segunda-feira, 28 de abril de 2014

Que se Acendam as Luzes - Capítulo 10


    É muito difícil de explicar como a polícia consegue descobrir tantas pistas para chegar a uma conclusão. A polícia Federal agiu muito bem investigando os homens que sequestram os jovens nas ruas, tentando encontrar as peças para o quebra-cabeça. Mas acontece que eles descobriram o carro, a placa, e armaram um plano para Valéria começar sua jornada de justiça.


         Valéria seguiu pelas avenidas de São Paulo o automóvel dirigido pelos homens sequestradores. Ela sabia que depois de algumas horas, sua vida poderá mudar para sempre. A moça observava cada manobra que o carro fazia.




         Carla conseguiu fazer muito sucesso com sua nova música: Tráfico de corações. A música conseguiu fazer muita gente conhecer ainda melhor o trabalho da cantora, que por sinal não é nada romântica. E como de costume, o carro luxuoso da diva acaba de estacionar a uma área de shows em São Paulo. Ao descer do carro, mostrando-se com um lindo vestido verde folha e totalmente perfumada, ela escutou atentamente todas as vozes dos fãs ali presentes.
         – Carla, me dê um autógrafo.
         – Preciso de você, minha diva!
         – Eu te amo.
         – Olhe pra mim, me beije.
E ela entrou no local, se dirigindo para o camarim. Lá ela trocou de roupa, vestindo uma saia branca e uma camisa preta, mantendo seus cabelos soltos. Foi maquiada em menos de seis minutos. Ao ver que está pronta, ela comunica aos promotores do evento, que rapidamente anunciam às pessoas que estão presentes que a mulher irá entrar no palco, para brilhar.
         Os tambores bateram, e junto a uma fumaça, a mulher surgiu no palco, escutando o grito ensurdecedor dos milhares de pessoas.
         – Boa noite meu Brasil! – Gritou ela no microfone o mais alto que pôde.


         – Boa noite! – Era a resposta bem alta da multidão.
Então Carla se posicionou e começou a cantar sua nova música.

Os corações...
Quando se apaixonam ficam presos.
Eu poderia até dizer que eles ficam obrigados a amar,
Pois o amor é um sinal
De que ali existe um suposto casal.

Eu sei...
Que quando me apaixono me sinto assim também,
E sei que meu coração fica louco pra bater
Pois ele é traficado,
Traficado por você.

Venha! Venha meu amor.
Venha me amar, pois estou pedindo, implorando.
Eu te quero, e sempre te quis.
Pois você foi responsável,
Por traficar meu coração.

         O show durou três horas. Carla saiu do palco às duas da madrugada. Ao ir embora, ela telefonou para alguém dentro de seu carro, enquanto Abraão escutava atentamente a conversa.
         – Como está ocorrendo tudo?
         – Está indo tudo bem – Respondeu o homem do outro lado da linha – Só falta uma garota.
         – Pegue a primeira que encontrar. Qualquer uma, desde que seja sadia.
         – Entendi.
         – E vamos logo com isso – Disse Carla um pouco apavorada – Precisamos levar essas jovens pra Argentina e logo depois providenciar mais. E dessa vez quero rapazes.
         – A senhora está precisando de dinheiro?
         – Por que eu iria te contar? Você só um é capacho.
Carla desligou o celular na cara do homem, que se sentiu irritado, como todos se sentem ao falar com Carla, pois ela sempre desliga na cara, dependendo de com quem ela está falando. O homem colocou o celular no bolso e se virou para o interior do jato, com cinco jovens amarradas, dopadas, e com um pano tapando a boca. Os dois homens vigiando-as se olharam, até que um deles disse:
         – Vamos logo procurar mais uma.
         – Espere – Disse o chefe deles – Ainda são duas da manhã. Espere dar quatro da madrugada. Nessa hora muitas jovens voltam da balada aqui em São Paulo.
Só que eles nem sequer imaginam que do lado de fora da pista do pequeno aeroporto, uma bela jovem estava aguardando ser apanhada.

        
         – Está nervosa? – Perguntou Robson pelo celular para Valéria, que está sentada em um banco de madeira, esperando os bandidos chegar para ela entrar em ação.
         – Não muito, pois já passei por isso antes. Entende?
         – Claro que sim. Será que vai demorar pra eles saírem daquele jato?
         – Acredito que mais algumas horas. Pelo que calculei, entre a hora que cheguei à Argentina e o tanto de tempo demorado pra essa viagem, eles devem sair daqui depois das quatro da madrugada.
         – Você é muito inteligente, Valéria, e te admiro por isso.
         – Obrigada.
Valéria nem imaginava o quão ele gostava dela.


         O hospital Trindade enfrentava naquele dia muita turbulência. O que aconteceu era o seguinte: um gravíssimo acidente de ônibus, envolvendo quarenta e duas vítimas, ao todo, vinte e quatro mortos. Os parentes e amigos das pessoas que sofreram o ocorrido e sobreviveram choravam desesperados pelos locais de espera do hospital.
         Na sala de cirurgia, Ingrid e Antônio eram quem realizavam. Cuidadosamente, os cirurgiões mudavam de passo. Na hora do corte, uma enfermeira teve vômito, e por isso, vomitou no chão.
         – Limpe isso agora. Se a Estela chegar e acabar vendo isso, você está demitida. – Alertou Antônio que voltou a se concentrar na cirurgia, enquanto a enfermeira metia a mão no vomito, que continha restos de comida. Ao ver o vomito no chão, Ingrid sente tontura e de repente, derrama um líquido fétido sobre o paciente. Antônio se assusta ao ver aquilo:
         – Saia já dessa sala. Que incompetência.
Ao ver que Ingrid saiu, Antônio começa a limpar o vomito da “esgoelada” de Ingrid Steffens.


         Pronto. O relógio de Valéria marcava quatro da madrugada, e ela sentia seu coração bater cada vez mais forte, parecia que ela estava em um filme de suspense, ainda mais quando viu um carro preto chegando perto do local onde estava. Lá dentro, os três homens observam-na.
         – Não acredito... Nem precisaremos procurar outra.
         – Claro. Que sorte, manos!
O carro andava devagarzinho, enquanto Valéria se levantava totalmente nervosa. Então dois homens desceram e se aproximaram:
         – O que está fazendo essa hora na rua, moça?
         – Eu to perdida, não sei como voltar pra casa. Podem me ajudar?
         – Claro – Respondeu um homem se aproximando dela – Com muito prazer.
De repente ele agarrou a jovem e meteu-lhe um pano molhado na boca. Antes de ser dopada, Valéria entregou tudo, tudo mesmo, nas mãos do destino, pensando: Sintam-se vencedores enquanto podem, pois esse jogo eu ainda vou ganhar.


 COLABORADOR- LUIZ GUSTAVO 
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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