Capítulo 23
Brade entrou como se fosse o dono da casa e Liz, assustada, afastou-se
dele e aproximou-se de Alis, ficando atrás dela.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou Alis, respirando profundamente. Ela tinha medo, mas agora não estava sozinha, a mercê de suas maldades. Ela agora estava na mansão Trevor.
- Parece que a surra de ontem não foi o suficiente, não é, puta? Só porque agora tem um grãn-fino como amante, tá pensando que pode...?
- É melhor o senhor ir saindo porque senão eu chamo a polícia, falou Raul, descendo as escadas.
- Eu sou da polícia, otário!!! – disse Brade, com um sorriso maldoso nos lábios, e antes que Raul pudesse fazer qualquer coisa, tirou um revólver do coldre por baixo da jaqueta preta e atirou no motorista. Como usava silenciador, o estampido foi surdo, mas todos na sala ficaram apavorados.
-AHHHHH! – Liz gritou, assustada, mas antes que sua voz pudesse ecoar, ela tampou os lábios com as mãos. Enquanto Alis se aproximou de Raul que havia caído na escadaria e sangrava, mas ainda estava vivo.
- O que você fez? Você está louco? – falou Alis, estranhando o
comportamento do marido. Que ele era violento e agressivo, isso já havia
sentido na própria pele. Mas ele era esperto e gostava de agir na surdina.
Alguma coisa estava acontecendo...
- Vou fazer coisa muito pior... quer que eu mate a empregadinha aqui? – falou Brade apontando a arma para a outra empregada. – Você e a sua cópia vem comigo, tá falado?
- Eu não vou! Eu não sou a tua mulher! – falou Liz, tremendo da cabeça aos pés.
- Prefere que eu te apague aqui mesmo ,vadia granuda?
- Não, senhor, por favor! – falou Liz, aproximando-se dele. Alis também
levantou-se, quando Brade, puxou Liz, colocando o cano do revolver em sua
têmpora.
- Deixe-a, Brade! É a mim que você quer. Deixe a minha irmã, ela não tem
nada a ver com isso...
- Ela tem mais a ver com isso do que você, sua idiota. Mas você vem
junto, ou nenhuma das duas sairá desta casa viva...
Diante da ameaça, Alis resolveu seguí-los. Os três desceram da escada que precedia a porta de entrada e passaram pela guarita. Alis esperava que os guardas pudessem prestar a atenção nelas, mas como Brade havia guardado a arma e acenado, os dois guardas acenaram de volta e nem perceberam que Liz e ela estavam nervosas.
Brade mandou que Alis se sentasse no banco traseiro e colocou Liz no
banco do carona.
- É melhor ficarem de boca calada, ou boto bala nas duas, estão
entendendo? – disse ele, enquanto dava a partida no carro.
- Brade, que loucura é essa, por favor, você é um policial. Você sabe o
que vai acontecer quando descobrirem o que você está fazendo. Pare com isso,
agora – falou Alis, tentando dissuadi-lo.
- Ninguém vai descobrir depois que as duas estiverem mortas!