
A vingança é uma espécie de justiça selvagem (Francis Bacon).
Paola olhou para o lado, uma parede com varias fotografias e caminhou a Iasmim.
“Essa não pode ser a Paola, não pode ser mesmo”.
“Essa não pode ser a Paola, não pode ser mesmo”.
- É bom saber que temos Iasmim formada em música e artes. Ela logo se prontificou a trabalhar conosco aqui, se dedica e ainda tem tempo para fazer viagens para buscar novos conteúdos para os nossos alunos estudarem. – Informa Clarice.
- Isso é muito bom! Vamos, temos que conhecer o resto da instituição, querida? – Fala Miguel.
- Ah, claro. Mais vocês se importariam se eu ficasse mais um pouco aqui, sabe bem como eu sou não é querido? Amo a música, teatro... Bom, a arte em si! - Com um pequeno sorriso no rosto de Paola, Miguel e Clarice saíram da sala e caminharam para outra parte do antigo colégio. Deixando Iasmim sozinha com Paola.
Paola se virou para Iasmim, a mesma a encarou espantada.
- Você não mudou nada mesmo... Iasmim. Continua com a cara de patricinha, com a mania de patricinha e com a turminha da patricinha da Bianca. Isso é tão clichê para você, que afinal de contas, é uma professora de artes! - Enquanto falava, Paola olhava Iasmim de baixo para cima.
- Eu tenho que... - Iasmim iria sair correndo da sala, só que Paola a pegou pelo braço, fazendo-a cair de uma vez numa cadeira próxima.
- Você não tem nada que fazer e nem muito menos que fugir Iasmim! Ia fazer o que?... Gritar, correr ou contar a grande novidade para a sua amiguinha? Sim, pois se ela fosse tão esperta assim, já teria descoberto que eu estava vivo ao longo desses anos todos, não acha?
- Você parecia estar morta, Paola! – Exclama.
- Falou muito bem, querida! Parecia esta morta, mas não estou! Sabe, lembra da noite da nossa linda e inesquecível formatura?
Iasmim tremia e tentava pensar num jeito de fugir, mas não conseguia raciocinar direito ao ver uma pessoa que ela jurava que poderia ter virado poeira ao vento.
- O que você quer, realmente? – Indaga.
- O que eu quero? Hum... Isso! - Paola levanta a mão e deferiu um tapa no rosto de Iasmim, que com tanta força da bofetada vem a cair ao chão-
- Vadia! - Insultou Iasmim, que colocou a mão no seu rosto com tamanha dor que estava sentindo.
Paola pegou Iasmim pelo cabelo e a fez encarar.
- Eu não voltei para força a vocês a pedir perdão a mim, isso é muito fácil e qualquer fraco faz. Eu vim aqui para fazer Bianca, você e companhia pagarem pelo que fizeram, eu voltei a essa maldita cidade pra me vingar sua burra! - Paola largou o cabelo de Iamism, fazendo com que o seu rosto caísse no chão.
Paola caminha em direção à saída e quando chegou a frente à porta, falou em alto e bom som para que Iasmim escutasse.
- Eu voltei, e acredite: Eu não voltei para brincar e nem para muito menos, sair perdendo disso tudo! Afinal, tudo que vai, volta! - Paola deu um sorriso irônico e saiu tentando achar onde Miguel estava.
No salão de eventos...
- Odeio esperar! – Disse Manuela, que estava sentada ao lado de Bianca, Victor, Rafael e mais algumas pessoas.
- Você é a ressaca Manuela! - Responde Rafael, fazendo com que Bianca gargalhasse.
- Alguém sabe quem é que vai fazer o discurso da inauguração?- Indagou Victor, serio.
- Falaram que eram a esposa do tal político de Brasília. – Fala Rafael.
- O Tal do Macedo de Oliveira. O típico playboy! Isso é totalmente patético, não acha Bianca? – Interpela Manuela.
- Só acho que é bom que essa tal “Mulher misteriosa” fale rápida e seja bem pratica no discurso dela. Não suporto esse tipo de pessoa que se faz de simples e que odeia paparazzi e revistas! Pois se não quisesse ser perseguida, que não se casasse com um político, e sim com um morador de rua!- Ironizou-
-Pega leve com as suas palavras e a sua indelicadeza hoje à noite Bianca, eu te peço! Já passamos situações constrangedoras só por causa do seu comportamento ridículo! - Advertiu Victor, o seu telefone tocou e ele saiu para atender. Sem ouvir o que Bianca iria falar.
O clima fica tenso na mesa onde estavam e em seguida, ficaram todos em silencio. Victor então parou no meio do salão e observou que Miguel entrava acompanhado de Clarice, então se despediu da pessoa com quem falava ao telefone e foi ate eles.
- Clarice, você esta linda essa noite! - Victor a cumprimentou e logo quando Miguel percebeu de quem se tratava e encarou o mesmo com raiva.
- Obrigada Victor. Venha, quero que conheça Miguel Macedo de Oliveira! Miguel, este é Victor Bonetto, ex-aluno do colégio e empresário do ramo automobilístico.
- Como vai Miguel? – Pergunta Victor, em teor gentil.
- Melhor do que você... Disso pode ter certeza! - Num tom grave de voz, Miguel apertou a mão de Victor.
Clarice não entendeu o que se passava naquele momento com Miguel, a expressão dele tinha mudado, o tom de voz e algo nos olhos dele permanecem completamente diferentes. Como se tivesse raiva.
- Acho que já esta na hora de chamarmos a sua querida para subir e ler o discurso, não acha Miguel? - Clarice queria acabar com aquele clima de uma vez, estava decidido que Miguel não sentaria a mesma mesa que Victor.
- Concordo plenamente com a sua idéia Clarice! Vou ligar para ela e tentar achá-la, com certeza já deve ter se perdido por ai.
Miguel se retirou já discando o numero do telefone de Paola, e Victor olhou para Clarice.
- Qual é o problema dessa cara em? Ele acha que é só por que ele é político que pode tratar todos do jeito que ele bem entender? Esse cara é maluco! - Victor saiu de perto de Clarice irritado e logo Clarice percebeu que alguém acenou para ela perto do grande palco, que estava montado para que todas as mesas pudessem ver.
- É, esta na hora do show começar!- Falou Clarice, animada.