CENA 1. DELEGACIA/ SALA DE VISITAS. INTERIOR. NOITE
Cristal se atraca com ela e levanta suas mãos para o alto, ela puxa a arma e passa uma rasteira na presa que cai no chão, ela coloca a arma na garganta da presa.
CRISTAL – QUEM FOI QUE TE MANDOU? QUEM!? FALA OU MORRE SUA MALDITA!
A presa fica a encarar Cristal desesperada, enquanto por fora da sala o tiroteio continuava, as presas começavam a abrir a delegacia e saiam correndo, sirenes e barulhos de tiro por todos os lados, além de uma densa fumaça.
PRESA – ME SOLTA!
CRISTAL – Fala! Quem te mandou e por quê?
A presa dá um chute em Cristal e começa a correr, ela sai para fora da sala. Cristal corre atrás dela.
CRISTAL – ESPERA!
A presa entra no meio de um tiroteio e toma duas balas perdidas na cabeça caindo morta. Cristal e Dinora vêem a tudo tensas. As presas começam a fugir.
DINORA – Eu tenho que fugir também Cristal! Se não vou ser pega. Me ajuda amiga, por favor.
CENA 2. APARTAMENTO DE CAUÃ/ SALA. INTERIOR. NOITE
Cauã na sala sentado. Pensativo, ele se lembra:
Cristal e Cauã se encaram por segundos.
CRISTAL – Eu… Eu… Eu TE AMO SEU IDIOTA!
Cauã agarra Cristal e ambos se beijam apaixonadamente como se fosse a primeira vez.
Em seguida ele se lembra:
Esmeralda sente pena ao ver o rosto de Cauã machucado, ela passa a mão em seu rosto carinhosamente.
CAUÃ – Você me lembra ela Soledad. Tão carinhosa, tão bonita, até o perfume é parecido…
Esmeralda engole em seco, sem responder, uma lágrima escorre de seu rosto. Logo começa a chover incessantemente, a chuva começa a molhar seus corpos e atraí-los para mais perto. Até que eles não resistem e se beijam ali mesmo.
CAUÃ – Eu não posso desamparar um filho mesmo que da Esmeralda, mas não vou abandonar a Cristal de jeito nenhum… Eu vou lutar pelo o que eu quero e seja o que Deus quiser.
CENA 3. DELEGACIA/ SALA. INTERIOR. NOITE
CRISTAL – Vai Dinora, eu te dou cobertura!
Dinora coloca a blusa de Cristal e começa a correr agachada, ela se mistura as presas revoltas em meio a fumaça. As presas saem da carceragem e invadem a delegacia, sem opção os policiais abrem as portas, as presas começam a sair de monte, inclusive Dinora.
RUAN – DROGA!
PABLO – Era só o que nos faltava, uma rebelião!
RUAN – E a Dinora? Será que ela fugiu?
AUGUSTO – A Dinora é peixe pequeno… A pergunta mesmo é: o que o assassino vai fazer com a fuga da Dinora?
Cristal se aproxima, ela entra na sala.
CRISTAL – Tentaram matar a Dinora aqui dentro. A vida da minha amiga tá em perigo. E o hábeas corpus, quando sai?
AUGUSTO – Amanhã creio, o advogado pediu um de emergência pelo risco que ela corre.
CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA
Cai um dia tenso na capital espanhola, mas ensolarado como sempre.
CENA 5. FLAT/ SALA. INTERIOR. DIA
Dinora tensa no flat escondida. A campainha toca, Dinora vai e atende Cristal que entra e a abraça.
CRISTAL – Você tá livre amiga! Seu hábeas corpus saiu essa madrugada.
DINORA – Ainda bem! Eu não seqüestrei o Luan, eu juro! É tudo mentira.
CRISTAL – A gente sabe Dinora. Bom, to voltando a pensão. Até mais.
DINORA – Hoje a tarde eu vou pra lá… E o Luan? O que ele tá achando de tudo isso?
