CENA 1. MARGEM DO RIO MANZANARES. EXTERIOR. NOITE
A discussão continua em alto som, até que um som chama a atenção de todos que rapidamente se afastam, num circulo entre eles acaba de cair um controle onde no visor rapidamente chega na contagem regressiva fazendo a lancha voar pelos ares numa grande explosão.
RUAN – DINORA!
Todos completamente em choque com a lancha consumindo-se em intermináveis chamas. Começa-se um imenso burburinho, alguns em choque. Instantes. Começam a chegar ambulância, bombeiros e salva-vidas no local.
PABLO – Como que isso pode acontecer diante de nossos olhos meu Deus!?
CRISTAL – Quem fez isso tem que pagar!
JACK – Coisa revoltante.
ESMERALDA – (Fria) O destino é algo implacável mesmo… Deixou-a se despencar até aqui pra morrer do mesmo jeito que eu ia matá-la.
CRISTAL – Foi você não foi Esmeralda? Tem o seu dedo podre nessa não tem?
ESMERALDA – Prove queridinha. Bom pessoal eu to cansado dessa balela vou ver a cobertura pela TV quentinha no meu cobertor… Enquanto a Dinora tadinha… Tá quentinha no fogo do inferno!
Esmeralda sai. Todos continuam tensos, aos poucos, com poucas palavras vão sumindo sobrando apenas os policiais.
PABLO – Então Ruan, parece que é só a gente…
RUAN – É mesmo.
Ruan e Pablo se abraçam.
RUAN – A gente vai conseguir resolver esse caso.
PABLO – Se Deus quiser.
Eles se afastam logo, um tanto sem jeito.
CENA 2. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA
A noite vai passando lentamente na capital, sirenes por muitos lados, lentamente o sol vai nascendo brilhando forte na capital.
CENA 3. DELEGACIA/ SALA. INTERIOR. DIA
Pablo na sala trabalhando tenso. Ruan entra com um copo de café em mãos.
RUAN – Resultados, quais são?
PABLO – Não achamos o corpo ainda, mas ele só pode ter carbonizado em meio aos destroços, a mídia inteira está nos alvoroçando por causa disso.
RUAN – Se a coisa está ruim, vai ficar pior ainda… A perícia encontrou as digitais no controle que explodiu a lancha e era do vendedor da lancha Fran Barreto, o corretor é o maior 171, golpista, ladrão, estelionatário, o típico bandidinho de esquina…
PABLO – Precisamos interrogar ele agora!
RUAN – (Ri) Tarde demais… Fomos até a casa dele e estava morto eletrocutado.
PABLO – Ninguém merece! Bom, já acabou meu plantão, to de saída.
Pablo pega a chave do carro, enquanto Ruan pega seu celular para entregá-lo e lê uma mensagem em aberto “Te esperando Pablo, no lugar de sempre”.
RUAN – Vai se encontrar com alguém em especial?
PABLO – Claro.
RUAN – Com quem?
PABLO – Querendo saber demais da minha vida não acha Ruan… Até porque você e eu não temos relação nenhuma correto?
RUAN – Claro, corretissímo.
Pablo sai da sala e bate a porta, ficando encostado com um sorriso malicioso.
CENA 4. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. DIA
Luan, Cristal, Mirna e Jack na sala. Todos impactados.
LUAN – Eu juro Cristal que não queria que isso acontecesse com a Dinora!
CRISTAL – Eu sei, mas alguém queria tanto que fez isso acontecer.
JACK – Coitada, ela só era um pouco ambiciosa, não merecia ter um fim desses.
CRISTAL – A ambição acabou ela, quando isso vai acabar hein? Ou melhor com quantos isso vai acabar?
MIRNA – Isso só o tempo dirá… Mas a pergunta que não quer calar é: se a Dinora explodiu no meio do mar cadê as pedras preciosas agora?
Todos se olham intrigados.
CENA 5. AEROPORTO/ CHECK-IN. INTERIOR. DIA
No aeroporto Derick fazia check-in, a espera de Rosa, que logo entra. Derick corre até ela e a beija.
DERICK – Vamos pra Ibiza meu amor?
ROSA – Claro, vou amar a viagem…
DERICK – Ah se vai.
CENA 6. PRÉDIO DA QUADRILHA/ SALA. INTERIOR. DIA
Jonathan e Natalie na sala em clima de comemoração.
JONATHAN – Alguém tinha que se livrar daquela Dinora! Finalmente viu! Quem será que foi?
