Capítulo 35: O jantar
Nos capítulos anteriores...
Já no fim do corredor em direção à saída, Rachel
foi abordada pelo médico chefe do hospital:
–Algum
problema doutor? –Perguntou Rachel, preocupada.
–Na
verdade sim... –Respondeu o médico. –Fizemos alguns exames e só agora
descobrimos que a facada afetou a senhora.
–Continue...
Eles são da família. Não há segredos para esconder.
A euforia dos jornalistas do lado de fora do
hospital pela saída de Rachel Gouveia era enorme. Os flashes ultrapassavam o
vidro da enorme porta do lugar. Paparazzis fotografavam Rachel sendo abordada
pelo médico, enquanto repórteres falavam ao vivo para a sede da emissora de T.V
Radar. Algo de errado estava acontecendo lá dentro e mais cedo ou mais tarde, a
notícia vazaria.
–A facada
atingiu o centro do útero da senhora, causando danos internos ao mesmo. –O
médico continuou, sem hesitar: –Dona Rachel, a senhora ficou estéril. Sinto
muito.
De dentro do bolso do jaleco branco que Rachel
vestia para cobrir seu vestido, ela tirou um pequeno estilete. Seus olhos se
inundavam de lágrimas acompanhadas por uma mistura de sentimentos, envolvendo
amor, ódio e remorso. A estilista aproximou seus lábios dos lábios dele e o
beijou, e ao mesmo tempo, pressionou o estilete contra sua coxa esquerda,
fazendo um corte. Mas nenhuma gota de sangue havia saído daquela enorme massa
morta, deixando Rachel com ódio. Sem medo, a megera pressionou o estilete
contra o abdômen do marido várias vezes, originando cortes aleatórios. E
nenhuma gota de sangue havia saído.
–Seu
desgraçado! –Exclamou Rachel. –Você tentou destruir a minha vida, mas eu destruí
a sua primeiro. Agora você está aí morto e eu viva. Acabou Joaquim!
Rachel cobriu o corpo do marido com um lençol,
beijou seus lábios pela última vez e fechou seus olhos, para sempre. [...]
Durante um mês os noticiários ficaram falando
sobre o homicídio de Joaquim Araújo e a absolvição de Raquel Gouveia, mas como
notícia acaba sucumbindo mais cedo ou mais tarde. Agora o que as pessoas
comentavam, era sobre a vinda do grupo de tango, Bajofondo, ao Brasil pela
primeira vez. E Pedro já havia garantido seu ingresso e de Wagner, mas o
segundo não poderia ir, por que ele havia tratado de jantar com a mãe e a
ex-namorada.
–Por que
você não desiste desse maldito jantar? –Indagou Pedro, abraçando o namorado por
trás. –Você sabe o motivo desse maldito jantar. Sua mãe quer que a Isabella
volte para você.
–Eu
sei... –Respondeu Wagner. –E eu estou disposto a voltar pra ela.
–O que?
Você enlouqueceu?
–Pedro eu
preciso recuperar o amor da minha mãe! Entenda, ela é minha mãe!
Em um impulso bruto, Pedro se desprendeu dos
braços de Wagner e desceu as escadas do palacete dos Gouveia rapidamente.
Passando por Sônia e Rachel, que estavam conversando sobre os preparativos do
casamento duplo que ambas realizariam. O adolescente se dirigiu em direção ao
quarto de hóspedes, onde estava dormindo.
–O que
você está fazendo? –Indagou Wagner, fitando Pedro arrumar suas malas.
–Estou
indo embora da sua vida de uma vez por todas. –Respondeu Pedro. –Espero que
você seja feliz com a sua namorada.
–Você não
pode fazer isso!
–Eu posso
sim.
–Como
você pode ser tão egoísta? Ela é a minha mãe!
–Eu fui
expulso de casa, estou proibido de falar com a minha mãe e meu pai me odeia.
Você está em baixo do mesmo teto da sua família e eu estou sendo egoísta?
–Pedro...
–É melhor
você pensar antes de dizer.
Depois de terminar de pôr todas as suas roupas
dentro de uma mala, Pedro tomou uma banho, vestiu seu melhor traje e se
perfumou com Dolce e Gabbana. Do alto da escada observando o adolescente sair
pela porta da frente, estavam Silvana e Isabella, sorrindo e comentando o
acontecido.
–Agora
fica mais fácil para você pegar o meu filho, levar ele pra cama e fazê-lo
homem! –Exclamou Silvana, fitando Bella nos olhos. –E vai ser hoje à noite.
