Nos capítulos anteriores...
Sônia pagou a corrida e desceu do táxi. A
lanchonete possuía muitos vidros, então era possível ver quem estava lá dentro.
Wagner e Pedro já haviam chegado. Sônia fitou ambos por alguns instantes antes
de entrar e percebeu que algo mais que “amizade” os unia. Mas ela resolveu
deixar aquela dúvida para outro dia e finalmente entrou, esbanjando simpatia.
–Estou
muito atrasada meus queridos? –Indagou Sônia, sorrindo como de praxe.
–Só vinte
minutos tia. –Respondeu Wagner, gargalhando. –Mas nem precisa se explicar, nós
sabemos da sua vida corrida.
–O que
importa é a sua presença dona Sônia, nem ligamos muito para os atrasos. –Completou
Pedro.
–Tenho
que agradecer aos céus por ter dois sobrinhos que entendem a minha vida
corrida.
As lembranças de sua vida ao lado de João Pedro
voltaram a invadir a mente de Soninha, mas fitar Lúcio nos olhos, a fez
perceber que os tempos são outros e que tudo deve permanecer como está, é a
ordem natural das coisas. Portanto, a herdeira olhou para João Pedro novamente
e em seguida para Lúcio, e pediu:
–Me
beija, de um jeito que você nunca me beijou antes.
Ele a beijou, levando-a para o alto e girando em
círculos, como uma cena de cinema, chamando a atenção de todos no Museu,
inclusive de João Pedro e Silvana.
–Não é a
sua prima? –Indagou João Pedro, olhando atentamente para o beijo do casal. –Acho
melhor irmos embora...
Algumas horas depois, Soninha acordou e deixou
Wagner dormindo. Ela levantou da cama e resolveu ir para o seu quarto, já eram
quase dez da noite, mas um forte enjoo a fez mudar seu percurso para o
banheiro, onde ela vomitou bastante. Depois de tanto vomitar, Soninha desceu as
escadas correndo até o quarto de Dupré.
–Mas o
que houve? Já são dez da noite! –Indagou Dupré assustado.
–Dupré,
eu acho que eu estou grávida do João Pedro. [...]
O consultório do doutor Silveira estava cheio,
mas como Soninha era sobrinha de Helena e seu marido era um advogado influente,
o médico sempre a atendia primeiro antes da hora marcada. Ela e João Pedro
entraram na sala e em poucos minutos, Soninha já estava nua, vestindo apenas o
roupão branco. No computador o médico já podia ver o sexo da criança, e ao
dizer “é um menino”, Sônia pode ver
nos olhos do amado uma expressão sorridente, um sorriso verdadeiro e
envergonhado, quase perfeito.
–Teremos
um garotão correndo pela casa meu amor! –Exclamou João Pedro, beijando a testa
de Sônia, que ainda estava deitada. –Um menino.
Ao olhar para o lado, Sônia pode ver Silvana
entrando no consultório com uma criança no colo, e ela dizia:
–Como
você pôde ser capaz de fazer o João Pedro esquecer o Wagner? Nós nunca iremos
te perdoar... Além de ter roubado o lugar da minha avó, você roubou a minha
família.
–Eu...
Eu... Não fiz nada!
Em um impulso violento, Soninha finalmente
conseguiu abrir os olhos e sair do pesadelo que tivera noite passada. Em
seguida, ela tocou a mão em sua barriga, pensou em Wagner, João Pedro e nessa
criança. Mas como ela poderia ter tanta certeza de que havia alguma criança?
Talvez o seu organismo só estivesse desregulado. Afim de deixar o assunto da
gravidez para mais tarde, ela levantou da cama, abriu o registo da banheira e a
pôs para encher, e enquanto a mesma enchia, ela pensava em um jeito de
consertar aquilo tudo, e foi quando Dupré passou no corredor, que Soninha o
chamou, para tentar uma solução.
–Você já
acordou? –Indagou Dupré. –Mas são cinco da manhã... A fábrica só abre as sete.
–Eu não
consegui dormir a noite toda, e ainda por cima tive um pesadelo terrível. –Ela
levou a mão aos seus cabelos e continuou: –Vou pensar mais um pouco, e se for
verdade, terei meu filho longe do Brasil.
–Como
assim? E a empresa? E o Lúcio?
–Vou
ficar aqui até os sete meses de gestação e fazer o pré-natal, depois peço o meu
médico uma transferência para Nova York... Cuidarei da fábrica como sempre
cuidei, só que depois você assumirá o meu lugar, até eu voltar.
