quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Reaper - 2ª Temporada - Episódio 24


VIGÉSIMO QUARTO EPISÓDIO

GENEVIÉVE
"GENEVIÉVE"

EPISÓDIO DO PONTO DE VISTA DE SILAS

A televisão exibe um noticiário sobre uma guerra no Panamá. Levanto da cama com um pouco de preguiça, mas todos nós temos que trabalhar e trazer sustento à nossa família.
Após tomar banho, apronto-me para o trabalho e desço as escadas até a sala de jantar, onde vejo meus dois filhos brigando pelo último biscoito da mesa.
— Ei! Parem com a má educação! – Minha esposa adverte.
— Sim mãe. – Os dois falam em conjunto.
— Amor, você acha que pode passar no supermercado quando voltar do trabalho? Eu fiz uma lista e deixei em cima do balcão na sala. – Agarro-a e a beijo apaixonadamente.
— Ei, crianças tomando café da manhã aqui!
— Desculpe-me, Elliot. – Respondo ao meu filho mais novo. – Gavin, você quer ir no mercado com papai daqui a pouco?
— Claro! – Ele responde com entusiasmo.
Pego uma bolacha de canela da mesa e saio da sala de jantar mastigando-a. Vou até a sala de estar, onde pego a lista de compras que minha esposa deixou em cima da mesa e a minha maleta do escritório, que está em cima do sofá.
Pego as chaves na parte de trás da porta e saio de casa. Aciono o botão da garagem e tiro o carro de lá. Dirijo por alguns minutos até chegar ao trabalho.
Estaciono numa vaga particularmente difícil. Pego a minha maleta, saio do carro, fecho a porta e ativo o alarme. Ando do estacionamento até a porta giratória do prédio, onde cumprimento o zelador Joseph, que trabalha na empresa há anos. Passo pela recepção e Charity, minha assistente, me acompanha com dois copos da Starbucks em mãos. Ela me entrega um.
— Deixei os papeis da Hessington Oil em cima da sua mesa. – Ela diz.
— Já fechou a reunião com a Ava?
— Sim, ela deve chegar em dois minutos.
Nós dois entramos no elevador e Charity pressiona o botão do sétimo andar, onde nós trabalhamos.
— Você está com o cabelo bagunçado. Deveria arrumar isso. – Ela diz.
— Não está bagunçado nada. – Retruco.
— Por favor, parece que você foi atacado por uma foca raivosa. – Ela tira um pente do bolso de sua saia e me entrega.
— Você carrega isso por aí o tempo todo?
— Nunca se sabe.
O elevador abre e nós dois saímos. Charity fica em sua mesa e eu entro no meu escritório, onde Harvey está sentado no sofá, me esperando. Deixo a minha maleta em cima da mesa. Ligo o computador e volto minha atenção para Harvey.
— Tão cedo? – Pergunto.
— Você que fudeu sua esposa por tempo demais ontem a noite e acordou tarde.
— É, isso também. – Tomo mais um gole do café e ponho-o sobre um descanso de copo que há na mesa. – Por que você está aqui?
— Rachel me entregou uma papelada da Hessington Oil. Eles virão com tudo para cima de nós.
— O quê? Eles não têm base para isso. Se a companhia deles estava derramando óleo nos rios, então eles têm que responder sobre isso.
— O problema é que Ava colocou um de seus procuradores em cima de nós e descobriu que Mike nunca foi à Harvard. – Ponho as mãos na minha cabeça ao Harvey dizer isso – E ela está a um passo de descobrir o que nós e a Jessica fizemos para conseguir nossos nomes na entrada.
— Harvey, vamos fazer o seguinte: Mande Rachel e Charity procurarem por alguma irregularidade no fórum da Hessington Oil. Eu irei com Mike até a casa da Ava.
— Certo. Eu vou pedir para o Louis tentar marcar uma reunião com o filho dela. Aquele bastardo deve saber de algo. – Harvey responde.

[...]

