CENA 1. DELEGACIA/ ENTRADA. INTERIOR. TARDE
Dois tiros certeiros que atingem seu tórax, uma correria e gritaria imensa se formam, todos correndo assustados, o corpo rola os degraus da escada abaixo e cai no chão. Todos correndo para todos os lados num caos, completamente em choque. Cristal surge no meio da multidão.
CRISTAL – (Berrando atordoada) SEU JOÃO!
Sem hesitar ela corre até ele que sangrava bastante, ela se agacha até ele.
CRISTAL – Perdão! Por favor, me perdoa por te envolver nisso. Eu não queria.
João segura em suas mãos balbuciando.
JOÃO – Foi ela Cristal…
CRISTAL – Poupa suas forças, calma! (Chorando) Você vai ficar bem!
JOÃO – É ela Cristal, a Soledad.
João dá seu último suspiro e cerra os olhos, falecendo.
CRISTAL – João! Seu João, não vai! (Chorando) SEU JOÃO FICA AQUI!
Cristal começa a chorar desconsolada ao lado do corpo, todos continuam completamente desesperados, a polícia começa a atirar contra o alto de um prédio, começa-se a formar uma gritaria e um caos imenso, todos começam a correr tentando refugiar-se, a garagem do prédio se abre uma moto preta sai de lá com o assassino encapuzado e vestido de preto, a moto corta no meio da avenida em altíssima velocidade passando por cima de tudo no caminho. Os policiais alvejam contra a moto desesperadamente sem sucesso, o assassino começa a disparar contra os policiais. Um policial aproxima-se de Cristal e a retira de perto do corpo agachada, tiros por todos os lados, vidros se quebram, crianças choram, pessoas se escondem, surge um helicóptero da polícia tentando atirar contra a moto no meio da avenida. Ruan no helicóptero completamente atordoado.
RUAN – ATIRA PRA MATAR SEUS MOLENGAS! Ele não pode escapar!
A moto continua acelerando disparando para o alto, balas perdidas acertam alguns que corriam, até que um tiro acerta o helicóptero. O helicóptero começa a cair em direção a um prédio.
RUAN – PULEM! RÁPIDO
Todos no helicóptero rapidamente saltam de pára-quedas, o helicóptero colide contra um prédio explodindo imediatamente. O assassino some em meio a avenida, todos olham ao redor horrorizado com a cena de terror.
CENA 2. CARRO DE POLÍCIA. INTERIOR. DIA
Os policiais continuavam a conduzir o carro em direção à delegacia, Esmeralda continuava presa no camburão chorando inconsolável, até que o rádio chama os condutores.
PABLO – Aqui é Pablo… Vocês conseguiram prender a Esmeralda?
POLICIAL – Sim, ela tá aqui no camburão.
Pablo fica tenso.
PABLO – Não, não pode ser!
POLICIAL – Mas é, ela foi contida, tá aqui no carro!
PABLO – (Em choque) Desde que horas?
POLICIAL – Em torno de 45 minutos.
PABLO – Meu Deus… A Esmeralda é inocente!
POLICIAL – O que foi?
PABLO – (Frustrado) Solte-a!
O policial para o carro, ele sai e abre o camburão para Esmeralda e tira suas algemas.
POLICIAL – Salva pelo gongo… Você foi inocentada Esmeralda, como tem residência fixa e sem antecedentes criminais provados você está livre.
Esmeralda completamente em choque. Ela enxuga as lágrimas, salta do carro e ergue os braços sorridente.
ESMERALDA – (Berrando) EU TO LIVRE! EU ESTOU LIVRE!
Ela começa a correr pela rua gritando aliviada, todos prestam atenção nela.
ESMERALDA – Que que é povinho recalcado? Ninguém aqui nunca foi solto inocente não? Eu hein!
Esmeralda continua correndo pela rua berrando sua liberdade, todos a observam.
POLICIAL – Essa não bate bem da cabeça.
POLICIAL 2 – Eu sou capaz de apostar que tem o dedo dela em toda essa desgraça.
CENA 3. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ NOITE
Cai uma linda noite e estrelada em Madrid, dando lugar ao dia, sirenes ouvem-se por todos os lados, jornais por todos os lugares noticiam o atentado que assusta a cidade.
CENA 4. VELÓRIO. INTERIOR. NOITE
A música contiua. Cristal, Cauã, Carlota, Rosa, Roberto, Derick, Laísa, Luan, Mirna, Jack e Dinora, além de Natalie e Jonathan que estão disfarçados dentre outros estão ao redor do caixão de João que está deitado.
