A notícia da morte de Vitória foi como um
baque para todos os funcionários do hospital Trindade. O velório aconteceu na
casa dela, onde muitos foram ver o corpo que fora atingido por dois tiros no
peito.
O velório durou dois dias, começou na
quinta e terminou no sábado. Logo da segunda feira, Sílvia estava sentada de
frente à Estela na sala da diretoria, tirando satisfações.
– Eu sei que foi você Estela. Pois
fique sabendo que eu vou te dar em dobro por tudo o que você me fez.
Desgraçada.
Estela
soltou uma risada maquiavélica e disse:
– É um sinal pra você perceber quem
está no comando. – Mudou para um tom irônico – Estamos quites?
Sílvia
deixou a sala sem dizer nada, e saiu cambaleando pelos corredores, ainda
inconformada e abatida com o final trágico de sua melhor amiga. É claro que
Estela queria que Sílvia tivesse morrido, pois ela ordenou a Abraão, mas depois
de calcular e ver o ocorrido percebeu que foi muito melhor o capanga ter
errado, pois fez Sílvia sentir um pouquinho de “medo”.
Ao som de “Don ’t
You Worry Child – Swedish House Mafia”...
Duas semanas passaram rapidamente, e
Suelen, mais uma vez, estava na porta da mansão de Sebástian, batendo feito uma
louca. Em sua mão estava um envelope. Depois de ver que a empregada abriu a
porta, ela entrou aceleradamente para dentro da mansão, olhou para os lados e
não viu Sebástian.
– Onde está seu patrão?
– Dormindo.
Suelen
levou um susto, pois já eram nove da manhã, e por costume, ela e sua família sempre
acordavam seis da manhã. Mas de repente aquele homem de cabelos grisalhos
apontou na escada, perguntando:
– O que você está fazendo aqui, sua
descarada?
A
empregada deixou os dois a sós. Suelen correu até o homem e disse entregando o
papel:
– Estou “buchuda”, e você terá de
assumir meu filho.
Sebástian
começou a rir descontroladamente bem na hora que um homem loiro e de olhos
verdes entrou na sala.
– Do que está rindo pai? – Perguntou
Jorge.
Sebástian
apontou para a moça à sua frente, e rindo, falou com dificuldade:
– Essa vagabunda está esperando um
filho, que é meu e dela.
Jorge
fitou a moça, olhando-a dos pés à cabeça, e então voltou a falar com o pai:
– Vocês dois tiveram um caso?
– Sim – Respondeu Suelen – E ele vai
ter de assumir a criança. Pra mim será muito bom, pois não esqueço seu pai
desde o primeiro dia em que o vi.
Ninguém
acreditou no que Suelen disse, e então Sebástian falou:
– Escuta moça, me dê essa merda de
documento – Disse ele abrindo e envelope – Vamos acabar com essa palhaçada
porque você não está... Você está grávida?
Suelen
sorriu:
– Assuma. Gostou de me usar, não é seu
velho safado? Agora você me tem. Com uma condição, que se casa comigo.
Jorge
gritou com o pai:
– O senhor é muito burro. Assuma o
filho, é melhor do que ser processado.
E
Sebástian respirou fundo, dizendo à moça:
– Eu assumo e nos casamos.
Suelen
ficou muito feliz com a notícia, sentiu que sua vingança estava caminhando. Já
Sebástian, preparava um plano diabólico para acabar com a raça da golpista,
apesar de ela estar realmente grávida. Quando ela foi embora, ele disse:
– Vamos ver quem ganha essa parada –
Ele fez uma pausa – Mocinha do cortiço.
Quando chegou a sua casa, ou melhor, na
casa da amiga de sua mãe, onde ela estava morando, Suelen contou tudo para a
mãe e a irmã, que é claro que não aprovaram a atitude da garota.
– Eu vou ficar rica – Disse Suelen –
Vou poder ter muitas joias.
Márcia
deu uma tapa na cara da garota.
– Eu não te criei pra você ser
vagabunda, garota, te criei pra ser descente. Ser gente. Que atitude ridícula,
Suelen, que decepção. Vá embora daqui agora mesmo. Vá embora! More em baixo da
ponte se precisar.
E
Suelen, pela primeira vez, sentiu-se humilhada. Ainda mais quando pediu a
Sebástian para morar na casa dele.
Ao som de “Deserto –
Thaeme e Thiago”...
