quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 23



CENA 1. APARTAMENTO DE CAUÃ/ SALA. INTERIOR. NOITE

Lucicléia tira várias fotos forjadas e mostra para Cristal ver.

LUCICLÉIA – Nega Cauã, nega mesmo! Seu cínico! Eu vou arrancar cada centavo seu quando nosso filho nascer Cauã, eu juro!

Lucicléia sai fingindo fúria, Cauã aproxima-se de Cristal para abraçá-la, ela reage com truculência e lhe dá um empurrão.

CRISTAL – Você é igual a sua mãe! Vocês não prestam mesmo, eu odeio vocês, ODEIO! (Chora) Adeus Cauã, acabou tudo entre nós, tudo!

CAUÃ – Isso é mentira Cristal! Eu já namorei aquela destrambelhada, mas foi coisa sem importância e foi bem antes da gente se conhecer! Ela tava em Barcelona!

CRISTAL – (Gritando) EM BARCELONA O ESCAMBAU! Ela tá grávida, você é um galinha mesmo! Sempre foi, eu to cansado de tanta gente traiçoeira perto de mim! Essa cambada maldita de falsos ao meu redor… Mas por que Cauã? Por quê!? É a ambição? Ou será que eu fiz algo muito ruim na minha vida passada e to pagando agora?

CAUÃ – Para pelo amor de Deus… Eu te amo.

CRISTAL – Me ama? Vai amar aquela baranga e o seu filho que você ganha mais. Adeus Cauã. Por favor, não me procura mais, não faz essa história durar mais do que já durou.

Cristal sai arrasada.

CENA 2. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE

Cristal entra em seu quarto, arrasada, ela acende a luz e encontra Augusto lá.

CRISTAL – Augusto… Você aqui!?

AUGUSTO – Vim te fazer uma surpresa Cristal… Faz dias que não nos falamos.

Augusto abraça Cristal e nota sua tristeza.

AUGUSTO – Por que você tá assim tão triste hein Cristal?

CRISTAL – O Cauã me traiu Augusto! Ele engravidou outra que chegou lá reclamando dos direitos dela de grávida, eu to arrasada Augusto.

AUGUSTO – Eu to sempre aqui pra você, como você quiser Cristal, eu te amo e sempre te amei.

Cristal chora e deita no colo de Augusto.

CRISTAL – To me sentindo tão frágil Augusto… (Lacrimejando) Todos que eu posso confiar tão me traindo… Justo ele! To tão insegura.

AUGUSTO – Mas comigo você sempre vai poder contra Cristal, porque eu te amo.

Augusto aproxima-se de Cristal, encantado por ela, até que seus lábios se tocam e eles se beijam.

CENA 3. CABANA/ SALA. INTERIOR. NOITE

Esmeralda tensa na sala, até que Lucicléia entra com ar de vencedora.

LUCICLÉIA – Missão dada é missão cumprida!

ESMERALDA – E aí como foi?

LUCICLÉIA – Melhor que eu imaginei! Eu chego no apartamento e encontro quem? A Cristal! Ela ficou possessa por causa disso, até esquentou minha cara… Diz, a tua prima é barraqueira mesmo ou só me deu esses tabefes por raiva mesmo?

ESMERALDA – É barraqueira de nascença querida! Minha priminha sempre foi assim!

LUCICLÉIA – Eu não quero nem tá perto quando ela descobrir que você, a bandidona da história tá viva!

ESMERALDA – (Ri) A Cristal jamais levantaria a mão pra priminha idolatrada dela.

LUCICLÉIA – Eu não apostaria nisso, toda trouxa uma hora acorda.

ESMERALDA – Agora vou colocar minha parte do plano em prática… O que o Cauã faz quando termina um relacionamento?

LUCICLÉIA – Geralmente vai pra balada… Mas quando se importa vai é pro bar, dá um role perto do prédio dele que você acha.

ESMERALDA – Valeu colega, tu é parceira!

Esmeralda se levanta, pega sua bolsa, passa batom e sai da casa, Lucicléia rapidamente se acomoda folgadamente no sofá lendo uma revista. Jack chega na sala.

JACK – Onde tá a Esmeralda hein Luci… Lucileide né?

LUCICLÉIA – Lucicléia! Decore, Lu-ci-clé-ia! A Esmeralda saiu atrás do macho da prima dela! Vou te contar hein! Sua namorada tem um fogo! Pega você no mesmo dia e já tá pegando o Cauã, se duvidar pega o meu Luan depois.

JACK – Vadia!

