segunda-feira, 14 de julho de 2014

Pedras Preciosas - Capítulo 04




CENA 1. AEROPORTO INTERNACIONAL DE MADRID. INTERIOR. COMEÇO DE NOITE
Cristal se aproxima com as malas, ela está encantada com a bela cidade, ela vai atravessando a rua, sem olhar direito, enquanto Cauã se encontra distraído na direção, com a neblina ajudando um tanto, Cauã repara em Cristal a centímetros de atropelá-la.

CAUÃ – CUIDADO!

CRISTAL – AH!

Cauã tenta frear o carro, mas já é tarde, Cristal é acertada em cheio pelo veículo e cai no chão desacordada. Cauã sai do carro para tentar socorrer Cristal.

CAUÃ – Moça, moça, acorda! Por favor acorda moça!

Cauã começa a ligar para a ambulância.

CAUÃ – Alo, é da ambulância! Por favor, eu atropelei uma mulher no aeroporto internacional, venham logo!

Cauã começa a acudir Cristal desesperado.

DIAS DEPOIS…

CENA 2. CASA DE JACK/ PORÃO. INTERIOR. DIA
Jack está em um computador checando informações sobre Cristal, junto de Natalie, Jonathan e Esmeralda. Esmeralda ainda tem uns ematomas da surra que levará de Armando.

JACK – Atualmente sua priminha está internada, faz 5 dias, em coma de um atropelamento.

ESMERALDA – Isso eu sei.

NATALIE – Ela não pode morrer! Não antes de devolver o que é nosso.

ESMERALDA – Ou Natalie! É minha prima, mas respeito!

NATALIE – Tá bom, foi mal.

ESMERALDA – Mas ela vai se recuperar né?

JACK – Ao que tudo indica ela pode acordar a qualquer momento.

ESMERALDA – Ótimo!

CENA 3. MADRID/ HOSPITAL/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. TARDE
Cristal está deitada na maca sendo monitorada, Cauã está deitado ao lado na cama.

MÉDICA – Seu Cauã, o senhor quer um cobertor?

CAUÃ – Não, obrigado, só quero que essa moça acorde!

MÉDICA – Isso deve acontecer em algumas horas.

A médica sai do quarto. Cauã continua olhando para Cristal.

CAUÃ – Você tinha que aparecer no meu caminho hein! Olha só o caos que você tá causando!? Vê se fica bem logo hein!

Cristal aos poucos vai abrindo os olhos, sem entender o que está ocorrendo.

CRISTAL – Morri!?

CAUÃ – Nem fala uma coisa dessas garota!

CRISTAL – O que aconteceu!?

CAUÃ – Você se jogou na frente do meu carro garota!

CRISTAL – Ah, to me lembrando!

Cristal se lembra:

CRISTAL – Ah!

CAUÃ – Sai da frente!

Cauã tenta frear, mas acaba jogando o carro em cima de Cristal. Cristal é arremessada longe,

CRISTAL – Ah me poupe! Foi você quem me atropelou!

CAUÃ – Você que se jogou!

Rosa entra no quarto de Cristal.

ROSA – Você acordou! Que ótima notícia.

CRISTAL – Quem é você!?

ROSA – Eu sou irmã do cara que te atropelou e filha da Carlota, a sua nova chefa.

CRISTAL – Desculpa pelo prejuízo! Dá pra se notar na cara que você é gente boa, (olhando para Cauã) e não uma selvagem inconsequente como uns e outros por aí…

ROSA – Vejo que já conseguiu se desentender com meu irmão.

CRISTAL – Ele que me atropela e a culpa foi minha!

ROSA – Segundo que a culpa foi dos dois, mais atenção de ambos podia evitar o acidente. Seja bem vinda a Madrid, Cristal.

CRISTAL – Obrigada.

CENA 4. CASA DE LÚCIO/ SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA
Lúcio está desanimado vendo televisão antes de ir para o trabalho, o celular toca, ele atende.

LÚCIO – Alo! Pelo amor de Deus, tem notícias da minha afilhada?

ATENDENTE – Sim seu Lúcio.

LÚCIO – Pode falar, eu to pronto.

ATENDENTE – Felizmente ela acordou, seu estado atualmente é bem estável e se tudo correr bem ela será liberada nos próximos 2 dias.

LÚCIO – (Eufórico) E! Graças a Deus, muito obrigado doutora!

Lúcio desliga. Lúcio comemora alegre.

CENA 5. ATELIE/ SALA DE CARLOTA. INTERIOR. DIA
Carlota recebe por celular a notícia de que Cristal se recuperou.

CARLOTA – Ufa! Finalmente, imagina se essa ser bate as botas hein meu filho, o escândalo que ia ser!

ROSA – Nossa mãe, ela é um ser humano!

CARLOTA – Primeiramente ela é minha subordinada, não se esqueça.

ROSA – Carlota Fernandéz Montero, dura como sempre!

CENA 6. CASA DE JACK/ PORÃO. INTERIOR. DIA

JONATHAN – Então Jack, vamos pra Madrid quando?

JACK – Depois de amanhã.

ESMERALDA – E a minha família!? O que eu digo pra eles?

JONATHAN – Sei lá, inventa algo. Já sei, diz que você vai morar com a Cristal. Ou melhor, diz que você vai fazer uma viagem de intercâmbio.

ESMERALDA – Ok, eu invento uma desculpa.

CENA 7. DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO. INTERIOR. DIA
Alguns policiais que investigam estão na sala do delegado se reunindo e repassando os índicios.

POLICIAL 1 – Olha, pra mim esse assalto tem o dedo de alguém de dentro.

