quinta-feira, 20 de março de 2014

Reaper - 1ª Temporada - Episódio 18


DÉCIMO OITAVO EPISÓDIO

MAGNIFICENT
"MAGNÍFICA"

Olho Ariel de cima a baixo. Deve ter 1,68m. Cabelos castanhos que descem ao ombro, um olho verde que hipnotizaria qualquer um, e, eu tenho que dizer que, ela não tem do que reclamar quando o quesito é volume de seios. São avantajados.
— Desculpem-me por isso, é que eu não consigo evitar. Os homens simplesmente correm atrás de mim quando ouvem meu canto.
— Você é uma sereia? – Pergunto.
— Sereia? Claro que não, embora eu esteja lisonjeada. Eu sou uma musai.
— Sabia! – Grita Luna.
— Cara, você não ouviu ela cantando? Como isso é possível? – Ryan pergunta.
— Bom, o canto da musai só pode ser escutado por aqueles que não estejam envolvidos emocionalmente com ninguém.
— Ah bom. – Ryan suspira.
— Nós estamos acampando aqui perto, não quer vir conosco?
— Eu tenho a impressão de que conheço vocês... mas não sei de onde. – Diz Ariel.
— Conhece a gente? Como assim? – Pergunto.
— Não sei. Vocês me são familiares. Deixa para lá.


[...]

Fazemos mais barracas com o cajado de Luna, já que Zoe e Ed ocuparam a nossa barraca grande. Ryan e Ariel resolvem dormir juntos, e Luna foi se deitar. Minha barraca está vazia, mas não estou com sono. Olho para trás e vejo o templo. Que mal faria se eu entrasse lá?
Abro a porta e ela faz um rangido monstruoso suficiente para acordar todos, o que graças a Deus não acontece. O primeiro corredor por onde eu estou andando é amplo e azulado. Há teias de aranha por todas as partes e posso ouvir um som de água pingando.
Continuo andando por este corredor e escuto um barulho. Olho para trás e vejo que a porta fechou, e que agora ela se transformou numa parede com lanças que está se fechando e vindo em minha direção. Corro o máximo que eu posso e avisto outra parede da mesma forma, vindo em minha direção e há uma forma de escapar, uma brecha na parede. Corro mais rápido e deslizo por entre a brecha, enquanto aguardo que as paredes com lanças tenham se chocado. Ouço o barulho.
Me livrei da morte, mas eu continuo preso aqui. Ando até chegar ao final do corredor, onde encontro um lugar mítico, onde só posso descrevê-lo como uma cidade perdida.
É muito alto aqui onde eu estou. Olho para baixo com uma pulsação forte no coração até que sinto um empurrão nas minhas costas e desabo cem metros abaixo, caindo numa espécie de rio.
Afundo até encostar o solo, o ar aqui é diferente, é mais pesado. Começo a sentir minha garganta fechar-se e tento retornar à superfície, mas a minha foice está fazendo questão de me puxar para baixo. Começo a ser sugado para a direita e através de um túnel, sou jogado numa caverna.
Dentro desta caverna, o oxigênio é comum, e a gravidade é bem mais leve. Olho em volta e não vejo saída alguma por aqui. Não faço ideia de como eu vou escapar deste lugar, mas não vai ser fácil. Droga Chase! Nunca assistiu filmes de aventura? Entrar no local estranho nunca dá certo! Seu retardado!
Tiro a minha foice das costas e começo a bater na parede da caverna, até que faço um buraco suficientemente grande para que eu possa passar. Chego do outro lado da caverna e encontro-me num quarto luxuoso. Afinal, que espécie de lugar é esse que eu estou?
Começo a andar pelo quarto, admirando cada detalhe. As cortinas cobrindo o sol, o aquário no canto direito, a cama digna de realeza, os retratos na parede e... um provador. Dentro do provador, vejo uma sombra feminina, uma forma linda e escultural. Ouço uma porta bater e percebo que eu estava admirando o reflexo num vidro muito bem limpo.
— Quem é você e o que está fazendo aqui?! – Pergunta a moça.
— Meu nome é Chase e, honestamente, eu estava tentando escapar de uma caverna. – Digo, com a voz trêmula.
— Guardas! – A moça grita, e eu seguro a minha foice com força, preparado para qualquer tipo de ataque.
— Levem-no de volta à sua terra de origem, não quero farrapos em meus domínios!
— Sim senhora! – Os quatro guardas começam a me escoltar para fora do quarto da moça.
— Pelo menos vai me dizer o seu nome? Pergunto.
Os guardas param. A moça encaminha-se na minha direção e faz um sinal para os guardas, que se ajoelham e obrigam-me a fazer o mesmo.
— Ajoelhe-se perante a filha de Zeus, Íris.

[...]

Sou enxotado do templo porta afora e todos demonstram um certo alívio ao me ver, tento parecer descontraído, mas não consigo. Aquele local é perfeito, é majestoso.
É magnífico.
— Para onde vamos agora? – Pergunto.
— Eu tenho uma ideia – Diz Ryan.
— Onde? – Pergunto de volta.
— O que vocês acham de Leaguewood?
— Nunca ouvi falar. O que temos a perder? – Respondo.
Começamos a caminhar, mas não damos mais do que duzentos passos quando uns guardas saem do templo e nos atacam. Lutamos, mas eles estão usando seringas e nos imobilizam um por um. Primeiro Zoe e Silas, depois Ryan, Luna e estão vindo em direção à mim, quando uma voz dá a ordem:
— Parem! Eu assumo daqui por diante! – Diz Íris.
Ela se aproxima de mim e Ariel, olhando fixamente para nós dois.
— O que fazes aqui, musai? – Íris pergunta.
— Eu só estava de passagem, alteza. Mas, só por curiosidade, o que eles fizeram?
— O grupinho do qual você se juntou, são os mais procurados por Mote. Há cartazes com fotos desses cinco por todos os lugares. Eu vou ganhar uma recompensa enorme entregando todos vocês. Musai, se quiser correr, a hora é agora.
Ariel me abraça e me dá um beijo no rosto, depois sussurra:
— Não se preocupe, eu tenho um plano. Não vou deixá-los.
Após esta frase, sou imobilizado e a escuridão toma conta de mim, deixando como última imagem, o rosto choroso de Ariel e o sorriso cínico na cara de Íris.


DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO.

ESCRITO POR - WALTER HUGO

REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS