Capítulo 40: O fim
Nos capítulos anteriores...
Rachel ordenou a Rafael que rasgasse seu
vestido. Ambos foram parar no chão da sala. Rafael tirou a lingerie de Rachel
com os lábios. Calou sua respiração nos seios dela. Penetrou-a com tesão, lhe
tirando gemidos incrivelmente altos. Rachel correspondeu aos esforços do amante
com movimentos rápidos e profundos sobre as pernas dele. O balançar da cintura
de Rachel sobre o colo de Rafael foi acompanhado de beijos, mordidas e
sussurros excitantes. O ápice do orgasmo foi atingido, porém o casal de amantes
ainda não estavam saciados e resolveram repetir a dose, só que de um jeito
muito mais selvagem:
–Me fode!
–Exclamou Rachel. –Fode a sua puta seu desgraçado, mas fode com vontade!
O dia havia amanhecido, Rachel estava se
vestindo para voltar à mansão. Os soníferos postos na bebida de Magno logo
acabariam o efeito. Mas de acordo com ela, valeria a pena se ele descobrisse
seu caso com Rafael. Afinal ambos haviam passado uma noite maravilhosa juntos.
–Quando
você volta? –Indagou Rafael, abraçando Rachel. –Vou sentir saudades.
–Semana
que vem. Preciso dar um tempo, se o Magno descobre eu estou ferrada.
–Só quero
que você me recompense.
–Como?
–Conquistando
a idiota da irmã do Magno. Tenho um plano para o nosso futuro. Irei me livrar
de todos que nos cercam. Seremos eu e você querido, para sempre!
Rachel pendurou no mural do quarto de Rafael,
que se encontrava na parede esquerda, um enorme cartaz com fotos de todos os
integrantes da família. O rosto de Soninha e de Lúcio estavam marcados com um
enorme x.
–Essa
festa de casamento será inesquecível, pode ter certeza! [...]
Cinco meses depois da morte de Wagner...
Com o suicídio do filho, Silvana resolveu se
redimir, a perua se separou de João Pedro e mudou-se para o sul do país junto
de Isabella, a fim de ajuda-la a criar o neto. Pedro se assumiu gay para toda a
imprensa e se surpreendeu quando seus pais finalmente aceitaram sua opção
sexual. João Pedro comprou uma passagem só de ida para o Havaí, ele havia
decidido que era a hora de virar de uma vez por todas aquela página em sua
vida.
–Noivas, os vestidos chegaram! –Exclamou Dupré, ao receber o pacote via
Sedex dos vestidos ajustados ao corpo das primas para o casamento duplo que
aconteceria dentro de três dias.
Nas últimas duas
semanas, Rachel havia treinado sua pontaria em uma escola clandestina de armas
no morro do Borel no Rio de Janeiro, onde ela havia tirado férias do futuro
marido se divertindo com o amante. Porém a despedida de solteira da megera
havia acabado e ela já se encontrava no antro da mansão, pronta para por seu
plano em ação.
–Parece um sonho! –Exclamou Rachel, descendo
as escadas e indo em direção aos vestidos.
Acompanhada de Olga,
uma senhora de aproximadamente sessenta e cinco anos, Soninha desceu as escadas
do palacete para ver o vestido. Olga era a nova governanta da família, porém
havia nela algo duvidoso. A mulher era melhor amiga de Dupré e foi recomendada
pelo mesmo, por isso foi aceita.
–Esse casamento vai ser mais bombástico do que
a imprensa imagina... –Pensou Olga, fitando Dupré nos olhos.
Explosão de Helena Gouveia
Dupré foi
cumprimentar alguns amigos e Helena se afastou... Ao entrar no banheiro
feminino para retocar a maquiagem, a empresária sentiu a presença de mais
alguém lá dentro. Helena virou de costas e se surpreendeu, o passado parecia
ter voltado para assombrá-la novamente. Rapidamente, a empresária tentou correr
para a saída, mas a pessoa que estava com ela no banheiro a segurou os braços.
–Não tão rápido, rainha. –O ódio poderia ser
visto nos olhos de Leda, a mulher que sequestrou Esther.
–O que você quer? –Indagou Helena. –Eu já
disse que não temos mais nada em comum.
–Você tem duas opções, ou você assume os seus
erros em vida, ou você assume os seus erros no inferno.
–Não brinque comigo, você sabe que eu consigo
ser muito mais perigosa que você.
