TERCEIRO EPISÓDIO
MISERABLE SOULS
"ALMAS MISERÁVEIS"
— Nem um pouco.
Qual é a sua ideia dessa vez? Vai cantar até que nossos ouvidos explodam? –
Retruco.
— Ui, que menino
mau. – Ariel aproxima-se de mim e alisa meu rosto – Nós ainda vamos nos
divertir muito – Ariel dá um tapa de leve no meu rosto –, mas por enquanto eu
quero apenas alertá-los que em breve, eu serei a líder de todo o universo.
— Só por cima do
meu cadáver! – Digo.
— Seria uma pena
ter que matar alguém com um corpo tão lindo como o seu, mas eu farei o
necessário para conseguir meus objetivos. Metamorfo, traga os prisioneiros!
Chloe levanta-se
e sai pelo corredor. Depois de alguns minutos, ela volta com alguns
prisioneiros algemados. Chloe. Ryan. Zoe. Eu ficaria confuso por ver duas
“Chloe”, se não tivesse ouvido Ariel chamar uma delas de metamorfo. A Chloe
falsa se transforma numa criatura cinzenta de cabeça oval, similar à um
extra-terrestre, e em seguida vai embora.
— Solte-os! –
Grito.
— Tenha calma,
gatinho. Eu soltarei seus amigos, mas com uma condição. Você terá que matar
Hades quando chegar à hora.
— Se tem alguém
aqui que eu vou matar, esse alguém é você.
— Pois bem.
Realizem o encantamento!
Ariel sai pelo
corredor e deixa todos nós juntos na mesma sala. Íris, Luna e Silas ainda estão
desacordados, enquanto que Chloe, Ryan e Zoe lutam para sair das algemas. O
teto começa a tremer, uma espécie de passagem começa a se formar na parede. É
uma espécie de portal, com uma chama correndo de cima para baixo. Vejo várias
pessoas saindo de lá. E.D., Prefeito Hayes, Medusa. São todos que eu matei.
Evito contato
direto com os olhos de Medusa, do contrário serei transformado em pedra.
— É hora da vingança.
— Vamos acabar
com esse magrelo!
— Achou que se
livraria de mim, ceifeiro? – Diz Medusa.
Continuo
tentando me soltar das correntes, mas não obtenho sucesso. Medusa pega a faca
que, anteriormente, estava sendo manuseada pelo metamorfo e começa a se aproximar
de mim. Prefeito Hayes está com uma arma e os olhos de E.D. estão vermelhos que
nem sangue. Algo aconteceu com ele, não era para ele estar assim.
Chloe livra-se
das algemas e pega seu arco que estava pendurado na parede e atira algumas
flechas, acertando o prefeito e a cabeça de Medusa. Em seguida, Ryan e Zoe
também se soltam e Zoe entra numa briga física com E.D. enquanto que Ryan tenta
atrasar o prefeito Hayes. Chloe atira mais flechas, quebrando as correntes de
Íris, Luna e Silas, por último, a minha.
Medusa atira a
faca no meu peito e eu caio no chão, pois não tenho tempo de revidar. Do chão,
levo uma sequência de chutes e me recuso a abrir os olhos, afinal, pode ser
Medusa me agredindo. Ouço um rugido e um barulho de raios.
— Quantas vezes
você tem que morrer?! – Essa é a voz de Íris.
Os chutes param.
Abro os olhos.
Vejo Chloe, Íris
e Luna me olhando com caras de preocupação. Luna arranca a faca do meu peito e
eu grito de dor. Ela posiciona suas mãos acima do corte e fala algumas palavras
em latim, enquanto eu sinto que meu corpo está sendo curado.
— Sanat iniuram,
sanat iniuram. – Luna termina de fazer o feitiço.
Chloe me dá um
beijo ali no chão mesmo e em seguida, me entrega a minha foice. Levanto e enfio
a minha foice nas costas do prefeito, fazendo-o cair no chão, e se
desmaterializar. E.D. quebra uma cadeira, pega uma estaca de madeira dos
destroços e faz Zoe de refém.