CRISTAL – Não vou mentir, ele não quer te ver nem pintada de ouro. Ele realmente acha que você é uma bandida Dinora.
DINORA – Eu sou inocente e eu vou pegar esse maldito e provar isso!
Cristal se despede e sai.
6 DIAS DEPOIS…
CENA 6. PORÃO. INTERIOR. DIA
O assassino num porão com um envelope lacrado em mãos, ele caminha pensativo.
ASSASSINO – Já passou da hora de uma nova brincadeira com todos os meus prezados jogadores. Eu não to a brincadeira.
Ele pega o celular e digita uma mensagem:
“Venha ao meu encontro o mais rápido possível, é de seu extremo interesse. Venha sozinha, se vier acompanhada não estarei lá, o endereço segue abaixo.”
CENA 7. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. DIA
Natalie, Jack e Jonathan reunidos tensos, com um mapa em mãos.
JONATHAN – Então a espertinha da Dinora colocou as pedras no correio pra enviar pra mamãezinha dela no Brasil?
JACK – Só que pra nossa sorte as pedras ainda estão aqui e apenas sairão do Brasil nos próximos dias.
NATALIE – A gente vai roubar essas pedras depois de amanhã antes de chegar no porto, ela vão sair em torno das 10 da manhã, correto?
JACK – Sim, é quando a gente vai e rouba aquelas pedras preciosas de uma vez por todas!
JONATHAN – Gostando de ver Jack… Voltando ao que você realmente é, e a Cristal já esqueceu?
JACK – Do que adianta pensar nela? Ela não quer nada comigo, eu já perdi muito nesse jogo. A Esmeralda, a Cristal, o pouco de dignidade que me restava, pelo menos com uma boa grana eu tenho que sair dessa!
NATALIE – É isso aí. E a Esmeralda?
JACK – Ela tá encantada com essa sogrinha dela, amiguinhas de infância. Pra mim tem algo aí que nós não sabemos.
JONATHAN – Aquela posuda não é tão santa quanto quer que a gente pense.
JACK – Isso eu já saquei, o que eu não saquei ainda é o que há por trás.
NATALIE – Bom, chega disso, vou dar uma saidinha.
JACK – Eu também.
CENA 8. PRAÇA. EXTERIOR. DIA
Cauã e Cristal caminham na praça, se divertindo, brincando, aos beijos.
CRISTAL – Ai Cauã, eu nunca deixei de te amar sabia? Mesmo após tudo.
CAUÃ – Me perdoa pela Esmeralda. Eu tava fora de mim, eu cai na arapuca dela, eu fui fraco!
CRISTAL – Foi impulso Cauã, você cometeu um erro impulsionado pelo dela.
CAUÃ – Mas dois erros ainda não formam um acerto, e esse meu filho Cristal? O que será dele?
CRISTAL – Esse filho Cauã será bem vindo, ele não tem culpa de nada, a gente não pode deixar a Esmeralda com uma criança, a gente não sabe do que ela é capaz de fazer.
Jack caminha pela praça, pensativo. Lembrando-se de Cristal, até que ele se esconde atrás de uma árvore ao vê-la junto de Cauã.
CAUÃ – Você é incrível sabia?
CRISTAL – (Ri) Sim. E fico ainda mais com você ao meu lado.
Ambos se beijam apaixonadamente em meio ao parque. Jack vê a tudo pasmo, uma lágrima escorre de seu rosto ao ver a cena. Ele vira as costas e se vai arrasado.
CENA 9. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE
Cai uma bela tarde em Madrid, como de costume. Pessoas, ônibus, carros por todos os lados.
CENA 10. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. TARDE
Dinora entra na pensão, ela está vazia, ela olha por todos os cantos. Ela vai subindo pelos quartos, a todo instante lembra-se da prisão, das pedras preciosas, etc. Ela entra em seu quarto, onde encontra Luan sentado em sua cama.
DINORA – Você?
LUAN – Que surpresa, não pensei que te veria tão cedo de novo Dinora.
DINORA – Eu juro Luan, eu não fiz nada pra você, eu sou inocente!
