quarta-feira, 16 de julho de 2014

Império Feminino: Capítulo 35

Capítulo 35: O jantar


Nos capítulos anteriores...

Já no fim do corredor em direção à saída, Rachel foi abordada pelo médico chefe do hospital:

 –Algum problema doutor? –Perguntou Rachel, preocupada.
 –Na verdade sim... –Respondeu o médico. –Fizemos alguns exames e só agora descobrimos que a facada afetou a senhora.
 –Continue... Eles são da família. Não há segredos para esconder.

A euforia dos jornalistas do lado de fora do hospital pela saída de Rachel Gouveia era enorme. Os flashes ultrapassavam o vidro da enorme porta do lugar. Paparazzis fotografavam Rachel sendo abordada pelo médico, enquanto repórteres falavam ao vivo para a sede da emissora de T.V Radar. Algo de errado estava acontecendo lá dentro e mais cedo ou mais tarde, a notícia vazaria.

 –A facada atingiu o centro do útero da senhora, causando danos internos ao mesmo. –O médico continuou, sem hesitar: –Dona Rachel, a senhora ficou estéril. Sinto muito.

De dentro do bolso do jaleco branco que Rachel vestia para cobrir seu vestido, ela tirou um pequeno estilete. Seus olhos se inundavam de lágrimas acompanhadas por uma mistura de sentimentos, envolvendo amor, ódio e remorso. A estilista aproximou seus lábios dos lábios dele e o beijou, e ao mesmo tempo, pressionou o estilete contra sua coxa esquerda, fazendo um corte. Mas nenhuma gota de sangue havia saído daquela enorme massa morta, deixando Rachel com ódio. Sem medo, a megera pressionou o estilete contra o abdômen do marido várias vezes, originando cortes aleatórios. E nenhuma gota de sangue havia saído.

 –Seu desgraçado! –Exclamou Rachel. –Você tentou destruir a minha vida, mas eu destruí a sua primeiro. Agora você está aí morto e eu viva. Acabou Joaquim!

Rachel cobriu o corpo do marido com um lençol, beijou seus lábios pela última vez e fechou seus olhos, para sempre. [...]

Durante um mês os noticiários ficaram falando sobre o homicídio de Joaquim Araújo e a absolvição de Raquel Gouveia, mas como notícia acaba sucumbindo mais cedo ou mais tarde. Agora o que as pessoas comentavam, era sobre a vinda do grupo de tango, Bajofondo, ao Brasil pela primeira vez. E Pedro já havia garantido seu ingresso e de Wagner, mas o segundo não poderia ir, por que ele havia tratado de jantar com a mãe e a ex-namorada.

 –Por que você não desiste desse maldito jantar? –Indagou Pedro, abraçando o namorado por trás. –Você sabe o motivo desse maldito jantar. Sua mãe quer que a Isabella volte para você.
 –Eu sei... –Respondeu Wagner. –E eu estou disposto a voltar pra ela.
 –O que? Você enlouqueceu?
 –Pedro eu preciso recuperar o amor da minha mãe! Entenda, ela é minha mãe!

Em um impulso bruto, Pedro se desprendeu dos braços de Wagner e desceu as escadas do palacete dos Gouveia rapidamente. Passando por Sônia e Rachel, que estavam conversando sobre os preparativos do casamento duplo que ambas realizariam. O adolescente se dirigiu em direção ao quarto de hóspedes, onde estava dormindo.

 –O que você está fazendo? –Indagou Wagner, fitando Pedro arrumar suas malas.
 –Estou indo embora da sua vida de uma vez por todas. –Respondeu Pedro. –Espero que você seja feliz com a sua namorada.
 –Você não pode fazer isso!
 –Eu posso sim.
 –Como você pode ser tão egoísta? Ela é a minha mãe!
 –Eu fui expulso de casa, estou proibido de falar com a minha mãe e meu pai me odeia. Você está em baixo do mesmo teto da sua família e eu estou sendo egoísta?
 –Pedro...
 –É melhor você pensar antes de dizer.

Depois de terminar de pôr todas as suas roupas dentro de uma mala, Pedro tomou uma banho, vestiu seu melhor traje e se perfumou com Dolce e Gabbana. Do alto da escada observando o adolescente sair pela porta da frente, estavam Silvana e Isabella, sorrindo e comentando o acontecido.