LUCICLÉIA – Oi?

JACK – Deixa… A Esmeralda que corra atrás do Cauã, à vontade, o que é dela tá guardado, muito bem guardado!

CENA 4. BAR. INTERIOR. NOITE

Cauã está no bar bebendo já bastante bêbado. Esmeralda chega na entrada do bar, ela olha para Cauã naquele estado, logo sente um imenso aperto no peito, ela respira fundo, entra no bar e pede um whisk, ela senta-se ao lado de Cauã.

ESMERALDA – O que um homem tão lindo tá fazendo bêbado aqui hein?

CAUÃ – Ela me abandonou… Minha namorada, eu amava ela, e ela me largou… Armaram pra mim moça, eu juro eu não a trai!

ESMERALDA – Entendo você… Prazer, Soledad de la Vega, e você?

CAUÃ – Cauã Romero.

Esmeralda e Cauã continuam conversando por um longo tempo, madrugada a dentro.

CAUÃ – Eu vou pra casa… Tá tarde.

Cauã vai se levantando e indo embora, Esmeralda o grita.

ESMERALDA – Espera… Você não tem condição de ir sozinho, eu te levo.

Esmeralda aproxima-se dele e toma a chave de seu carro, ela entra e ambos dirigem.

CENA 5. RUA. EXTERIOR. MADRUGADA

Esmeralda e Cauã caminham na rua prestes a chegar ao apartamento dele, Cauã bêbado, alterado, a todo instante cita o nome de Cristal. Esmeralda comovida e emocionada, logo aproximam-se dois assaltantes.

ASSALTANTE – Passa tudo playboy!

CAUÃ – Calma cara, to sem grana, to duro!

O assaltante rapidamente agarra Cauã, enquanto o outro a Esmeralda, eles relutam, os bandidos pegam seus celulares e carteiras, Cauã tenta reagir, mas leva um soco no rosto e um golpe com a faca, se machucando, eles são jogados no chão enquanto os assaltantes fogem.

CAUÃ – Droga!

ESMERALDA – Calma, deixa eu te ajudar!

Esmeralda se aproxima de Cauã, pega em suas mãos, eles se apóiam e começam a se levantar, Esmeralda sente pena ao ver o rosto de Cauã machucado, ela passa a mão em seu rosto carinhosamente.

CAUÃ – Você me lembra ela Soledad. Tão carinhosa, tão bonita, até o perfume é parecido…

Esmeralda engole em seco, sem responder, uma lágrima escorre de seu rosto. Logo começa a chover incessantemente, a chuva começa a molhar seus corpos e atraí-los para mais perto. Até que eles não resistem e se beijam ali mesmo.

CENA 6. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. MADRUGADA/ DIA

A madrugada tempestuosa sai e dá lugar a um lindo e agitado dia ensolarado na capital espanhola.

CENA 7. APARTAMENTO DE CAUÃ/ QUARTO. INTERIOR. DIA

Esmeralda e Cauã estão dormindo juntos, de conchinha. Aos poucos vão se acordando.

ESMERALDA – Eu dormi aqui?

CAUÃ – Sim… Ai que ressaca meu Deus.

ESMERALDA – Que papelão… Você não deve nem lembrar quem sou eu!

CAUÃ – Soledad de la Vega… Acertei?

ESMERALDA – Sim.

CAUÃ – Eu não esqueço as pessoas que fazem diferença pra mim… Se você não me aparecesse naquele bar eu teria ficado lá, virado o dia bebendo, sabe lá Deus o que eu poderia fazer dirigindo aquele carro bêbado… Obrigado mesmo viu.

ESMERALDA – Sua companhia também foi ótima… Mas vem cá, a gente transou? (Sussurrando) To com um pouco de ressaca também!

CAUÃ – (Ri) Ao que parece sim.

Cauã se levanta.

CAUÃ – Vou passar um cafezinho pra gente.

Cauã vai para a cozinha, Esmeralda sorridente.

CAUÃ – A última vez que senti algo assim por alguém… Meu Deus! Foi com a Cristal.

CENA 8. CASA DE CARLOTA/ COZINHA. INTERIOR. DIA

Carlota e Rosa tomam café juntas, ambas tensas.

CARLOTA – Eu to desesperada filha… Preciso conseguir essa grana urgente!

ROSA – A grif não vai falir mamãe, não vai mesmo! A gente reergue com nosso suor.

CARLOTA – Deus queira filhinha, to indo pro ateliê, vem comigo, faz tanto tempo que você não vem comigo.

