quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Me... I Am... Dudu Jean - Episódio 7 (SEASON FINALE)


EPISÓDIO 1x07
Season Finale
"O Dia em que a TVV parou"

FADE IN.

CENA 1/ PRÉDIO DA TV VIRTUAL/ EXTERNA /DIA



Externa do imponente prédio da emissora. Flashes atingem a tela e fotografias tomam o lugar da mesma:
  1. A fachada do prédio, feito em vidros espelhados;
  2. A logo da TV Virtual, destacada;
  3. O robô Félix descendo a rampa de acesso;
  4. Eduardo Amaral posando para as fotos;
  5. Luiz Gustavo, sério, entrando em uma limusine;
  6. O vento levantando a saia de Rosinha Brandão; 
  7. Gustavo Negreiros escondido atrás de uma árvore;
  8. Idalécio Cassul parando a limusine de Eduardo Amaral.

FADE OUT/FADE IN.

CENA 1/ PRÉDIO DA TV VIRTUAL/ SALA DA PRESIDÊNCIA/DIA

LEGENDA: RIO DE JANEIRO, 27 DE MAIO DE 2014.

Luiz Gustavo entra, avoado, na sala da presidência e se depara com o robô Félix, de um lado para o outro, como se estivesse preocupado.

Luiz Gustavo: Presidente, o que aconteceu? Se você tivesse um rosto, eu diria que está preocupado.

Félix: E estou mesmo! É o fim, Luiz Gustavo. O FIM!

Luiz Gustavo: Ai, meu Deus... Não vai dizer que Faça Suas Apostas, a principal atração do momento, flopou?!

Félix: Antes fosse só isso. Além de a novela ter flopado, não há nada mais, nada mesmo, nos nossos cofres. Estamos esgotados, aniquilados e endividados! (T) Malditas leis trabalhistas, essas, de vocês, humanos! Acredita que aquele tal Eduardo Amaral veio aqui com um advogado, só porque atrasamos o salário dele por apenas seis meses?

Luiz Gustavo: Meu Deus, Félix, e agora? A gente não pode pedir um empréstimo?

Félix: Os bancos fecharam as portas na minha tela de trabalho. Luiz Gustavo... (T) Eu... Eu acho que está na hora de nós fecharmos nossas portas...

A CAM foca no rosto de Luiz Gustavo, surpreso.

CENA 2/ PRÉDIO DA TV VIRTUAL/AUDITÓRIO/TARDE


A sonoplastia toca ao fundo. Todos os funcionários da emissora TV Virtual estão reunidos num grande auditório, cujo palco conta com a presença do diretor Luiz Gustavo e do presidente Félix Crítica. Luiz mexe no microfone enquanto o evento não começa.
Eduardo Amaral se encontra em uma das cadeiras da frente, ao lado de Yuri. Nas fileiras acima, encontram-se Paulo Vitor Oliveira, Márcio Gabriel, Isa Nota, Rosinha, William Araújo, dentre outros funcionários.

Eduardo: Era só o que me faltava... Hoje nem é dia de eu estar aqui nessa pocilga de emissora e essa lata velha chama a gente pra “um comunicado urgente”. (cruza as pernas). Vai ver ele quer que a gente faça uma vaquinha pra comprar um óleo pra ver se ele para de pifar.

Yuri: Creeeeedo, chefinho! Não fala assim do presidente da emissora! Ele não é um robô idoso. Vai que ele escuta?

Eduardo (joga a franja para trás): Tô nem aí. Eles não podem me demitir. Essa emissora não é nada sem mim. Ninguém é mais poderoso que Deus e eu!

Um som de microfonia atrapalha o burburinho e faz com que todos que estão no auditório se calem e olhem para o palco.

Luiz Gustavo: Boa tarde, membros da TV Virtual!

O coro responde.

Luiz Gustavo: Pedi para que todos comparecessem hoje aqui no auditório da TV Virtual para que Félix Crítica, nosso presidente, fizesse um comunicado importante. Como todos já foram avisados, é algo sério.

Silêncio absoluto. Luiz Gustavo abaixa a altura do suporte do microfone. O robô Félix ruma até o mesmo e se prepara para falar.