 –Agora fica mais fácil para você pegar o meu filho, levar ele pra cama e fazê-lo homem! –Exclamou Silvana, fitando Bella nos olhos. –E vai ser hoje à noite.
 –Mais não iremos jantar? –Indagou Bella.
 –Ele irá jantar você sua bobinha.
 –A senhora é rápida hein...
 –E como! Já reservei o Motel e tudo, hoje o Wagner vira macho e deixa de ser bicha. Ou eu não me chamo Silvana Gouveia.

A perua se afastou da escada e andou em direção à sua suíte. Abriu a porta de seu armário, que mais parecia outro quarto e entrou. Um closet gigante com diversas peças de grifes exclusivas estavam a disposição de Silvana. Como se fossem calcinhas, só que de primeira linha e qualidade única. Ela se despiu, entrou em sua banheira, que estava preparada com pétalas de rosas azuis. Mergulhou em meio aos sais ingleses e imaginou seu filho engravidando Bella. Após o banho, Silvana escovou as madeixas louras com o secador, que possuía um jato de calor máster como nenhum outro. Em seguida, ela vestiu um “pretinho básico” todo trabalhado com babados de seda europeia.

 –Estou pronta querido. –Disse Silvana, ao marido.
 –Mais são sete e meia da noite ainda... –Falou João Pedro, saindo completamente nu da suíte. –Acho que podemos fazer alguma coisa antes de sair.
 –Mais amor eu estou linda, magnífica, pareço uma Deusa do Olimpo, só que mais poderosa.
 –Me mostre o seu poder, na cama.

João Pedro jogou Silvana sobre a cama, rasgou o seu “pretinho básico”, deixou-a descabelada e logo Dupré, que passava no corredor naquele instante, pôde ouvir as batidas da cama na parede.

 –Espero que não aconteça mais homicídios nessa mansão.

O mordomo continuou andando em frente. Há alguns centímetros depois do quarto de Silvana, ele se deparou com a porta que abria a suíte de Rachel. Antes de entrar, Dupré bateu, e foi recebido segundos depois pela megera, que sorria alegremente.

 –Trouxe o que eu pedi? –Indagou Rachel.
 –Está aqui. –Dupré entregou nas mãos de Rachel, o DVD de sexo entre ela e Rafael.
 –Mais ninguém além de eu e você pode saber da existência desse DVD, entendeu?
 –Acredite, se eu quisesse que mais alguém soubesse, eu não o teria tirado da cena do crime.

Rachel sorriu para Dupré e entregou em suas mãos um ingresso:

 –O que é isso? –Indagou Dupré.
 –É apenas um agradecimento pela sua fidelidade a mim, e também por que hoje à noite, eu e a Soninha queremos a casa só para nós duas. –Respondeu Rachel. –Iremos discutir os preparativos do casamento, e você pelo visto é o único que vai ficar em casa. Já que todos irão sair.
 –Dá última vez que essa casa ficou vazia, você matou o Joaquim.
 –O que você quer dizer com isso?
 –Não mate a Soninha, não precisamos de outro escândalo.
 –O seu humor negro me irrita...
 –Eu sei e é por isso que eu o faço.

O relógio marcava oito em ponto. O estádio do Morumbi em peso estava indo a loucura. O Grupo bajofondo já havia feito a passagem de som e em minutos começariam o show. Pedro se encontrava na pista Premium e Dupré na arquibancada, ambos não notaram a presença um do outro. As luzes do palco se apagaram e um som agudo começou a sair de um violino. O mesmo som começou a se expandir. Todo o estádio já estava tomado pelo barulho prazeroso. O grupo havia dado início ao seu show com Grand Guignol.

 –O show parece que será maravilhoso... –Comentou Felipe, um rapaz que estava ao lado de Pedro.
 –Sim... –Disse Pedro, tentando prestar atenção na banda.
 –Você gosta de tango?
 –Amo...
 –Tango é sensual... E seu olhar também é muito sensual.

Felipe agarrou Pedro pela cintura e lhe roubou um beijo, na frente de todos que estavam na pista Premium. Uns sentiram repulsa, outros ignoraram, a maioria estava mais preocupada com aquela alucinante apresentação que estava fazendo o estádio todo vibrar.

