Capítulo 30: Confrontos
Nos capítulos anteriores...
Uma fila enorme se estendia na entrada da boate Dance Dance Dance!, do lado de fora era
possível ouvir a música tocando. Silvana entrou surpreendendo a todos, a perua
havia saído do luto e estava pronta para arrasar na pista de dança. A música
Hung Up, da cantora Madonna começou a ser executada. De repente todos faziam a
coreografia como no clipe, sem perder tempo, Soninha entrou no meio e desbancou
Silvana com seus passos de dança. Em mais ou menos quatro minutos de música
quando a introdução começou a tocar, um homem moreno, alto, de olhos verdes e
um corpo extremamente lindo, caminhou em direção a Soninha. Ele agarrou-a,
roubando-lhe um beijo, fazendo com que as outras pessoas se afastassem e ambos
ficassem no meio da pista como o centro das atenções. O tal homem era João
Pedro, o primeiro marido de Silvana.
O que havia começado
em um simples beijo, estava continuando em cima da cama. João Pedro tocava
vagarosamente e delicadamente os seios de Soninha, ainda cobertos pelo sutiã.
Ele podia sentir os mamilos da bela durinhos, devido à excitação momentânea. Em
um impulso só, Soninha tomou todo o controle da situação, deitando sobe o corpo
de João Pedro e algemando as mãos deles na cabeceira da cama, deixando-o
imóvel.
A herdeira beijou os pés de João Pedro, subindo
lentamente, ela tirou a calça e a cueca dele. Desabotoou sua blusa e roubo-lhe
um beijo quente. Em seguida, ela tirou o sutiã e deixou João Pedro sentir o
toque dos seus seios indo e voltando, como um acorde prazeroso e poderoso. Os
rugidos tornavam-se cada vez mais altos a medida que ambos sentiam estar próximos
do orgasmo. Foi preciso apenas um movimento brusco da parte de Soninha, para
fazer João Pedro atingir o orgasmo, soltando um rugido extremo, fazendo a amada
transbordar de prazer. Naquele mesmo instante, Soninha percebeu que o sexo que
ambos haviam feito tinha sido sem camisinha.
Seu nome foi logo chamado. O exame foi rápido e
o resultado não demorou vinte minutos para ficar pronto.
“Positivo”
[...]
Incrédula com as palavras ditas por Lúcio,
Soninha caiu sentada na poltrona de couro que enfeitava a sala de estar do
apartamento do amado. Ela jamais poderia imaginar que ele saberia a respeito de
sua gravidez. Não havia meios para tal coisa. Pelo menos não para ela.
–Você está bem? –Indagou Lúcio, preocupado.
–Não. –Respondeu Soninha, pálida. –Como você
sabe? E por que nunca me disse? Não entendo por que criaria a criança... É de
outro homem...
–Fiquei sabendo através da sua prima. Não
disse nada por que eu sabia que mais cedo ou mais tarde você me contaria.
–Que prima? Só eu e o Dupré sabemos disso.
–Parece que não... A Rachel também sabe.
–Não é possível, eu não contei a ninguém. E
por que ela teria interesse nessa história?
–Sinceramente não sei.
–Agora responda, por que você criaria uma
criança que não é sua?
–Eu te amo Soninha e amarei essa criança como
se fosse minha. Você e o João Pedro se envolveram antes de eu entrar na sua
vida. Não existem motivos para eu ficar zangado.
Naquele instante,
Sônia teve mais certeza do que nunca de que amava aquele homem. Ela levantou da
poltrona, se aproximou dele e beijou seus lábios. O beijo teve continuação na
cozinha. Ambos estavam deitados sobre a mesa. Lúcio impulsionava seu corpo
contra o de Sônia, que gemia intensamente. O sexo que os dois praticavam ia
além do prazer. Era disfuncional e irracional. E durante uma extensão de dois
minutos, ela repetiu sucessivamente.
–Eu te amo Lúcio... Eu te amo querido...
Foi a primeira vez em
que Sônia realmente sentiu que seu coração havia se entrelaçado com o de seu
noivo. O amor que os dois estavam fazendo naquele instante era um crime,
recheado de prazer e dor. Era um crime composto por álibis e testemunhas. Era
um crime culposo, que não acabaria tão cedo.
–Eu também te amo querida... –Sussurrou Lúcio,
junto à mesa que batia na parede.
