segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 36



CENA 1. DELEGACIA/ SALA DE VISITAS. INTERIOR. NOITE

Cristal se atraca com ela e levanta suas mãos para o alto, ela puxa a arma e passa uma rasteira na presa que cai no chão, ela coloca a arma na garganta da presa.

CRISTAL – QUEM FOI QUE TE MANDOU? QUEM!? FALA OU MORRE SUA MALDITA!

A presa fica a encarar Cristal desesperada, enquanto por fora da sala o tiroteio continuava, as presas começavam a abrir a delegacia e saiam correndo, sirenes e barulhos de tiro por todos os lados, além de uma densa fumaça.

PRESA – ME SOLTA!

CRISTAL – Fala! Quem te mandou e por quê?

A presa dá um chute em Cristal e começa a correr, ela sai para fora da sala. Cristal corre atrás dela.

CRISTAL – ESPERA!

A presa entra no meio de um tiroteio e toma duas balas perdidas na cabeça caindo morta. Cristal e Dinora vêem a tudo tensas. As presas começam a fugir.

DINORA – Eu tenho que fugir também Cristal! Se não vou ser pega. Me ajuda amiga, por favor.

CENA 2. APARTAMENTO DE CAUÃ/ SALA. INTERIOR. NOITE

Cauã na sala sentado. Pensativo, ele se lembra:

Cristal e Cauã se encaram por segundos.

CRISTAL – Eu… Eu… Eu TE AMO SEU IDIOTA!

Cauã agarra Cristal e ambos se beijam apaixonadamente como se fosse a primeira vez.

Em seguida ele se lembra:

Esmeralda sente pena ao ver o rosto de Cauã machucado, ela passa a mão em seu rosto carinhosamente.

CAUÃ – Você me lembra ela Soledad. Tão carinhosa, tão bonita, até o perfume é parecido…

Esmeralda engole em seco, sem responder, uma lágrima escorre de seu rosto. Logo começa a chover incessantemente, a chuva começa a molhar seus corpos e atraí-los para mais perto. Até que eles não resistem e se beijam ali mesmo.

CAUÃ – Eu não posso desamparar um filho mesmo que da Esmeralda, mas não vou abandonar a Cristal de jeito nenhum… Eu vou lutar pelo o que eu quero e seja o que Deus quiser.

CENA 3. DELEGACIA/ SALA. INTERIOR. NOITE

CRISTAL – Vai Dinora, eu te dou cobertura!

Dinora coloca a blusa de Cristal e começa a correr agachada, ela se mistura as presas revoltas em meio a fumaça. As presas saem da carceragem e invadem a delegacia, sem opção os policiais abrem as portas, as presas começam a sair de monte, inclusive Dinora.

RUAN – DROGA!

PABLO – Era só o que nos faltava, uma rebelião!

RUAN – E a Dinora? Será que ela fugiu?

AUGUSTO – A Dinora é peixe pequeno… A pergunta mesmo é: o que o assassino vai fazer com a fuga da Dinora?

Cristal se aproxima, ela entra na sala.

CRISTAL – Tentaram matar a Dinora aqui dentro. A vida da minha amiga tá em perigo. E o hábeas corpus, quando sai?

AUGUSTO – Amanhã creio, o advogado pediu um de emergência pelo risco que ela corre.

CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA

Cai um dia tenso na capital espanhola, mas ensolarado como sempre.

CENA 5. FLAT/ SALA. INTERIOR. DIA

Dinora tensa no flat escondida. A campainha toca, Dinora vai e atende Cristal que entra e a abraça.

CRISTAL – Você tá livre amiga! Seu hábeas corpus saiu essa madrugada.

DINORA – Ainda bem! Eu não seqüestrei o Luan, eu juro! É tudo mentira.

CRISTAL – A gente sabe Dinora. Bom, to voltando a pensão. Até mais.

DINORA – Hoje a tarde eu vou pra lá… E o Luan? O que ele tá achando de tudo isso?