–Mais não
iremos jantar? –Indagou Bella.
–Ele irá
jantar você sua bobinha.
–A
senhora é rápida hein...
–E como!
Já reservei o Motel e tudo, hoje o Wagner vira macho e deixa de ser bicha. Ou
eu não me chamo Silvana Gouveia.
A perua se afastou da escada e andou em direção
à sua suíte. Abriu a porta de seu armário, que mais parecia outro quarto e
entrou. Um closet gigante com diversas peças de grifes exclusivas estavam a
disposição de Silvana. Como se fossem calcinhas, só que de primeira linha e
qualidade única. Ela se despiu, entrou em sua banheira, que estava preparada
com pétalas de rosas azuis. Mergulhou em meio aos sais ingleses e imaginou seu
filho engravidando Bella. Após o banho, Silvana escovou as madeixas louras com o
secador, que possuía um jato de calor máster como nenhum outro. Em seguida, ela
vestiu um “pretinho básico” todo trabalhado com babados de seda europeia.
–Estou
pronta querido. –Disse Silvana, ao marido.
–Mais são
sete e meia da noite ainda... –Falou João Pedro, saindo completamente nu da
suíte. –Acho que podemos fazer alguma coisa antes de sair.
–Mais
amor eu estou linda, magnífica, pareço uma Deusa do Olimpo, só que mais
poderosa.
–Me
mostre o seu poder, na cama.
João Pedro jogou Silvana sobre a cama, rasgou o
seu “pretinho básico”, deixou-a descabelada e logo Dupré, que passava no
corredor naquele instante, pôde ouvir as batidas da cama na parede.
–Espero
que não aconteça mais homicídios nessa mansão.
O mordomo continuou andando em frente. Há alguns
centímetros depois do quarto de Silvana, ele se deparou com a porta que abria a
suíte de Rachel. Antes de entrar, Dupré bateu, e foi recebido segundos depois
pela megera, que sorria alegremente.
–Trouxe o
que eu pedi? –Indagou Rachel.
–Está
aqui. –Dupré entregou nas mãos de Rachel, o DVD de sexo entre ela e Rafael.
–Mais
ninguém além de eu e você pode saber da existência desse DVD, entendeu?
–Acredite,
se eu quisesse que mais alguém soubesse, eu não o teria tirado da cena do
crime.
Rachel sorriu para Dupré e entregou em suas mãos
um ingresso:
–O que é
isso? –Indagou Dupré.
–É apenas
um agradecimento pela sua fidelidade a mim, e também por que hoje à noite, eu e
a Soninha queremos a casa só para nós duas. –Respondeu Rachel. –Iremos discutir
os preparativos do casamento, e você pelo visto é o único que vai ficar em
casa. Já que todos irão sair.
–Dá
última vez que essa casa ficou vazia, você matou o Joaquim.
–O que
você quer dizer com isso?
–Não mate
a Soninha, não precisamos de outro escândalo.
–O seu
humor negro me irrita...
–Eu sei e
é por isso que eu o faço.
O relógio marcava oito em ponto. O estádio do
Morumbi em peso estava indo a loucura. O Grupo bajofondo já havia feito a
passagem de som e em minutos começariam o show. Pedro se encontrava na pista
Premium e Dupré na arquibancada, ambos não notaram a presença um do outro. As
luzes do palco se apagaram e um som agudo começou a sair de um violino. O mesmo
som começou a se expandir. Todo o estádio já estava tomado pelo barulho
prazeroso. O grupo havia dado início ao seu show com Grand Guignol.
–O show
parece que será maravilhoso... –Comentou Felipe, um rapaz que estava ao lado de
Pedro.
–Sim... –Disse
Pedro, tentando prestar atenção na banda.
–Você
gosta de tango?
–Amo...
–Tango é
sensual... E seu olhar também é muito sensual.
Felipe agarrou Pedro pela cintura e lhe roubou
um beijo, na frente de todos que estavam na pista Premium. Uns sentiram
repulsa, outros ignoraram, a maioria estava mais preocupada com aquela
alucinante apresentação que estava fazendo o estádio todo vibrar.
–Eu tenho
namorado! –Exclamou Pedro.
–Não tem
problema... –Respondeu Felipe, fitando o rapaz nos olhos. –O gosto da sua boca
não irá mudar quando for beijar seu namorado.