CRISTAL – Ontem ele tava ali, vivo meu Deus, eu não me conformo! Já mataram o Armando, a Amanda e agora o João. Tudo bem que aqueles dois não prestavam mas matar o João!?
JACK – Calma Cristal, vai ficar tudo bem.
Rosa se aproxima de Cristal.
ROSA – Meus pêsames, amiga. Eu sinto muito pela perda.
CRISTAL – Quem será a próxima vítima? Eu, você, a Dinora?
Jack abraça Cristal, Cauã olha enciumado. Cauã pega o celular e liga para Esmeralda.
CAUÃ – Soledad… Quero te ver!
Cauã vai se afastando do velório. Cristal nem se importa, ela fica a encarar o corpo de João, há todos os instantes flashs da cena de terror que vivera passam por sua cabeça, ela olha para o corpo de João. Ela aproxima-se de João, morto, estirado.
CRISTAL – (Sussurrando) Quem fez isso vai pagar… Eu juro!
Ela se afasta, encara todos no velório com um olhar de extremo nojo. Ela começa a falar para todos ouvirem.
CRISTAL – Bando de hipócritas! Tão aqui dando ceninha pagando de comovidos mas todos tão se esbaldando né? Comida e bebida de graça, ver a desgraça alheia e ainda por cima ter um a menos pra colocar a mão na grana… Se você que fez isso estiver aqui é bom que me escute: me pegue antes que eu pegue você… Por que se eu te pegar primeiro (aponta para o caixão) você vai ficar num igualzinh o.
JACK – Cristal…
CRISTAL – (Corta) Chega. Não tenho mais estômago pra aturar isso não.
Cristal dá uma última olhada para o caixão.
CRISTAL – (Irônica) Bom enterro, hipócritas! Ah e tomem cuidado com o bandido, nunca se sabe quem será a próxima vítima.
Cristal sai atordoada, Jack sai correndo atrás dela.
CENA 5. PENSÃO/ QUARTO DE DINORA. INTERIOR. NOITE
Dinora tensa no quarto, sendo massageada por Luan.
DINORA – Ai Luan, mais pra esquerda vai… Isso! Nossa você faz isso muito bem Luan! Que mãos de anjo!
LUAN – Eu faço coisas melhores que isso…
Dinora pega uma taça de champanhe e sorri maliciosamente o encarando.
DINORA – Que tipo de coisas?
Luan a agarra com pegada e começa a beijá-la loucamente.
LUAN – Tipo isso!
Luan e Dinora começam a se agarrar pelo quarto sem o menor pudor, logo vão a cama começando a despir-se.
CENA 6. RESTAURANTE. INTERIOR. NOITE
Esmeralda e Cauã jantam, Cauã um tanto tenso, Esmeralda finge estar descontraída.
ESMERALDA – Meu Deus!? ASSASSINATO!? Que coisa mais tensa!
CAUÃ – Pois é Soledad, eu já fui até preso porque mataram esse tal de Armando, quem o matou tentou me incriminar.
ESMERALDA – Quanta monstruosidade! Tudo isso por ambição.
CAUÃ – Mas vamos ao que interessa Soledad?
Cauã se aproxima para beijá-la, ela esquiva e aproxima-se de seu ouvido.
ESMERALDA – Ãn, ãn. O nosso encontro não para só nisso.
Jack observa a tudo, escondido, furioso, começando a lacrimejar.
JACK – O que é seu vai chegar Esmeralda… Vai chegar! VADIA!
Jack liga para Cristal.
JACK – Desculpa te deixar daquele jeito Cristal.
CRISTAL – Tudo bem Jack, eu precisava mesmo ficar um pouco sozinha, digerir isso um pouco.
JACK – Eu vou pra aí Cristal, não vou te deixar sozinha nessa.
Jack desliga, ele lança um último olhar para Esmeralda e Cauã sorridentes no restaurante e se vai.
CENA 7. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE
Cristal estava esperando por Jack, ele entra, beija sua testa e senta ao seu lado, ele a abraça, confortando-a.
JACK – É uma lástima te ver assim Cristal.
CRISTAL – Eu também acho Jack. As últimas palavras dele não saem da minha cabeça!
Cristal se lembra:
JOÃO – Foi ela Cristal…
CRISTAL – Poupa suas forças, calma! (Chorando) Você vai ficar bem!
JOÃO – É ela Cristal, a Soledad.
JACK – Soledad!? (Finge espanto) Meu Deus! A única Soledad que eu conheço é a namorada do Cauã. Só pode ser essa Soledad, Cristal!
CRISTAL – Então é isso… Ele já me trocou por outra. Quem é essa Soledad?
JACK – Cristal… Acho que já tá na hora de você ser reapresentada a essa pessoa.
