CENA 1. RUA. EXTERIOR. DIA
NATALIE – AH!
Natalie desvia com toda as suas forças, o carro perde o controle e sai da pista, rompendo uma barreira e capotando dezenas de vezes.
JONATHAN – (Berrando desesperado) NATALIE!
O carro continua capotando, até que para de capotar. Natalie desacordada, Jack e Jonathan descem para socorrê-la.
JONATHAN – Natalie, fala comigo!
JACK – Será que ela tá bem?
JONATHAN – Eu espero. (Com lágrimas nos olhos) Eu não posso perdê-la, não posso!
Uma multidão de curiosos se forma as margens do acidente, todos em choque com o carro virado do avesso com Natalie completamente ensangüentada dentro. Jonathan abre a porta do carro com dificuldade e chora ao ver a cena. Começam a chamar ambulâncias, bombeiros. Instantes. Jonathan continua desesperado junto de Jack puxando Natalie das ferragens. As sirenes se aproximam do local, diversos bombeiros e para-médicos vão ao socorro de Natalie.
BOMBEIRO – O que aconteceu?
JACK – Ajudem, rápido! Ela sofreu um acidente e está presa nas ferragens!
Todos tensos, os bombeiros começam a serrar as ferragens. Jonathan inconsolável, até que por fim conseguem puxar Natalie de dentro do carro, ela é colocada dentro da maca.
JONATHAN – Eu vou com ela.
BOMBEIRO – O senhor é o que dela?
JONATHAN – Sou amigo. Tudo o que ela tem aqui, por favor, me deixa ir.
O bombeiro autoriza. Jonathan sobe na ambulância ao lado de Natalie, ele segura firme em sua mão enquanto a ambulância parte. Jack atônito no cenário do acidente.
CENA 2. HOSPITAL/ SALA. INTERIOR. TARDE
Jonathan ao lado de Jack, ambos tensos, a espera de uma notícia. Impacientes, andam de um lado para o outro.
JACK – Até onde isso foi nos levar meu Deus?
JONATHAN – Será que tanta tormenta, tanto martírio vai compensar por essas pedras? E se a Natalie morrer? O que será de mim sem ela hein?
JACK – A Natalie não vai morrer! Não assim, não agora! E aquela vadia da Esmeralda não tá nem aqui!
JONATHAN – Maldita hora em que a Cristal cruzou o nosso caminho meu Deus! Ela e a Esmeralda são as responsáveis por todas essas desgraças!
JACK – Você não percebe Jonathan? Ninguém nos arrastou até aqui, ninguém nos obrigou a entrar nessa. Agora que a gente entrou, a gente não sai. E se é pra jogar esse jogo bizarro, vamos sim, só que pra ganhar!
JONATHAN – E por falar nas pedras, cadê elas?
JACK – Boa pergunta. É o que temos que descobrir. No carro não estava, ela sabia que íamos pegá-la e se livrou antes, agora a pergunta que não quer calar é: onde!?
O médico entra na sala, rapidamente Jack e Jonathan se alvoroçam para cima dele.
JACK – Como tá a Natalie doutor?
MÉDICO – Olha, não trago notícias boas. A paciente está em coma e pode permanecer nesse estado por dias, meses, ou até mesmo anos.
Jonathan arrasado.
CENA 3. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE
Num piscar de olhos a noite em Madrid ganha seus belos e inigualáveis contornos como sempre.
CENA 4. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Jack abre a porta e entra no prédio, exausto e pensativo, até que dá de cara com Esmeralda no sofá.
ESMERALDA – E aí Jack, o que aconteceu com a Natalie? Pegaram ela? Não vai me dizer que ela fugiu.
JACK – A Natalie tá em coma Esmeralda e as pedras desapareceram, novamente.
Esmeralda em choque.
ESMERALDA – Me explica direito!
JACK – Pera, me explica você! Você fica quase 2 dias desaparecida e volta do nada quando bem entende e ainda quer ouvir explicação de uma história que VOCÊ devia estar lá pra ajudar?
ESMERALDA – Eu tive problemas Jack.
JACK – Que problemas? Conte-me!
ESMERALDA – Jack, vamos lá, por favor, conta logo vai.
JACK – A Natalie sumiu com as pedras preciosas e tentando fugir de mim e do Jonathan sofreu um acidente e tá no hospital em coma, tá bom pra você ou quer mais?
Jack vai entrando para seu quarto deixando Esmeralda tensa.
ESMERALDA – O cerco tá se fechando, mas eu não vou sair por baixo de jeito algum!
Esmeralda passa a mão na barriga, ela a encara.
ESMERALDA – Tá na hora desse estrupício que vai me deixar que nem uma baleia servir pra algo.
