sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 35


CENA 1. RUA. EXTERIOR. NOITE

Cristal e Cauã se encaram por segundos.

CRISTAL – Eu… Eu… Eu TE AMO SEU IDIOTA!

Cauã agarra Cristal e ambos se beijam apaixonadamente como se fosse a primeira vez.

CAUÃ – Cristal…

CRISTAL – Eu tenho que ir embora!

CAUÃ – Não Cristal, fica, por favor. Vamos tentar de novo.

CRISTAL – Nosso amor é impossível Cauã, a gente tem que desistir dessa.

CAUÃ – Eu encaro tudo por você Cristal.

Cauã estende a mão para Cristal.

CAUÃ – Deixa eu te levar daqui, deixa eu te provar que a gente pode dar certo.

Cristal abraça Cauã, se entrega em seus braços, ambos começam a andar pela rua como dois adolescentes apaixonados, aos beijos e carícias.

CENA 2. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. NOITE

DINORA – Como assim presa? Eu sou inocente! Eu NUNCA seqüestrei ninguém!

PABLO – Calma Dinora, a gente tem quase certeza da sua inocência, mas sua prisão preventiva foi decretada mesmo assim.

DINORA – Cadê o Luan? O que fizeram com ele?

Luan entra na pensão abatido, a encarar a todos.

LUAN – Como você pôde Dinora!? Fazer isso comigo? Que decepção!

DINORA – Eu juro que sou inocente.

RUAN – Vamos Dinora.

Dinora é algemada e levada enquanto Augusto lê os seus direitos, ela fica completamente perplexa.

MIRNA – Você tá bem Luan?

LUAN – To sim, bem melhor agora!

CENA 3. DELEGACIA/ CARCERAGEM FEMININA. INTERIOR. NOITE

Dinora é arrastada quase que a força para a carceragem berrando para ser solta, a cela é aberta ela é praticamente jogada na cela, as outras presas começam a observá-la, debochando.

DINORA – Que foi bando de bandida recalcada? Eu sou inocente poxa!

PRESA – Ah tá eu também sou inocente viu, eu não peguei uma faca e degolei o meu marido, mas as minhas digitais foram parar lá.

DINORA – Sem graça! Ah vão pro inferno!

PRESA – Olha a novata já chegou toda estressadinha.

A presa pega Dinora pelo pescoço na outra cela e fica segurando a enforcando.

PRESA – Pode baixar a tua bola pra bater de frente comigo aqui tá ligada? Eu é que mando nessa bagaça aqui, tu tá se achando fina só porque acha que colocou a mão na grana, pois já aviso trata de se comportar senão você roda comigo!

CENA 4. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA

A bela e estrelada noite se vai, rapidamente o dia vai chegando em Madrid.

CENA 5. CASA DE CARLOTA/ SALA. INTERIOR. DIA

Carlota tranqüila em sua sala, até que a porta bate rapidamente Esmeralda entra afobada.

CARLOTA – Meus parabéns minha norinha querida, soube que o seu filho é realmente um herdeiro legítimo, um brinde a isso que tal?

ESMERALDA – Um brinde ao que dona Carlota? Ah sim, ao amor, como o amor é belo… O Cauã e a Cristal que ontem se odiavam já estão se pegando hoje de novo, olha que coisa linda!

CARLOTA – Que palhaçada é essa?

ESMERALDA – Exatamente o que ouviu dona Carlota, eles já estão se pegando de novo.

CARLOTA – A gente tem que separá-los Esmeralda, de algum jeito.

ESMERALDA – Tenhamos um pouco mais de paciência, vamos deixar a Cristal aproveitar bem um tempinho com o Cauã, porque quando eu puxar ele pra mim dessa vez será pra sempre.

CARLOTA – Agora sim, proponho um brinde.

Carlota serve um drink a Esmeralda.

ESMERALDA – Já disse que quero ser como você quando crescer?

Os olhos de Carlota brilham. Ela e Esmeralda brindam e bebem a champanhe.

