quarta-feira, 14 de maio de 2014

Que se Acendam as Luzes - Capítulo 17


Ao som de “Where Have You Been – Rihanna”...

         Robson não sabia se pulava de alegria, ou se prendia a traficante em sua frente logo de uma vez. Renato estava encarando a namorada, olhando nos fundos dos olhos da mesma. E foi aí que ele perguntou:
         – Espera aí, me deixa ver se entendo – ele apontou o dedo na cara dela – Você faz parte duma quadrilha, Ingrid?
Ingrid não respondeu, apenas voltou seu olhar para Robson, que perguntou com um sorriso:
         – Então a Valéria está entre essas garotas?
         – Sim, ela... – respondeu a médica.
Renato escutou o nome “Valéria”, e uma sensação de leveza o invadiu.
         – Cês tão falando da Valéria? A minha amiga?
         – Sim, Renato – Respondeu Robson – A Valéria foi vitima disso tudo. Presa por um crime que não cometeu. Tudo isso por culpa desses traficantes – Ele olhou para Ingrid – Tudo isso por culpa de sua equipe, senhorita.
Ingrid apoiou os seus cotovelos na mesa da delegacia e se pôs a chorar. Vendo o desespero da moça, Renato balançava a cabeça:
         – Que vergonha, Ingrid. E eu acreditando que o grande amor da minha vida era uma bandida.
Robson não gostou muito do que Renato dissera, mas decidiu ir mais além daquela conversa, rapando a garganta e perguntando à Ingrid:
         –Então diga. Onde elas estão?
Ingrid se levantou com os olhos encharcados de água, e respondeu numa voz baixa:
         – Numa cidade da Bolívia: La Paz.
Robson se levantou da cadeira, apavorado:
         – Os médicos estão indo pra lá?
         – Sim, devem estar quase saindo do Brasil. Amanhã cedo estão lá. Mas me escute, Robson – Aconselhou ela – Só eu posso mostrar a vocês o caminho.
         – E como podemos saber se você está pretendendo nos ajudar? – perguntou Robson.
Ingrid olhou para os dois homens em sua volta e respondeu:
         – Vocês têm que confiar em mim. Senão, não só a vida de Valéria já era, mas também de todas as outras garotas.
         – Não podemos perder tempo – disse Robson se levantando – Vamos até La Paz. E Ingrid vai com a gente.
         – Posso ir também? – perguntou Renato se levantando.
         – Não, melhor esperar aqui. Será arriscado, muito arriscado.
Renato ficou calado. Tinha que ouvir o delegado.


Ao som de “Skyfall – Adele”...
         Suelen estava no banheiro, tomando um banho de água quente. Ele ensaboou seu corpo bronzeado e logo depois o enxaguou. Ao sair do banheiro, ela pegou a toalha para limpar seu rosto. Quando ela tirou a mesma de sua face, um homem com uma arma na mão a fitava.
Suelen soltou um grito de pavor.
         – Sebástian? Como...? – perguntou ela surpreendida.
         – Acontece que você perdeu biscateira. Eu sou amigo do David, se não sabe. E você caiu direitinho na armadilha. – respondeu Sebástian.
         – Armadilha? Que armadilha? Do que cê tá falando, Sebástian?
Sebástian apontou a arma na cara da moça e respondeu:
         – Ele me contou que já te conhecia. E que você planejava algo contra mim. Pensou que ia me vencer, não é? Com esse plano de vingança? Ele apenas me deu um susto, Suelen. Acordei dentro do caixão e...

     Sebástian estava sem fôlego dentro daquela caixa, praticamente retangular, e estava com as mãos amarradas. Então a caixa se abriu e dois homens surgiram em sua frente, os quais o pegaram e desamarraram suas mãos. Ao entrar no carro dos capangas, David estava no volante e sorria, dizendo:
     – Sujeiras da vadia de sua mulher, meu amigo.

         Suelen ficou boquiaberta com a revelação, e rapidamente partiu pra cima do marido. A toalha saiu de seu corpo, e nua, ela lutava com Sebástian no chão.
         Na sala, Jorge e Dafne estavam sentados no sofá. Cada um deles lia um livro. Foi então que escutaram um grande barulho. Vinha do banheiro. Eles levantaram apavorados e correram até o local. Ao abrirem a porta, viram uma mulher nua em pé, com a arma apontada para um homem já de idade, que fora atingido no peito.
         – O que você fez com meu pai, vagabunda? – perguntou Jorge, agarrando o pescoço de Suelen e a jogando no chão – Desgraçada! Você não vale nada.
Dafne passava a mão no rosto, para tentar controlar as lágrimas que caíam de seu rosto sem parar.
         – Eu não consigo acreditar nisso. Minha irmã é um monstro.
Jorge, chorando, teclou desesperadamente uns números em seu celular, e disse com um olhar de raiva e angústia para Suelen, que permanecia no chão, com a toalha sobre seu corpo.
         – Vou chamar a polícia.

Ao som de “She Wolf – David Guetta (com Sia)”...
         A noite passa e a manhã chega. E para as seis garotas deitadas e completamente nuas, amarradas naquelas camas, parecia o fim de suas vidas. A respiração delas estava pesada. Valéria soltava seu ar com dificuldade. Estava cansada de abrir a boca para chorar, lastimar seus supostos últimos minutos de vida. A porta se abriu e dois médicos entraram, acompanhados de alguns enfermeiros. A mulher se aproximou de Valéria e disse:
         – Valéria... É você quem eu queria. Quero sentir o prazer de te cortar, e sem anestesia.
         – Te odeio, Estela – Disse Valéria com dificuldade – Quero que saiba que o inferno a aguarda.
Quando Estela foi passar o bisturi na barriga de Valéria, a porta se abriu bruscamente, e um homem entrou gritando com uma arma na mão:
         – A festa acabou. Lugar de traficante é na cadeia.



     COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO 
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
© 2014 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS