terça-feira, 25 de março de 2014

Round & Round - Terceiro Episódio



Round & Round - Terceiro Episódio 

-Tia Mercedes, não existe nada entre eu e o August! – Ema tentava se explicar, mas só aumentava as duvidas da tia.
-Tá vendo! Você o chamava de “Senhor Polizzi” – Imitando a voz da sua sobrinha emprestada – E agora está chamando pelo primeiro nome! Quer negar é sobrinha? Não vem que não tem! Admita ou me force descobrir a verdade?! – Alegava Mercedes, tendo certeza que Senhor Polizzi e a Senhorita James estava tendo um relacionamento amoroso. 
-Tia, por favor. Eu juro – Tinha que esconder ao máximo! Não poderia nem negar e nem afirmar que estava me envolvendo cada vez mais com os malditos olhos verdes. Não que eu não esteja maisapaixonada, mas estou o amando. Uma pessoa realmente encantadora, envolvente eu diria- eu não tenho nada com ele, nem somos tão amigos assim...
- Então admiti que sejam amigos?! – Dando uma gargalhada, Mercedes olhou para Ema – Tem certa que são só amigos, Ema?! – Com um sorriso não muito bem intencionado.
-O que você está falando para a minha filha em, Mercedes? – Meu pai, Solano, entrou na sala da minha antiga casa, a provecta dele também. No processo de separação, minha mãe, Glenda, ficou com a casa e ele fez questão que ela ficasse, eu era muito pequena e não entendia muito que estava acontecendo entre ambos. Assustava-me quando ouvia os gritos.
-Ah, está falando de mim Solano?! – Olhou para os lados. – Bom, eu não estou falando nada, mas... A sua filha tem que falar....
-Falar o que filha?!- Ah, muito obrigada tia Mercedes. Adoro a senhora, de vez ficar caladinha no seu canto... Abriu a boca e falou tudo, entregou o jogo, que continuava a esconder 
-Ela está apaixonada Solano, apaixonada!


***



August e um homem que aparentava ter seus cinquenta anos estavam numa antiga cafeteria e conversava algo relacionado ao que se passava naquele momento.
-Está louco Polizzi! Precisa de férias, isso sim. Você não precisa de um rabo de saia para ficar amarrado, Polizzi! – Falava o homem irritado com o modo que August agia.
-Na parte em que você falou que eu estava louco e que preciso de feria,s eu concordo... Estou louco por ela, preciso de férias desse mundo. Desde meus dezoito anos eu vivo num lugar ilegal... – Não lhe deixando terminar, o homem o impediu de terminar a falar.
-Ilegal não Polizzi, particular. O nosso trabalho e contradato, é uma empresa privada. Não venha com essa por que você estava sem dinheiro e sem ninguém nesse mundo!
-Estava sem ninguém por que eu tinha sido largado pelos ingratos dos meus pais... Só por que eu era revoltado, eu tinha acabado de...
-Acabado de nada! Sua vida, desde o primeiro momento que entrou para aquilo que você chama de ilegal, mudou. Aquilo que você viveu antes, foi simplesmente deletado, não tem como te acharem... Será que eu terei que sempre lhe recordar desse detalhe sobre o nosso jogo?! – Dando um pequeno sorriso sarcástico.
-Eu estou fora! – August faz a menção em se alevantar, mas o não tão velho homem o segurou e o forçou a se sentar novamente.
- Não pode está fora da “empresa” – Fazendo o sinal de aspas com os dedos- na qual é o comandante, você dirigi aquilo tudo, você manda naquela merda! – Disse o homem furioso.
August abaixou a sua cabeça, com as mãos nos cabelos, fazendo ela se encostar-se à mesa que separava ele e o homem. Ele bateu a sua cabeça uma vez na mesa por vontade própria, logo voltou a encara o rosto masculino com um olhar frio.
-Eu tenho direto de viver a minha vida, não acha?! Mas eu ainda tenho que comandar aquilo... – Disse com sentisse nojo de si mesmo-
August se levantou e desta vez o homem com quem conversava não o impediu novamente. Andou em direção a saída e retirou-se pelas ruas do bairro. Pensativo, olhava para baixo com as suas mãos no bolso do seu casaco de couro.


