que a Esmeralda vai cair de um penhasco com o carro na volta pra casa? Sendo que tem sim um penhasco, mas que nem de longe faz parte do caminho dela…
ROSA – São coisas que acontecem Cristal, vai ver ela teve que pegar aquela rota. Mas não importa, o que importa é que ela vai ficar bem…
CRISTAL – Tem que ficar, se não ficar eu não sei o que eu faço da minha vida, ela é como uma irmã e eu não suportaria perde-la.
CAUÃ – O laço de vocês é muito forte.
CRISTAL – É mesmo. E eu sinto que a cada dia mais se fortalece.
CENA 11. SÃO PAULO/ HOSPITAL/ QUARTO DE ESMERALDA. INTERIOR. DIA
Jack está no hospital disfarçado de médico para não despertar suspeitas, ele está olhando para Esmeralda o tempo todo, Esmeralda está ainda bastante machucada, no entanto seu quadro é ótimo, apresentando grande evolução. Ela ainda está desacordada, Jack já está no quarto há horas, ele senta numa cadeira e começa a dormir tranquilamente, algum tempo depois ele começa a ouvir em voz baixa o nome dele sendo pronunciado, ele acorda assustado e se depara com Esmeralda já acordada.
ESMERALDA – Jack, Jack acorda caramba!
JACK – Esmeralda! Meu amor, você tá bem!
Jack abraça Esmeralda.
ESMERALDA – Tá bom, tá bom, to bem sim. Mas o que tá acontecendo aqui?
JACK – Eu vim te visitar meu amor, depois do acidente, o que aconteceu!?
ESMERALDA – Eu tentei dar cabo da vadia, mas tudo saiu errado e quem caiu do penhasco fui eu, é uma história complicada.
JACK – Nossa, ela é uma ameaça, você precisa sair daí pra dar cabo dela! Esmeralda, se você soubesse o quanto todos estiveram preocupados com você, o seu tio, padrinho sei lá o que, ele tava arrancando os cabelos de tão desesperado, eu também. Todos acham que você está em estado gravissímo por causa do acidente. Enfermeira exagerada a sua não!? Eu fiquei desesperado quando soube e não resisti, me disfarçei de médico só pra te ver e ninguém desconfiar.
ESMERALDA – (Sorrindo ironica) Então quer dizer que eu estou em estado gravissímo.
JACK – Não, você tá muito bem, eu vou lá falar.
ESMERALDA – NÃO JACK! Espera… Deixa eu pensar, eu acho que não seria nada mau se eu morresse.
JACK – Tá louca Esmeralda? Esse acidente fez você bater a cabeça?
ESMERALDA – Não Jack, eu to mais lucida do que nunca! Se eu morrer ninguém vai desconfiar de mim no assalto, se a Dinora me entregar não vão me prender, a quadrilha não vai fazer nada contra mim e o melhor de tudo EU VOU PODER FICAR COM AS PEDRAS SÓ PRA MIM! Está decidido Jack, a partir de hoje Esmeralda Diniz Vasconcelos está oficialmente MORTA.
A cena congela em tons roxos em Esmeralda sorrindo com a ideia.
FIM DO CAPÍTULO