CARLOTA – Ah Esmeralda, em uma semana vou dar uma festa aqui em casa, lançamento de nova coleção, faço questão de você aqui. Chique, como uma rainha, nada dessa vira-lata que você está parecendo, afinal você é a nova genra de Carlota Fernandez Romero.

CENA 6. AEROPORTO/ DESEMBARQUE. INTERIOR. DIA

Derick e Rosa saindo do portão de desembarque em posse de várias malas, Laís os recebe e logo corre para abraçá-los.

LAÍS – Que falta vocês fizeram meus queridos, morri de saudades!

DERICK – Mas a gente já voltou mamãe.

LAÍS – Ainda bem!

ROSA – Vou dar uma passada na casa do meu irmão.

DERICK – Vai Rosa, te vejo no apartamento.

Rosa se vai. Derick pega no ombro de Laís e vai afastando cochichando.

DERICK – O Roberto foi até Ibiza só pra fazer uma parceria comigo, é óbvio que eu não cai nesse truque barato, mas me será útil.

LAÍS – Falando do quê?

DERICK – Tá na hora da Carlota começar a pagar um pouquinho por tudo, o castigo dela está próximo… Daqui há alguns dias mamãe, sabia que ela irá lançar uma nova coleção e vai fazer uma festa em sua casa… E digamos apenas que a festa reservará fortes emoções!

Derick sorri maléficamente.

LAÍS – Ah, e você sabia que os croquis que a Carlota vai fazer na verdade são ‘emprestados’ das estagiárias, mas elas assinam contratam de sigilo?

DERICK – Jura!? To pasmo… A minha vingança é muito doce pra ser saboreada sozinha, vai dar até diabetes, vou convidar a Cristal tadinha, afinal ela teve os pais mortos por aquela bandida, não é mesmo mamãe?

Laísa encara Derick assustada, ele ri maléficamente, coloca seus óculos escuros e vai em direção ao táxi.

CENA 7. APARTAMENTO DE CAUÃ/ COZINHA. INTERIOR. DIA

Cauã e Cristal saboreiam seu café da manhã.

CRISTAL – Você é ótimo na cozinha.

CAUÃ – Não tanto quanto você.

CRISTAL – Eu sei! (Ri) Mas agora assunto sério Cauã, a gente ficou, relembrou os velhos tempos, mas e agora? Como vai ficar nossa situação hein?

CAUÃ – Como assim: ‘como vai ficar nossa situação?’. Cristal eu não te traí com a Lucicléia e eu vou te provar nisso, por falar nela ela tá morta e nem grávida estava.

CRISTAL – Será que a Esmeralda foi capaz de armar uma coisa dessas?

CAUÃ – Não sei, mas eu vou descobrir, ah se vou!

CENA 8. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ TARDE

Cai uma linda e ensolarada tarde em Madrid, a cidade agitada como sempre.

CENA 9. DELEGACIA/ CARCERAGEM FEMININA. INTERIOR. TARDE

Dinora andava de um lado para o outro na cela tensa.

PRESA – Dá pra parar com isso ou tá difícil aí?

DINORA – Me deixa quieta caramba.

PRESA – Tu tá desaflorada demais novata, baixa esse topete pra se referir a mim que já disse… É o único jeito de tu se dar bem aqui.

O carcereiro se aproxima.

CARCEREIRO – Dinora, interrogatório, vamos lá.

O carcereiro abre a cela Dinora caminha pelo corredor. Dinora sai as presas começam a cochichar. Uma delas tira uma arma da cintura e fica a encarar.

PRESA – É hoje que a gente vai sumir desse inferno.

PRESA 2 – E essa novata aí?

PRESA – Digamos que não será muito conveniente pra ninguém que ela saia viva daqui!

CENA 10. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. TARDE

Cristal entra na sala da pensão que está vazia e dá de cara com Derick que está apreensivo.

CRISTAL – Derick, o que foi?