CRISTAL – Não vou mentir, ele não quer te ver nem pintada de ouro. Ele realmente acha que você é uma bandida Dinora.

DINORA – Eu sou inocente e eu vou pegar esse maldito e provar isso!

Cristal se despede e sai.

6 DIAS DEPOIS…

CENA 6. PORÃO. INTERIOR. DIA

O assassino num porão com um envelope lacrado em mãos, ele caminha pensativo.

ASSASSINO – Já passou da hora de uma nova brincadeira com todos os meus prezados jogadores. Eu não to a brincadeira.

Ele pega o celular e digita uma mensagem:

“Venha ao meu encontro o mais rápido possível, é de seu extremo interesse. Venha sozinha, se vier acompanhada não estarei lá, o endereço segue abaixo.”

CENA 7. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. DIA

Natalie, Jack e Jonathan reunidos tensos, com um mapa em mãos.

JONATHAN – Então a espertinha da Dinora colocou as pedras no correio pra enviar pra mamãezinha dela no Brasil?

JACK – Só que pra nossa sorte as pedras ainda estão aqui e apenas sairão do Brasil nos próximos dias.

NATALIE – A gente vai roubar essas pedras depois de amanhã antes de chegar no porto, ela vão sair em torno das 10 da manhã, correto?

JACK – Sim, é quando a gente vai e rouba aquelas pedras preciosas de uma vez por todas!

JONATHAN – Gostando de ver Jack… Voltando ao que você realmente é, e a Cristal já esqueceu?

JACK – Do que adianta pensar nela? Ela não quer nada comigo, eu já perdi muito nesse jogo. A Esmeralda, a Cristal, o pouco de dignidade que me restava, pelo menos com uma boa grana eu tenho que sair dessa!

NATALIE – É isso aí. E a Esmeralda?

JACK – Ela tá encantada com essa sogrinha dela, amiguinhas de infância. Pra mim tem algo aí que nós não sabemos.

JONATHAN – Aquela posuda não é tão santa quanto quer que a gente pense.

JACK – Isso eu já saquei, o que eu não saquei ainda é o que há por trás.

NATALIE – Bom, chega disso, vou dar uma saidinha.

JACK – Eu também.

CENA 8. PRAÇA. EXTERIOR. DIA

Cauã e Cristal caminham na praça, se divertindo, brincando, aos beijos.

CRISTAL – Ai Cauã, eu nunca deixei de te amar sabia? Mesmo após tudo.

CAUÃ – Me perdoa pela Esmeralda. Eu tava fora de mim, eu cai na arapuca dela, eu fui fraco!

CRISTAL – Foi impulso Cauã, você cometeu um erro impulsionado pelo dela.

CAUÃ – Mas dois erros ainda não formam um acerto, e esse meu filho Cristal? O que será dele?

CRISTAL – Esse filho Cauã será bem vindo, ele não tem culpa de nada, a gente não pode deixar a Esmeralda com uma criança, a gente não sabe do que ela é capaz de fazer.

Jack caminha pela praça, pensativo. Lembrando-se de Cristal, até que ele se esconde atrás de uma árvore ao vê-la junto de Cauã.

CAUÃ – Você é incrível sabia?

CRISTAL – (Ri) Sim. E fico ainda mais com você ao meu lado.

Ambos se beijam apaixonadamente em meio ao parque. Jack vê a tudo pasmo, uma lágrima escorre de seu rosto ao ver a cena. Ele vira as costas e se vai arrasado.

CENA 9. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE

Cai uma bela tarde em Madrid, como de costume. Pessoas, ônibus, carros por todos os lados.

CENA 10. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. TARDE

Dinora entra na pensão, ela está vazia, ela olha por todos os cantos. Ela vai subindo pelos quartos, a todo instante lembra-se da prisão, das pedras preciosas, etc. Ela entra em seu quarto, onde encontra Luan sentado em sua cama.

DINORA – Você?

LUAN – Que surpresa, não pensei que te veria tão cedo de novo Dinora.

DINORA – Eu juro Luan, eu não fiz nada pra você, eu sou inocente!