No interior da mansão dos Gouveia, Sônia e
Rachel discutiam os preparativos do casamento duplo, que aconteceria daqui a
dois meses. Um grupo especializado em Buffet havia trago as duas damas uma
amostra dos cardápios, com aperitivos prontos para a degustação. Na sala de
estar, bandas de violino e de tango, se mantinham apostos para apresentar todo
o seu poder musical as duas mulheres, que escolheriam com qual iriam ficar. Na
sala superior que se encontrava no terceiro andar, vestidos de noivas
exclusivos importados da Europa, estavam sobrepostos em manequins, para a prova
das noivas. A mansão havia sido transformada em uma verdadeira loja de
casamento.
–Quero
falar com você a respeito do vestido... –Disse Sônia. –Não era para revelar
nada agora, mas pelo visto não poderei mais guardar segredo.
–Algum
problema? –Indagou Rachel.
–Eu estou
grávida.
–Sério?
–Sim.
Naquele momento, Rachel passou a mão em sua
barriga e lembrou-se do que o médico havia dito: “–A facada atingiu o centro do útero da senhora, causando danos internos
ao mesmo. –O médico continuou, sem hesitar: –Dona Rachel, a senhora ficou
estéril. Sinto muito.”. Mas como de praxe, a megera pôs um sorriso no rosto
e comemorou.
–Que
benção divina! Por que não me contou antes?
–É que
fiquei um pouco receosa... Você não pode mais... –Sônia havia sido interrompida
por Rachel, que não parava de sorrir um instante se quer.
–Não
posso mais ter filhos? Oh querida! Posso adotar. E além do mais vou amar o seu
queridinho como se fosse meu.
–Nossa
Rachel, obrigada!
–Agradeça
dizendo que aceita que a festa seja em uma lancha.
–Contanto
que a cerimônia seja na igreja.
–Perfeito!
Agora venha, vamos experimentar os vestidos. Nada do que um número maior não
resolva.
Em carros diferentes, Silvana, João Pedro, Bella
e Wagner, se dirigiram em direção ao centro de São Paulo. O que ambos não
sabiam, era que um dos casais iriam parar em um Motel. O motorista parou o
carro e abriu a porta para a perua, que desceu. Ela pôs o pé esquerdo para
fora, que revelou um lindo salto agulha 15 Prada vermelho. O vestido da mesma
marca e cor, possuía um enorme decote revelando parte dos seus seios
siliconados. Acompanhada do marido, Silvana entrou no restaurante, arrancando
olhares de diversos homens ao seu redor.
–Acho que
já podemos pedir querido. –Disse Silvana, sentada de frente para o marido, em
uma mesa na qual a lateral direita dava para uma das janelas do restaurante. –Podemos
começar com um suave vinho turco, o que você acha?
–Mais e a
Bella e o Wagner? –Indagou João Pedro.
–Eles não
virão jantar com agente. Providenciei para que fossem parar em um Motel cinco
estrelas. Tudo por minha conta!
–Silvana
você não acha que essa brincadeira toda está passando dos limites?
–E quem disse
que é brincadeira?
Vendado, Wagner havia entrado no elevador do
Motel de braços dados com Isabella, que o guiava pelos corredores. Ao entrarem
na suíte, ela deitou-o na cama e em seguida se despiu. Após o ato, a menina
retirou a venda dos olhos dele, revelando seu corpo esbelto ao rapaz.
–Onde
estamos? –Indagou Wagner. –E por que você está...
–Nua? –Indagou
Bella, sorrindo. –Estamos em um motel, e essa noite você será meu. Sem
hesitação nenhuma.
Completamente nua, Isabella caminhou em direção
a garrafa de conhaque que se encontrava sobre uma mesa de madeira ao lado da
porta de entrada do banheiro. Ela abriu a garrafa, encheu um corpo de vidro até
a metade com a bebida e disfarçadamente, pôs uma pílula que Silvana havia lhe
dado. Aquela pílula havia sido comprada em um sex shop e tinha a função de
aumentar a excitação do homem. A mesma se desfez no álcool em segundos.
–Beba um
pouco, vai ajudar a tirar a tensão. –Disse Bella a Wagner.
–Eu não
quero! –Exclamou Wagner.
–Beba,
agora.
Wagner estava encostado na cabeceira da cama,
completamente nu, com seu órgão ereto e sobre as suas pernas, Isabella se
mantinha firmemente, gemendo durante os movimentos aleatórios do qual fazia.