LUAN – Ah não? Então me seduzir, me drogar, roubar as minhas pedras não foi nada?
DINORA – Eu fui corrompida pela ambição?
LUAN – E OLHA ONDE A AMBIÇÃO TE LEVOU! Pra trás das grades!
DINORA – Luan, por favor, eu fiz tudo isso, eu errei, mas eu não seria capaz de te seqüestrar. Eu estava com as pedras.
LUAN – Eu sei que não foi você Dinora.
Dinora fica completamente perplexa.
LUAN – Ele me obrigou a te incriminar Dinora. Com você na cadeia é mais fácil pro assassino pegar as pedras preciosas.
DINORA – QUEM É ELE? QUEM!?
LUAN – Eu não sei, eu juro que não sei, ele só me obrigou a fazer isso pois era o único jeito de tirar você do caminho por hora.
DINORA – Então… Tudo tá fazendo sentido! Aquele miserável precisava de mim viva e sob controle, mas depois ele mandou me matar na cadeia… Isso só pode ser porque ele já sabe onde estão as pedras. MERDA!
Dinora se lembra:
PRESA – Pronta pra dizer adeus Dinora?
DINORA – O que eu fiz pra você? Não me mata.
PRESA – Ordens superiores… Adeuzinho!
A presa engatilha a arma prestes a atirar.
LUAN – Então você realmente escondeu as pedras.
Dinora abre o armário, ela pega várias peças de roupa e coloca numa mala.
DINORA – Se vocês acham que eu vou sair por baixo, mas não vou mesmo! Eu apostei alto nessa história e eu não vou perder!
LUAN – O que você tá fazendo Dinora?
DINORA – Eu vou sumir no mundo Luan com essas pedras Luan, vamos ver quem será mais rápido.
CENA 11. CEMITÉRIO. EXTERIOR. TARDE
O coveiro abre a porta do cemitério e logo Ruan e Pablo entram em choque.
COVEIRO – Entre seu policial.
RUAN – Que história é essa do Armando que eu não entendi direito? O corpo dele não estava no túmulo e agora ele aparece na porta do cemitério?
COVEIRO – Exatamente isso. O corpo tava aqui hoje de manhãzinha, todo mundo viu!
PABLO – Aquele miserável tá brincando com a gente Ruan! Só pode!
COVEIRO – De certo o corpo foi desovado aqui de madrugada.
Logo surgem diversos carros da mídia que param de frente ao local, começam a fotografar e se alvoroçar diante dos policiais.
REPÓRTER – Vocês tem indícios do por que fizeram isso com o corpo?
JORNALISTA – Quais providências serão tomadas?
RUAN – Só posso dizer que a polícia está tomando suas devidas providências e que o assassino será pego. Nada mais a declarar.
CENA 12. SHOPPING. INTERIOR. TARDE
Esmeralda no shopping fazendo compras, olhando para diversas roupas, comprando algumas para o enxoval de seu bebê.
ESMERALDA – Ai que roupinha mais linda!
O celular de Esmeralda vibra, ela pega e abre numa mensagem: “Venha ao meu encontro o mais rápido possível, é de seu extremo interesse. Venha sozinha, se vier acompanhada não estarei lá, o endereço segue abaixo.” Esmeralda fica tensa.
ESMERALDA – Que encontro que será esse?
CENA 13. GALPÃO. INTERIOR. TARDE
Esmeralda vai caminhando pelo galpão, entrando, tensa, com uma arma em punho, com passos lentos. Ela entra no galpão, a porta se festa, ela dá um pulo de susto e dispara um tiro para o alto.
ESMERALDA – QUEM ESTÁ AÍ? ANDA, REVELE-SE!
ASSASSINO – Seu desejo é uma ordem!
O assassino mascarado vira-se para Esmeralda, logo ele puxa a máscara. Esmeralda fica boquiaberta com o que vê.
A cena congela em tons roxos em Esmeralda atônita com o que vê.
FIM DO CAPÍTULO