CENA 1. HELIPORTO. EXTERIOR. DIA
Esmeralda soava frio, tremia, não sabia o que fazer, até que ela e Amanda sentem um calafrio intenso, Esmeralda sente algo percorrer-lhe por trás, a moto preta ainda na sombra onde não se era iluminado estava lá. Amanda encarava aquela cena diante de seus olhos ainda mais incrédulas, eles encheram-se de lágrima e de medo, a arma de Esmeralda tremia, ela não sabia o que estava acontecendo e não queria virar-se para ver.
AMANDA – É VOCÊ! Não faz isso! (Com lágrimas nos olhos) Pelo amor de Deus!
Dois tiros são disparados do piloto em direção a Amanda que é acertada em cheio no tórax, ela encara o ser na moto e vai ao chão, morta.
ESMERALDA – AMANDA!
A moto preta sai catando pneu fugindo em disparada do heliporto, Esmeralda olha para trás, incrédula, em seguida ela encara Amanda, ela aproxima-se diante dela, checa seu pulso, constatando sua morte, um misto de medo e de desespero toma conta de Esmeralda que começa a chorar compulsivamente. Ela levanta-se afastando do corpo, o encarando receosa, com a arma em punho, trémula.
ESMERALDA – O que eu faço meu Deus?
Ela começa a correr para fora do heliporto com arma em punho, ela procura por todos os lados a moto, que já desaparecerá dali, como num passe de mágica. Esmeralda entra em seu carro, completamente atordoada, no banco do passageiro encontra um misterioso bilhete “Me pegue antes que eu pegue todos vocês, ASSASSINA.” Abaixo se encontrava o número da polícia local. Esmeralda continuava a chorar atordoada, ela acelera o carro o máximo que pode.
CENA 2. CABANA/ QUARTO DE NATALIE. INTERIOR. NOITE
Natalie pulando a janela de volta quando Jonathan entra no quarto a surpreendendo.
JONATHAN – Você não disse que tava dormindo?
NATALIE – É que eu… Eu…. Ah você também não tava aqui!
JONATHAN – Anda logo e responde!
Natalie exita por alguns segundos, até que a porta se abre e Esmeralda entra completamente trémula e atordoada, ela cai na cama de Natalie, seu estado os choca.
ESMERALDA – Tá morta! A Amanda tá morta!
JONATHAN – Não era isso que você queria?
ESMERALDA – Vocês não entenderam. Quem matou a Amanda não fui eu, tem mais um assassino nessa história e ele disse que se não o pegarmos ele pegará a todos nós.
Jack entra no quarto, acabando de chegar.
JACK – Como é que é?
CENA 3. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. COMEÇO DE MADRUGADA
Mirna acaba de chegar, ela se enrola num lençol e cai no sofá a espera dos hóspedes, ela finge dormir. A porta bate, o primeiro a entrar é João, ele sobe discretamente sem fazer o menor sinal. Logo chega Dinora, também bastante tensa, ela vai tomar uma água e senta-se ao lado de Mirna, ligando a televisão para ver o jornal. Mirna finge acordar-se.
MIRNA – Dinora!? Chegou agora?
DINORA – Que isso dona Mirna, já faz umas meia-hora que cheguei, é que to esperando a Cristal.
MIRNA – Ãn, sei.
Logo Cauã entra a espera de Cristal, após ele Cristal também chega.
CRISTAL – Cauã?
CAUÃ – Oi meu amor! Onde você foi? Achei que estaria aqui.
Cristal encurralada, aflita. Logo Rosa liga, Cauã atende.
ROSA – Alo Cauã, to no seu apartamento, acabei de chegar aqui, cadê você?
CAUÃ – Já estou indo pra aí, onde estava?
ROSA – Nossa… Que ligação ruim, tchau, to desligando.
CAUÃ – Só a Rosa mesmo!
Todos descontraídos forçando por algum motivo um sorriso.
CENA 4. CASA DE CARLOTA/ SALA. INTERIOR. COMEÇO DE MADRUGADA
Carlota acaba de chegar, ela entra na sala e procura por Roberto por todos os lados, ao não achá-la fica cada vez aflita.