Depois do sexo na cozinha
e um delicioso banho de banheira, Lúcio e Sônia foram para a suíte, onde
deitaram sobre a cama e juraram amor eterno como dois adolescentes consumidos
pela paixão momentânea da puberdade. Todo aquilo era perfeito, mas Soninha não
podia deixar de pensar no interesse de Rachel sobre seu relacionamento.
–Você está bem querida? –Indagou Lúcio. –Seu
olhar está distante...
–Não consigo parar de pensar no que você
disse. –Respondeu Sônia. –Qual o interesse da Rachel em destruir nosso
casamento?
–Eu não sei, mas quer saber? Não funcionou. E
esqueça isso, esqueça ela.
Sônia se entrelaçou
nos braços de Lúcio e disse:
–Vou esquecer...
Manhã seguinte
O celular de Rachel
começou a tocar enquanto ela tomava uma ducha. Joaquim ouviu o toque do
aparelho e resolveu atender. O número era desconhecido. Ele atendeu sem dizer
“alô” e o homem começou a dizer:
“Só liguei pra dizer que estou te esperando no lugar de sempre, puta.
Hoje eu quero foder você da manhã até a noite, em cima de uma cadeira de rodas,
para humilharmos o corno do seu marido!”
Aterrorizado com as
palavras do homem, Joaquim deixou o celular cair no chão. Ele jamais poderia
imaginar que Rachel pudesse estar saindo com outro homem. Um homem que pelo
visto a xingava. Um homem que a tratava como uma “cachorra”. Mas aquele
telefonema não era o suficiente, ele precisava ver com seus próprios olhos. A
visão de Joaquim estava voltando aos poucos, seu plano era fazer uma surpresa
para a esposa, mas agora a surpresa seria outra.
–Alguém ligou querida. –Disse Joaquim, à
Rachel que saía do banheiro. –Ouvi o celular tocar até cair... Me senti um
inútil por não ter a capacidade de pegá-lo.
–Não se preocupe querido. –Rachel não estava
com nenhuma paciência para os dramas do marido inválido. –A sua invalidez não
causa uma cosquinha em um besouro.
–Como?
–Preciso me arrumar, vou ir à empresa. Vai
precisar de algo?
–Acho que não...
–Bom...
Enquanto Rachel se
arrumava, Joaquim saiu da mansão sem que ninguém pudesse notar. Ele chamou um
táxi. Seu plano era seguir sua esposa. Joaquim teve de pagar mais do que a
corrida ao homem, já que o trabalho de coloca-lo dentro do carro foi executado.
Mas dinheiro não era problema. Seu foco naquele instante era seguir Rachel.
Demorou mais ou menos dez minutos para que a perua saísse da mansão com o
carro. O percurso do qual estavam seguindo não era o da fábrica. Como Joaquim
havia pensado, sua esposa realmente estava lhe traindo. Ambos foram parar no
estacionamento de um Motel cinco estrelas. E após chegarem, o ricaço desceu do
táxi, pediu ao motorista para que lhe esperasse e foi atrás de Rachel.
–Por que demorou tanto? –Indagou Magno, ao
abrir a porta do quarto de Motel.
–Aquela anta do Joaquim estava me alugando.
–Respondeu Rachel. –Mas pretendo te recompensar pela demora...
Rachel entrou no
quarto de Motel, mas não trancou a porta para a sorte de Joaquim, que
rapidamente continuou com seu plano. O casal de amantes estava transando sob
uma cadeira de rodas, e foram os gemidos de Rachel, que fez Joaquim
encontrá-los no ato. Ambos estavam tão concentrados no sexo, que nem notaram a
presença de Joaquim.
–Como eu pude ser tão idiota? –Indagou Joaquim
a si mesmo, enquanto saía do quarto abismado.
No Rio de Janeiro,
enquanto adaptava Fantástica para a T.V, Giorgio notou que havia um novo e-mail
em sua caixa de entrada. O assunto do mesmo era “Aviso, as cenas são fortes.”. E continha anexos. Giorgio baixou os anexos,
e não esperou muito para abri-los. O remetente estava oculto por alguma razão e
as fotos eram as mesmas que Denise tentou escondê-las do mundo. As lágrimas
escorriam pelos olhos dele, seu filho estava beijando outro homem, seu filho
era gay e agora ele podia entender o porquê de nunca haver namoradas ou
conversas sobre sexo. A raiva tomou o lugar da tristeza, fazendo com que
Giorgio quebrasse o computador. Destruindo aquelas fotos e qualquer outro tipo
de sentimento que ele pudesse nutrir por Pedro.