Félix: Boa tarde (pigarreia; a voz eletrônica apresenta algumas falhas). Como vocês sabem, eu fundei a TV Virtual com o intuito de dar a oportunidade a jovens escritores, como todos os que estão presentes aqui hoje.

A CAM mostra o rosto de Isa Nota, William e Márcio Gabriel.

Félix: (cont.) Todos devem ter seus trabalhos reconhecidos. Porém, tempos depois, eu percebi que poderia expandir a emissora para que ela não fosse apenas de novelas. Não enrolando muito, vou direto ao ponto: a ideia de contratarmos Eduardo Amaral, ex-portal cuequinha e ex-CDO para trabalhar conosco.

Eduardo: (se levanta, espantado) EEEEU?! O que eu tenho a ver com isso?

Félix: As exigências para que este entrevistador pudesse trabalhar aqui eram as maiores possíveis. E foi isso o que nos faliu!

Todas as pessoas ficam boquiabertas e espantadas. Burburinho.

Félix: SILÊNCIO!!!

Todos se calam.

Félix: O caixa da emissora não aguentou a demanda. Além das despesas básicas que toda empresa tem, precisamos pagar nossos funcionários. (T) Depois do pagamento de seis, SEIS meses de salário atrasado do nosso querido Eduardo Amaral, nosso cofre ficou no vácuo. E é por conta disso que hoje, 27 de maio de 2014, decreto o fim da emissora TV Virtual.

Sonoplastia para. A notícia gera confusão no auditório. Alguns funcionários começam a discutir e é impossível impor silêncio. De repente, Márcio Gabriel sobe em uma das cadeiras e grita.

Márcio Gabriel: CALEM A BOCA!!!

Silêncio.

Márcio Gabriel: Eu tenho uma ideia: por que você, Eduardo, não devolve o dinheiro pra emissora? Depois o Félix te paga.

Todos concordam, olhando para Eduardo que, ainda de pernas cruzadas, parece não estar nem aí.

Todos: Devolve! Devolve! Devolve!

Eduardo: Que ideia mais absurda essa desse autor flopado de novela das seis? Olha, gente... Eu até devolveria, mas... (cutuca Yuri, que está ao seu lado) Diz aí, Yuri, o que eu fiz ontem. Estou com preguiça.

Yuri: Tá, gente, o patrãozinho não tem mais nenhuma economia, pois gastou tudo, ontem, no show da Demi Lovato. Um show particular. Digo mesmo!

As pessoas começam uma nova discussão. Márcio Gabriel desce da cadeira, desistindo.

Eduardo: Aff, não precisa entrar em detalhes! Ninguém precisa saber que eu sou lovactic.

CENA 3/ PRÉDIO DA TV VIRTUAL/EXTERIOR/NOITE

Centenas de pessoas começam a sair pela porta principal do prédio da emissora. Os dois últimos a sair são Luiz e Félix. Eles observam a fachada: as luzes se apagam e o grande portão preto de correr, com o logotipo da emissora em laranja, começa a fechar.

Félix: Game Over.

FADE OUT/FADE IN.

CENA 4/ MANSÃO AMARAL/QUARTO DE EDUARDO/NOITE

Eduardo, preparado para ir dormir, é interrompido por Yuri, que entra no quarto sem bater.

Yuri: Divindade soberana, estou indo para o meu cafofo.

Eduardo: Eu vou ter que colocar um aviso na porta, né? Só pode! Criatura, bata na porta! Eu poderia estar em um momento íntimo, agora!
Yuri (malicioso): Não há nada aí que eu não tenha visto, queen. É que, chefinho, chegou uma correspondência importante pro senhor! E eu não poderia ir pra casa antes de entregar-lhe. Lembrando que amanhã é minha folga, né?

Eduardo se levanta da cama e toma a carta das mãos de Yuri.

Eduardo: Tchau. Corre logo antes que perca o ônibus. Até... Até depois da tua folga. Rala, rala!

Ele o empurra para fora do cômodo e bate a porta.

Eduardo abre a carta.

Eduardo (lendo): “Ordem de despejo”. “Hipoteca vencida e não paga”. (larga a carta e põe a mão no peito; pasmo) Ai meu Deus, não pode ser! Eu tô perdida, desempregada e sem dinheiro. E... Sem teto...