CARLOTA – ROBERTO! (Histérica) ROBERTO CADÊ VOCÊ! (Pensamento) Droga! Será que ele me seguiu?
Roberto entra sorridente.
ROBERTO – Procurando por mim meu amor? Eu voltei!
Carlota tensa e Roberto com um sorisso cínico.
CENA 5. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. COMEÇO DE MADRUGADA
Laísa e senta no sofá, está um tanto pensativa. Ela liga no jornal da madrugada para ver uma notícia em especial, até que ela vê a maçaneta se mover, ela desliga a televisão e deita no sofá fingindo que estava dormindo. Derick entra.
DERICK – Mãe, não precisa fingir pra mim, o porteiro me disse que você saiu, pra onde você foi?
Laísa levanta-se, encurralada.
CENA 6. HELIPORTO. INTERIOR. MADRUGADA
Pablo e Ruan estão no heliporto diante do corpo de Amanda que está coberto, eles interrogam o piloto que quando chegou deparou-se com seu corpo, os seguranças estão acordando e não se recordam de absolutamente nada.
PABLO – Por que você chegou atrasado aqui? A sua cliente marca com você o embarque para as 10 da noite e você chega às 1 da manhã, como isso funciona?
PILOTO – Eu ia embarcar junto com ela pra Paris hoje à noite, mas meu filho sofreu uma batida de carro e foi parar no hospital, não podia deixá-lo sozinho naquele estado!
PABLO – Entendo.
Nisso Augusto entra bem atrasado, Ruan o barra na porta.
AUGUSTO – Desculpem o atraso… É que tive uns contratempos, já sabem algo da investigação?
RUAN – O que sabemos Augusto é que você está fora do caso e que é um dos suspeitos do assassinato da Amanda.
Augusto impactado.
CENA 7. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. MADRUGADA/ DIA
Cai um dia nublado e agitado em Madrid, logo cedo os trabalhadores pegam no batente dando ritmo a cidade.
CENA 8. DELEGACIA. INTERIOR. DIA
Ruan e Pablo estão na sala discutindo sobre a morte de Amanda com um perito.
PERITO – A Amanda foi morta em torno das 22h pelo que constatou nosso legista.
RUAN – No mesmo horário do piloto, e os seguranças dela?
PERITO – Foram intoxicados por bomba de gás lacrimogêneo.
PABLO – E a pergunta que não quer calar: qual o calibre da arma que baleou a Amanda?
PERITO – A perícia não constatou ainda.
RUAN – É exclusiva da polícia?
PERITO – Ao que parece não.
Ruan e Pablo respiram aliviados.
PERITO – Por que o alívio?
PABLO – Eu tenho medo que o Augusto tenha matado essa menina.
PERITO – Gente, eu não sou da polícia, mas pensem: o Augusto não chegou nesse meio há 1 dia não, ele sabe muito bem que por uma bala dá pra se pegar um assassino, ele não mataria com uma arma que é exclusiva da polícia.
PERITO – Bom gente, vou ali ver um outro caso e já volto.
O perito sai, Pablo e Ruan ficam tensos, sem jeito na sala.
RUAN – Eu to com medo Pablo, se o Augusto for o assassino ele vai jogar baixo pra não ser preso.
Pablo aproxima-se de Ruan para consolá-lo.
PABLO – Ei, ei não tenha medo, a gente tá junto nessa e o Augusto não pode provar absolutamente nada.
RUAN – Eu espero Pablo, eu espero.
Ambos se abraçam por um longo tempo, logo trocam olhares de cumplicidade e se afastam, sem graça.
CENA 9. ATELIÊ DE CARLOTA/ SALÃO. INTERIOR. DIA
Vários funcionários diante do televisor do salão que estava no volume máximo. Todos ligados no jornal onde estava passando a matéria de Amanda. Cristal, Cauã, Rosa e Roberto, disfarçando um imenso sorriso. Nisso Carlota entra, ela mandaria imediatamente desligar a TV, mas ficou diante dela, em silêncio, apenas vendo a reportagem.