ROSA – Tá mãe.

Carlota abre um sorriso.

CARLOTA – Pelo menos pra nos unir um pouco essa crise serviu… Eu te amo filha.

ROSA – Eu também mãe.

Carlota e Rosa se abraçam.

CENA 9. ATELIÊ/ SALA DE CARLOTA. INTERIOR. DIA

Carlota vai entrando em sua sala junto de Rosa, ela acende a luz, quando ambas dão de cara com Derick sentado na cadeira de costas, ele logo vira-se para recepcioná-las.

DERICK – Bom dia Carlota!

CARLOTA – O que faz aqui?

DERICK – Vim fazer uma visita a minha velha amiga… E a sua bela filhinha também, prazer, Derick.

CARLOTA – Rosa, por favor, me deixe a sós com ele.

DERICK – Não! De jeito algum, faço questão de sua presença, nós não temos nada a esconder de sua filha Carlota… Ou temos?

CARLOTA – Por favor sai.

DERICK – Eu insisto, fique! Eu só vim perguntar a tua mãe qual o cambalacho que ela vai aplicar pra sair da crise? Cuidado Carlota, vê se não volta pra lama! Alias, você é um poço de lama, só que vestido por seda.

CARLOTA – Para de falar merda!

DERICK – Para de fazer merda! Rosa, você sabia que lá no passado a tua mãe não passava de uma…

CARLOTA – (Corta) Cala a boca!

DERICK – A verdade dói Carlota, eu sei… Dói não só em você, mas doeu em mim, doeu bastante sabia? Mas as suas mentiras… Nossa, essas então nem se fale!

ROSA – Mãe, do que ele tá falando?

DERICK – Meu Deus Rosa! Você conhece tão pouco assim a tua própria mãe? Que espécie de filha você é… Eu conheço muito bem a minha, tanto que sei de cada lágrima que ela chorou quando a sua linda mãezinha…

CARLOTA – (Corta) Para! Pelo amor de Deus Derick, some daqui, se não eu chamo a segurança.

DERICK – Mas melhor! Chama a polícia! Manda eles me tirarem daqui, pinta o capeta de mim, de novo!

Derick pega o telefone e disca o número.

DERICK – Tá chamando… Não quer falar?

Derick desliga o telefone.

DERICK – Já esperava isso de você…

Derick se levanta e se encaminha até a saída, mas antes passa por Carlota. Ele encosta na orelha de Carlota começando a falar.

DERICK – Você é um exemplo vivo de como as aparências enganam, você não um croqui que você desenha Carlota… Sua rameira! É isso que você é e sempre será uma pistoleira, uma rameira.

Derick se vai, Rosa intrigada.

CENA 10. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ NOITE

O dia passa rápido na metrópole espanhola, logo o dia se vai e dá lugar a uma noite badalada e agitada por todos os cantos, como sempre.

CENA 11. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. NOITE

Derick estava sozinho no apartamento, lendo o jornal, até que a campainha toca, ele corre e atende Rosa que estava prontamente lá, ele se choca.

DERICK – Você aqui?

ROSA – Eu vim saber o que de tão podre você sabe da minha mãe.

DERICK – Pergunta pra ela.

ROSA – Não, porque você vai me contar.

DERICK – Não sei de onde tira tanta convicção!

ROSA – Você tava blefando, só fez aquilo pra botar pressão… A minha mãe pode ser o que for, mas bandida ela não é, eu a conheço Derick.

DERICK – (Ri) Coitada de você garota! Me dá pena sabia? Tão enganada!

Rosa faz menção de ir embora, Derick segura seu braço.

DERICK – Espera, não vai assim.

ROSA – Por quê?

DERICK – Fica mais um pouco, vamos tentar conversar vai, não quero que você faça idéia errada de mim. Vou passar um café pra nós.

Derick passa um café para ele e para Rosa, que está sentada na cadeira, conversando quase descontraída com Derick, ele se aproxima para servir o café, até que ele cai em Derick sujando sua roupa.

ROSA – Desculpa!

DERICK – Não, não, a culpa foi minha mesmo, eu que fui tonto! Vou trocar de camisa!

Derick tira a camisa, ele vira-se para Rosa para vê-la, eles se entreolham encantados, rola um clima entre eles, até que se beijam apaixonadamente, eles vão para o quarto onde Rosa e Derick começam a se despir.

CENA 12. PENSÃO/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. DIA

Cristal está abraçada a Dinora pensativa.

