1X6 – SUTURE (SEASON
FINALE)
Para a
felicidade de seu admirador secreto, Nicholas Collins finalmente acordou.
Estava preso a uma maca e todos os seus ferimentos estavam perfeitamente
cuidados
“Seja lá quem for essa pessoa, ela não quer me ver morto”, pensou Nick, olhando ao redor
daquela sala, limpa, com azulejos brancos os quais refletiam a luz e fazia com
que ficar de olhos abertos fosse um desafio.
— Por favor, apareça. Eu já sei que
foi você quem me trouxe aqui, “Admirador Secreto”. — gritou Nick, ironizando a
voz ao falar o nome utilizado pelo criminoso.
Nenhuma resposta. Nick estava ficando
cada vez mais estressado com tudo aquilo.
— Não tenho nem ao menos o direito de
saber quem fodeu com a minha vida? Mate-me então. Complete o serviço, seu filho
da puta! É isso o que você queria? Fracassar-me? Conseguiu! Seu trabalho está
concluído! Agora ponha logo um fim na minha vida! —Nicholas gritou o mais alto
que pôde.
As luzes se apagaram e o coração do
agente Nick disparou. Alguém se aproximava e o que Nick poderia fazer era
apenas ficar parado. Não tinha medo, contudo o receio de aquela pessoa ser
alguém que ele amava era cada vez maior.
As amarras foram soltas. Seus braços
estavam livres, assim como suas pernas. Nick pôde ouvir rapidamente o respirar do
criminoso enquanto ele o soltava da maca. Aproveitar
para atacar não é uma solução.
Os passos do admirador secreto eram
nítidos e, mesmo no escuro, Nicholas podia sentir para que direção o assassino
estava indo. Sorriu, pois estava decifrando a maneira do inimigo lhe
aterrorizar.
O admirador secreto acendeu novamente
as luzes.
— O que você quer? Dinheiro? —
Nicholas levantou-se da maca e caminhou para a direção cuja ele achava que seu
admirador secreto estivesse.
Seguia em frente. Lentamente, à
passos de gato, ele chegava perto de algo que parecia uma saída. Ou um esconderijo. A brincadeira de gato
e rato estava ficando excitante. O mesmo ele não poderia pensar do criminoso.
Nick pôde observar diversos sapos, penduradas em algo que parecia um varal, todos
com a boca costurada. Suturadas perfeitamente. Touché.
Ninguém nunca suturou tão bem quanto...
— O que está fazendo agora, Jacqueline? — perguntou Nicholas, assustado.
— Desfazendo a sutura.
Depois de remover todos
os pontos, a legista encontrou dentro da boca de Oscar um bilhete plastificado.
As lembranças de Nick voltavam à sua
cabeça num ritmo louco. Os pontos nas bocas dos sapos eram idênticos aos pontos
feitos na boca de Oscar Johnson. Jacqueline era uma profissional exemplar. Era
misteriosa, fato, mas quase todos os agentes do FBI eram. Assim, mesmo com
tantos anos trabalhando juntos, ela e Nick nunca falavam de problemas pessoais
um para o outro.
— Lado errado, Nick.
A voz feminina e suave de Jacqueline
Adams soou junto com o som do gatilho recém-puxado. Nick virou e ficou frente a
frente a ela.
— Você, Adams? Traidora!
— Pare de defecar com a boca,
Collins. Fim da linha pra você! — disse Jacqueline, apontando o revolver para
Nick.
— Fale, então Jacqueline, porque você
está tão focada em arruinar a minha vida?
— Você, Nick, sempre teve tudo nas
mãos. Sempre lambeu as bolas do Tyler e de todos os outros chefes do FBI. Eu
dei meu sangue por aquele trabalho, Nick!
— Eu não estou entendendo. Isso não
explica tudo o que você fez, Jacqueline.
— Quem é você pra dizer o que é certo
ou o que é errado?
Jacqueline disparou um tiro, mas
tamanho era o seu nervosismo que errou. Chegara a hora de Nicholas reagir:
pulou em cima da médica legista. Lutaria nem que fosse pela sua morte. O
revólver caiu no chão e Jacqueline o chutou para longe. Jacqueline acendeu um
isqueiro e o jogou no chão. Este, parecia estar molhado com algum produto
químico.
— Morreremos
nós dois, então.
— Faça valer
a pena sua loucura, Jacqueline.
As chamas se
espalhavam rapidamente. Nick não sabia onde estava; parecia um esconderijo
secreto disfarçado de quarto de hospital e laboratório. O colchão da maca
aderiu ao fogo. Jacqueline sabia rir, apenas. Nick, parado, observava todos os
pontos a fim de encontrar uma saída, alguma porta que o levasse para fora
daquele antro.
Ele
precisava correr, caso contrário ficaria tarde demais. A saída estava perto de
onde Jacqueline estava. A legista estava tendo um ataque de loucuras. Nicholas
a empurrou. A maçaneta estava quente devido ao fogo e era impossível girá-la.
Fim da linha.
— Eu sempre
te amei... — Jacqueline apontou o revólver para Nick. Ele levantou as mãos.
Jacqueline estava com os cabelos soltos, e sua face tinha um ar maníaco, porém
conformado com tudo o que poderia vir a acontecer.
Uma viga,
devido ao calor do incêndio, caiu entre os dois e Nick não pôde ver mais a
legista. A fumaça era aterrorizante, assim como os prováveis últimos momentos
da vida de Nicholas Collins. Era tarde demais. Talvez fosse.
FIM DA TEMPORADA.