quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Duas Faces no Espelho - Capítulo 23


Capítulo 23

Brade entrou como se fosse o dono da casa e Liz, assustada, afastou-se dele e aproximou-se de Alis, ficando atrás dela.

- O que você está fazendo aqui? – perguntou Alis, respirando profundamente. Ela tinha medo, mas agora não estava sozinha, a mercê de suas maldades. Ela agora estava na mansão Trevor. 

- Parece que a surra de ontem não foi o suficiente, não é, puta? Só porque agora tem um grãn-fino como amante, tá pensando que pode...?

- É melhor o senhor ir saindo porque senão eu chamo a polícia, falou Raul, descendo as escadas.

- Eu sou da polícia, otário!!! – disse Brade, com um sorriso maldoso nos lábios, e antes que Raul pudesse fazer qualquer coisa, tirou um revólver do coldre por baixo da jaqueta preta e atirou no motorista. Como usava silenciador, o estampido foi surdo, mas todos na sala ficaram apavorados.

-AHHHHH! – Liz gritou, assustada, mas antes que sua voz pudesse ecoar, ela tampou os lábios com as mãos. Enquanto Alis se aproximou de Raul que havia caído na escadaria e sangrava, mas ainda estava vivo.

-  O que você fez? Você está louco? – falou Alis, estranhando o comportamento do marido. Que ele era violento e agressivo, isso já havia sentido na própria pele. Mas ele era esperto e gostava de agir na surdina. Alguma coisa estava acontecendo... 

- Vou fazer coisa muito pior... quer que eu mate a empregadinha aqui? – falou Brade apontando a arma para a outra empregada. – Você e a sua cópia vem comigo, tá falado?

- Eu não vou! Eu não sou a tua mulher! – falou Liz, tremendo da cabeça aos pés.

- Prefere que eu te apague aqui mesmo ,vadia granuda?

- Não, senhor, por favor! – falou Liz, aproximando-se dele. Alis também levantou-se, quando Brade, puxou Liz, colocando o cano do revolver em sua têmpora.

- Deixe-a, Brade! É a mim que você quer. Deixe a minha irmã, ela não tem nada a ver com isso...

- Ela tem mais a ver com isso do que você, sua idiota. Mas você vem junto, ou nenhuma das duas sairá desta casa viva...

Diante da ameaça, Alis resolveu seguí-los. Os três desceram da escada que precedia a porta de entrada e passaram pela guarita. Alis esperava que os guardas pudessem prestar a atenção nelas, mas como Brade havia guardado a arma e acenado, os dois guardas acenaram de volta e nem perceberam que Liz e ela estavam nervosas.

Brade mandou que Alis se sentasse no banco traseiro e colocou Liz no banco do carona.

- É melhor ficarem de boca calada, ou boto bala nas duas, estão entendendo? – disse ele, enquanto dava a partida no carro.

- Brade, que loucura é essa, por favor, você é um policial. Você sabe o que vai acontecer quando descobrirem o que você está fazendo. Pare com isso, agora – falou Alis, tentando dissuadi-lo.

- Ninguém vai descobrir depois que as duas estiverem mortas!