NATALIE – Fora o falecido do Armando e a Esmeralda que a gente sabe que dessa vez é inocente… O único que sabe mexer com bombas, armas é você…
JONATHAN – Está insinuando que eu sou um assassino!?
NATALIE – Eu é que não sou…
JONATHAN – Quem garante!?
Esmeralda entra no prédio tensa.
ESMERALDA – Acabei de voltar do laboratório… Fiz o exame de DNA.
JONATHAN – E aí… No que deu?
ESMERALDA – O resultado só sai daqui há alguns dias, infelizmente. Não sei se vou agüentar tanta angustia.
CENA 7. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ NOITE
Cai uma linda noite em Madrid agitada e iluminada como sempre.
CENA 8. MARGEM DO RIO MANZANARES. EXTERIOR. NOITE
O local já está pouco movimentado, já sem bombeiros, sem poucas pessoas das margens do rio revela-se uma face que vai se iluminando saindo da água, é Dinora.
DINORA – Então quer dizer que eles acham que eu morri… Estão muito enganados!
CENA 9. DELEGACIA/ SALA. INTERIOR. NOITE
Augusto está na sala, Ruan entra.
AUGUSTO – Que bom que você chegou… O juiz expediu o mandado de exumação do corpo do Armando, ele vai ser exumado daqui a pouco no cemitério.
RUAN – Que ótimo…
AUGUSTO – Ei Ruan, venho notando que você o Pablo, a duplinha dinâmica vem torcendo o nariz pra mim… Por acaso acham que eu estou envolvimento com os assassinatos!?
Ruan puxa uma gaveta e mostra um envelope para Augusto.
AUGUSTO – Nossa… Entendi.
RUAN – Você é o único aqui que sabe disso Augusto, ao que saibamos pelo menos… Mas se for realmente você o assassino você vai pagar e dane-se esse trunfo ridículo que você diz ter… Você não me intimida por simples fotos Augusto, não mesmo.
Ruan sai tenso. Augusto fica a encarar Ruan sorridente.
AUGUSTO – Vejamos como saem dessa.
CENA 10. IBIZA/ CEMITÉRIO. INTERIOR. NOITE
Derick passeia por um cemitério com um buquê de flores em mãos, ele vai caminhando até que chega num tumulo, onde estava escrito “Keila Marinho – 20 de abril de 1983”.
DERICK – Keila… Você era tão jovem quando tudo aconteceu, tinha a idade de seus filhos…
Uma lágrima escorre de seu rosto, ele logo enxuga.
DERICK – Eu prometi pra você que eles iam pagar lembra? Pois então, já está na hora de parte dessa verdade ser dita.
Derick tira uma foto antiga do bolso, nela aparecem 6 jovens. Entre eles Carlota, Roberto e o próprio Derick.
CENA 11. CASA DE CARLOTA/ QUARTO DE CARLOTA. INTERIOR. NOITE
Carlota ao lado de Roberto, eles saboreiam um champanhe.
CARLOTA – Eu to preocupado com o Derick, Roberto.
ROBERTO – Devia… Ele está em Ibiza, e a gente sabe muito bem o tipo de perigo que corremos com isso.
CARLOTA – Ele está fora de controle Roberto… E se ele fala algo pra Rosa!? E se ele faz algo com ela?
ROBERTO – Uma hora essa parte vai aparecer Carlota.
CARLOTA – Eu não posso pagar por um crime que VOCÊ cometeu!
ROBERTO – Eu cometi, mas com ordem de quem?
CARLOTA – O único jeito de impedir o Derick de falar tudo de uma vez a gente sabe qual é…
ROBERTO – Mas se a gente der cabo dele Carlota, ele tem as provas e tem a Rosa pra piorar a situação.
CARLOTA – Eu to com um medo maior ainda Roberto…
ROBERTO – Qual?
CARLOTA – Eu tenho medo desse assassino dar cabo do Derick e me incriminar.
CENA 12. PENSÃO/ COZINHA. INTERIOR. NOITE
Luan na cozinha a espera de Jack, ele entra.
JACK – O que quer Luan?
LUAN – O que eu quero? A verdade Jack: ou você conta a Cristal de onde você veio, quem você é e o que você realmente quer ou eu conto.
JACK – O QUÊ!?
LUAN – Chega de trairagem Jack! Você tá traindo a quadrilha e a Cristal, isso é pela Dinora… Em memória dela, a amiga dela não merece isso.