–E o
Lúcio, Soninha? Por que você não diz que o filho é dele?
–Por que
eu não vou mentir pra ele! O Lúcio merece sim ser feliz, mas não é comigo. Eu
queria mais do que ninguém que a felicidade dele fosse compartilhada comigo,
mas querer não é poder.
–O João
Pedro nunca vai te perdoar por isso e o Lúcio também não.
–O filho
é meu, não deles... Sou eu quem carregarei essa criança durante nove meses e eu
não vou abortar, não mesmo.
–Como
você vai explicar essa gravidez à imprensa?
–Eu não
vou... Usarei roupas largas, bem largas para esconder a barriga. Eles pensarão
que eu estou gorda, só isso.
–E quanto
ao teste de gravidez?
–Vou
fazer os dois, um de farmácia e outro de sangue. Já comprei o de farmácia e já
marquei a minha consulta com o doutor Daniel... Preciso tomar um banho Dupré,
tenho que lavar a alma.
–Só te
desejo sorte.
–Obrigada,
eu precisarei.
Soninha estava certa de que ninguém tiraria seu
filho dela, o teste de farmácia havia dado positivo, e daqui a meia hora ela
teria de estar no consultório do doutor Daniel para fazer o teste sanguíneo.
Sônia soltou os longos cabelos, despiu-se por inteira e entrou na banheira. A
água morna entrou em contato com seu corpo, ela mergulhou, para que sua alma
fosse lavada completamente. De frente para o espelho, escovando as madeixas com
o secador, Soninha pôde perceber o quanto ela era forte. Talvez as cicatrizes
do passado tivessem feito isso.
–Dona
Sônia, seu carro está pronto. –Disse um dos empregados da casa.
–Obrigado.
–Respondeu Soninha, educadamente.
Com uma peruca loura, lentes de contato verdes,
unhas postiças e um vestido que pudesse marcar todo o seu corpo, Rachel entrou
no Motel onde Magno havia marcado para se encontrarem. Os homens a fitavam com
pensamentos sórdidos, imaginando como deveria ser perfeito fazer sexo com
aquela mulher incrivelmente surpreendente. Rachel passou por um enorme corredor
e no final entrou no elevador, do qual a deixou de frente para a porta do
quarto 330. Ela bateu na porta e Magno abriu.
–Nossa,
como você está diferente. –Disse Magno, fitando atentamente sua amante. –Esse
louro a deixou incrivelmente vulgar e gostosa.
–É só um
disfarce... –Respondeu Rachel, sorrindo. –Trouxe o que eu pedi?
–Sim,
mas...
Magno mal podia falar, Rachel estava abrindo o
feixe éclair de seu vestido, deixando a mostra o mamilo de seu seio esquerdo.
Sem muito esforço, a megera encostou o joelho no meio das pernas do amante,
sentindo a excitação.
–Mas o
que? –Indagou Rachel, que continuava a provocação.
–Mas
nada.
O homem agarrou Rachel pelas costas e rasgou o
vestido dela de cima a baixo, revelando seu lindo corpo invejável. Sobre
Rachel, Magno segurava as mãos dela com as suas, impulsionando cada vez mais
forte. Os gemidos eram tão altos, que os hóspedes do quarto 331 podiam ouvir.
–Você é
uma vadia sabia? –Indagou Magno, fazendo Rachel atingir múltiplos orgasmos. –Uma
vadia má que vai acabar no inferno!
–Se eu
for para o inferno você vem junto. –Respondeu Rachel, sorrindo prazerosamente. –Me
fode desgraçado, me fode!
O rugido da cama batendo na parede brutamente
era ensurdecedor, os olhos de Rachel brilhavam e a sua boca dizia
involuntariamente “Mais forte, mais forte
desgraçado...” e Magno obedecia, impulsionando cada vez mais forte. Fazendo
os orgasmos múltiplos triplicarem, até que cinquenta minutos depois, quem
atingia o orgasmo era ele, rugindo como um leão.
–Você é
vadia muito má! –Exclamou Magno, explodindo de prazer ao gozar.
Em caminho para o consultório, Sônia pôde sentir
uma sensação de alívio em seu peito. Dessa vez ela assumiria o controle da
situação, sem ninguém para dizer a ela o que fazer. Daqui para frente, seria
ela e seu filho e mais ninguém. Após chegar ao consultório, seu nome foi logo
chamado. O exame foi rápido e o resultado não demorou vinte minutos para ficar
pronto.
–E então
doutor? –Indagou Sônia, apreensiva.
–O
resultado deu positivo, você está realmente grávida. –Respondeu o médico.