CENA 5. APARTAMENTO DE CAUÃ/ SALA. INTERIOR. NOITE
Cauã no apartamento lendo uma revista onde estava Cristal, ele se lembra:
CAUÃ – (Corta) Claro! Eu descubro que a mulher que eu amo está acabando com a vida da minha mãe e não é pra ficar estressado? FALA LOGO CARAMBA!
CRISTAL – NÃO É DA TUA CONTA! (Se recompondo) Cauã, não se envolve nisso, por favor, é melhor pra todo mundo.
CAUÃ – Cristal confia em mim!
CRISTAL – Não é falta de confiança, eu juro!
CAUÃ – Quer saber? Adeus Cristal!
Cauã continua pensativo, até que a campainha toca. Cauã logo abre um sorriso.
CAUÃ – Deve ser ela!
Ele corre para a porta e prontamente a abre dando de cara com Esmeralda.
ESMERALDA – Oi Cauã. Quanto tempo!
Esmeralda abraça Cauã, ela o encara com ternura.
CAUÃ – Esmeralda eu…
ESMERALDA – (Corta) Cauã, nós vamos ter um filho não me desampara! Por favor, eu te amo.
CAUÃ – Eu to com a Cristal, Esmeralda.
ESMERALDA – Se toca a Cristal não é pra você! Você me condena porque eu errei, tudo bem, eu admito, eu enganei, eu menti, eu roubei, mas eu to arrependida! Ser mãe tá me fazendo melhor! Você não vê a Cristal? Você acha que ela santa, mas ela não é tão santa quanto se pensa. Eu te amo Cauã.
CAUÃ – Mas eu não, eu amo a Cristal!
ESMERALDA – Será mesmo Cauã? Ou será que é tão difícil perdoar uma pessoa?
CAUÃ – VOCÊ ME SEPAROU DA CRISTAL PRA ME SEDUZIR, COMO VOCÊ QUER PERDÃO?
ESMERALDA – Quer saber Cauã? Eu desisto de nós. Eu to cansada da Cristal atrapalhando os meus planos, eu tentei ser bozinha, mas realmente não tá dando né? Já tá na hora de rompermos o nosso laço Cauã.
CAUÃ – Falando do que Esmeralda?
ESMERALDA – Você vai saber e pode ter certeza que em algum tempo você irá me agradecer.
Esmeralda sai. Cauã atônito.
CENA 6. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA
A noite se vai e rapidamente entra um dia lindo e agitado.
CENA 7. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. DIA
Cristal no quarto ao lado de Cauã, sentados na cama, ambos conversando.
CRISTAL – Cauã, a Esmeralda foi na sua casa ontem?
CAUÃ – Sim, e ela me assustou com as palavras dela Cristal, realmente me assustou.
CRISTAL – A Esmeralda não vai fazer nada com essa criança Cauã. Ei Cauã, o que acha da gente criar essa criança?
A porta bate interrompendo-os, em seguida Dinora entra.
DINORA – Cristal, temos uma visita pra você.
CRISTAL – Quem é? É coisa boa?
DINORA – Não, é coisa ótima. Vem comigo Cristal, você não irá se arrepender.
Dinora pega Cristal pelo braço e ambas vão descendo, Cristal chega a sala e não acredita no que vê, logo Madame Elizabeth com uma pose imponente e com um belo leque em mãos vira-se para Cristal cumprimentando-a.
MADAME ELIZABETH – Oi, prazer em conhecê-la?
CRISTAL – É sério mesmo? Eu to diante da dona de uma das maiores grifs do mundo? O prazer é todo meu!
MADAME ELIZABETH – Realmente é uma pessoa encantadora Cristal, gostei da sua pose, da sua firmeza, do seu talento e principalmente dos seus croquis. Você é a co-estilista que eu preciso pra minha coleção. Eu quero assinar a coleção de inverno com você Cristal.
Cristal fica boquiaberta e senta-se no sofá. Cauã desce as escadas e fica barbarizando.
CAUÃ – Madame Elizabeth, você aqui?
MADAME ELIZABETH – (Enojada) Filho de Carlota?
CAUÃ – O que faz aqui?
MADAME ELIZABETH – Isso é jeito de cumprimentar uma senhora distinta como eu menino? Sua mãe realmente não lhe deu educação. Alias com uma mãe como a Carlota qualquer um fica sem educação.
CRISTAL – Pode ficar tranqüila, ele não é como a mãe.
MADAME ELIZABETH – Então Cristal, aceita?
CRISTAL – Claro! Será um prazer imenso.
Cristal abraça Madame Elizabeth que sorri.
MADAME ELIZABETH – Chega, chega menina. Muito grude faz mal.
Madame Elizabeth fica a encarar Cristal de cima abaixo.
