É muito difícil de explicar como a polícia
consegue descobrir tantas pistas para chegar a uma conclusão. A polícia Federal
agiu muito bem investigando os homens que sequestram os jovens nas ruas,
tentando encontrar as peças para o quebra-cabeça. Mas acontece que eles
descobriram o carro, a placa, e armaram um plano para Valéria começar sua
jornada de justiça.
Valéria seguiu pelas avenidas de São Paulo o automóvel dirigido pelos homens sequestradores. Ela sabia que depois de algumas horas, sua vida poderá mudar para sempre. A moça observava cada manobra que o carro fazia.
Carla conseguiu fazer muito sucesso com sua nova música: Tráfico de corações. A música conseguiu fazer muita gente conhecer ainda melhor o trabalho da cantora, que por sinal não é nada romântica. E como de costume, o carro luxuoso da diva acaba de estacionar a uma área de shows em São Paulo. Ao descer do carro, mostrando-se com um lindo vestido verde folha e totalmente perfumada, ela escutou atentamente todas as vozes dos fãs ali presentes.
– Carla, me dê um autógrafo.
– Preciso de você, minha diva!
– Eu te amo.
– Olhe pra mim, me beije.
E
ela entrou no local, se dirigindo para o camarim. Lá ela trocou de roupa,
vestindo uma saia branca e uma camisa preta, mantendo seus cabelos soltos. Foi
maquiada em menos de seis minutos. Ao ver que está pronta, ela comunica aos
promotores do evento, que rapidamente anunciam às pessoas que estão presentes
que a mulher irá entrar no palco, para brilhar.
Os tambores bateram, e junto a uma
fumaça, a mulher surgiu no palco, escutando o grito ensurdecedor dos milhares
de pessoas.
– Boa noite meu Brasil! – Gritou ela no
microfone o mais alto que pôde.
– Boa noite! – Era a resposta bem alta
da multidão.
Então
Carla se posicionou e começou a cantar sua nova música.
Os corações...
Quando se apaixonam
ficam presos.
Eu poderia até dizer
que eles ficam obrigados a amar,
Pois o amor é um
sinal
De que ali existe um
suposto casal.
Eu sei...
Que quando me
apaixono me sinto assim também,
E sei que meu
coração fica louco pra bater
Pois ele é
traficado,
Traficado por você.
Venha! Venha meu
amor.
Venha me amar, pois
estou pedindo, implorando.
Eu te quero, e
sempre te quis.
Pois você foi
responsável,
Por traficar meu
coração.
O show durou três horas. Carla saiu do
palco às duas da madrugada. Ao ir embora, ela telefonou para alguém dentro de
seu carro, enquanto Abraão escutava atentamente a conversa.
– Como está ocorrendo tudo?
– Está indo tudo bem – Respondeu o
homem do outro lado da linha – Só falta uma garota.
– Pegue a primeira que encontrar.
Qualquer uma, desde que seja sadia.
– Entendi.
– E vamos logo com isso – Disse Carla
um pouco apavorada – Precisamos levar essas jovens pra Argentina e logo depois
providenciar mais. E dessa vez quero rapazes.
– A senhora está precisando de
dinheiro?
– Por que eu iria te contar? Você só um
é capacho.
Carla
desligou o celular na cara do homem, que se sentiu irritado, como todos se
sentem ao falar com Carla, pois ela sempre desliga na cara, dependendo de com
quem ela está falando. O homem colocou o celular no bolso e se virou para o
interior do jato, com cinco jovens amarradas, dopadas, e com um pano tapando a
boca. Os dois homens vigiando-as se olharam, até que um deles disse:
– Vamos logo procurar mais uma.
– Espere – Disse o chefe deles – Ainda
são duas da manhã. Espere dar quatro da madrugada. Nessa hora muitas jovens
voltam da balada aqui em São Paulo.
Só que eles nem
sequer imaginam que do lado de fora da pista do pequeno aeroporto, uma bela
jovem estava aguardando ser apanhada.
– Está nervosa? – Perguntou Robson pelo
celular para Valéria, que está sentada em um banco de madeira, esperando os
bandidos chegar para ela entrar em ação.
– Não muito, pois já passei por isso
antes. Entende?
– Claro que sim. Será que vai demorar
pra eles saírem daquele jato?
– Acredito que mais algumas horas. Pelo
que calculei, entre a hora que cheguei à Argentina e o tanto de tempo demorado
pra essa viagem, eles devem sair daqui depois das quatro da madrugada.
– Você é muito inteligente, Valéria, e
te admiro por isso.
– Obrigada.
Valéria nem
imaginava o quão ele gostava dela.
O hospital Trindade enfrentava naquele dia
muita turbulência. O que aconteceu era o seguinte: um gravíssimo acidente de
ônibus, envolvendo quarenta e duas vítimas, ao todo, vinte e quatro mortos. Os
parentes e amigos das pessoas que sofreram o ocorrido e sobreviveram choravam
desesperados pelos locais de espera do hospital.
Na sala de cirurgia, Ingrid e Antônio
eram quem realizavam. Cuidadosamente, os cirurgiões mudavam de passo. Na hora
do corte, uma enfermeira teve vômito, e por isso, vomitou no chão.
– Limpe isso agora. Se a Estela chegar
e acabar vendo isso, você está demitida. – Alertou Antônio que voltou a se
concentrar na cirurgia, enquanto a enfermeira metia a mão no vomito, que
continha restos de comida. Ao ver o vomito no chão, Ingrid sente tontura e de
repente, derrama um líquido fétido sobre o paciente. Antônio se assusta ao ver
aquilo:
– Saia já dessa sala. Que
incompetência.
Ao
ver que Ingrid saiu, Antônio começa a limpar o vomito da “esgoelada” de Ingrid
Steffens.
Pronto. O relógio de Valéria marcava
quatro da madrugada, e ela sentia seu coração bater cada vez mais forte,
parecia que ela estava em um filme de suspense, ainda mais quando viu um carro
preto chegando perto do local onde estava. Lá dentro, os três homens
observam-na.
– Não acredito... Nem precisaremos
procurar outra.
– Claro. Que sorte, manos!
O
carro andava devagarzinho, enquanto Valéria se levantava totalmente nervosa.
Então dois homens desceram e se aproximaram:
– O que está fazendo essa hora na rua,
moça?
– Eu to perdida, não sei como voltar
pra casa. Podem me ajudar?
– Claro – Respondeu um homem se
aproximando dela – Com muito prazer.
De
repente ele agarrou a jovem e meteu-lhe um pano molhado na boca. Antes de ser
dopada, Valéria entregou tudo, tudo mesmo, nas mãos do destino, pensando: Sintam-se vencedores enquanto podem, pois
esse jogo eu ainda vou ganhar.
COLABORADOR-
LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE
ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO
POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO -
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