 –Eu tenho namorado! –Exclamou Pedro.
 –Não tem problema... –Respondeu Felipe, fitando o rapaz nos olhos. –O gosto da sua boca não irá mudar quando for beijar seu namorado.
No interior da mansão dos Gouveia, Sônia e Rachel discutiam os preparativos do casamento duplo, que aconteceria daqui a dois meses. Um grupo especializado em Buffet havia trago as duas damas uma amostra dos cardápios, com aperitivos prontos para a degustação. Na sala de estar, bandas de violino e de tango, se mantinham apostos para apresentar todo o seu poder musical as duas mulheres, que escolheriam com qual iriam ficar. Na sala superior que se encontrava no terceiro andar, vestidos de noivas exclusivos importados da Europa, estavam sobrepostos em manequins, para a prova das noivas. A mansão havia sido transformada em uma verdadeira loja de casamento.

 –Quero falar com você a respeito do vestido... –Disse Sônia. –Não era para revelar nada agora, mas pelo visto não poderei mais guardar segredo.
 –Algum problema? –Indagou Rachel.
 –Eu estou grávida.
 –Sério?
 –Sim.

Naquele momento, Rachel passou a mão em sua barriga e lembrou-se do que o médico havia dito: “–A facada atingiu o centro do útero da senhora, causando danos internos ao mesmo. –O médico continuou, sem hesitar: –Dona Rachel, a senhora ficou estéril. Sinto muito.”. Mas como de praxe, a megera pôs um sorriso no rosto e comemorou.

 –Que benção divina! Por que não me contou antes?
 –É que fiquei um pouco receosa... Você não pode mais... –Sônia havia sido interrompida por Rachel, que não parava de sorrir um instante se quer.
 –Não posso mais ter filhos? Oh querida! Posso adotar. E além do mais vou amar o seu queridinho como se fosse meu.
 –Nossa Rachel, obrigada!
 –Agradeça dizendo que aceita que a festa seja em uma lancha.
 –Contanto que a cerimônia seja na igreja.
 –Perfeito! Agora venha, vamos experimentar os vestidos. Nada do que um número maior não resolva.

Em carros diferentes, Silvana, João Pedro, Bella e Wagner, se dirigiram em direção ao centro de São Paulo. O que ambos não sabiam, era que um dos casais iriam parar em um Motel. O motorista parou o carro e abriu a porta para a perua, que desceu. Ela pôs o pé esquerdo para fora, que revelou um lindo salto agulha 15 Prada vermelho. O vestido da mesma marca e cor, possuía um enorme decote revelando parte dos seus seios siliconados. Acompanhada do marido, Silvana entrou no restaurante, arrancando olhares de diversos homens ao seu redor.

 –Acho que já podemos pedir querido. –Disse Silvana, sentada de frente para o marido, em uma mesa na qual a lateral direita dava para uma das janelas do restaurante. –Podemos começar com um suave vinho turco, o que você acha?
 –Mais e a Bella e o Wagner? –Indagou João Pedro.
 –Eles não virão jantar com agente. Providenciei para que fossem parar em um Motel cinco estrelas. Tudo por minha conta!
 –Silvana você não acha que essa brincadeira toda está passando dos limites?
 –E quem disse que é brincadeira?

Vendado, Wagner havia entrado no elevador do Motel de braços dados com Isabella, que o guiava pelos corredores. Ao entrarem na suíte, ela deitou-o na cama e em seguida se despiu. Após o ato, a menina retirou a venda dos olhos dele, revelando seu corpo esbelto ao rapaz.

 –Onde estamos? –Indagou Wagner. –E por que você está...
 –Nua? –Indagou Bella, sorrindo. –Estamos em um motel, e essa noite você será meu. Sem hesitação nenhuma.

Completamente nua, Isabella caminhou em direção a garrafa de conhaque que se encontrava sobre uma mesa de madeira ao lado da porta de entrada do banheiro. Ela abriu a garrafa, encheu um corpo de vidro até a metade com a bebida e disfarçadamente, pôs uma pílula que Silvana havia lhe dado. Aquela pílula havia sido comprada em um sex shop e tinha a função de aumentar a excitação do homem. A mesma se desfez no álcool em segundos.

 –Beba um pouco, vai ajudar a tirar a tensão. –Disse Bella a Wagner.
 –Eu não quero! –Exclamou Wagner.
 –Beba, agora.

Wagner estava encostado na cabeceira da cama, completamente nu, com seu órgão ereto e sobre as suas pernas, Isabella se mantinha firmemente, gemendo durante os movimentos aleatórios do qual fazia.