Eduardo se joga na cama. Seus olhos arregalados encaram a CAM.

CENA 5/ MANSÃO AMARAL/QUARTO DE EDUARDO/NOITE



Amanhece, mostrando imagens do nascer do sol e, em seguida, de uma favela do Rio de Janeiro: pessoas subindo e descendo o morro, uma mulher abrindo o portão de ferro de um bar, crianças indo à escola, homens numa rodinha de samba, comendo churrasco, etc.

CENA 5/ CASA DE YURI/ QUARTO/ DIA

Sonoplastia se encerra. Um quarto um tanto quanto humilde. Uma cama de solteiro, alguns pôsteres da Lady Gaga na parede. Uma pequena cômoda com uma televisão antiga em cima. Na cama está Yuri, que abre os olhos, acordando, e se levanta.
Andando até a porta do quarto, o mordomo de Eduardo Amaral caminha em passos lentos, bocejando.

Yuri: (sonolento) Ainda bem que hoje é a minha folga.

Yuri caminha pelos CÔMODOS com seus chinelos Havaianas, até que chega a sala, onde se depara com uma figura, sentada em seu sofá. Trata-se de Eduardo Amaral que, de pernas cruzadas, folheia uma revista.

Yuri (boquiaberto): Patrãozinho? O que faz aqui? Como entrou aqui?

Eduardo coloca a revista sobre a velha mesinha de centro e se põe de pé.

Eduardo: Criatura! Já era tempo de acordar, né?

Yuri: São nove da manhã! E hoje o senhor me deu folga, viu. (pausa) Aconteceu alguma coisa, divo?

Eduardo, envergonhado, abaixa a cabeça por alguns segundos e Yuri fica mais apreensivo.

Yuri: Patrãozinho, fale! Sabe que pode contar comigo pra tudo.
Eduardo: Eu to desabrigado! (chorando) Não paguei a hipoteca da mansão e como gastei o dinheiro todo que recebi da emissora, não tenho mais como pagar. Eu sou uma princesa com o bumbunzinho no meio da rua, empreguete...

Yuri: Nossa Senhora de Júpiter! (se aproxima) Mas desabrigado é o que o senhor não fica. Pode ficar aqui na minha humilde residência, Du. Eu faço uma caminha de jornal e o senhor dorme no pé da minha cama, pode ser?

Eduardo, emocionado, abraça Yuri.

Eduardo: Todos fecharam as portas para mim, mas só você, Yuri, me recebeu de braços abertos!

CENA 7/ RIO DE JANEIRO

LEGENDA: “ALGUNS DIAS DEPOIS”.

Na tela, imagens do Rio de Janeiro: praias, Cristo Redentor, Pão de Açúcar, carros andando nas principais avenidas, etc.

CENA 8/ MANSÃO RAVELA/ SALA/ DIA

Zih repousa no enorme sofá de sua sala. Ela usa uma máscara de creme e rodelas de pepino nos olhos. A campainha toca e ela se incomoda.

Zih: Sadraaaaaaack! A campainha está tocando!

Alguns segundos se passam e a campainha volta a tocar.

Zih: (berra) SADRACK!!!

Nenhum sinal do empregado de Zih. A mulher retira as rodelas de pepino, colocando-as num prato sobre a mesa de sua sala e vai atender a porta. Abrindo a porta, ela se depara com Luiz Gustavo, que carrega uma bolsa com o logotipo da Jequiti.

Luiz Gustavo: Oi, eu posso entrar? Tenho uma novidade pra te contar.

Zih: Ah, eu to sem dinheiro.

Luiz Gustavo entra, mesmo sem Zih dar permissão, se dirigindo ao sofá. Ele olha fixamente para os pepinos que outrora estavam nos olhos da moça e agora repousavam num prato em cima da mesa de centro.

Luiz Gustavo: Acha que eu vim pedir esmola, amiga?

Zih: Depois que a TVV fechou, tá todo mundo na maior pindaíba. Ouvi dizer que tem até neguinho passando fome...