Renato e Ingrid enlaçaram um
relacionamento sério nos últimos dias. Sobre a cama de casal do apartamento de
Renato, eles liam um livro juntos. Um livro que Renato escreveu.
– Por que você não publica? – Perguntou
Ingrid.
– Ah, acho que não daria certo –
Respondeu ele virando as páginas.
– Claro que sim. Você escreve muito
bem, Renato. Precisam conhecer seu trabalho.
Renato
não disse nada, apenas pensou. Ingrid ficou encantada por uma frase do livro
que seu namorado escreveu:
“Quando a maldade
vence seu coração, é sinal de que você precisa de amor, pois só ele é capaz de
te transformar em uma pessoa honesta.”
A
médica ficou tão chocada com a frase porque comparou a mesma com seu dia-a-dia.
Ao som de “Lies – Mcfly”...
Logo da noite da terça-feira, a notícia do
sumiço da cantora Ana Paula, da dupla Ana Paula e Gabriel, se espalhou por todo
o Brasil. Todos os programas de noticiários brasileiros mostravam a busca pela
diva. Mas os rastros não ficaram. Ela desapareceu como se tivesse ficado
transparente. Isso aconteceu na noite anterior. A única coisa que se sabe é que
ela estava jantando com Carla Chrustins, e foi aí que evaporou. Na noite do
outro dia, e em um canal de TV, Carla dava seu depoimento, chorando:
– Sinto-me muito culpada, sabe? Eu quem a
convidei, eu quem a chamei pra jantar. Por que meu Deus, por quê?
A
cantora tossiu, pegou seu lenço e assoprou seu nariz, aliviando o catarro.
Ao perceber que as câmeras não estavam
em sua cara, Carla se levantou do cenário onde deu o depoimento e foi embora,
mas durante o percurso até a saída manteve a posição de tristeza. E foi aí, ao
sair pra fora, que foi surpreendida por uma multidão de fãs delirados por ela.
Ela assinou alguns autógrafos e chegou a beijar o rosto de alguns deles. Mas
um, ou melhor: uma fã, surpreendeu-a bastante. Era uma jovem de uns dezoito
anos e ruiva, muito bonita. Ela chorava e falava com Carla:
– Deixa eu te tocar, deixa? Eu te amo
tanto.
Carla
imaginou os órgãos daquela jovem nas bolsas de gelo, sendo traficados. Então a
cantora sorriu e disse:
– Entre em meu carro.
Paloma era o nome da jovem. Ela deixou
muitos outros fãs irritados pelo motivo de Carla ter pedido só para ela entrar.
E andando pelas avenidas de São Paulo dentro do carro da cantora, a ruivinha
não se sentiu bem e começou a achar algo diferente no olhar da cantora.
– O que foi? Está com medo? – Perguntou
Carla com um olhar realmente assustador.
– Não, eu to nervosa – Respondeu a
jovem – Posso te tocar?
– Claro.
Paloma
passou as mãos pelo corpo de Carla, nem acreditando que estava tocando nela.
Abraão viu o sinal que sua patroa fez pra ele no retrovisor e parou o carro,
descendo.
– O que aconteceu? – Perguntou Paloma.
– Fique tranquila. Ele está verificando
os pneus.
Enquanto
isso Abraão terminava de falar com alguém pelo telefone:
– Avenida Paulista. Venham rápido, em
poucos minutos.
E
então o suposto motorista de Carla desligou o celular, e também esperou os
minutos se passarem. Ao ver o carro com os três homens chegando, ele colocou a
cabeça na janela do carro luxuoso de Carla e falou:
– Podemos ir.
Carla
percebeu o sinal no rosto dele e disse à Paloma:
– Você terá que descer. Foi um prazer.
Paloma
deu um beijo no rosto de Carla e desceu sem dizer nada.
Ao ver o carro da diva se movimentando,
Paloma sentiu-se nervosa. Lá dentro, Carla observava pelo retrovisor a jovem
olhando para trás e vendo um carro com um forte farol em sua direção. De
repente o carro acelerou-se, aproximando da garota. Dois homens desceram e pegaram-na,
dopando e colocando-a rapidamente no carro, que saiu em poucos segundos.
Perto dali, outro carro estacionado tinha
como motorista uma mulher muito bonita, que falou no megafone:
– Acabaram de pegar outra jovem.
A
voz do outro lado da linha elogiou:
– Muito bem, agora continue com o
plano, Valéria. Você vai conseguir.
COLABORADOR-
LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE
ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO
POR - WILLIAM ARAUJO
REALIZAÇÃO -
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