–Sabe por quanto tempo eu esperei por isso?
Agora estamos aqui cara a cara e você queridinha, não tem mais saída.
–Sendo assim, das suas duas opções eu prefiro
o inferno. –Helena conseguiu se soltar.
–Saiba que se você sair por essa porta, tudo
estará acabado, as consequências do passado irão matá-la Helena!
–Vá em frente, o inferno é o lugar do qual eu
menos temo.
Helena fez como havia
dito a Leda, ela seguiu em frente. Porém um anônimo a havia avisado que uma de
suas netas implantou uma bomba em baixo do palco onde ela pisaria por alguns
minutos. Com a ajuda de Dupré, Helena conseguiu sair antes da explosão. Uma
bomba de fumaça foi jogada no salão antes da outra explodir, dando a magnata a
oportunidade de sair ilesa do local. O próximo passo de Helena era decidir o
que fazer, o que não foi muito difícil...
Meses depois...
Uma escuta estava instalada na parte inferior da
mesa de Sueli, e a mulher que enviara o material estava ouvindo toda a conversa
entre ela e Alex, degustando um bom vinho francês. Dois minutos depois de Sueli
sair de sua sala e a mulher sentar em sua poltrona de couro. François Dupré
surgiu como uma nuvem de fumaça por detrás da patroa, com passagens de avião
com destino ao País de Gales e uma identidade falsa.
–Ponha
sobre a mesa... –Ordenou a Helena. –Assim que sairmos esse lugar será queimado.
Contratei uns homens para realizar o serviço.
–E quanto
à delegada? –Indagou Dupré.
–Ela quer
descobrir a minha identidade. Se eu fosse ela me preocuparia em prender a
Rachel.
–Mas e se
isso não acontecer?
–Se não
acontecer, eu o farei como planejado!
Prostíbulo
da dona Carmen
Os tabloides internacionais só noticiavam a
morte de Helena. Toda a família estava em choque, menos Rachel, que comemorava
a morte da avó degustando um bom vinho francês em um prostíbulo masculino. Em
meio a muitos homens, a megera lembrava-se de como demorou meses para encontrar
alguém que construísse bombas, porém só bastou seduzi-lo e tudo deu certo.
Agora ela tinha de continuar seu plano, matar Joaquim e casar-se com Magno, o
seu cúmplice na morte da maior magnata da América Latina.
–Você
estava certa. –Disse Carmen, observando Rachel de longe, a Helena, com quem
mantinha contato por telefone. –Foi ela, a Rachel.
A confirmação de que Rachel era sua assassina
atiçou ainda mais a curiosidade de Helena em saber o porquê daquilo tudo.
Decidida a vingar-se da sobrinha, ela trocou de identidade, status social e
meios de sobrevivência. Helena Gouveia não existia mais, aquela mulher velha,
com a pele cheia de rugas, gorda e sem maquiagem se chamava Olga Brandão, a
nova governanta dos Gouveia.
Horas
antes do casamento de Rachel e Soninha
A delegada Sueli havia sido avisada anonimamente
por Dupré, que não quis se identificar na ligação, sobre o crime que Rachel
estava planejando cometer na festa do casamento, que seria realizada em um iate
sem destino. A guarda costeira havia sido acionada e guardas estavam apostos no
casamento, disfarçados como garçons. Se Rachel estava mesmo pronta para
planejar algo, dessa vez não se safaria.
–E então?
–Indagou Olga a Dupré.
–Estão
todos avisados sobre o tal crime que a Rachel planeja cometer. –Respondeu
Dupré.
–Espero
que ela não saia ilesa dessa.
–Pode
acreditar, ela não vai!
Desconfiada a alguns dias da nova Governanta,
Rachel resolveu se prevenir. Todo o dinheiro da família havia sido transferido
clandestinamente para uma conta no nome de Estela Amarílis, a laranja da
megera, na África do Sul, necessariamente no Egito. Duas passagens de avião
para o Egito e uma pistola carregada se encontravam no iate a sua disposição.
–Acabei
de falar com o Anselmo. –Disse Rafael a Rachel. –Todo o dinheiro já foi
transferido. Porém a transferência não consta no sistema da fábrica. O cara é tão
foda que ele “burlou” o sistema.
–Perfeito!
