quarta-feira, 2 de julho de 2014

Império Feminino: Capítulo 29

Capítulo 29: Glamour


Nos capítulos anteriores...

Como uma deusa, Helena desceu as escadas do palacete vestindo um legítimo Armani vermelho, carregando nos ombros uma bolsa tiracolo preta da marca Prada, calçando um salto agulha da mesma marca e cor para combinar, e se cobriu com pérolas no pescoço e nas orelhas. Os olhares estavam destinados apenas a ela, à mulher do século.

 –Como estou André? –Indagou Helena, com seus típico sorriso adocicado na boca.
 –Divina mamãe. –Respondeu o filho preferido da empresária.

Toda a sociedade paulista compareceu ao evento, até os amigos americanos da socialite homenageada estavam lá. No telão foram exibidas fotos da empresária anexadas a matérias polêmicas da época. De repente, uma imagem se fundia na entrada, era Helena ressurgindo das cinzas. A beleza da mulher era incomparável, mesmo com sessenta e três anos, ela entrou na lista da Forbes das cinquenta mulheres mais bonitas do mundo, ficando em quinto lugar. Vestindo um clássico vermelho da Chanel, Helena cumprimentou e agradeceu todos que compareceram ao evento.

 –Traga-me uma champanhe, duas taças e se junte ao brinde, esqueça os sedativos, querido.

Silvana estava vestindo um legítimo Armani e calçando Prada. Em seu pescoço, pérolas a enfeitavam, assim como diamantes nas orelhas lhe serviam como brincos. A perua que retocava a maquiagem em seu quarto, estava se preparando para a festa de lançamento da nova marca de lingeries que estava surgindo no mercado. Um convite foi enviado à mansão, e ela fez questão de comparecer para representar sua avó, que sempre comparecia a esses eventos. [...]

Ela desceu da limusine calçando Prada e vestindo Dolce e Gabbana. Seu cabelo estava em um tom loiro platinado. A maquiagem que escondia pequenas rugas, realçava seus lábios em um tom acentuado envolvido pelo batom vermelho. Silvana caminhava lentamente de braços dados a Dupré. Com um sorriso na boca, todos a admiravam. Sua silhueta era perfeita. Parecia a cópia fiel de sua avó, ou talvez a nova Marilyn Moroe. Não importavam as semelhanças, o fato era que Silvana já havia ganhado a noite. Se tinha uma coisa que ela havia aprendido com Helena, era que para entrar no território inimigo não necessitava de armas de fogo, mas sim de todo o glamour que o dinheiro lhe oferecia.

 –Parece que você roubou mesmo toda a atenção. –Comentou Dupré, sorrindo.
 –É só usar roupa de grife que essas pessoas te amam. –Silvana sorria para os paparazzis, enquanto sussurrava no ouvido de Dupré. –Quanto tempo vamos ficar aqui?
 –Tempo o suficiente para conhecermos a dona da nova marca.
 –E você tem ideia de quem seja?
 –Uma nova rica talvez... Não sei ao certo.
 –Pelo visto prevejo catástrofes essa noite. 

Os garçons passavam servindo champanhe, parecia que a dona da nova marca surgiria a qualquer instante e gostaria de fazer um brinde. Silvana mal poderia esperar para ver quem era ela ou ele. Uma concorrente a altura talvez, ou um estilista novo no ramo. As especulações ainda eram vazias, nada se sabia desse alguém.

 –Não sei por quanto tempo mais posso manter o controle. Não aguento mais todo esse suspense! –Exclamou Silvana.
 –Calma, acho que agora você saberá quem é o dono (a) da marca. –Disse Dupré, apontando para o palco.

Enormes holofotes se direcionavam ao palco. Um desfile de homens fortes e bombados sem camisa, parecia se formar sobre o mesmo. Os homens pareciam esconder algo ou alguém. Não demorou muito para todo o suspense sucumbir. A dona da marca surgia por detrás dos machos. Certamente seu modelo exclusivo Calvin Klein havia ofuscado todas as outras mulheres que ali se encontravam, inclusive Silvana, que estava possessa.