Cristal abraça Jack.
CRISTAL – (Sussurra) Quem é você Jackes? Seus segredos, seu passado misterioso, seus contatos…
JACK – Você vai saber tudo Cristal, eu juro.
Cristal começa a chorar desconsolada, em choque lembrando-se de tudo o que já passará no colo de Jack.
CRISTAL – Eu to cansada de tanta pressão! Bandidos de um lado, a assassina dos meus pais do outro, meu ex que já pegou uma qualquer, todo esse mistério de Gilberto Braga…
JACK – Tá mais pra Sílvio de Abreu… Mas isso não vem ao caso Cristal.
Cristal deita-se em sua cama chorando, pensativa. Jack aproxima-se, deita ao seu lado, abraçando-a e a consolando.
JACK – Você pode contar comigo pro que der e vier.
Jack se comove ao lado de Cristal. Jack lembrava-se de Esmeralda. Ambos não diziam mais nada, apenas ficaram assim.
CENA 8. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. NOITE
Derick na sala, pensativo, a campainha toca, ele vai e atende Rosa.
DERICK – Você!?
ROSA – Derick… Eu…
DERICK – Não fala nada Rosa…
ROSA – Eu não consigo te tirar da cabeça. Mas eu não posso me envolver com uma mentira! Eu não sei quem é bom quem é ruim nessa história.
DERICK – Não se mete no que temos eu e sua mãe Rosa, pro bem de todos.
Derick abraça Rosa, que fica sem reação.
DERICK – Eu sei que você tá confusa… Mas por favor, Rosa me escuta. (Emocionado) Você é inocente nessa história, não fica no meio dela, pro nosso próprio bem.
Rosa beija Derick apaixonadamente.
ROSA – Eu não consigo te tirar da cabeça Derick.
DERICK – Quer saber Rosa? Dane-se a tua mãe, a corja, os segredos… Eu quero você.
Eles continuam a se beijar apaixonadamente.
ROSA – Eu to em tuas mãos Derick, não importa o que aconteça, se você é bandido, agora sou tua cúmplice.
CENA 9. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Natalie e Jonathan estão vendo TV tensos, acompanham no jornal a cobertura completa do atentado.
JONATHAN – Quem será que fez uma coisa dessas hein Natalie!?
NATALIE – Boa pergunta… Eu, você, o Jack, qualquer um, mas a gente sabe que a Esmeralda é inocente.
JONATHAN – Mas não seria nenhuma má idéia se ela saísse de culpada nessa história…
Natalie e Jonathan se entreolham maliciosos.
NATALIE – Quem sabe a mesma pessoa que deu um jeito na Amanda e no João não dá um nela?
JONATHAN – A gente não pode confiar em ninguém Natalie, tem muita coisa em jogo… O Jack que tá todo amiguinho da anta priminha da Esmeralda, a Esmeralda que tá de quatro por esse Cauã, esse Luan cheio de segredinhos… Até você Natalie com seus contatozinhos misteriosos, não me engana!
Natalie fica tensa com Jonathan.
JONATHAN – Vamos ver quem vai ganhar essa…
NATALIE – Confesso que to ficando com medo!
JONATHAN – Desiste Natalie! Você entrou nessa agora só sai como ele.
Aponta para a foto de João na tela da TV. Natalie fica ainda mais tensa.
CENA 10. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA
Cai um lindo dia em Madrid, movimento por todos os lados como sempre, o sol raia forte marcando o dia.
CENA 11. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. DIA
Cristal vai despertando aos poucos, ela olha em sua cama e não vê ninguém, ela olha para o chão e vê Jack deitado num colchão com uma fina coberta, ela sente pena, ela o acorda carinhosamente.
CRISTAL – Jack… Você dormiu aqui?
JACK – Sim… Desculpa, é que eu não queria te deixar sozinha.
CRISTAL – (Sorridente) Faz tempo que alguém não se importava assim comigo sabe?
JACK – Comigo também… Te conheço a tão pouco e já me sinto tão intimo, parece que tínhamos mesmo que nos conhecer.
Cristal beija Jack apaixonadamente.
CRISTAL – Vamos dar uma chance a nós, o que acha?
JACK – (Sorridente) Seria perfeito… To me apaixonando por você Cristal, cada vez mais, eu acho que seria capaz de deixar tudo pra trás por sua causa.
CRISTAL – Tá falando do quê?
JACK – Você vai saber… E talvez nunca mais queira olhar na minha cara.
CRISTAL – (Assustada) Se vamos tentar, sem mentiras, sem armações, sem falsidades Jack, vamos, conte-me.
JACK – Você quer saber a verdade? Comece pela Soledad, vamos ao apê do Cauã fazer uma visitinha pra nossa nova namorada do Cauã!
