quinta-feira, 20 de março de 2014

Round & Round - Segundo Episódio



Round & Round - Segundo Episódio 


2012 havia de tornado passado. Ema tinha voltado a morar em seu loft, localizado perto da saída da cidade e bem ao lado de uma enorme extensão florestal. A mulher permanecia na enorme varanda que dava a vista para o belo arvoredo, os seus olhos estavam fechados o vento batia em suas madeixas castanhas. 

Um longo respiro, um longo pensamento, uma lembrança que não se apagava da sua mente. 

Abriu os olhos e olhou para os lados, e se apoiou observando abaixo, 20 andares, aquele poderia ser o fim. Mas não daquela forma, estava participando da criação do novo programa de proteção e segurança para jovens e crianças que tinha sofrido violência, ou familiares de algum envolvidos em mortes cometidos por máfias ou grupos de crimes organizados. 

Ema retirou-se da sacada e correu para sentar no sofá, pegou aquilo que parecia um diário e começou a colocar nas linhas aquilo que era um alívio.

“Por que foi morrer Tim?! Meu irmão queria tanto saber o porquê te mataram tão cruelmente e na minha frente... Acha mesmo que eu irei desistir da ideia de descobrir quem foi o animal, o criminoso, o maldito que tirou a sua vida? Não mesmo! Eu não posso fazer a justiça com as minhas próprias mãos, mas posso fazer acontecer...”. 

Continuou a escrever os seus desabafos entre as linhas. Ortografava o que não poderia fazer e o que não devia falar em publico. 

- Por que não eu meu deus?! Ele tinha tanto pela frente, tanto para viver...

Três batidas seguidas interromperam os pensamentos de Ema, não estava preparada e nem tinha marcado com alguém. Ela se levantou com certa falta de vontade e caminhou a entrada. Seu cabelo estava arrumado num coque, fazendo alguns fios do seu cabelo ficarem caídos na frente, usava uma velha calça Jeans e uma camiseta cinza. Abriu a porta e se deparou com aquela figura que já esquecia, aos poucos, já que era praticamente impossível esquecer os traços marcantes do seu rosto.

-O que senhor faz aqui?! –Perguntou, com o teor de voz alterado. 

-Fale com um tom mais ameno, por favor! – Disse August, entrando no loft de Ema, deixando-a sem ação. – Olha que estou sendo educado! Falo,”por favor,” um milagre concedido por eu ter conhecido você! – Um belo e grande sorriso sarcástico surgiu na face masculina.

August entrou no lar de Ema, como se já fosse familiarizado e a encarou. Ele viu que Mariana estava assustada e surpresa com a presença. Ela fechou a porta de uma vez e caminhou em direção a ele, encarando-o com a postura arrogante e fria que mantinha. 

-“Primeiro passo para conquistar uma bela moça que acabou de perder o irmão: Segui-la e provoca-la até pedir pinico! Ou então, consola-la. O que é o mais fácil a ser fazer nesse momento.” O pensamento de August funcionava feito uma lista de compras, tinha que seguir cada passo, sem erro e nem berro. Era isso ou nada. 

-“Como me achou aqui? Cabeça fria Ema, cabeça fria! Lembre-se do que ensinaram para você: Se a frieza não resolver, vá de ironia!”. O pensamento de Ema era o que tinha aprendido com a vida, trabalhava no ramo de segurança e tecnologia há longo tempo. Uma coisa que aprendeu durante o seu treinamento para entrar para a área de segurança nacional: Frieza e concentração ao máximo possível. Não existia vida particular, não tinha relacionamentos, não tinha nada! Salvar vidas e proteger os jovens era o que realmente estava importando, e não seria um completo desconhecido que acabaria com isso.

-Primeiro: Como descobriu onde eu moro?! – Questionou incrédula. 

-Uma velha conhecida minha...

August não pode terminar, pois Ema o empurrou para a parede mais próxima, levantou o seu pé e ele foi rapidamente parar no pescoço do homem.

-Já imaginava que isso iria acontecer, titia da segurança nacional Que medinha dela! – Mesmo correndo perigo,August não deixava de provoca-la. 