JACK – Quem você que é pra falar de traição Luan? Me diz, ah lembrei, você é só o cara que pegou a Lucibaranga por interesse e que deu graças a Deus quando ela morreu e que estava com as pedras preciosas escondidos de todo mundo.
LUAN – Mas eu to mudando Jack… Acorda querido, não é mais você quem dá as cartas…
JACK – Então me diz: é o assassino agora? E quem garante que não seja eu então quem esteja dando as cartas? Quem garante Luan?
LUAN – Se eu voltar pra aquela sala e fizer um escândalo Jack e depois eu aparecer morto não vai ficar nada bem pra você…. Escolhe Jack, o que você vai fazer.
Contrariado Jack vai até a sala onde estava Cristal.
JACK – Cristal, nós precisamos conversar…
Cristal e Jack sobem para o quarto. Eles entram, Jack tranca a porta.
CRISTAL – O que foi Jack?
JACK – Tá na hora de você saber a verdade sobre mim… Toda a verdade.
CENA 13. CARRO. INTERIOR. NOITE
Dinora num carro tensa. Ela fala ao celular.
DINORA – Calma, eu já to chegando aí… É sério, é a Dinora mesmo falando… Eu to viva, vivinha… Pode fazer plantão, cobertura ao vivo… Eu quero retornar em grande estilo.
Dinora desliga o celular e o joga no banco.
DINORA – Que saco!
Dinora se lembra:
Dinora saboreava um champanhe, até notar a discussão em alto som, ela aproxima-se e depara-se com a cena.
DINORA – Ai que castigo meu Deus! Inferno viu! É melhor eu vazar antes que dêem falta de mim!
Dinora pega o urso, vai até a proa segundos antes da explosão e salta no mar, ela começa a nadar até que subtamente a lancha explode. Dinora no meio do rio em choque com o que vê.
DINORA – Que baita golpe de sorte hein!
Em seguida ela se lembra:
Dinora numa agência do SEDEX com o urso de pelúcia, já pela manhã. Ela aproxima-se de um guinche.
DINORA – Eu quero mandar uma encomenda de última hora para o Brasil.
FUNCIONÁRIA – Olha dona vai demorar em torno de 7 à 15 dias para chegar ao Brasil… Estamos com serissimos problemas.
DINORA – Mesmo assim, eu vou passar o endereço. Mas é importante que essa carga chegue super segura ao Brasil.
DINORA – Ai como você é gênia Dinora, só você mesmo!
CENA 14. PORÃO. INTERIOR. NOITE
O assassino assistia a filmagem de uma câmera na pensão, onde acompanhava todos os movimentos. O assassino focaliza no telão na imagem de Luan no seu quarto atônito.
ASSASSINO – Tá na hora do Luan saber quem realmente matou a irmãzinha dele…
Rapidamente ele pega um controle e muda a câmera para o quarto de Cristal, onde Jack estava prestes a lhe contar o segredo. Ele pega um balde pipoca e acomoda-se numa cadeira vendo.
ASSASSINO – Esse filminho romântico eu quero ver!
CENA 15. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE
CRISTAL – Vamos Jack, conte. Eu to preparada.
JACK – Eu sou bandido Cristal, eu assaltei a Luxus, me envolvi com sua prima e posso ser o pai do filho dela.
Cristal fica completamente perplexa com o que escuta.
CENA 16. CEMITÉRIO/ EXUMAÇÃO. INTERIOR. NOITE
Augusto, Pablo e Ruan na sala para exumações em posse do mandado, chegam vários coveiros com o caixão de Armando e colocam numa mesa, eles vão tirando a terra por cima, limpando o caixão para abri-lo.
RUAN – Gente como que o Armando pode estar vivo!? A gente viu o corpo dele!
PABLO – Mas ele só pode não estar! A moto é dele, ela sumiu do prédio dois dias após a morte dele… E aquela moto já é marca registrada do bandido. Mas se não for isso é porque o assassino quer tirar com a nossa cara mesmo.
Os coveiros limpam o caixão por completo e seguram na alça do caixão.
COVEIRO – Prontos!?
Ruan, Pablo e Augusto tensos prestes a abrirem o caixão, timidamente, fazem que sim, o coveiro abre o caixão de Armando e todos ficam em choque com o que vêem.
AUGUSTO – Ih, olha lá, o defunto sumiu!
A cena congela em tons roxos em Augusto apontando o dedo no caixão, perplexo.
FIM DO CAPÍTULO