DERICK – Tá preparada Cristal? Chegou a hora da justiça.

CRISTAL – Falando do que Derick?

DERICK – A festa da Carlota, Cristal. Eu vou acabar com ela por lá e você vai estar no camarote pra ver.

CENA 11. APARTAMENTO DE CAUÃ/ SALA. INTERIOR. TARDE

Cauã conversa com Rosa no apartamento. Rosa fica incrédula com a história de Esmeralda.

ROSA – Que babado maninho! Então quer dizer que você engravidou uma bandida que te separou da Cristal?

CAUÃ – Exatamente isso.

ROSA – E como vocês ficaram?

CAUÃ – Não sei… Eu sei que eu amo a Cristal e vou fazer de tudo pra provar que eu mereço o amor dela. Mas e você com aquele Derick?

ROSA – As mil maravilhas, com exceção da mamãe, claro. Ela insiste em atrapalhar nossa vida juntos, é um verdadeiro tormento meu Deus.

CENA 12. CASA DE ROBERTO/ SALA. INTERIOR. TARDE

Roberto abre a porta, logo Derick entra acompanhado de Cristal que está amedrontada. Roberto, ao percebê-la gela.

ROBERTO – VOCÊ!? Meu Deus…

DERICK – (Corta) Para de babação e vamos ao que interessa? Pois bem, você vai me ajudar a entrar naquela festa da Carlota e eu vou acabar com a alegria dela.

ROBERTO – O quê?

DERICK – Isso mesmo. Você vai me ajudar Roberto, não viramos amiguinhos agora?

ROBERTO – Eu topo.

Derick sorri maliciosamente.

DERICK – Essa festa será inesquecível Roberto, pra todos nós.

CENA 13. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE

Cai uma noite agitada em Madrid, rapidamente começa a escurecer.

CENA 14. DELEGACIA/ SALA DE VISITAS. INTERIOR. NOITE

Dinora entra na sala de visitas onde estava Cristal que a esperava. Cristal a abraça.

CRISTAL – Meu Deus amiga, dá uma pena te ver assim.

DINORA – Eu sou inocente Cristal, eu não seqüestrei ninguém.

CRISTAL – Eu sei disso, você foi incriminada por esse maldito, mas você vai sair daqui, você vai.

DINORA – Eu acho que to correndo perigo Cristal, eu to precisando de ajuda!

CRISTAL – Ele não vai te fazer mal aqui atrás das grades, ele precisa de vocês pra dar a localização das pedras preciosas. Você aqui está segura.

Música: Grand Guignol – Bajofondo

Nesse instante uma fumaça começa a invadir a sala, as portas se trancam, começam-se a ouvir gritos, tiros por todos os lados.

CRISTAL – O QUE É ISSO!?

DINORA – É UMA REBELIÃO, CORRE, VAMOS FUGIR CRISTAL, VAMOS FUGIR!

Pela carceragem as presas correm em alvoroço, queimam colchões, fazem funcionárias reféns, trocam tiros, feridos começam a se acumular por todos os lados. Cristal e Dinora agachadas na sala de visita, um incêndio começa a tomar conta do local, a pontapés a porta da sala de visita é estourada. Cristal e Dinora se assustam.

DINORA – (Berrando desesperada) AH!

Cristal rola no chão na linha da fumaça e se esconde atrás da porta.

PRESA – Pronta pra dizer adeus Dinora?

DINORA – O que eu fiz pra você? Não me mata.

PRESA – Ordens superiores… Adeuzinho!

A presa engatilha a arma prestes a atirar, Cristal se atraca com ela e levanta suas mãos para o alto, ela puxa a arma e passa uma rasteira na presa que cai no chão, ela coloca a arma na garganta da presa.

CRISTAL – QUEM FOI QUE TE MANDOU? QUEM!? FALA OU MORRE SUA MALDITA!

A cena congela em tons roxos em Cristal colocando a arma na garganta da presa.

FIM DO CAPÍTULO