
Round & Round - Prólogo
“Eu
acredito, eu luto até o fim: não há como perder, não há como não vencer.” - Oleg
Taktarov.
As luzes coloridas eram predominantes em todas
as fachadas das casas, algumas crianças estavam a brincar com a neve que cai do
céu escuro. Pessoas desciam dos carros, era como tudo estiver em harmonia
novamente. Como se os acontecimentos anteriores estivessem sendo fáceis de
superar. Infrações de transito, mortes acidentais...
Um menino de 16 anos não tinha responsabilidades e nem mentalidade de adulto,
isso que pensava Ema. Ema havia acabado de voltar às pressas de uma viagem de
férias, e seu irmão, acabado de se intrometer em novas confusões com pessoas
perigosas.
-Senti sua falta. - Falou Tim gentilmente, abraçando a irmã.
-Fiquei
sabendo dos acontecidos e logo comprei a passagem para o próximo voo de volta.
Não sabe como me preocupo com o meu irmãozinho querido. – Pegou com as suas
mãos as bochecha do garoto e logo o questionou sobre os seus atos dos últimos
tempos.
-Por
que está agindo desse jeito? Se metendo em desordens, roubando o carro do
papai, bebendo aos 16 anos... Você causou morte de uma menina de 10 anos, você
acha que isso é coisa para um menino, Tim?
-Ema,
não começa... –Tim olhou para os lados, e viu que os seus pais conversavam com
alguns parentes e amigos – Não dá para conversar aqui dentro, vamos lá fora, no
jardim!
Tim
puxou a irmã, e a levou correndo para o lado externo, que estava infestado de
neve em todo o contexto, as crianças que antes brincavam, já tinham se retirado
para começar a ceia de natal. Era quase meia-noite e logo os dois irmãos
estavam se encarando na rua.
-Agora
será que o meu irmão poderia me explicar tudo que está acontecendo, você age
como todos estivessem te vigiando... Isso pode virar doença, sabia?!
-Isso
não é doença Ema, é simplesmente a realidade! Olha tudo que eu fiz nesses
últimos meses. Nesses últimos dias. Tem uma explicação: Eu estou sendo caçado!
– O adolescente sentiu um alivio a falar aquela bomba para sua irmã. Confiava
mais nela, do que em sua sombra.
-O
que Tim?! Está louco?! Caçado... Isso é loucura! – Um som do sino da igreja
soou pela primeira vez. Assustando Ema – Que foi isso?
-Sino da igreja, ele começa a fazer isso em qualquer data comemorativa,
ainda mais no natal. Vai fazer isso 12 vezes, até dar meia-noite.
-Bom,
não mudando de assunto! Desde quando você acha que está sendo seguido, ou até
mesmo caçado?!
-Desde
que você chegou!
-O
QUE?! Eu cheguei aqui faz três semanas e você não me contou nada?
-Eu te contei hoje, não serve?!
-Claro
que serve. Mas temos que avisar a policia, contar aos nossos pais – Logo Ema pegou Tim pelo o braço, na intenção
de leva-lo para o interior da residência. Mas ele a soltou com força e ainda
estava parado no lugar.
-Não
podemos! Ema, eu tenho que sumir... Se eu não sumir logo, eles me matam! E eu
não quero morrer. Não quero ficar longe de você minha irmã!
Em seguida, os irmãos se abraçaram, os olhos de Ema corriam as lagrimas
de angustia e desespero. Tim tentava ao máximo não chorar, estava sendo forte,
durante esses últimos meses, mesmo tendo ataques de desespero.
-Vamos,
está muito gelado aqui fora... E logo será meia-noite, teremos que começar a
ceia!
-Só
espero que esse não seja o meu ultimo natal. – Falou Tim,distante e caminhando
abraçado com Ema.
Ema parou de andar, encarou Tim e pegou
novamente em suas mãos.
-Não vai ser o seu ultimo natal e não fale desse jeito querido... Não
vamos pensar nisso agora. É noite de natal e temos muito a viver nessa vida, principalmente
você!
-Eu
sei, mas... -- Tim foi interrompido pelo um barulho de um carro que vinha em
alta velocidade na sua rua, era uma van, preta, e logo pararam há alguns metro
dos dois.
-Tim...-
Sussurrou Ema, ela temia o pior.
Logo uma pessoa saiu do carro e com uma arma
em punho, atirou em direção a Ema e Tim. Ema tentou puxar Tim para dentro da
casa, mais já era tarde. Ele havia acabado de receber três tiros: Um no
coração, outro na perna e o último no seu ombro.
-NÃO!-
Gritou Ema, correndo para abraçar o corpo do seu irmão, a pessoa que havia
disparado, entrou novamente no veículo e o mesmo deu ré, sumindo em torno da
neblina.

COLABORAÇÃO - LUIZ GUSTAVO
REVISÃO DE TEXTO - LUIZ GUSTAVO
DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - JULIANA CORDEIRO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
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