Em sua suíte, na frente do espelho toda vestida
de branco, Soninha tocou sua barriga. Um pressentimento ruim estava invadindo
seu coração. Ela estava a um tris de desistir de tudo, mas o sorriso de Lúcio entrou
em sua mente, fazendo todos aqueles pensamentos ruins passarem.
–É a hora
de eu ser feliz de verdade...
O
casamento
De mãos dadas, Soninha e Rachel desceram da
limusine. Os vestidos de ambas haviam sido desenhados pelo Garavani. O véu que
cobria o rosto daquelas mulheres de personalidades opostas escondia segredos,
porém aquele momento único ofuscou os segredos quando a marcha pré-nupcial
começou a ser executada. As duas noivas caminharam cuidadosamente. O balançar
do véu era uniformemente compatível às madeixas delas. Os convidados olhavam
maravilhados. Aquele realmente seria o casamento do ano. A caminhada até o
altar acabou, até que os quatro disseram:
–Sim.
Arroz, assobios e gritos fizeram parte daquele
momento. Ambos buquês foram atirados pelas noivas. Duas desconhecidas pegaram e
beijaram seu namorado. A limusine já saía da igreja. Apenas convidados de honra
seguiram o carro em direção ao porto. Acompanhada de Dupré, Olga também entrou
no iate.
–Siga em
frente capitão. –Disse Rachel.
–Para
qual destino senhora? –Indagou o capitão.
–Leve-nos
para o meio do oceano... Sem condições de encontro.
Após dizer tais palavras ao capitão do Iate,
Rachel seguiu para seu camarote. Ao abrir a porta, ela se deparou com Rafael
deitado sobre a cama dela. A megera entrou em desespero, por que Magno chegou
em seguida e reconheceu o jornalista. Ele era o mesmo homem das fotos.
–Você
teve coragem de trazer seu amante para a nossa noite de núpcias? –Indagou Magno
furioso. –Rachel você é uma vadia! Só que das mais sórdidas.
–Magno eu
posso explicar... –Rachel se aproximou do marido. –É tudo um mal entendido...
–Cala a
boca sua piranha! –Magno esbofeteou Rachel.
A megera caiu sobre o carpete do camarote. A
bofetada foi tão forte que sua boca acabou sangrando. Ela fitou Magno nos
olhos, enquanto o ódio invadia seu coração. No andar superior do Iate, os
convidados ouviram aquela gritaria toda e Dupré resolveu descer para verificar
o que estava acontecendo, enquanto Olga conversava com Lúcio e Soninha. Rachel
não pensou duas vezes, ela esticou seu braço que estendeu-se até em baixo da
cama e pegou a pistola carregada. Em um impulso só, a megera apontou a arma
para o marido e disparou, soltando a tal frase:
–Já vai
tarde!
Dupré e todos os outros ouviram o barulho do
tiro. Alguns convidados pularam no mar, outros não tiveram tanta sorte. Olga
tentou chamar a guarda costeira, mas o rádio havia sido quebrado, logo após Rachel
ter matado o capitão. Soninha, Dupré, Olga e Lúcio foram amarrados junto ao
corpo de Magno.
–O que
você quer com tudo isso? –Indagou Olga. –Já chega de tanta desgraça!
–Cala a
boca sua governanta inútil! –Exclamou Rachel.
–É aí que
você se engana minha querida, eu não sou apenas uma “governanta inútil”, eu sou
Helena Gouveia e sei que você me matou.
A arma caiu da mão de Rachel naquele exato
momento. Sua avó estava viva. Tudo parecia ter acabado. Ela seria presa pelos
homicídios que cometeu e pela explosão da bomba. Pegaria uns cinquenta anos de
prisão, mas tudo pareceu inútil naquele instante e então ela teve uma ideia.
Rachel pegou a arma novamente e mudou os planos.
–Uma pena
você não ter morrido naquela explosão. Mas pode crer, você vai morrer nessa!
Com a ajuda de Rafael, a megera começou a jogar
gasolina por todo o iate. Dentro e fora dos compartimentos. Por fim, a gasolina
foi jogada sobre os reféns. Soninha e os outros imploraram a ela por
misericórdia, mas de nada adiantou. Rafael preparou um bote, enquanto Rachel
jogou o fósforo sobre o corpo morto de Joaquim. Após o feito, ambos entraram no
bote e remaram para o mais longe possível. Alguns minutos depois, o Iate
explodiu, matando todos aqueles que um dia conviveram com aquela megera.
Fim