CAPÍTULO 12
- Eu vim!
Samantha não podia
acreditar que seus olhos estavam vendo. Bem diante Laura cruzou os braços e
abriu um largo sorriso.
- Eu vim para me
despedir de você.
- Eu imaginei que você
estaria cuidando do Bernardo e não se daria ao trabalho de vir aqui.
- Eu vim para me
certificar que você vai embora mesmo. Fiz muita coisa para deixar você no meu
caminho.
- Tem bilhões de homens
no mundo.
- O amor não se
escolhe, se sente e se vive. É uma pena tirar você da jogada, mas eu não
costumo dividir o que é meu.
Samantha sentiu o ódio
aflorar e suas palavras se tornaram firmes.
- Era meu antes de ser
seu.
- Era seu. Pelos menos
você não é burra.
- Eu já perdi de mais
Laura. Não preciso disso.
- Fracassada. Você nem
quis lutar.
- Lutar contra o que?
Não importa. Não mais.
Laura acena para uma
pessoa que as observa de longe.
- Tem uma pessoa que
também quer se despedir.
Samantha se vira para
ver quem é. Seu coração começa a bater rapidamente ao se dar conta de quem é.
- É o cara de estava lá
em casa.
Laura sorri satisfeita.
- É sim. Ele foi o
xeque mate.
Samantha olha indignada
para Laura.
- Foi você. Você armou
aquilo pra mim.
Lorenzo se aproxima e
passa o braço em volta da cintura de Laura.
- Você vai perder seu
voo.
- Eu não posso ir. O
Bernardo tem que saber que eu não fiz nada. Que isso tudo foi coisa sua.
- Tarde de mais minha
querida. Ele não vai acreditar. Os homens não são como nós. Eles nunca perdoam
uma traição e se você acha que perdeu muito, escolhe ficar. Você vai perder
coisas que nem sabe que tem.
- Isso não acaba aqui.
Não mesmo.
- Você está voltando
para casa com o rabo entre as pernas e ainda quer me ameaçar?
- Eu te vejo em breve
Laura. Mais cedo do que você pode imaginar.
Samantha caminha para a
sala de embarque, mas antes de entrar ela vira e fala para Laura:
- E eu não vou pegar o
que era meu, vou pegar o que é seu. Aproveite enquanto você ainda pode.
Samantha não olhou mais
para trás. Nada fazia mais sentido, nada era dela. Tudo que um dia ela pensou
ser seu fora esbulhado. Talvez o seu coração tenha petrificado porque durante o
caminho ela não derramara uma lágrima. Sua mente funcionava a mil.
Laura entrara em sua
vida de uma forma sutil e delicada e aos poucos a prendera numa teia mortal,
mas ela estava disposta a acertar as contas. Ainda não era o fim.
Samantha teve sonhos
conturbados durante o trajeto. Às doze horas de voo foi sem sombra de duvidas
uma gestação. Samantha estava deixando uma mulher na Alemanha e estava voltando
outra para o Brasil. Samantha não fazia questão de voltar para o Brasil, sua
vida antes de ir para a Alemanha fora limitada e sofrida. Ela não deixara
parente algum esperando por ela. A única pessoa que poderia ajuda-la era o
Eduardo.
Ao desembarcar Samantha
pegou um taxi e buscou em sua mente o endereço de Eduardo, se Deus a ajudasse,
ele ainda estaria morado no mesmo endereço. O taxi parou enfrente ao prédio.
Muitas coisas haviam mudado. Samantha sentiu uma onda a invadir, a sensação de
ter fracassado era horrível. Ela estava de volta e aparentemente nada mudara.
Samantha se dirigiu a
portaria e perguntou se o amigo ainda morava lá, para seu alivio o porteiro
disse que sim. Ela tocou o interfone, mas não houve resposta. Samantha esperou
mais alguns instantes e como o amigo não voltava resolveu ir para um hotel e
voltar no outro dia, mas antes de sair viu uma moça entrar no prédio. Ela era
familiar, havia algo nos olhos dela que faziam Samantha se lembrar de alguém,
mas quem?
A garota tocou o
interfone do apartamento do Edu e esperou como não houve resposta ela pegou o celular
e ligou. Samantha ficou prestando atenção na conversa e ficou aliviada quando
ouviu o nome Eduardo surgir.
- Oi. Desculpa-me não
pude deixar de ouvir. Você é amiga do Eduardo?
A garota olhou Samantha
de cima a abaixo e respondeu desconfiada.
- Sou sim.
- Eu acabei de chegar
de viagem. Cheguei de surpresa, você pode me passar o telefone dele?
- Você é por acaso
alguma ex-namorada dele?
- Não. Sou uma amiga
que ele não vê há muito tempo.
- Ele está no bar
acompanhando a Moara. Eu vou passar em casa antes de ir para lá. Você quer uma
carona?
- Eu estou com algumas
malas. Algum problema?
- Vamos. Sem problemas.
Samantha entrou no
carro e Isabel conduziu.
- Você é namorado do
Edu?
- Não, mas não porque
eu não queria. Eu gosto muito dele, mas ele é galinha.
- Ele não muda mesmo.
- E de onde vocês se
conhecem?
- Estudamos juntos. Eu
passei numa universidade fora do país e me mudei. Desde então não falo com ele.
- E o que te trouxe de
volta?
- A vida é
imprevisível. Eu tive alguns problemas.
Samantha e Isabel foram
conversando o caminho todo. Isabel estacionou o carro e convidou Samantha a
entrar. Isabel era uma moça de uma família rica, morava numa mansão num bairro
nobre de São Paulo. Isabel a convidou a entrar. Samantha ficou esperando na
sala enquanto Isabel subiu para o quarto.
- Eu vou me trocar. É
rapidinho.
- Tudo bem.
- Você quer comer
alguma coisa? Eu peço para prepararem.
- Não obrigada.
ESCRITO POR - TIAGO MACHADO
DIREÇÃO DE ARTE - TIAGO MACHADO
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