JORNALISTA – (Na TV) Amanda Monteiro foi encontrada morta em plena madrugada com dois tiros certeiros desferidos em seu tórax. Na rua foram vistos pelos poucos transeuntes uma moto preta com motorista desconhecido rodeando lentamente o local. O caso está nas mãos dos policiais Ruan e Pablo, já que o policial do departamento de homicídios Augusto foi afastado do caso por ligações com a vítima. A polícia não divulga mais informações, aqui é Íris Ximenes no seu jornal das 8.
Após a matéria que não os fizera desgrudar o olho eles desligam a TV e se chocam a ver Carlota atenta assistindo, ela se afasta timidamente indo para sua sala. Todos voltam ao trabalho com um pequeno burburinho se formando. Após isso o celular de Cristal vibra, ela abre uma mensagem onde estava escrito “Me encontre no restaurante de frente ao ateliê, te interessa bastante, estarei na mesa 7”. Cristal fica extremamente intrigada.
CENA 10. PENSÃO/ SALA. INTERIOR. DIA
Na pensão Mirna, Dinora e João terminam de ver a matéria sobre Amanda, todos tensos.
MIRNA – Assassinato estranho… Eu hein.
JOÃO – Muito…
DINORA – Quem será que matou a Amanda hein?
MIRNA – Pode ser qualquer um, você, o João, a Cristal…
JOÃO – Inclusive a senhora dona Mirna, são 50 milhões em jogo e ela incendiou a sua pensão.
CENA 11. APARTAMENTO DE DERICK/ SALA. INTERIOR. DIA
Derick se arruma, coloca perfume, se encara no espelho, com a TV liga assistindo a matéria a qual Laísa não desgrudava o olho, ele vai até a mãe.
DERICK – Cheiroso?
LAÍSA – Olha que gato o meu filhão! Você vai atrás da Cristal?
DERICK – Já tá mais do que na hora da Cristal saber da verdade mamãe.
LAÍSA – Da nossa verdade você quer dizer? Porque eu duvido que você vá contar toda a história a ela.
DERICK – Mas é óbvio que não, por enquanto só vou contá-la o que lhe interessa saber… O resto o tempo dirá.
LAÍSA – E se ela investigar e descobrir Derick?
DERICK – Eu tenho que arriscar mamãe, e agora com a morte dessa Amanda é a melhor hora.
LAÍSA – Você quer que a culpa caía em cima da Carlota certo?
DERICK – Ela já fez isso comigo antes… Por que não? E a gente sabe que motivo não a faltava!
LAÍSA – Mas não foi ela quem matou!
DERICK – Pode ser que sim, pode ser que não, bom mamãe, eu vou indo.
Derick dá um abraço em Laís e se vai, ela fica pensativa.
CENA 12. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/ COMEÇO DE TARDE
O dia continua a toda em Madrid, um sol radiante toma conta da grande metrópole que segue seu ritmo.
CENA 13. RESTAURANTE. INTERIOR. COMEÇO DE TARDE
Derick no restaurante sentado numa cadeira, tomando um vinho, de costas. Logo Cristal vai entrando tensa, ela pede ajuda a um garçom que a aponta a mesa 7, ela vai se aproximando até que reconhece Derick de costas.
CRISTAL – Ah não acredito… Você?
DERICK – Oi Cristal, boa tarde, sente-se aqui, nós precisamos ter uma conversa séria.
CRISTAL – Não tenho nenhum assunto com você. E aliás, como sabe o meu nome e o meu número?
DERICK – Se você não me ouvir não terá a resposta, te interessa, senta.
CRISTAL – Não devia ter vindo, af!
Cristal vira de costas se encaminhando a saída, Derick rapidamente fica em pé.
DERICK – (Gritando) FOI ELA CRISTAL! A CARLOTA MATOU OS TEUS PAIS!
Todos prestam atenção em Derick, assustados. Cristal vira-se para Derick completamente impactada.
CRISTAL – (Em choque) Como é que é?
A cena congela em tons roxos em Cristal impactada com a revelação.
FIM DO CAPÍTULO