 –É a Clarinha! A vadia que foi amante do meu marido.

Rachel assistia o discurso de Clarinha pela T.V e dava gargalhada, a megera achava tudo aquilo hilário pelo simples fato de sua prima ter comparecido ao evento que com certeza daria o que falar na manhã seguinte, de sua inimiga. Mas na realidade aquela futilidade toda não importava para Rachel, ela só queria que seu plano desse certo e que seus homens ficassem aos seus pés até a hora de cada um chegar.

 –Quando você vai usar o cianureto? –Indagou Magno. –Pensei que quisesse agilizar a morte do Joaquim...
 –Queria, mas ainda vou precisar dele aqui. O momento de se livrar dele e me casar com você ainda não chegou. –Respondeu Rachel.
 –Casar comigo?
 –Magno, eu amo você querido.

Ela aproximou sua boca da boca dele e o beijou ternamente, hipnotizando-o. Aquele era o jogo de Rachel, ter seus homens aos seus pés, para usá-los e enganá-los, até o momento em que nenhum mais servisse.

 –Não pensei que fosse querer casar comigo... –Magno estava incrédulo.
 –Você é o homem que eu amo. –A dissimulação de Rachel era incrível. –Como poderia te deixar? E os meus planos de viver ao seu lado? Eu te amo Magno.
 –Não pensei que fosse querer casar com seu amante.
 –Você é meu amante agora, mas amanhã será meu marido.
 –Não tem medo de se arriscar?
 –O sentimento que nutro por você me faz ir longe... O Medo já não existe mais.

Os homens fortes e bombados que cercavam Clarinha, haviam descido do palco e ido na direção de Silvana, deixando todos surpresos, inclusive a própria. Os fortões levaram a sobrinha de Helena para o palco, com quem ficou cara a cara com Clarinha. Silvana não estava entendendo nada daquilo, mas manteve a pose.

 –Já que Helena não está aqui, eu gostaria de homenagear a Silvana e todo o Império Feminino. Afinal eu estou começando agora e grande parte da minha inspiração veio desta marca que hoje em dia é influência no mundo todo. –Clarinha abraçou Silvana e sussurrou em seu ouvido: –Obrigada por tudo, puta.

Uma salva de palmas ao Império Feminino!”
Como Rachel havia previsto, as notícias da manhã seguinte se concentravam na nova marca que Clarinha havia anunciado ao mundo. Silvana estava se sentindo nada mais nada menos do que um simples bode expiatório. Mas nada daquilo a havia abalado. Ela estava planejando um trunfo inédito, que iria “lacrar” a concorrência.

 –E então, o que achou da ideia? –Indagou Silvana à Soninha.
 –Por que você não resolve agir sozinha com isso? –Perguntou Soninha. –Não vejo o porquê de não receber meu consentimento.
 –Mesmo?
 –Claro que sim. Eu gostaria muito de ajudar, mas ultimamente ando muito ocupada.
 –Sei que tem os preparativos do casamento...
 –É... Tenho.

Sônia havia pensado nos preparativos do casamento e no bebê que carregava em sua barriga, que consequentemente era de João Pedro. Ela não podia mais esconder a verdade de Lúcio, mesmo que tudo pudesse acabar. Soninha havia decidido correr o risco de perder o marido e a família que poderia ter no futuro. Seus valores vinham em primeiro lugar. Sem pensar muito, ela resolveu agir, indo se encontrar com o amado no apartamento dele para revelar-lhe a verdade.

 –Não entendi o porquê da urgência de querer falar comigo, aconteceu alguma coisa? –Indagou Lúcio preocupado.
 –Sim, aconteceu... –Respondeu Soninha. –No dia em que você me pediu em casamento, eu ia terminar nosso namoro.
 –Por quê?
 –É mais complicado do que você pensa. E depois que você me pediu em casamento, você provou que me ama de verdade e eu também comecei a amá-lo.
 –Soninha, por favor, fale de uma vez.
 –A verdade é que eu estou grávida do João Pedro.
 –Eu sei...