MADAME ELIZABETH – Eu vou te transformar em minha sombra Cristal, em breve você será tão deslumbrante e encantadora como a Cristal daquela festa. Você verá.
CENA 8. CASA DE CARLOTA/ SALA. INTERIOR. DIA
Esmeralda entra na sala onde encontra Carlota tensa, pensativa.
ESMERALDA – Dona Carlota, sou eu.
CARLOTA – Esmeralda! Que saudades!
Carlota e Esmeralda se abraçam.
CARLOTA – Você não vai acreditar no que aquela vadia da tua prima fez pra mim.
ESMERALDA – Eu já sei do que ela te aprontou. Foi ela e aquele tal de Derick.
CARLOTA – Nem me fale, a peste é namorado da minha filha.
ESMERALDA – Tenho umas coisas a te falar Carlota, são sérias. Vamos dar uma saída?
CENA 9. PORÃO. INTERIOR. DIA
O assassino no porão segurando um envelope em mãos, no telão a foto de Natalie.
ASSASSINO – Quem diria hein Natalie! Conseguiu destruir a si mesma com uma extrema facilidade. Tá aí, to gostando dessa história de auto-destruição. Só que eu não posso parar, eu tenho que continuar.
O assassino coloca a imagem de Jack no telão, pressiona uma tecla e a imagem fica em tons preto e branco.
ASSASSINO – Está chegando à hora de a sociedade ficar livre de mais um criminoso!
CENA 10. HOSPITAL/ CORREDOR. INTERIOR. DIA
Jack faz companhia a Jonathan que dorme um pouco, após ficar extremamente exausto. Chega uma secretária e entrega um envelope a Jack.
SECRETÁRIA – Mandaram te entregar hoje de manhã.
JACK – Quem?
SECRETÁRIA – Não deram nome, apenas deixaram no balcão pra você.
Jack rasga o envelope e vê várias fotos como o de Armando, Amanda, João, Lucicléia, Natalie, Cristal, Esmeralda e Carlota, após ver todas as fotos ele tira um cartão dourado.
JACK – (Lendo) “Tá chegando a sua hora nesse jogo, faça as suas apostas, qual será o seu fim?”.
Jack fica atônito.
CENA 11. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE
Por fim cai uma linda tarde em Madrid, um dia nublado toma conta da cidade que esfria, próximo ao inverno.
CENA 12. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. TARDE
Derick, Rosa, Cristal, Laís e Dinora no prédio em clima de descontração.
CRISTAL – O momento é especial e merece uma comemoração especial!
ROSA – Com certeza! Finalmente a Cristal saiu das garras da megera!
LAÍS – Ainda bem que reconhece!
DERICK – Mamãe!
ROSA – Deixa, eu mereço.
CRISTAL – Que tal uma boa saída pra comemorar?
DINORA – Você merece!
DERICK – Ótima idéia tem um restaurante ótimo por essas bandas!
Derick, Laís, Dinora, Rosa, Cristal e Derick saem do apartamento sorridentes.
CENA 13. RESTAURANTE/ ÁREA EXTERNA. INTERIOR. TARDE
Derick, Rosa, Cristal, Laís e Dinora comemoram num restaurante sorridentes, muito animados e festeiros.
DINORA – Parabéns minha amiga, você merece evoluir, depois de tudo nas mãos da Carlota.
ROSA – Sabe que até hoje eu não entendi o porque de você e minha mãe se odiarem tanto.
LAÍS – É delicado Rosa.
ROSA – Mas não interessa, pelo menos por hoje. A gente tem é que comemorar!
DERICK – Eu proponho um brinde a essa mulher maravilhosa que está diante de nós, à Cristal!
Todos brindam sorridentes à Cristal. Carlota e Esmeralda entram discretamente no restaurante, sem notar e sem serem notadas, elas ficam mais distantes, na área interna.
ROSA – Um minutinho gente, já volto.
Rosa entra no banheiro. Carlota e Esmeralda logo vão também. Carlota e Esmeralda começam a lavar as mãos para lancharem, Rosa as reconhece e fica dentro do banheiro.
CARLOTA – Esmeralda a gente tem que tirar a Cristal do nosso caminho, ela é um perigo!
ESMERALDA – Até hoje eu não entendi o porque você se aliou a mim pra destruí-la, eu tenho motivos, você não aparenta.
CARLOTA – Meus laços com aquela garota vão além do que se imaginam. São até mais fortes com o laço que eu tenho com minha querida norinha que vai me ajudar a acabar com aquela sem sal de uma vez por todas!
Rosa sai do banheiro após escutar a conversa de Carlota e Esmeralda que ficam atônitas.
ROSA – Então vocês estão se aliando pra acabar com a Cristal!?
A cena congela em tons roxos em Rosa a encarar Carlota e Esmeralda.
FIM DO CAPÍTULO