-Não deve irritar aquela que é treinada em quatro artes marciais, sabe atirar de perto e longa distancia e fez cursos de como desarmar bombas terroristas em diversos países... Ah,já ia me esquecendo de lhe dizer uma coisa do meu grande generoso currículo: Tem contatos com as diversas equipes de segurança do planeta e também com a máfia. 

-Ui, a poderosa! Nem vou dormir de noite com medinho da você,Ema! 

-Não me chame pelo nome senhor Polizzi, do mesmo jeito que lhe respeito,quero que me respeite também! 

-Mas eu estou te respeitando Ema! 

-Não tenho intimidades com estranhos... 

-Mas não sou estranho, já me apresentei para você no dia vinte e seis de dezembro, no enterro do seu irmão. Recorda-se ou agora vai dizer que além de arrogante, fria, irônica.. A toda poderosa da segurança tecnológica sofre de ataques de amnésia repentinos também?!

Logo após que August terminara de falar, Ema que já tinha tirado o pé do pescoço dele, caminhou em direção a bela mesa de vidro que continha vários papeis e planilhas por todos os lados. Ema se apoiou na mesa, lagrimas desceram em silencio profundo, ela ouviu passos se aproximar perto dela.

-Ema... Eu não... – Tentava se explicar. Mas já era em vão. Havia conseguiu abrir uma ferida que cicatrizada há muito tempo, tempos que não poderia mais voltar em sua recordação. Esquecer era o melhor, fingir que aquilo não tinha acontecido era o que precisava acontecer. 

-Você não queria mais mesmo assim: Conseguiu me magoar! 

-Eu não queria, Ema, eu juro que não! 

Ema passou a mão no rosto, enxugando a suas lagrimas e logo a sua postura voltou ao que estava há segundos atrás: Fria e arrogante. –

-Esqueça isso Polizzi,esqueça! Não faz sentido ficarmos aqui remoendo o que não lhe diz respeito. Afinal, qual é o estranho que iria entrar na minha vida e ainda por cima saber tudo sobre mim?! – Dando um pequeno riso sarcástico.

“Nunca nos meus sonhos mais remotos, não, não, não 
Pensei que alguém se importaria comigo, oh 
Não apenas o jeito de você me amar 
Você sabe que sou emotiva (às vezes)”.

-Ora, mas Ema! Sinto muito mesmo, não queria.. 

-O que eu disse sobre remoer o que não lhe diz respeito em?! – Virou-se para encarar August, quando menos percebeu... August estava perto demais, demais para uma aproximação com um estranho. 

-Ema? 

-O que foi?! – Olhando para os lados, não queria encarar o seus olhos verdes. Os olhos que causava confusão e sensações que não estava planejada no seu plano de carreira. 

-O que é isso? – Levantando o braço e logo Ema observou que August segurava o seu pequeno caderno, o caderno do desabafo, o caderno da saudade... O caderno que estava todos os passos para acabar com aquele que tirou a vida do seu irmão. 

“Por que foi morrer Tim?! Meu irmão queria tanto saber o porquê te mataram tão cruelmente e na minha frente... Acha mesmo que eu irei desistir da ideia de descobrir quem foi o animal, o criminoso, o maldito que tirou a sua vida? Não mesmo! Eu não posso fazer a justiça com as minhas próprias mãos, mas posso fazer acontecer... Por isso mesmo que eu concordei em fazer parte desse programa de proteção, considero isso uma homenagem a você Tim. Sinto tanto a sua falta... Falo isso todo dia, quer dizer... Acho que escrevo todo dia isso nessas linhas em branco, que pretendo encher elas de justiça e de dever comprido. Não iria parar de escrever, não irei desistir enquanto não descobrir enquanto não colocar o cretino que tirou a sua vida, que tirou a sua chance de se superar... Só irei descansar em paz quando colocar ele na cadeia. Lugar onde gente como ele deveria está. 

De: Jones, Ema 
Para: Jones, Tim.”



COLABORAÇÃO - LUIZ GUSTAVO
REVISÃO DE TEXTO - LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - JULIANA CORDEIRO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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