LUAN – Ah não? Então me seduzir, me drogar, roubar as minhas pedras não foi nada?

DINORA – Eu fui corrompida pela ambição?

LUAN – E OLHA ONDE A AMBIÇÃO TE LEVOU! Pra trás das grades!

DINORA – Luan, por favor, eu fiz tudo isso, eu errei, mas eu não seria capaz de te seqüestrar. Eu estava com as pedras.

LUAN – Eu sei que não foi você Dinora.

Dinora fica completamente perplexa.

LUAN – Ele me obrigou a te incriminar Dinora. Com você na cadeia é mais fácil pro assassino pegar as pedras preciosas.

DINORA – QUEM É ELE? QUEM!?

LUAN – Eu não sei, eu juro que não sei, ele só me obrigou a fazer isso pois era o único jeito de tirar você do caminho por hora.

DINORA – Então… Tudo tá fazendo sentido! Aquele miserável precisava de mim viva e sob controle, mas depois ele mandou me matar na cadeia… Isso só pode ser porque ele já sabe onde estão as pedras. MERDA!

Dinora se lembra:

PRESA – Pronta pra dizer adeus Dinora?

DINORA – O que eu fiz pra você? Não me mata.

PRESA – Ordens superiores… Adeuzinho!

A presa engatilha a arma prestes a atirar.

LUAN – Então você realmente escondeu as pedras.

Dinora abre o armário, ela pega várias peças de roupa e coloca numa mala.

DINORA – Se vocês acham que eu vou sair por baixo, mas não vou mesmo! Eu apostei alto nessa história e eu não vou perder!

LUAN – O que você tá fazendo Dinora?

DINORA – Eu vou sumir no mundo Luan com essas pedras Luan, vamos ver quem será mais rápido.

CENA 11. CEMITÉRIO. EXTERIOR. TARDE

O coveiro abre a porta do cemitério e logo Ruan e Pablo entram em choque.

COVEIRO – Entre seu policial.

RUAN – Que história é essa do Armando que eu não entendi direito? O corpo dele não estava no túmulo e agora ele aparece na porta do cemitério?

COVEIRO – Exatamente isso. O corpo tava aqui hoje de manhãzinha, todo mundo viu!

PABLO – Aquele miserável tá brincando com a gente Ruan! Só pode!

COVEIRO – De certo o corpo foi desovado aqui de madrugada.

Logo surgem diversos carros da mídia que param de frente ao local, começam a fotografar e se alvoroçar diante dos policiais.

REPÓRTER – Vocês tem indícios do por que fizeram isso com o corpo?

JORNALISTA – Quais providências serão tomadas?

RUAN – Só posso dizer que a polícia está tomando suas devidas providências e que o assassino será pego. Nada mais a declarar.

CENA 12. SHOPPING. INTERIOR. TARDE

Esmeralda no shopping fazendo compras, olhando para diversas roupas, comprando algumas para o enxoval de seu bebê.

ESMERALDA – Ai que roupinha mais linda!

O celular de Esmeralda vibra, ela pega e abre numa mensagem: “Venha ao meu encontro o mais rápido possível, é de seu extremo interesse. Venha sozinha, se vier acompanhada não estarei lá, o endereço segue abaixo.” Esmeralda fica tensa.

ESMERALDA – Que encontro que será esse?

CENA 13. GALPÃO. INTERIOR. TARDE

Esmeralda vai caminhando pelo galpão, entrando, tensa, com uma arma em punho, com passos lentos. Ela entra no galpão, a porta se festa, ela dá um pulo de susto e dispara um tiro para o alto.

ESMERALDA – QUEM ESTÁ AÍ? ANDA, REVELE-SE!

ASSASSINO – Seu desejo é uma ordem!

O assassino mascarado vira-se para Esmeralda, logo ele puxa a máscara. Esmeralda fica boquiaberta com o que vê.

A cena congela em tons roxos em Esmeralda atônita com o que vê.

FIM DO CAPÍTULO