DINORA – Homem é tudo igual amiga, quando você menos espera eles te apunhalam… Mas o Cauã.

CRISTAL – Não sei viu… E o pior é que ontem eu e o Augusto a gente se beijou.

DINORA – Você tá dividida né?

CRISTAL – Meio que sim… Mas eu não amo Augusto e aquele beijo só comprovou isso e o Cauã eu to muito decepcionada com ele.

DINORA – E se for armação!?

CRISTAL – Armação!? Uma armação com teste de gravidez, DNA e ainda por cima fotos que comprovam isso.

DINORA – Sei lá amiga…

CRISTAL – Não sei como o Cauã pode me trocar por aquela baranga!

DINORA – Vai passar amiga… Vai passar.

João entra no quarto afobado.

JOÃO – Eu coloquei um detetive atrás do assassino do Armando, antes da Amanda morrer… E ele achou uma mulher que viu o assassino.

Cristal, Dinora e João tensos.

CENA 13. APARTAMENTO DE CAUÃ/ QUARTO. INTERIOR. DIA

Cauã deitado na cama, Esmeralda já foi embora, a todo instante lembra-se de Cristal e de Esmeralda. Ele se lembra:

Cristal põe o chocolate na boca sensualmente para provocá-lo achando que ele não irá pegar.

CAUÃ – É pra já!

Cauã morde o chocolate na boca de Cristal e ambos entram num delicioso e apaixonado beijo. 

Logo após mais uma lembrança vem a sua mente:

CAUÃ – Para pelo amor de Deus… Eu te amo.

CRISTAL – Me ama? Vai amar aquela baranga e o seu filho que você ganha mais. Adeus Cauã. Por favor, não me procura mais, não faz essa história durar mais do que já durou.

Cristal sai arrasada.

Ele também se lembra:

Logo começa a chover incessantemente, a chuva começa a molhar seus corpos e atraí-los para mais perto. Até que eles não resistem e se beijam ali mesmo.

CAUÃ – Só o que me faltava… É ficar mexido por essas duas!

CENA 14. CABANA/ QUARTO DE ESMERALDA. INTERIOR. DIA

Esmeralda deitada em sua cama, pensativa em Cauã. Logo Jack entra.

JACK – Precisamos conversar Esmeralda.

Esmeralda se levanta e dá espaço para ele se sentar na cama.

ESMERALDA – É… Precisamos.

JACK – Seja franca comigo: você tá apaixonada por outro não é?

ESMERALDA – Sim… Pelo Cauã, no começo eu achei que era só pelas pedras, mas não é só… Eu sinto algo a mais por ele.

JACK – Você me traiu Esmeralda… Você armou pra sua prima, que era como sua irmã, como você pôde?

ESMERALDA – A ambição já me fez fazer coisas piores Jack…

Esmeralda o abraça.

ESMERALDA – Eu sou muito grata por tudo que você fez por mim, obrigado, sem você eu poderia estar morta agora pelo Armando. Nunca vou esquecer tudo o que você fez por mim, tenho um carinho enorme por você Jack.

Jack apenas abraça Esmeralda, uma lágrima rola de seu rosto, ele logo enxuga.

CENA 15. CASA DE CARLOTA/ SALA. INTERIOR. DIA

Carlota completamente histérica, andando de um lado para o outro, com Roberto ao seu lado.

ROBERTO – Se acalma Carlota, a Rosa deve ter passado a noite com o Cauã ou na casa de uma amiga, até mesmo na Cristal.

CARLOTA – Eu sinto que tem algo errado! Ela saiu sem avisar depois daquele show do Derick… Eu tenho medo de que tenha acontecido algo com ela! Se ela não aparecer em 20 minutos eu coloco a polícia nesse caso.

ROBERTO – Para piti Carlota!

CARLOTA – Você não se importa mesmo com a Rosa não?

ROBERTO – Se eu me importasse eu não teria feito o que fiz.

CARLOTA – Não importa mais… O importante é que pro bem de todos ela não pode estar com o Derick!

O telefone de Carlota toca, ela atende o porteiro do apartamento de Derick.

CARLOTA – Tem notícias da minha filha? Ela tá com ele.

PORTEIRO – Olha dona Carlota não tenho notícias nada boas… Ela subiu no AP ontem a noite e acabou de descer aos beijos com o Derick.

Carlota põe a mão no peito, deixa o celular cair.

CARLOTA – Não! Não pode ser meu Deus! Não pode!

A cena congela em tons roxos em Carlota incrédula com o que ouvira.

FIM DO CAPÍTULO