— Se chegar
perto, eu mato a sua amiguinha aqui.
— Chase, acabe
com ele. – Diz Zoe.
— Eu não
posso... – Não consigo terminar a frase. Chloe atira uma flecha na testa de
E.D., deixando-o atordoado e soltando Zoe, que pega uma espada e corta a cabeça
dele fora.
— Como saímos
daqui? – Chloe pergunta.
— Eu tenho uma
ideia. – Ryan responde.
Todos nós nos
afastamos enquanto observamos Ryan se transformar em dragão e destruir todo o
local. Infelizmente, isso chama a atenção de guardas do castelo e logo eles
começam a descer para o calabouço com suas espadas e batem com elas em Ryan,
que ruge de dor. Chloe fica sem flechas e não dá para nenhum de nós atravessar
para ajudar Ryan, pois ele está se debatendo muito.
— Eu tenho um
plano. Luna, leve Chloe, Íris e Zoe para fora daqui. Leve-as para o lago ou
para o castelo de Hades. Encontrarei vocês lá. – Digo.
— Mas e você? –
Chloe pergunta.
— Eu e Silas
ficaremos aqui para lutar com os guardas e ajudar o Ryan.
— Eu vou ficar
também. – Diz Íris.
— Tem certeza? –
Silas questiona.
— Eu sou
Ártemis, a filha de Zeus. É claro que eu tenho certeza.
Dou um beijo em
Chloe como se fosse o último, Silas faz o mesmo com Zoe. Em seguida, elas se
reúnem à Luna e desaparecem numa fumaça roxa.
Íris dispara
alguns raios com as mãos, neutralizando boa parte dos guardas, o que é
suficiente para que eu e Silas passemos pelo corredor. Íris fica com Ryan no
subsolo e nós subimos alguns lances de escadas, eliminando alguns guardas que
aparecem. Chegamos ao térreo.
Silas e eu nos
apoiamos nas paredes durante todo o caminho. Estamos numa espécie de salão de
entrada. Do outro lado, não há guardas, do nosso lado, há seis. Não sei dizer
quantos guardas ainda existem nos andares superiores. É agora ou nunca. Silas e
eu corremos pelo salão de entrada eliminando os guardas um a um, até que um
barulho começa a atrair mais guardas. É um alarme. Vários outros começam a
atirar para baixo, enquanto descem as escadas em nossa direção.
Ouço uma
explosão e tenho certeza que veio do calabouço. Silas grita para eu voltar para
o calabouço para buscar Íris e Ryan, que ele ficará bem. Eu sei que ele não
ficará bem, mas nenhum dos guardas tem equipamento de madeira, então
dificilmente matarão Silas. Desço para o calabouço.
A passagem para
o calabouço está bloqueada por algumas pedras. Lembro ter transformado, com o
cajado de Luna, um pedaço de madeira em uma varinha, para que coubesse num
compartimento da minha foice. Pego a varinha e imagino alguns explosivos nas
pedras. Em seguida, ouço uma nova explosão e agora eu posso entrar no
calabouço.
Deparo-me com um
massacre. Íris está jogada de bruços no chão, repleta de ferimentos. Vários
guardas estão completamente pretos, carbonizados. Olho para o canto do
calabouço e vejo Ryan, sentando em uma poça enorme de sangue.
— Ele sangrou até
a morte. – Viro e vejo Ariel.
— A outra foi
massacrada pelo meu ogro. Seu amigo vampiro está na minha prisão particular e
agora... Só falta você.
Ariel enfia a
mão no meu peito e arranca meu coração. Morte já fez isso uma vez. Agora, tudo
o que Ariel precisa fazer para me matar é apertar meu coração até que ele
exploda em suas mãos. E é o que ela faz.
Vejo meu coração
explodir nas mãos de Ariel e, de repente, não vejo mais nada.
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO
ESCRITO POR - WALTER HUGO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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