Luiz Gustavo (com a mão no peito): Credo, amiga! (torna a olhar para os pepinos em cima da mesa, pega as rodelas e come. Zih o observa com asco) Não é pra tanto (mastiga, de boca cheia) Têm outras emissoras por aí.

Zih: Sim, e qual é a novidade que cê tem pra me contar? (cruza os braços)

Luiz Gustavo (abre um sorriso): Tô vendendo Jequiti! Olha esse: “Perfume” by Britney Spears. O cheiro oficial da cantora.  E esse aqui (pega um pote branco) “NewRew”, by Madonna. Usa, Zih, ele disfarça bem os pés de galinha, as olheiras e, principalmente, a idade.

Zih olha com reprovação para Luiz Gustavo.

CENA 9/ MANSÃO RAVELA/ EXTERIOR/ DIA

A porta da mansão de Zih é aberta e Luiz Gustavo é jogado para fora. O rapaz cai no chão e, em seguida, a bolsa com os produtos da Jequiti é arremessada para fora. A porta fecha.

Luiz Gustavo: Aff, que estresse!

Luiz se levanta, pega sua bolsa e vai embora.

CENA 10/ CALÇADÃO DE COPACABANA/ NOITE

É noite. Algumas mulheres com trajes curtos caminham pelo calçadão. Carros param, elas se escoram nas janelas e, em seguida, entram. Outras continuam rodando suas bolsinhas, esperando clientes.

Eduardo Amaral chega, vestindo uma espécie de burca, que cobre todo o seu corpo e deixa exposto apenas seus olhos. Ele se une ás outras moças que caminham por ali.

Eduardo: (em off) Espero que ninguém me reconheça.

Eduardo, apesar da tentativa de discrição, chama atenção das prostitutas.

Prostituta #1: (gargalha) Desse jeito aí você não vai conseguir nem um velho banguela, querida!

Prostituta #2: Coitadinha, deve estar começando agora.

Eduardo (com ódio): Começando agora? Eu tenho mais experiência que vocês duas juntas! Homens gostam de um mistério no ar.

Percebendo a voz grossa da pessoa que está embaixo da burca, as prostitutas continuam a rir.

Prostituta #1: E põe mistério nisso! Travecão!

As duas saem, rindo de Eduardo. Edu dá um beijinho em cada ombro e sai andando na direção oposta, com dificuldades por causa de sua roupa. Em sua direção, vem Rosinha, vestindo uma saia curta, rodando a bolsinha. Eduardo começa a rir, a encarando.

Eduardo: Parece que não fui só eu quem teve essa ideia, hein?

Rosinha olha para Eduardo, ainda coberto pela burca.

Rosinha: Te conheço, projeto de Osama Bin-Laden?

Eduardo retira a burca e revela sua roupa cor de rosa, chamativa e cheia de lantejoulas.

Eduardo: Oi, Rosinha, o que fazes aqui?

Rosinha se espanta e sai correndo. Edu corre atrás dela e a alcança.

Rosinha: Eu vou chamar a polícia se você não me soltar e foi embora, rapariga!

Eduardo: Ai, querida, todo mundo sabe que você é mais rodada que a cabeça da menina do exorcista. Não vem com essa de garotinha pura, porque não cola.

Rosinha: Já mandei você sair, viado.

Eduardo: Tá, só tenha cuidado ao andar no sol.

Rosinha: Andar no sol? Por quê?

Eduardo: Por que merda no sol seca. (Eduardo gargalha na cara dela) Beijos de luz pra você.

Eduardo continua andando, agora sem a burca. Um carro para e ele se escora na janela, negociando com o cliente. Perto dali, um paparazzo o fotografa.

CENA 11/ RIO DE JANEIRO/ BANCA DE REVISTAS/ DIA

É dia. Zih chega a uma banca de revistas e procura no mostruário qual revista ela comprará. Se dirige ao vendedor, um homem de cabelo branco e um bigode estilo português.

Zih: Oi, Sr. Joaquim! Eu quero a edição dessa semana da Flash Magazine, mas não to encontrando. Ainda não chegou? Eles disseram que a edição estaria bombástica, mostrando o que aconteceu com o pessoal daquela emissora falida, a TVV.

Joaquim: Dona Zih, acabou de chegar. Está quentinha!