Estaciono o carro em frente à casa de Ava. Mike e eu saímos do carro e tocamos a campainha da casa. Alguns segundos mais tarde, Ava abre a porta.
— O que você quer?! – Ela grita.
— Ava, nós viemos aqui com um acordo. – Mike diz.
— Eu não faço acordos com ceifeiros. – Ela olha para mim – Ou vampiros.
Ava bate a porta na nossa cara e algo me diz que devemos deixá-la em paz.
Mike e eu acabamos pegando horas de trânsito na volta e ao chegarmos à empresa, já é hora do almoço. Mike desce para almoçar com Rachel e eu fico no aguardo de Charity descer. Enquanto ela não aparece, olho algumas coisas no carro e decido verificar a lista de compras do mercado.
Pego o papel branco e leio:
“Acorde;
Acorde;
Acorde;
Acorde.”
Sacudo a cabeça e volto a ler o papel, que agora contém alguns produtos listados como leite, manteiga, ovos... O básico. Charity bate nos vidros do carro e eu me assusto, a princípio. Destranco a porta e ela entra.
— Aonde vamos? – Pergunto.
— Abriu um novo restaurante pertinho daqui. Se eu não me engano é Genevieve’s o nome. – Ela responde.
— Interessante.
— Não é? Adorei ter o nome de sua esposa. Como ela vai, a propósito?
A conversa com Charity se estende até depois do horário de almoço. Às vezes ela chega a ser antipática, mas eu até entendo, tendo em vista que ela acabou de terminar com o namorado dela. Nós voltamos à empresa e eu esbarro com uma garota loira no caminho para o elevador.
— Silas! Graças a Deus! Você precisa acordar, sério, precisamos de você! – Ela segura meu pulso, mas eu puxo de volta com violência.
— Eu não te conheço, garota. – Retruco.
Pressiono o botão do elevador e quando volto meu olhar para a garota, ela desapareceu. Entro no elevador e um garoto idêntico a Mike - porém mais novo – aparece com uma foice, assassinando pessoas por todo o seu caminho e vindo em minha direção. Charity corre até mim, mas ele a alcança primeiro e antes do elevador fechar, eu levo um banho com seu sangue.
Fico em estado de pânico.
Antes que eu possa ter algum tipo de reação, o elevador abre no sétimo andar, onde eu me deparo com Geneviéve esperando por mim em meu escritório, um grande sorriso no rosto.
— Tem um maníaco matando todos no térreo. Liguem para a polícia! – Grito.
Ninguém dá a mínima atenção. Volto minha atenção para Geneviéve.
— Silas, você tem que sair daqui. – Ela diz.
— Sim, e você vem comigo! – Respondo.
Puxo Geneviéve pelo braço até a porta que dá acesso às escadas de incêndio. Subimos até o terraço, onde me deparo com uma porta para o meio do nada.
— Silas, fuja, eu ficarei bem. – Ela diz.
— Não! Você ficou louca? Você vem comigo!
Geneviéve me puxa e põe as duas mãos na minha cabeça. Um flash de lembranças começa a passar por minha mente e eu vejo o mundo ao meu redor desmoronar.
— Mas... Você está morta. – Digo.
— E você tem um desenho meu no bolso de trás da sua calça. É o que você precisa levar de volta ao seu mundo. Vá, Silas. Eu ficarei bem.
Geneviéve cai no chão e seu joelho começa a sangrar. Sem pensar, pego um canivete que sempre tenho guardado sob minha calça e molho-o no sangue dela. Em seguida, enfio-o em mim e dou um último beijo nela.
— O que você fez? – Ela pergunta.

— Somos um. – Respondo, e caminho até a porta, com dificuldade.

[...]

— Graças a Deus! – Íris dá um suspiro alto.
— Luna teve que fazer um feitiço para nos conectar à você. Ficou fora por muito tempo.
— Pessoal, olha. – Ela aponta para um canivete no estômago de Silas.
— Oh não, não! – Grito.
Silas apresenta sinais de fraqueza e, aparentemente, não tem nenhum interesse em resistir. Ele põe a mão sobre o canivete para que ninguém o remova e volta sua atenção para mim.
— Quando vocês saírem... Diga a Zoe que eu fui um covarde.
— Silas, você é um heroi. Ninguém tem mais orgulho em ser seu aliado que eu. – Respondo.
— Olha só gente... Eu não queria morrer, de verdade. Eu queria criar uma nova vida, conseguir uma família, criar meus filhos com amor e carinho. Uma vida humana, mas Morte tirou isso de mim e me usou por séculos. Eu estou feliz que aquele filho da puta mentiroso está morto de vez.
— Você não vai morrer hoje, eu prometo. – Íris segura a mão dele com força.
— Está tudo bem. De verdade. Pela primeira vez... Está tudo bem.
Essas foram as últimas palavras de Silas.
Ariel olha para o horizonte e, bem ao longe, ela vê um exército marchando.
— Lilith está vindo. – Ariel diz.
Uma fumaça negra aparece em meio a todos nós, onde uma mulher com capuz preto e foice em mãos assume forma. Ela abaixa o capuz e vira-se para nós.
— Pois deixem ela vir. – Ela responde.
— Ai meu Deus. – Retruco.

Katherine.


DIREÇÃO DE ARTE - MÁRCIO GABRIEL, FÉLIX E WALTER HUGO
ESCRITO POR - WALTER HUGO
REALIZAÇÃO - TV VIRTUAL
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.