                      ***


- Papai, tudo isso é brincadeira da Tia Mercedes, olha...- Gesticulava com a mãos, numa maneira nervosa, que até assustava o seu pai-
Ema parou de gesticular somente quando Solano pegou em suas mãos com força, fazendo Ema parar e olha-lo. Ema estava ofegante de falar rápido e sua boca estava seca.
-Pai...
-Ema, não tem o que me explicar! Olha, se você estiver gostando de alguém, que algo raro de se ver a minha filha se apaixonando por algo que não seja o trabalho... Eu vou te apoiar! Vejo nos seus olhos que tem algo diferente, uma luz. E enxergo que ficou assustada quando eu peguei em suas mãos, você ainda tem essa mania de gesticular quando está nervosa. 

Ema já estava mais calma e escutava o seu pai com atenção. Solano deu um pequeno sorriso.
-Mais eu não estou apaixonada pai... Se o senhor realmente acredita nas coisas que a tia Mercedes imagina na mente dela, eu não ligo! Mas o senhor pensar algo desse nível de mim... Eu não aceito!
-Minha filha, você não aceita está apaixonada?! Não entendo por que tenta manter essa imagem... Até os altos chefes de estados tem uma família, e você não! – Falava Solano, cada vez mais surpreso com as palavras que Ema falava.
- Mas eu não sou igual a eles, pai... Eu não sou! Eu sou uma mulher, uma mulher moderna que sabe o que quer! – Disse Ema, em teor grave. 
-Ah, então o que você quer da vida em Ema?! Vira uma diretora de um programa de segurança sozinha, sem ninguém, sem filhos, sem um marido?! 
-E se eu quiser em?!- Berrou. Tentava se controlar, mas ela sabia que o seu pai estava dizendo a verdade. Não tinha tempo para a sua vida pessoal, sem namorados, sem amigos... Somente o trabalho e a vida dos outros. Não pensava que um dia o seu pai chegaria falar isso na sua cara, mas ela tinha que encarar isso: A realidade. – Talvez eu... – Ema começava a gaguejar. 
-Talvez o que Ema, em? – O pai de Ema disse em tom de desafio. 
-Eu não pude resistir e escutei tudo enquanto entrava... Por que você está falando isso para a sua filha em Solano? Você banca o bom homem, o bom pai... Mais pressionar eles a fazer coisas que não querem fazer! – Glenda adentrou, surpreendendo todos presentes no cômodo. 
-Mãe, eu... – Ema estava se sentido perdida, se sentia sem chão.- Eu vou indo!
Ema pegou a bolsa, estava em pânico. Glenda via a sua filha como se estivesse perdendo algo, como se uma joia preciosa caída ao pavimento e se multiplicando em dezenas de pedaços.
-Minha filha, Ema... Espera, para onde você vai?!- Perguntou Glenda, seguindo Ema pela saída da casa. Ema olhava para os lados.

Ema nada respondia, e procurava algo que a protegesse. Após parar perto do portão da casa, Ema abre a boca e fala.
-Para qualquer lugar onde ninguém me pressione!
Após falar isso, Ema abriu o portão e saiu sem rumo certo, deixando a sua mãe falando sozinha. Ema corria como estivesse com medo de alguém, os últimos anos não foram fáceis. Ela apressava o passo, e em seguida, passou entre uma avenida pouco movimentada, não prestou muita atenção se caminhava ou não pela faixa de pedestre, se vinha algum automóvel ou moto. Logo sentiu alguém pegar pela cintura e logo chão. O barulho do carro freando foi estrondoso. Ema quase havia sido atropelada, olhou para o lado e viu aquela figura desconhecida ao seu lado.
- August?!- Ela percebeu que tinha um ferimento na cabeça dele, os belos pares de olhos demonstraram a surpresa e o pânico ao ver o amado ferido.



COLABORAÇÃO - LUIZ GUSTAVO
REVISÃO DE TEXTO - LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - JULIANA CORDEIRO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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