POLICIAL 2 – Isso é meio que óbvil né! Vai vamos averiguar, pode ser que tenha o dedo de alguém de dentro da Luxus, eu também acho que alguém que esteja envolvido nisso é Armando Valdez.

POLICIAL 1 – Aquele líder de gangue que não conseguimos nunca arranjar provas.

POLICIAL 2 – Ele mesmo. Ele foi visto perto da paulista de vez enquando dias antes do assalto. Vamos começar a investigá-los o mais breve possível.

CENA 8. STOCK-SHOTS (SP). EXTERIOR. DIA/ TARDE
Cai uma linda tarde na capital paulistana, cheia de carros e pessoas por todos os lados.

CENA 9. LUXUS/ SALÃO. INTERIOR. TARDE
A música continua. Dinora está dando duro na loja, trabalhando esforçada como sempre, no comando da loja, já que João não está. Esmeralda entra na loja para iniciar seu dia no trabalho.

DINORA – Boa tarde margarida, como tem passado?

ESMERALDA – Melhor que você com certeza!

DINORA – E que vida boa a sua né!? Imprecionante, queridinha por todos, pode fazer o que quer, tem muito dinheiro na conta…

ESMERALDA – Eu!? Muito dinheiro, quem me dera!

DINORA – É mesmo, 50 milhões divido por 3 pessoas deve dar o quê? Uns 16 milhões?

ESMERALDA – Você tá brincando com fogo Dinora! CUIDA DA TUA VIDA!

DINORA – Eu cuido da minha vida, mas também do meu emprego. Pois eu já te aviso, eu vi você Esmeralda, no banheiro e eu quero também uma fatia do bolo.

ESMERALDA – Tá vendo esses ematomas que eu tô? Você pode ter o dobro deles, fica esperta.

DINORA – Cadela que ladra não morde!

Esmeralda fica furiosa, ela se mantém no controle, respira fundo.

ESMERALDA – Está bem! Eu passo na sua casa hoje à noite.

CENA 10. MADRID/ HOSPITAL/ QUARTO DE CRISTAL. INTERIOR. NOITE
Cristal está no hospital, no quarto. Cauã entra trazendo uma caixa de pizza escondida por debaixo da jaqueta, ele coloca na mesa.

CAUÃ – Pronto, trouxe a nossa comida!

CRISTAL – Não, na boa, essa comida horrível do hospital não dá!

CAUÃ – Não desce mesmo, olha não vai contar que eu to te trazendo comida hein!

CRISTAL – (Sorrindo) Pode deixar.

Cauã admira o belo sorisso de Cristal. Ele abre a pizza e dá um pedaço à Cristal. Eles começam a comer.

CAUÃ – Posso saber um pouco mais da garota que eu atropelei?

CRISTAL – Se eu poder souber mais do garoto que eu atropelei… Mas pode sim, sou de uma família classe média paulistana e vim pra cá fazer estágio.

CAUÃ – Uma garota tão inteligente e tão esperta como você não iria sair do Brasil pra vir pra Madrid apenas pra um estágio, certo? Até porque São Paulo também é uma capital da moda.

CRISTAL – Um pouco de mistério é bom não acha? Dá mais graça as coisas.

CAUÃ – Tá bom. Agora vamos falar sobre mim… Eu sou um garoto baladeiro, divertido…

CRISTAL – Que vive quase que em as turras com a mãe.

CAUÃ – Que por sinal é uma megera… Mas eu amo muito minha mãe.

CENA 11. ENTRADA DA LUXUS. EXTERIOR. FIM DE TARDE
Esmeralda sai da Luxus com um celular. Ela liga para Jack.

ESMERALDA – Alo Jack, eu to numa fria danada! Você não acredita o que eu descobri! A Dinora ela viu quando eu a Natalie fómos no banheiro no assalto e ela tá chantageando, ela também quer a grana das pedras pra não dedar!

JACK – Era só o que faltava viu! A gente vai ter que dar um jeito nela.

ESMERALDA – Dar uma surra!?

JACK – Não Esmeralda, dar um jeito mesmo.

ESMERALDA – Ma… Ma… MATAR!?

JACK – Tem outra saída melhor? Pra começar nem as pedras preciosas pra subornar ela nós temos.

ESMERALDA – (Aflita) Ok, de hoje essa vadia não passa.

JACK – Pelo amor de Deus, faz parecer um acidente. Não pode haver o menor índicio de homícidio e se der pra sumir com o corpo é melhor ainda!

ESMERALDA – Ai meu Deus! Eu não mereço isso!

CENA 12. STOCK-SHOTS (SP). EXTERIOR. FIM DE TARDE/ NOITE
Logo a bela noite chega na capital paulistana, uma noite agitada com carros e pessoas por todos os lados.

CENA 13. CASA DE DINORA/ ENTRADA. EXTERIOR. NOITE
Esmeralda chega num carro roubado até a casa de Dinora, ela bate palmas, a rua está deserta. Dinora sai e abre a porta da casa um tanto modesta, ela sai para fora.

DINORA – Que bom que veio, já estava indo à polícia pra te denunciar, mas pra denunciar você eu acho que eu devia ir a carrocinha, afinal quem se interessa em cadelas são eles.

ESMERALDA – Eu vim te dar a sua parte. Eu vou pegar, tá no carro, vem aqui.

Dinora se aproxima perto de Esmeralda, Esmeralda abre a porta do carro e do banco rapidamente Esmeralda tira uma pá do banco e acerta em Dinora.

DINORA – Ah!

Dinora cai desmaiada. Esmeralda abre o porta-malas e joga a madeira. Ela vai até Dinora e a segura.

ESMERALDA – Vamos dar um passeio com a cachorra? Vagaba.

A cena congela em tons roxos em Esmeralda com Dinora colocando-a no carro.

FIM DO CAPÍTULO