CRISTAL – E eu que eu tenho a ver com a nova namorada do Cauã?
JACK – Vá lá e veja. (Sussurra em seu ouvido) Lembra do João, Cristal, lembra dele.
Cristal se arrepia lembrando-se do que João dissera.
CENA 12. APARTAMENTO DE CAUÃ/ COZINHA. INTERIOR. DIA
Esmeralda e Cauã na cozinha preparando o café, após dormirem juntos, já descontraídos.
ESMERALDA – Já tá melhor amor?
CAUÃ – Na sua companhia sim Soledad.
ESMERALDA – Nossa Cauã, você não come em casa não?
CAUÃ – Não sempre.
ESMERALDA – To percebendo… Mas tá na hora de mudarmos nossos hábitos por aqui. Vou fazer umas comprinhas ali no mercado ok?
CAUÃ – Claro, te espero!
Música: I Found You – The Wanted
Esmeralda sai, Cauã fica pensando em Esmeralda.
CAUÃ – Parece que nossa relação tem futuro Soledad… Parece mesmo!
Instantes. A campainha toca, Cauã corre para atender quando abre a porta dá de cara com Cristal.
CAUÃ – (Ríspido) Ah, você, o que quer?
Cristal vai entrando na casa.
CRISTAL – Também não estou nem um pouco feliz em te encontrar Cauã, hum, muito bem, vejo que já reconstruiu a vida, arrumou até um novo amor…
CAUÃ – E você com aquele cara lá? Vai me convencer que é só amizade… Hipócrita!
CRISTAL – Não é mesmo, mas não é da sua vida sentimental que vim falar, muito menos da minha. Cadê essa tal de Soledad?
CAUÃ – Ela saiu, por quê!?
Cristal senta-se no sofá de prontidão.
CRISTAL – Pois então, vou esperá-la, quero ter uma conversinha com ela e de agora não passa.
CENA 13. RUA. EXTERIOR. DIA
Esmeralda tensa, acaba de sair do mercado carregando algumas compras, sente algo estranho, até que no meio do caminho esbarra em Jack.
ESMERALDA – Olha quem resolveu reaparecer, meu…
JACK – Só to te avisando Esmeralda… Toma cuidado pra onde tá indo, nunca se sabe onde a máscara tá perto de cair.
ESMERALDA – Tá drogado!? Isso não tem o menor nexo.
JACK – To tentando te dar um aviso… Apenas isso.
Jack dá um sorriso irônico e se vai, Esmeralda acelera o passo tensa, começa a sentir um intenso calafrio.
CENA 14. APARTAMENTO DE CAUÃ/ COZINHA. INTERIOR. DIA
Cauã e Cristal já começam a discutir intensamente.
CAUÃ – Ponha-se daqui pra fora Cristal!
CRISTAL – Não! Eu vou falar com essa Soledad e ninguém me impede!
CAUÃ – Cristal cuida da tua vida.
CRISTAL – É isso mesmo que eu to fazendo. (Gritando) E eu não arredo o pé daqui enquanto não encontrar essa mulher cara a cara!
Esmeralda que passava pelo corredor escuta completamente perplexa em ouvir a voz de Cristal. Ela deixa as compras caírem.
CAUÃ – Que barulho foi esse!
Cauã e Cristal correm para a porta, a porta se abre Cauã sai e corre em direção a Esmeralda que está tremula, é quando Cristal surge na porta e a encara incrédula.
ESMERALDA – CRISTAL!
CRISTAL – É VOCÊ!
Os olhares se cruzam por segundos, Esmeralda se põe de pé e rapidamente começa a correr desesperadamente descendo as escadas, Cristal começa a correr atrás, Cauã sem entender nada.
CRISTAL – (Berrando) VOLTA AQUI SUA ASSASSINA, MISERÁVEL!
Cristal continua a correr atrás de Esmeralda que foge desesperadamente, Cristal corre com toda sua velocidade atrás de Esmeralda, Esmeralda prestes a descer por completo a escada ela começa a lacrimejar, Cristal por fim aproxima-se dela, num impulso de ódio ela a empurra os degraus de escada a baixo. Esmeralda cai.
ESMERALDA – AH!
Esmeralda tenta se levantar para correr, mas Cristal lhe passa uma rasteira, lhe pega pela blusa e fica a encará-la.
CRISTAL – (Explode) QUANTO TEMPO QUE VOCÊ ACHOU QUE IRIA MANTER A TUA FARSA, SUA BANDIDA!
A cena congela em tons roxos em Cristal e Esmeralda se encarando.
FIM DO CAPÍTULO