Música:
“Sexy Bitch – David Guetta”.
Seu nome era Melissa.
E estava em seu quarto. Procurava algo muito importante nas gavetas. Revirou-a
inteira até encontrar o que queria: uma máquina fotográfica. Antes de ligá-la, lembrou-se
dos momentos difíceis que passou com o ex-marido. Exatamente no dia em que
decidiram divorciar.
20 de Setembro de
2009.
Estavam deitados na cama. Mas havia
algo errado: eles permaneciam virados um para o outro, de costas. Melissa
despejava no lençol suas lágrimas de sofrimento. Não aguentou mais. Levantou-se
da cama, gritando:
– Já chega! Eu to cansada de ver
você olhando as fotos daquela Angélica, dizendo que eu devia ser igual a ela.
Eu não quero ser igual àquela loira metida. Você tem que gostar de mim do jeito
que eu sou.
– Espera aí! É melhor você calar a
boca, seu sapo-bola. – Disse ele, levantando-se da cama, e revelando estar de
sunga, enquanto Melissa usava camisola, que fazia seu corpo gordo ficar maior,
e não combinar nada com os cabelos ruivos, grudados no rosto cheio de sardas. –
Você e a Angélica têm uma diferença: ela é gostosa. Você é uma panqueca
vencida. Eu tenho nojo de você. É por isso que nunca quis ter filho. Só
transamos uma vez, que foi na lua de mel. E dou graças a Deus por isso. Não
quero me contaminar com essa sua gordura amarela, cheia de sebo.
– Cala a boca! – Ela tascou uma
enorme bofetada no rosto do marido, e correu em direção à gaveta. Pegou um
álbum de fotografias, que eram todas de Angélica. – Olha o que eu faço com
essas fotos, seu idiota! Eu rasgo e queimo. Porque marido meu não tem foto de
puta guardada no nosso quarto.
– Se é assim, acabou por aqui! –
Gritou ele.
– Do que você tá falando?
– Do nosso casamento estranho e
nojento. Eu quero o divórcio.
– Você não vale nada, Samuel. Nada!
– Melhor do que ser uma pata choca
pingando gordura, e falando nojeira nos meus ouvidos para me convencer a ir pra
cama. Você... Causa repugnância! Você... É uma gorda inflável. Você... É
sebosa! Você, não é mulher. Você é um nada! Um nada!
Melissa teve uma crise de nervos,
correu novamente até a gaveta. Pegou o documento que estava em sua frente, e
sem perder muito tempo o rasgou.
– Você rasgou a nossa ‘certidão de
casamento’?
– Sim. E rasguei também as nossas
vidas. Vai embora daqui agora mesmo. Sai da minha casa! Sai!
– Com muito prazer.
Rapidamente, ele começou a se vestir
e arrumar as malas. De repente a porta se abriu e os pais da mulher, Bruno e
Silvana, entraram. Estavam desesperados.
– O que houve? – Perguntou Silvana,
já chorando.
– Não é da conta de vocês, velhos
safados. – Respondeu Samuel, o ex-marido de Melissa, que derramava na cama o
que lhe restara: as últimas lágrimas. “Tudo isso por culpa daquela Angélica. Se
essa mulher aparecer no meu caminho, eu juro que destruo a vida dela de uma só
vez”.
Música:
“Dark Horse – Katy Perry”.
Eliana estava... Com tédio. Sim, pois assistia
a um filme. Um documentário. Não aguentou mais, pegou o controle e desligou a
televisão. Levantou-se do sofá onde estava deitada. E caminhou até o quarto. Ao
abrir a porta, flagrou Luigi deitado na cama, e lendo um livro.
– Não acredito. Lendo, Luigi?
– O que você acha? – Perguntou ele, meio
nervoso.
– Calma! Desculpa se eu atrapalhei sua
leitura. O que você tá lendo? – Perguntou se jogando na cama e observando as
palavras do texto.
– Esse livro... É estranho. Não conta a
história de um personagem. Ele dá conselhos. Olha esse: “Nunca pense que seus planos possam ter dado certo. Pois o que ou quem
você usou para fazê-lo poderá negar tudo isso, com uma jubilosa prova”.
Luigi, apesar de tudo, não conseguia refletir
com a frase. Mas Eliana, ao contrário, se lembrou do que fizeram com Angélica.
Fez o sinal da cruz. “Deus que me livre”.
Angélica não sabia quem deveria responder. O
casal de sogros – Eram sim, pois Miguel fez questão de apresentá-la à família
como namorada. – Não paravam de fazer perguntas:
– Você atropelou nosso filho, e fugiu para a
imprensa não saber? – Era a pergunta de Bruno, o senhor da casa, que apesar da
idade avançada, conseguia ser tão esperto quanto os mais novos.
– Sim, exatamente. E eu fico feliz por contar
com a confiança de vocês. Eu to gostando do Miguel, desde hoje, se é que parece
estranho. E já to contando minha vida para vocês. Mostrando que eu to viva.
Mas a falta de uma pessoa naquela
sala causava preocupação nos outros.
– Cadê a Melissa? – Perguntou
Miguel.
– Vou chamá-la. Deve estar no
quarto. – Explicou Silvana, que se dirigiu para o local que dissera.
Subiu as escadas e abriu a porta do
quarto de Melissa. Não havia ninguém lá. Começou a chamá-la por todos os
cômodos, e não encontrou. Decidiu descer e avisar. Quando fez isso, exclamou:
– Ela não está aqui.
A campainha da mansão havia tocado.
Eliana se apressou para atender. Antes, pediu que Luigi se escondesse. Abriu a
porta e a figura era diferente de todas as pessoas que já viu em sua vida.
– Quem é você?
– Não importa quem eu sou. O
importante é que trago uma notícia.
– Notícia? – Perguntou Eliana,
interessada. – Que notícia?
– Essa! – Melissa entregou nas mãos
de Eliana um envelope. Ela não perdeu tempo e abriu. Surpreendeu-se com o que
viu: Angélica. E ela estava viva.
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MÁRCIO GABRIEL
APOIO - VICTOR MARÇAL
DIREÇÃO DE ARTE - VICTOR MARÇAL e
MÁRCIO GABRIEL
ESCRITO POR - WILLIAM ARAUJO
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