Joaquim entrega um exemplar para Zih, que começa a folhear ali mesmo.

Zih (lendo): “Veja o que aconteceu com os principais funcionários da poderosa e falida TV Virtual” (gargalha) poderosa! Adorei o veneno deles!

Zih puxa uma cadeira de plástico, se senta e volta a ler.

Zih (lendo): “Eduardo Amaral, um ícone das telecomunicações, acabou voltando para o seu lugar de origem: a calçada! O ex-DJ e ex-apresentador foi flagrado negociando preços, escorado na janela de um lindo fusca em pleno calçadão de Copacabana!” (Zih para, respira e volta a ler) “Outro entrevistador que acabou indo de mal à pior, foi Paulo Vitor Oliveira. O pobrezinho deixou de servir chazinho na sua emissora de origem e acabou indo servir, além de chá, refrigerante e salgado numa barraca de praia. Oremos pela alma desse menino!”.

Zih ri muito das notícias, o que chama atenção das pessoas que transitam por ali.

Zih (lendo): “Isa Nota, Juliana Cordeiro e Elis Vianna são as novas contratadas da CPO TV, nova emissora do empresário criativo Menóh da Sul. Elas escreverão, juntas, um remake de “Perfume”, sucesso de Luiz Gustavo. A novela se chamará “Colônia” e promete fazer o maior sucesso, segundo a mãe do próprio Menóh. Falando em Luiz Gustavo, este abandonou a carreira de empresário, diretor e escritor e está trabalhando com o nosso querido Sílvio Santos, vendendo Jequiti.” (Zih ajeita os óculos e volta a ler) “Outro que continua firme e forte no mundo da escrita é Márcio Gabriel, que assinou contrato com a CNTV e escreverá, acreditem ou não, um ROTEIRO PORNÔ para a emissora. Estamos imaginando aqui a criatividade desse jovem.”

Joaquim serve um Aquarius Fresh para Zih.

Zih: Obrigada, Joq! (lendo) “William Araujo, que também escrevia para o Belas Histórias, acabou enlouquecendo com o fim da TVV e foi mandado para o Acre, onde vive com sua criação de capivaras. Já o dono da emissora, Félix Crítica, no momento, se encontra em um ferro velho, aguardando ser reciclado. Nós, da Flash Magazine, apostamos que Félix vai virar latinhas de Coca-Cola. No pior caso, de Guaraná Dolly. Rezaremos por todos os funcionários da TVV”.

Zih guarda a revista na bolsa, encara a CAM e dá um sorriso.

CENA 12/ RIO DE JANEIRO/ FERRO VELHO/DIA

Um amontoado de carros quebrados e outros objetos feitos de metal são arremessados em um local exposto. Vários tratores andam pelo lugar, comprimindo os materiais e colocando-os em seguida na caçamba de um caminhão.
Perto dali, o robô Félix, se esconde dentro de um velho fusca e observa o movimento dos tratores.

Félix: Melhor eu me esconder agora. Mas eu sei que o meu destino vai ser esse.

As luzes de LED do rosto do robô se apagam, indicando tristeza. Félix se encosta-se ao banco do carro e é ouvido um barulho de moedas caindo. Félix usa suas articulações para se abaixar e apanha uma das moedas. A luz da moeda de ouro é muito forte. Félix se joga no chão, animado.

Félix: (voz robótica; animação) Estou rico, estou rico, estou rico, estou rico...

A CAM vai se afastado e, finalmente, é mostrado o céu.

CENA 13/ MONTAGEM:


Surgem fotos em tela preta:
  1. Félix cortando uma grande fita na frente do prédio da TVV, intacto;
  2. Todos o aplaudindo;
  3. Eduardo Amaral ao lado de um troféu, com a escrita: “O maior pênis do mundo!”;
  4. Luiz Gustavo abraçado a Félix.
Narrador: (em off) Félix Crítica utilizou o dinheiro do tesouro para reabrir a emissora Tv Virtual; todos os funcionários ganharam seus empregos de volta... Inclusive Eduardo Amaral, que aceitou trabalhar, mas com um cachê menor.

Eduardo Amaral surge na tela preta e pisca para a CAM.

FADE TO BLACK.