sexta-feira, 13 de junho de 2014

Secret Admirer: 1x6 - Suture




1X6 – SUTURE (SEASON FINALE)

            Para a felicidade de seu admirador secreto, Nicholas Collins finalmente acordou. Estava preso a uma maca e todos os seus ferimentos estavam perfeitamente cuidados
“Seja lá quem for essa pessoa, ela não quer me ver morto”, pensou Nick, olhando ao redor daquela sala, limpa, com azulejos brancos os quais refletiam a luz e fazia com que ficar de olhos abertos fosse um desafio.
— Por favor, apareça. Eu já sei que foi você quem me trouxe aqui, “Admirador Secreto”. — gritou Nick, ironizando a voz ao falar o nome utilizado pelo criminoso.
Nenhuma resposta. Nick estava ficando cada vez mais estressado com tudo aquilo.
— Não tenho nem ao menos o direito de saber quem fodeu com a minha vida? Mate-me então. Complete o serviço, seu filho da puta! É isso o que você queria? Fracassar-me? Conseguiu! Seu trabalho está concluído! Agora ponha logo um fim na minha vida! —Nicholas gritou o mais alto que pôde.
As luzes se apagaram e o coração do agente Nick disparou. Alguém se aproximava e o que Nick poderia fazer era apenas ficar parado. Não tinha medo, contudo o receio de aquela pessoa ser alguém que ele amava era cada vez maior.
As amarras foram soltas. Seus braços estavam livres, assim como suas pernas. Nick pôde ouvir rapidamente o respirar do criminoso enquanto ele o soltava da maca. Aproveitar para atacar não é uma solução.
Os passos do admirador secreto eram nítidos e, mesmo no escuro, Nicholas podia sentir para que direção o assassino estava indo. Sorriu, pois estava decifrando a maneira do inimigo lhe aterrorizar.
O admirador secreto acendeu novamente as luzes.
— O que você quer? Dinheiro? — Nicholas levantou-se da maca e caminhou para a direção cuja ele achava que seu admirador secreto estivesse.
Seguia em frente. Lentamente, à passos de gato, ele chegava perto de algo que parecia uma saída. Ou um esconderijo. A brincadeira de gato e rato estava ficando excitante. O mesmo ele não poderia pensar do criminoso. Nick pôde observar diversos sapos, penduradas em algo que parecia um varal, todos com a boca costurada. Suturadas perfeitamente. Touché.
Ninguém nunca suturou tão bem quanto...
— O que está fazendo agora, Jacqueline? — perguntou Nicholas, assustado.
            — Desfazendo a sutura.
            Depois de remover todos os pontos, a legista encontrou dentro da boca de Oscar um bilhete plastificado.
As lembranças de Nick voltavam à sua cabeça num ritmo louco. Os pontos nas bocas dos sapos eram idênticos aos pontos feitos na boca de Oscar Johnson. Jacqueline era uma profissional exemplar. Era misteriosa, fato, mas quase todos os agentes do FBI eram. Assim, mesmo com tantos anos trabalhando juntos, ela e Nick nunca falavam de problemas pessoais um para o outro.
— Lado errado, Nick.
A voz feminina e suave de Jacqueline Adams soou junto com o som do gatilho recém-puxado. Nick virou e ficou frente a frente a ela.
— Você, Adams? Traidora!
— Pare de defecar com a boca, Collins. Fim da linha pra você! — disse Jacqueline, apontando o revolver para Nick.
— Fale, então Jacqueline, porque você está tão focada em arruinar a minha vida?
— Você, Nick, sempre teve tudo nas mãos. Sempre lambeu as bolas do Tyler e de todos os outros chefes do FBI. Eu dei meu sangue por aquele trabalho, Nick!
— Eu não estou entendendo. Isso não explica tudo o que você fez, Jacqueline.
— Quem é você pra dizer o que é certo ou o que é errado?
Jacqueline disparou um tiro, mas tamanho era o seu nervosismo que errou. Chegara a hora de Nicholas reagir: pulou em cima da médica legista. Lutaria nem que fosse pela sua morte. O revólver caiu no chão e Jacqueline o chutou para longe. Jacqueline acendeu um isqueiro e o jogou no chão. Este, parecia estar molhado com algum produto químico.
            — Morreremos nós dois, então.
            — Faça valer a pena sua loucura, Jacqueline.
            As chamas se espalhavam rapidamente. Nick não sabia onde estava; parecia um esconderijo secreto disfarçado de quarto de hospital e laboratório. O colchão da maca aderiu ao fogo. Jacqueline sabia rir, apenas. Nick, parado, observava todos os pontos a fim de encontrar uma saída, alguma porta que o levasse para fora daquele antro.
            Ele precisava correr, caso contrário ficaria tarde demais. A saída estava perto de onde Jacqueline estava. A legista estava tendo um ataque de loucuras. Nicholas a empurrou. A maçaneta estava quente devido ao fogo e era impossível girá-la. Fim da linha.
            — Eu sempre te amei... — Jacqueline apontou o revólver para Nick. Ele levantou as mãos. Jacqueline estava com os cabelos soltos, e sua face tinha um ar maníaco, porém conformado com tudo o que poderia vir a acontecer.
            Uma viga, devido ao calor do incêndio, caiu entre os dois e Nick não pôde ver mais a legista. A fumaça era aterrorizante, assim como os prováveis últimos momentos da vida de Nicholas Collins. Era tarde demais. Talvez fosse.

       FIM DA TEMPORADA.